domingo, 24 de novembro de 2019
Acerto Final
Título Original: The Crossing Guard
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn
Elenco: Jack Nicholson, David Morse, Anjelica Huston, Robin Wright, Piper Laurie, Richard Bradford
Sinopse:
Freddy Gale (Jack Nicholson) descobre que após seis anos na prisão seu antigo desafeto John Booth (David Morse) ganhou a liberdade. Gale tem contas a acertar com ele e não esconde o que fará, dando 72 horas até seu encontro fatal com John. E o tempo começa a correr para ambos, criando tensão e suspense.
Comentários:
Existem casos em que o elenco não está à altura do diretor de um filme. E há situações em que o elenco é que supera em muito os talentos do diretor. Esse "Acerto Final" se enquadra nessa última hipótese. Sean Penn ainda era muito inexperiente para lidar com um ator do porte de Jack Nicholson. Dirigir Nicholson é algo complexo e apenas grandes cineastas conseguiram tirar dele todo o potencial de seu enorme talento. Sean Penn fez um filme meramente mediano tendo em mãos um gênio da arte de atuar como Nicholson. Nesse tipo de situação a coisa se torna mesmo imperdoável para qualquer cinéfilo. A outra coisa que chama atenção em termos de elenco é que pela primeira vez em anos Jack contracenou com Anjelica Huston. No passado tiveram um longo e conturbado caso amoroso. Ficaram sem se falar por anos. Até que Jack a convidou para participar dessa produção. Foi uma espécie de reaproximação pacífica, uma maneira de se fazer as pazes. Pelo menos para isso esse thriller mediano serviu. Além disso Anjelica Huston conseguiu ser indicada ao Globo de Ouro naquele ano, justamente por esse seu trabalho. Foi um bem-vindo reconhecimento para ela, que estava mesmo precisando de algo assim. Em termos cinematográficos porém o resultado do filme de uma maneira em geral veio bem abaixo do que era esperado.
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de novembro de 2019
O Ano que Vivemos em Perigo
Título Original: The Year of Living Dangerously
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Weir
Roteiro: David Williamson, Peter Weir
Elenco: Mel Gibson, Sigourney Weaver, Linda Hunt, Michael Murphy, Paul Sonkkila, Bill Kerr
Sinopse:
Durante uma revolução na Indonésia, na década de 1960, um jornalista acaba se apaixonando por uma mulher americana. No meio do caos e da guerra eles tentam construir uma história de amor. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Linda Hunt).
Comentários:
Esse filme é puro anos 80! Imagine unir em um mesmo elenco dois ícones cinematográficos daquela época (Mel Gibson e Sigourney Weaver) e com eles ainda bem jovens, no auge do sex appeal. A temperatura só poderia ficar alta mesmo. Palmas para o cineasta Peter Weir, um diretor que sempre admirei. Ele foi seguramente um dos diretores mais subestimados dos anos 80, pois fez excelentes filmes, com lindas fotografias, mas nunca conseguiu o reconhecimento que lhe era devido. O roteiro desse filme (também de autoria de Weir) tinha um subtexto político bem elaborado, ético e muito interessante, porém o que se sobressaía mesmo era o casal principal, soltando faíscas em cada cena. Dizem que Gibson e Weaver tiveram um caso durante as filmagens porém tudo foi devidamente abafado porque eles eram comprometidos. Que pena, deveriam ter assumido tudo publicamente, as revistas de fofoca iriam se divertir bastante. Deixando tudo isso de lado é bom reconhecer os méritos do filme como cinema. Um dos destaques mais lembrados veio da marcante atuação da atriz Linda Hunt, aqui interpretando um personagem masculino chamado Billy Kwan. Ela estava plenamente convincente como um homem em cena. Chega a impressionar. Não é a toa que levou o Oscar para casa!. Enfim, um filme bem indicado, com excelentes cenas e bela direção de fotografia. É sem favor algum uma das produções mais marcantes daquela década. Coisa fina.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
MI-5
A trama começa quando um terrorista internacional é libertado em plena ponte de Londres. Claro, o MI-5 fica completamente desmoralizado perante a opinião pública. Como poderia algo assim acontecer? A solução então passa a ser montar uma intrigada e complexa operação para se chegar nos culpados. Há suspeitas que agentes de dentro da própria agência se corromperam e libertaram o criminoso.
