quinta-feira, 19 de agosto de 2021

De Volta à Itália

Liam Neeson interpreta um pintor de quadros que mora em Londres. Após anos, ele é finalmente procurado por seu filho. O rapaz quer que uma velha casa que seu pai possui na Toscana seja vendida. Ele quer comprar a galeria de arte de sua esposa, agora que o casamento está afundando. Precisa de dinheiro urgentemente. Inicialmente o pai concorda com o pedido do filho, afinal a casa é dele e está abandonada. Assim ambos viajam até a Itália. Encontram a velha casa caindo aos pedaços, precisando de reformas. Do jeito que se encontra, não há como vender. Então eles começam a reformar o lugar. E nesse processo velhas lembranças vão surgindo. O personagem interpretado por Neeson é viúvo, sua esposa morreu em um acidente de carro anos atrás e ali naquela casa ele teve momentos felizes ao seu lado. Conforme vão pintando e arrumando a casa, ela recomeça a brilhar e dúvidas surgem se vale mesmo a pena vender aquela parte de seu próprio passado.

Filme bom. O Liam Neeson deu um tempo em seus filmes de ação para protagonizar esse drama. Não é complicado de entender. Assim como seu personagem no filme ele também perdeu sua esposa. E em sua vida real também procurou se curar pintando, naquela chamada terapia da pintura. Assim a identificação foi completa. O filme, apesar do tema recorrente sobre perdas e mortes, até que surge bem leve na tela. A natureza da Toscana nunca decepciona, sempre valorizando a fotografia de qualquer filme que é rodado por lá. No mais o ator está muito bem em cena, inclusive nas cenas mais dramáticas. Gostei bastante de seu desempenho emocional e contido nas doses certas.

De Volta à Itália (Made in Italy, Inglaterra, Itália, 2020) Direção: James D'Arcy / Roteiro: James D'Arcy / Elenco: Liam Neeson, Gian Marco Tavani, Yolanda Kettle, Valeria Bilello / Sinopse: Filho pede ao seu pai que venda uma velha casa na Toscana, na Itália, que está há anos abandonada. Ao viajarem para lá reencontra a antiga casa do passado e suas memórias envolvendo a esposa que faleceu de um acidente de carro. Os anos felizes do passado ressurgem em sua mente e em seu coração.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

A Rainha da Espanha

A história do filme se passa na década de 1940. Macarena Granada (Penélope Cruz) é uma atriz espanhola que faz sucesso em Hollywood. Muitos anos depois ela retorna para sua terra natal para trabalhar em um filme contando a história da Rainha Isabel. As filmagens se passam em uma Espanha dominada pela ditadura do general Franco. Macarena odeia Franco pois seu pai foi morto pelos seguidores do tirano. E quando um velho diretor reaparece, após passar anos preso nas prisões do regime militar, ela tenta ajudá-lo de alguma forma, planejando uma forma de libertá-lo de sua pena. Afinal ele não cometeu crime algum, apenas foi contra a ditadura. E as coisas só pioram quando a atriz principal do filme resolve ter um caso amoroso com um dos membros da equipe, o astro galã gay investe em cima de um ator coadjuvante espanhol e o próprio Franco decide visitar o set de filmagens!

Um bom filme, que poderia ser melhor. Poderia ser um drama mostrando os horrores de Franco, mas os roteiristas decidiram apostar em algo mais leve, menos dramático. Há um certo humor que atravessa todo o filme, muito embora não se possa considerar uma comédia. Para quem gosta de cinema há algumas referências interessantes como o galã americano que no fundo é gay e vive no armário, o velho diretor que passa as filmagens inteiras cochilando em sua cadeira, sem saber direito o que está acontecendo e várias citações de astros e estrelas da época como Errol Flynn e Rita Hayworth. Mesmo assim fiquei com aquela sensação ruim de que o filme nunca decola, ficando apenas na promessa de que algo melhor vai acontecer.