O veterano agente inglês Harry Pearce (Peter Firth) forja sua própria morte. Ele quer que todos pensem que ele pulou de uma ponte londrina para a morte. Pura cortina de fumaça. Uma vez dado como morto ele recruta um ex-agente chamado Will Holloway (Kit Harington). Ele havia sido expulso do MI-5 pelo próprio Harry! A partir daí eles começam a trabalhar juntos para descobrir todos os podres da agência de espionagem, ao mesmo tempo em que armam uma armadilha para o terrorista que foi solto. Como se pode ver o filme traz até um roteiro interessante. Com boa fotografia e um roteiro cheio de reviravoltas é uma produção que no final das contas não decepciona, principalmente para os que gostam desse tipo de filme. Uma renovada, modernização dos antigos filmes de James Bond, só que numa levada bem mais realista.
MI-5 / Spooks: O Mestre Espião (Spooks: The Greater Good, Inglaterra, 2015) Direção: Bharat Nalluri / Roteiro: Jonathan Brackley, Sam Vincent / Elenco: Kit Harington, Peter Firth, Jennifer Ehle, David Harewood / Sinopse: Um veterano agente do serviço secreto inglês chamado Harry Pearce (Peter Firth) se une a um ex-agente, Will Holloway (Kit Harington), para desbaratar uma rede de corrupção dentro da agência que ajudou a libertar um perigoso terrorista internacional. Filme indicado ao Golden Trailer Awards.
Pablo Aluísio.
007 Marcado para a Morte
Título Original: The Living Daylights
Ano de Produção: 1987
País: Inglaterra
Estúdio: Eon Productions, MGM
Direção: John Glen
Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson
Elenco: Timothy Dalton, Maryam d'Abo, Jeroen Krabbé, Joe Don Baker, John Rhys-Davies, Andreas Wisniewski
Sinopse:
James Bond (Timothy Dalton) ajuda um militar russo a deserdar para o Ocidente. Nesse meio tempo acaba descobrindo também um complexo plano de uma organização criminosa envolvida com traficantes internacionais da União Soviética, do bloco comunista. no Leste europeu.
Comentários:
Com a aposentadoria de Roger Moore os produtores foram atrás de um novo ator para a franquia de James Bond nos cinemas. O escolhido acabou sendo Timothy Dalton. Ele não era muito conhecido, poucas pessoas conseguiam se lembrar dele. Infelizmente Dalton acabou fazendo apenas dois filmes como o agente secreto 007. Esse seu primeiro filme até teve uma bilheteria razoável, mas os números do segundo filme não convenceram e ele acabou sendo demitido. Apenas George Lazenby, que havia feito apenas um filme como Bond durante os anos 60, conseguiu superar Dalton no quesito brevidade. Uma pena pois Dalton, em minha opinião, não deixava a desejar como Bond. Ele era bom ator. O que deu errado então? Acredito que Timothy Dalton não tenha agradado ao público que estava acostumado com Roger Moore. Sempre que havia uma troca de um ator que havia ficado por anos interpretando Bond acontecia esse tipo de coisa. Com Sean Connery aconteceu exatamente isso. É uma pena porque esse filme dos anos 80 tinha todos os elementos para agradar aos fãs do agente secreto. Até uma ótima trilha sonora (com o A-ha) encaixava bem com o espírito da época. Tive a oportunidade de assistir no cinema e não me decepcionei. Estava esperando pelo menos uns cinco filmes de Bond com Dalton, mas realmente não deu. Ele acabou sendo substituído por Pierce Brosnan em pouco tempo.
Pablo Aluísio.
O Esporte Favorito dos Homens
Esse é o tipo de filme que o cinéfilo acaba criando uma certa expectativa, até mesmo pelo pelos nomes envolvidos. Howard Hawks marcou a história do cinema americano, sendo um dos cineastas mais ecléticos que já passaram pelos grandes estúdios. Basta consultar sua filmografia para ver como ele conseguia realizar filmes de ótimo nível, seja nos gêneros aventura, western ou comédia. Aqui porém a magia não funcionou. A culpa muito provavelmente seja do roteiro que procura tirar humor em cima de um esporte muito popular nos EUA, a pesca com anzol. Algumas cenas são simples gags em cima dessa modalidade esportiva. O problema é que assim como o beisebol isso é algo muito americano, que não desperta o menor interesse do público de outros países.
Desse modo cenas com Rock pescando, pisando em baldes de iscas e outras coisas semelhantes não consegue criar muita afinidade. Sem identificação com as situações a coisa simplesmente não funciona. Outro problema bem visível é que o filme foi totalmente rodado dentro dos estúdios e isso é um erro em se tratando de um tema como esse que certamente exigiam tomadas externas, de muitos rios e natureza em geral. As florestas falsas recriadas que surgem nas cenas simplesmente não convencem. A Universal parece ter previsto que o filme não seria bem sucedido pois o arquivou por longos dois anos antes de lança-lo nos cinemas americanos. No final a fita não conseguiu agradar nem à crítica e nem ao público se revelando apenas um grande desperdício de talento e dinheiro.
O Esporte Favorito dos Homens (Man's Favorite Sport? EUA, 1964) Direção: Howard Hawks / Roteiro: John Fenton Murray, Steve McNeil baseados no conto "The Girl Who Almost Got Away" de Pat Frank / Elenco: Rock Hudson, Paula Prentiss, Maria Perschy, John McGiver / Sinopse: Roger Willoughby (Rock Hudson) é considerado um dos principais especialistas em pesca esportiva do mundo. Ele escreveu vários livros sobre o assunto e é amado por seus clientes no departamento de artigos esportivos em Abercrombie e Fitch, onde ele trabalha. Há apenas um problema que poucos conhecem: ele nunca foi a uma pesca em sua vida! Tudo o que sabe vem apenas de teoria pois sua prática no assunto é zero. Quando o dono da loja o inscreve em um concurso de pesca, o caos começa.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
John Wick 3: Parabellum
Dois únicos aspectos podem chamar a atenção de quem não está atrás apenas de porradaria. Há uma bonita direção de arte (hoje chamada de design de produção). Todos os cenários, ambientes, onde as lutas acontecem, são extremamente bem produzidos. Fica até aquela impressão no espectador de que é tudo em vão, um desperdício. Outro aspecto é a forma como a organização de assassinos é retratada no filme. Parece uma repertição pública, onde funcionários públicos entediados fazem cotação da cabeça dos que devem ser mortos! É surreal e beira o nonsense. Enfim, esse terceiro filme da franquia - que pelo visto terá mais continuações - apresenta todos os problemas, defeitos e qualidades dos outros filmes, sem tirar e nem colocar nada de novo. Só vai apreciar quem já gosta da proposta desse tipo de produção. Não é bem o meu caso.
John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3 - Parabellum, Estados Unidos, 2019) Direção: Chad Stahelski / Roteiro: Derek Kolstad, Shay Hatten / Elenco: Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane, Laurence Fishburne, Anjelica Huston, Mark Dacascos / Sinopse: John Wick (Reeves) quebrou as regras da organização de assassinos. Agora vai ter que pagar. Após ser "excomungado" pela organização sua cabeça vai a prêmio. 14 milhões de dólares para quem acabar com sua raça.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Com 007 Só Se Vive Duas Vezes
Seguindo pistas o famoso agente britânico acaba indo parar no Japão para onde parece ter sido enviadas as espaçonaves - mas em que lugar exatamente será preciso começar as investigações? Com a ajuda do serviço secreto nipônico, James finalmente chega em um rico industrial que parece estar a serviço de uma organização maior, mais rica, poderosa e organizada. Estaria a Spectre por trás de tudo o que anda acontecendo? Muitas perguntas sem respostas. Apenas James Bond poderia desvendar essa rede de eventos inexplicáveis.