A Rainha da Espanha (La reina de España, Espanha, 2016) Direção: Fernando Trueba / Roteiro: Fernando Trueba / Elenco: Penélope Cruz, Antonio Resines, Cary Elwes, Neus Asensi / Sinopse: Uma equipe de filmagem de Hollywood vai até a Espanha para filmar a história da rainha Isabel em plena ditadura do general Franco. O filme é estrelado pela atriz espanhola temperamental Macarena Granada (Penélope Cruz).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Cemitério Maldito

Título no Brasil: Cemitério Maldito
Título Original: Pet Sematary
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Mary Lambert
Roteiro: Stephen King
Elenco: Dale Midkiff, Denise Crosby, Fred Gwynne

Sinopse: 
Pai de família tem que consolar seu pequeno filho após a morte do animal de estimação da família. Seguindo os passos de uma antiga lenda que afirma que todo animal enterrado em um velho cemitério de índios retorna à vida ele leva o cãozinho para lá. O problema é que o animal realmente retorna mas como um ser horrível, em decomposição. Depois disso algo inesperado volta a ocorrer com a família mas a vítima é seu próprio filho. E agora? Terá coragem de levar seu filho morto para o cemitério de animais?

Comentários:
Vem remake novo por aí. Esse aqui tive a oportunidade de assistir no cinema que inclusive hoje em dia não existe mais, virou uma loja de sapatos - que pena! Pois bem, como todos sabemos o texto é do sempre ótimo Stephen King. Como sempre ele foca em uma típica família americana do meio oeste que acaba entrando em contato com eventos fantásticos. No caso o tal Pet Cemitery (ou Cemitério de animais de estimação, muito comuns nos Estados Unidos). O ator Dale Midkiff que faz o pai de família que toma uma decisão muito errada tinha acabado de fazer Elvis Presley na versão do livro "Elvis e Eu" na TV (essa série chegou a ser exibida várias vezes no SBT). O clima do filme em si é dos melhores. King prepara bem seu suspense, criando todo um clima, familiarizando sem pressa todos os personagens para o público que está acompanhado tudo. Na época que o filme foi realizado não havia ainda efeitos digitais e tudo é baseado em maquiagem (muito bem feita por sinal) e efeitos em animatronics. Confesso que sempre gostei muito mais da primeira parte do filme, quando os acontecimentos vão sendo preparados para o terrível grand finale. Em seu lançamento houve quem criticasse por colocar uma criança como um terrível ser do mal mas Stephen King está realmente acima desse tipo de coisa. Hoje em dia "Cemitério Maldito" é um pequeno clássico da obra de King e mostra que não envelheceu. Nem era preciso remake para dizer a verdade. Prefira sempre conhecer esse original.

Pablo Aluísio.

Trocas Macabras

Essa era uma adaptação para o cinema de um livro de Stephen King que ainda permanecia inédito para mim. Dirigido pelo filho do ator Charlton Heston, Fraser Clarke Heston, se trata no final das contas de um filme menor baseado na obra do famoso escritor. A primeira coisa que notei logo quando comecei a assistir foi a incrível semelhança de enredo com a recente série (já cancelada) "Happy Town". A premissa é exatamente a mesma: um misterioso vendedor de antiguidades chega em uma pequena cidade do interior dos EUA e de uma forma ou outra vai influenciando a vida dos moradores locais. Sua pequena loja comercial é bem sinistra e sua figura misteriosa logo chama a atenção de todos os habitantes da cidadezinha. Stephen King mais uma vez se utiliza de um cenário bucólico para contar suas tramas de terror. Geralmente ele usa essas pequenas comunidades como palco para seus personagens incomuns. Ele os manipula em um intrigado jogo de mistérios, identidades secretas e muito mais.

O grande trunfo de "Trocas Macabras" é seu elenco que dá vida a essas peças do xadrez manipuladas por Stephen King. Embora a direção seja apenas mediana os atores se destacam, a começar pelo grande Max von Sydow. Seu papel ajuda muito, é verdade, mas o mérito é realmente dele. O fato de apenas instigar os demais a cometerem certos atos, ao invés dele mesmo promover o mal, vai muito de encontro ao que diz as próprias escrituras. Livre arbítrio, acima de tudo. Achei esse aspecto muito inteligente por parte do texto de King, tudo devidamente aproveitado por Sydow. Ed Harris também é um ator muito bom, embora aqui esteja um pouco histérico demais. Faltou um pouco mais de sutileza e sensibilidade em sua atuação. Enfim, "Trocas Macabras" não figura entre os melhores filmes baseados nos livros de Stephen King mas mantém o interesse, mesmo que não leve até as últimas consequências sua premissa inicial. Vale ser conhecido seja você fã de King ou não.

Trocas Macabras (Needful Things, Estados Unidos, 1993) Direção: Fraser Clarke Heston / Roteiro: W.D. Richter baseado em uma livro de Stephen King / Elenco: Max von Sydow, Ed Harris, Bonnie Bedelia, Amanda Plummer / Sinopse: Um forasteiro misterioso chega numa pequena cidade do interior dos EUA e lá abre uma pequena loja de antiguidades. Aos poucos sua presença no local começa a influenciar na vida dos moradores da cidadezinha. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

De-Lovely

Cole Porter foi um gênio da música, um dos grandes compositores da história dos Estados Unidos. Esse musical é uma grande e bela homenagem para seu maior legado artístico. O filme em si é uma maravilha, com ótima produção, figurinos, direção de arte e reconstituição histórica simplesmente perfeitas. Além disso conta (e isso é o mais importante de tudo) com as belas canções compostas por Cole Porter. Um acerto dos produtores foi contratar cantores e cantoras profissionais para os números musicais. Assim além do ótimo elenco temos Elvis Costello, Alanis Morissette e Diana Krall soltando a voz no belo repertório que forma a trilha sonora do filme. Aliás quem tiver a oportunidade de ainda encontrar essa trilha sonora não deixe de comprar. As músicas de Cole Porter ganharam novas versões, em arranjos belíssimos. Um trabalho musical realmente primoroso, para ter na coleção mesmo. Um item valioso, sem dúvida nenhuma.

O enredo criado pelo roteiro também é um primor. Ele mescla momentos reais da vida do compositor com pura ficção, tudo para encaixar em harmonia as músicas de Porter. Aliás o próprio compositor certa vez disse que a vida não passava de uma grande harmonia. No caso desse filme temos um roteiro que fez jus a esse pensamento pois todos os elementos estão harmonizados em cena. Por fim, a título de curiosidade, deixo aqui registrado que esse foi o último filme que aluguei na minha vida. Infelizmente as locadoras de vídeo já estavam morrendo no Brasil quando o filme foi lançado em DVD.

De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter (De-Lovely, Estados Unidos, 2004) Direção: Irwin Winkler / Roteiro: Jay Cocks / Elenco: Kevin Kline, Ashley Judd, Jonathan Pryce, Elvis Costello, Alanis Morissette, Diana Krall / Sinopse: Ajudando na montagem de um musical de palco biográfico baseado em suas músicas, o compositor Cole Porter revê sua vida e carreira ao lado de sua esposa, Linda. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator em comédia ou musical (Kevin Kline) e melhor atriz em comédia ou musical (Ashley Judd).

Pablo Aluísio.

Mulan

Durante a invasão do império Mongol sobre a China o imperador (interpretado / dublado pelo sempre ótimo Pat Morita) decreta que cada família chinesa deverá fornecer ao menos um homem para as fileiras do exército imperial. Para uma família em especial a decisão é particularmente trágica. Composta apenas por um pai velho e doente e sua filha a decisão tomada pelo imperador significa o envio do patriarca idoso ao campo de batalha, onde provavelmente não sobreviverá. Para evitar que isso aconteça a jovem Mulan decide se passar por homem para ir ao campo de batalha. Com a proteção dos espíritos dos ancestrais e um dragão (feito pelo comediante Eddie Murphy) a jovem Mulan segue para cumprir sua missão de ir para a guerra e sobreviver em meio ao ambiente violento e hostil. Responda rápido: qual é o maior mercado consumidor de todo o planeta? Se você pensou na China com sua população de mais de um bilhão de habitantes acertou. "Mulan" nada mais é do que uma tentativa da Disney em entrar nesse imenso mercado comercial.

Na época de seu lançamento muito se comentou sobre o fato de que essa animação "Mulan" foi concebida e criada justamente para isso, para faturar no mercado consumidor da China, o que de certa forma deu certo já que a partir desse filme as produções americanas começaram a ser lançadas no circuito comercial daquele país. Já sobre a animação em si não há o que criticar. De fato mais uma vez a Disney mostra porque é sem dúvida o maior estúdio de cinema do setor de animações. Tudo é realizado com um primor técnico simplesmente impossível de se igualar. Isso fica mais do que claro em uma das melhores cenas já realizadas quando parte dos exércitos imperiais vão surgindo no horizonte. Embora "Mulan" seja feita na técnica tradicional dos desenhos animados a Disney usou vasto recurso tecnológico digital para dar um realismo fantástico nas cenas. E para completar o que já era excepcional o filme ainda traz uma das mais inspiradas trilhas sonoras do estúdio. "Mulan" é uma pequena obra prima com a marca Disney.