Quinto e penúltimo filme de James Bond com Sean Connery. Por essa época o ator já havia decidido abandonar o personagem - e só retornaria depois em 1971 no fraco "007 - Os Diamantes São Eternos" porque o cachê que lhe ofereceram era realmente irrecusável. Essa produção aqui tem algumas características bem próprias. Ao contrário dos filmes anteriores que apresentavam locações em diversas partes do mundo, em "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" a trama praticamente se passa toda apenas no Japão. Há maravilhosas tomadas aéreas de regiões vulcânicas onde a Spectre acaba montando um enorme quartel general sob comando de um dos vilões mais conhecidos da saga, o sinistro Blofeld (aqui interpretado pelo ator Donald Pleasence). Esse antagonista de Bond, sempre com um gatinho branco no colo, foi inclusive o mesmo vilão usado no último filme lançado recentemente com Daniel Craig. É um megalomaníaco que sempre constrói instalações gigantescas em lugares remotos e isolados.
Nesse filme aqui ele deseja jogar russos contra americanos e vice versa, causando a terceira guerra mundial. A trama assim soa até meio juvenil para os dias de hoje (afinal quem ganharia algo com uma guerra nuclear entre Estados Unidos e Rússia que inexoravelmente levaria o planeta para uma destruição global?), mas mesmo assim diverte bastante. Como todo filme da série o filme também traz aspectos daquela velha fórmula que tanto conhecemos. Bond dorme com o maior número de mulheres possível (até as vilãs) e de quebra participa de cenas espetaculares de ação. Numa delas enfrenta quatro helicópteros inimigos pilotando uma pequena aeronave portátil, mas cheia de dispositivos de armas letais. Em outro momento Bond enfrenta um enorme grupo de inimigos no caís de Tóquio. Some-se a isso ninjas, uma trilha sonora cantada por Nancy Sinatra e você terá mais um dos mais populares filmes de 007 na década de 1960. Diversão garantida para todos os gostos.
Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice, Inglaterra, Estados Unidos, 1967) Direção: Lewis Gilbert / Roteiro: Harold Jack Bloom, Roald Dahl, baseados na obra de Ian Fleming / Elenco: / Sinopse: Sean Connery, Donald Pleasence, Tetsurô Tanba, Akiko Wakabayashi, Teru Shimada, Mie Ham / Sinopse: O agente inglês James Bond (Sean Connery) é enviado para desvendar o mistério do sumiço de naves espaciais americanas e russas. O governo britânico precisa evitar que as tensões entre União Soviética e Estados Unidos se agravem ainda mais, porém para isso precisa descobrir antes o que realmente estaria acontecendo e que tipo de organização estaria por trás dos desaparecimentos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Poderia Me Perdoar?
O filme conta a história da escritora Lee Israel (Melissa McCarthy). No passado ela teve uma certa projeção no meio literário de Nova Iorque, principalmente por escrever biografias de astros e estrelas do passado. Só que o tempo passou, ela começou a ficar sem trabalho, entrando numa crise de criatividade. Sem novos livros publicados, vieram as dificuldades financeiras. Vivendo em um pequeno apartamento ao lado de seu gato de estimação e precisando pagar o aluguel e as demais contas ela então resolveu tomar uma decisão nada usual.
Ao vender um manuscrito para uma pequena livraria de seu bairro ela foi descobrindo que havia todo um mercado de comercialização de cartas e documentos assinados por escritores do passado. Colecionadores pagavam bem por essas páginas. Então Lee decide ela mesma falsificar esse tipo de souvenir. Claro, o que ela estava fazendo era um crime, um crime de falsificação. Como era uma pessoa culta, que lia muitos livros, ficou fácil de certo modo reproduzir a forma de escrever de todos esses autores do passado. E seu público consumidor era formado por intelectuais ricaços de Nova Iorque, uma gente que pagaria bem para ter esse tipo de "pedaço" da história de seus autores preferidos. O filme é muito bom. Tem excelente clima e uma ótima trilha sonora. Além daquele clima de decadência, no caso intelectual, que vai agradar muita gente, em especial aos leitores habituais de grandes obras do passado.
Poderia Me Perdoar? (Can You Ever Forgive Me?, Estados Unidos, 2018) Direção: Marielle Heller / Roteiro: Nicole Holofcener, Jeff Whitty / Elenco: Melissa McCarthy, Richard E. Grant, Dolly Wells / Sinopse: Escritora sem trabalho e passando por dificuldades financeiras resolve produzir uma série de cartas e documentos falsos envolvendo grandes escritores do passado para vender a colecionadores. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Melissa McCarthy), Melhor Ator Coadjuvante (Richard E. Grant) e Melhor Roteiro Adaptado (Nicole Holofcener e Jeff Whitty).