Mulan (idem, Estados Unidos, 1998) Direção: Tony Bancroft, Barry Cook / Roteiro: Robert D. San Souci, Rita Hsiao / Elenco: Ming-Na Wen, Eddie Murphy, BD Wong, Pat Morita / Sinopse: Jovem chinesa rouba a armadura e as armas de seu pai, um velho doente, para ir para a guerra contra as forças do império Mongol em seu lugar.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de agosto de 2021

O Esquadrão Suicida

Um país da América do Sul sofre um golpe militar (calma, não é o Brasil de Bolsonaro com seu exército de velhos tanques fumacentos). Com o golpe um general assume o poder nessa republiqueta de bananas. Então o governo americano decide reunir novamente um grupo de condenados para ir até esse país para encobrir um envolvimento dos Estados Unidos em um projeto secreto chamado "Operação Estrela do Mar", que tem em suas instalações um aliens gigantesco que contamina e torna parasitas (verdadeiros zumbis) os seres humanos. Esse grupo chamado de Esquadrão Suicida conta com os mais diversos tipos, com destaque, é claro, para a Arlequina. Até um tipo de monstro, uma mistura indigesta entre tubarão e ser humano entra para o grupo. Esse personagem é puro comics, como aliás toda a produção. Fiquei bem surpreso também com o fato do filme ter praticamente o mesmo título do primeiro filme. Tirando o artigo não tem diferença. O primeiro se chama "Esquadrão Suicida" e esse segundo "O Esquadrão Suicida". Que bizarro! Penso inclusive que vai confundir o público de maneira em geral. Não foi uma boa opção de marketing de venda. O que deu na cabeça do estúdio? Complicado entender.

Essa então é a segunda tentativa da DC com o Esquadrão Suicida no cinema. O primeiro filme, como todos sabemos, não foi bem. A boa notícia é que as coisas melhoraram. Essa sequência acertou em apostar mais no material original, nas histórias em quadrinhos. Nunca se leva muito à sério, o que garante boas cenas. O próprio monstro aliens que surge no filme parece ter saído de uma revistinha em quadrinhos dos anos 50 ou então de um filme Sci-fi B dessa mesma década. É ultra colorido, bem no clima das velhas matinês. E o roteiro é ágil, esperto e diverte como nunca. A única crítica pontual que faria a esse novo filme vem de sua violência que em alguns momentos extrapola, ainda mais em se tratando de um filme como esse, feito basicamente para a garotada. Deveriam ter amenizado mais nesse aspecto. Fora isso, é muito melhor do que o primeiro filme. Eu particularmente gostei bastante.

O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad, Estados Unidos, 2021) Direção: James Gunn / Roteiro: James Gunn / Elenco: Margot Robbie, Viola Davis, Idris Elba, John Cena, Joel Kinnaman, Michael Rooker / Sinopse: O Esquedrão Sucida é enviado para um país da América do Sul que sofreu um golpe militar. Na republiqueta bananeira eles tentam resgatar planos de encobrimento do envolvimento do governo americano em um experimento que mantém prisioneiro um aliens gigantesco.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Eu Sou a Lenda

Título no Brasil: Eu Sou a Lenda
Título Original: I Am Legend
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Mark Protosevich, Akiva Goldsman        
Elenco: Will Smith, Alice Braga, Charlie Tahan, Salli Richardson-Whitfield, Willow Smith, Darrell Foster

Sinopse: 
Anos depois de um grande apocalipse que praticamente varreu a humanidade da face da Terra, um último sobrevivente tenta se adaptar e achar a cura em uma Nova Iorque desolada. O que ele não sabe é que não está sozinho no meio daquela grande cidade em ruínas. Roteiro baseado no livro "I Am Legend" de Richard Matheson.

Comentários:
Mais uma ficção estrelada por Will Smith. Durante certo tempo ele foi o rei do verão americano, conseguindo vencer a batalha pela maior bilheteria por anos seguidos mas como tudo que sobe, desce, ele também entrou em declínio após um certo tempo. "Eu Sou Uma Lenda" tem uma boa premissa, ótimas cenas de impacto (as ruas vazias chamam a atenção), mas de maneira em geral se mostra abaixo das expectativas principalmente quando resolve esconder as falhas de roteiro com muitos efeitos digitais de última geração que curiosamente não tiveram o tratamento adequado, pois houve problemas durante a produção do filme. De qualquer maneira ainda há pontos positivos. O terço inicial do filme é bastante interessante, a ideia do isolamento, o suspense que se cria com toda aquela situação. Achei bastante satisfatório. O filme só perde mesmo nos dois terços finais onde o diretor esquece a sutileza e se entrega aos efeitos especiais gratuitos e desnecessários. E olha que muitos deles nem foram finalizados a tempo para o lançamento do filme! O clímax então deixa muito a desejar. No apagar das luzes é apenas um filme mediano.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

O Golpe

Filme bem legal. O roteiro é do tipo que vai construindo um plano envolvendo os principais personagens na elaboração de um golpe que vai render a eles algo em torno de 200 mil dólares. E a história toda envolvendo esse trambique é das mais bem boladas. Além da boa trama o elenco traz alguns destaques interessantes. É certo que uma figura como Owen Wilson em um filme como esse não seria uma surpresa para quem gosta de cinema. Ele está bem no tipo de filme que costuma fazer. A novidade mesmo, que despertou a atenção do público, veio nos dois coadjuvantes que o cercam. São atores de prestígio que para falar bem a verdade, sendo bem sincero, nem deveriam fazer parte de um filme tão despretensioso como esse. Uma surpresa e tanto.

Você esperaria mesmo ver Morgan Freeman e Gary Sinise em um filme como "O Golpe"? Certamente não! Eles são de outro estilo, de outro escalão. Comédias espertinhas não são nada comuns em sua filmografia. De qualquer forma esses atores dramáticos parecem se divertir muito, em especial Morgan Freeman. Ele parece estar naquela fase em que se olha para o passado, vê os filmes que fez, como se tudo já tivesse sido feito de bom e agora prefere mais se divertir do que se levar muito à sério. Por isso a cena dele tomando um drink caribenho na praia não poderia resumir melhor sua presença por aqui. E para completar o clima de festa na praia o filme ainda tem "A Little Less Conversation" de Elvis Presley, versão remix, na trilha sonora. Pronto, com isso o cardápio ficou completo.

O Golpe
(The Big Bounce, Estados Unidos, 2004) Direção: George Armitage / Roteiro: Sebastian Gutierrez, baseado no livro de Elmore Leonard / Elenco: Owen Wilson, Morgan Freeman, Gary Sinise, Sara Foster / Sinopse: Um pequeno vigarista e a amante empreendedora e perversa de um incorporador imobiliário havaiano se unem para ganhar uma pequena fortuna com um golpe.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Lancelot, o Primeiro Cavaleiro

Título no Brasil: Lancelot, o Primeiro Cavaleiro
Título Original: First Knight
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Jerry Zucker
Roteiro: Lorne Cameron, David Hoselton
Elenco: Sean Connery, Richard Gere, Julia Ormond, Ben Cross, Liam Cunningham, Christopher Villiers

Sinopse:
Na Inglaterra medieval, durante a subida ao trono do lendário Rei Arthur (Sean Connery), o cavaleiro Lancelot (Richard Gere), um dos membros da famosa Távola Redonda, acaba se apaixonando pela bela Guinevere (Julia Ormond). O problema é que ela é esposa do Rei.

Comentários:
Mais uma adaptação das antigas lendas Arturianas. Na verdade até mesmo nos dias de hoje é ardente o debate sobre se esse monarca realmente existiu ou se é apenas fruto de lendas e cantigas medievais, uma espécie de símbolo do que seria um Rei perfeito e íntegro - coisa rara naqueles tempos. De qualquer forma as lendas da Távola Redonda chegaram até nós e sua mitologia só tem crescido com o tempo. Esse "Lancelot" de 1995, infelizmente, deixa muito a desejar. É complicado aceitar que um filme que traga Sean Connery como o Rei Arthur seja realmente ruim mas é um fato. Pouca coisa realmente funciona. A reconstituição histórica de um Arthur medieval, cheio de pompa e luxo não convence muito. Para piorar Richard Gere não parece se importar nem um pouco em estar interpretando um cavaleiro medieval, cheio de códigos de honra. Com cabelos esvoaçantes ao vento ele mais parece um playboy saindo de uma discoteca dos anos 70. Só falta mesmo mascar chicletes. Julia Ormond até que era bem bonita mas do ponto de vista dramático inexpressiva. Curiosamente o diretor Jerry Zucker, das comédias malucas ao estilo "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu", está no comando. Será que ele não quis mesmo tirar uma onda da nossa cara? É possível...

Pablo Aluísio.