Pablo Aluísio.
Rajadas de Ódio
A partir daí as coisas parecem ir de mal a pior. Embora com toda a boa vontade do mundo Johnny enfrentará muitas dificuldades em alcançar a paz simplesmente porque esse não é o desejo do Capitão Jack e seu bando de Apaches selvagens. Quando uma das partes não aceita e nem quer a paz ela se torna simplesmente impossível. Uma das coisas mais corajosas de "Rajadas de Ódio" é o fato de seu roteiro ser extremamente bem intencionado, pacifista, muito ideológico, algo que realmente chama a atenção em um faroeste da década de 1950.
O elenco é liderado pelo sempre correto Alan Ladd. Seu personagem, um delegado de paz, vem bem a calhar aos tipos que Ladd geralmente interpretava em seus filmes. Ele sempre aparecia em cena como o bom Cowboy, de boa índole e coração de ouro mas que na necessidade também sabia usar de suas armas para impor novamente a ordem no local. Esse tipo de personagem faz parte da mitologia do velho oeste em vários filmes, livros e histórias e Alan Ladd encarnava com perfeição esse tipo de "cavalheiro de esporas".
O filme foi dirigido pelo competente Delmer Daves, um diretor que sempre gostei. Fino e elegante fez vários faroestes para os estúdios Warner, todos com muita competência. Pouco tempo depois da realização desse "Rajadas de Ódio" encontraria em Glenn Ford uma grande parceria em westerns de sucesso. Em conclusão indico esse bem intencionado faroeste para os apreciadores de bons roteiros, principalmente os que trazem em seu conteúdo uma mensagem subliminar positiva e edificante. Nesse aspecto a mensagem de "Rajadas de Ódio" tocará fundo nos pacifistas por convicção.
Rajadas de Ódio (Drum Beat, Estados Unidos, 1954) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Delmer Daves / Elenco: Alan Ladd, Charles Bronson, Audrey Dalton, Marisa Pavan / Sinopse: Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Shameless - Nona Temporada
Passo a publicar nessa postagem os reviews da nona temporada de Shameless. Gosto muito dessa série, tanto que venho acompanhando com regularidade há anos. Apesar do escracho geral considero tudo bem roteirizado, produzido e o mais importante, com um humor (por vezes, negro) que faz rir com um pouco de culpa por trás. Enfim, "Shameless" venceu bem o teste do tempo. É uma das minhas séries preferidas até hoje. Segue abaixo as resenhas e resumos de cada episódio.
Shameless 9.02 - Mo White!
Mo White é o velho político que
Frank quer ressuscitar. Aposentado, ele representou, pelo menos para
Frank e seus amigos de bar, os velhos valores que foram deixados para
trás. Os dois candidatos de Chicago são nada representativos para Frank.
Uma é uma mulher negra. O outro é um latino. Onde está a representação
do americano branco? Para Frank a solução é ir no passado e tirar o
velho Mo da aposentadoria, mas claro, com Frank também levando o seu,
óbvio! E o resto da meninada? Fiona tenta emplacar uma carreira de
sucesso no ramo imobiliário. Lip tem receios de ser padrinho de um novo
cara no AA. Carl, que precisa fazer trabalho voluntário, vai parar numa
espelunca que sacrifica animais! E finalmente a ruivinha Debbie tenta
levantar a bandeira da igualdade salarial no machista ramo da construção
civil. Ou seja, tudo no caos rotineiro e peculiar da família Gallagher!
Salvem-se quem puder! / Shameless 9.02 - Mo White! (Estados Unidos,
2018) Direção: Erin Feeley / Roteiro: John Wells / Elenco: William H.
Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.03 - Weirdo Gallagher Vortex
Esse episódio tira várias ondas com os conservadores de direita dos Estados Unidos. Tem um sujeito candidato conservador ao parlamento, mas que esconde um problemão em seu passado: ele se envolveu com uma garota de 15 anos de idade e chegou a ser preso. Um hipócrita de direita, algo até bem comum, mas enfim. Só que Frank está mais interessado com o dinheiro arrecadado na campanha, que ele obviamente usa para pagar suas velhas contas de bar. Ian Gallagher quer encontrar Deus, por isso ele vai em várias religioões procurando por uma resposta, mas tudo em vão. Por fim Fiona compra um terreno para investir, só que ela pode estar entrando numa fria. Detalhe importante: o próximo episódio é o de número 100 da série! Caramba! / Shameless 9.03 - Weirdo Gallagher Vortex (Estados Unidos, 2018) Direção: Kat Coiro / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.04 - Do Right, Vote White!
Mo White é um velho político corrupto, com sintomas de ser um pedófilo, além de ser racista e safado. Claro que Frank Gallagher vai fazer sua campanha. Tudo por dinheiro. E ele coloca uns criminosos velhos, todos racistas, para intimidar quem chegar para votar. Um absurdo! E a turma do "Jesus Gay" parte para a porrada, só vendo a loucura. Mas esse episódio não é epanas sobre campanhas eleitorais. Carl Gallagher recebe o desafio de um duelo, com outro jovem que queria ir para West Point. Ian Gallagher tem que correr de um grupo de homofóbicos, irados com sua campanha do "Jesus Gay". Debbie Gallagher começa um relacionamento gay, mas as coisas não parecem dar certo e Lip descobre, do pior jeito, que não dá para se meter na vida de uma mãe e sua filhia, mesmo que ela seja viciada em drogas e prostituta. / Shameless 9.04 - Do Right, Vote White! (Estados Unidos, 2018) Direção: Mark Mylod / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.05 - Black-Haired Ginger
Frank Gallagher vai parar no hospital por problemas hepáticos, afinal está sempre enchendo a cara. Lá receitam para ele um medicamento genérico que lhe causa impotência! E o Frank fica pra lá de bolado com essa situação! Muito divertido. Lip Gallagher quase tem uma recaída quando entra em um pequeno mercadinho e vê brilhantes garrafas de vodka expostas à venda. Para segurar a vontade de beber ele compra um grande pacote de cigarros! Carl Gallagher se mete em confusão ao se envolver com a filha de um veterano, diretor de West Point. A garota é uma vadia que transa com qualquer um que lhe aparece pela frente. Ian Gallagher vai a julgamento por ter queimado uma van. Ele tem duas saídas, ou assume tudo e corre o risco de ficar 10 anos na prisão ou então alega que tem problemas de insanidade e se safa. Só que essa segunda opção iria também significar o fim do movimento Jesus Gay! / Shameless 9.05 - Black-Haired Ginger(Estados Unidos, 2018) Direção: William H. Macy / Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.06 - Face It, You're Gorgeous
Esse episódio tem a participação especial da atriz Courteney Cox da série "Friends". Ela interpreta uma - ora vejam só! - atriz de séries e comerciais de TV que tem muitos problemas com bebidas. Caberá ao Lip impedir que ela corra até o bar mais próximo para encher a cara. Já Ian vai finalmente para a prisão cumprir sua pena. Um momento complicado para ele. Será que o ator vai se afastar da série? Por fim a Fiona, pobre Fiona, descobre que seu namorado na verdade é um homem casado, com um filho pequeno. Ela segue o GPS do seu celular e descobre tudo. Claro, fica arrasada e bate com o carro por causa da grande decepção. Foi confiar em homem casado e galinha, deu nisso! / Shameless 9.06 - Face It, You're Gorgeous (Estados Unidos, 2018) Direção: Allison Liddi-Brown / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White, Courteney Cox.
Shameless 9.07 - Down Like the Titanic
Afundando feito o Titanic. Assim pode ser resumida a vida de Fiona depois que ela descobriu que o cara que namorava era casado e tinha filhos. Ela perdeu o controle, bateu o carro, se machucou e ficou numa fossa profunda. Só que como tudo na vida, o ruim nunca vem desacompanhado. Ela ainda perde o prédio de pequenos apartamentos que havia feito uma hipoteca. A coisa só vai de mal a pior. E Frank? Esse não tem jeito, acaba se envolvendo com uma psicoterapeuta com problemas mentais. Durante o dia tudo bem, mas quando a noite vai chegando ela fica uma vontade danada de esfaquear quem estiver por perto! E o Frank foi avisado sobre isso pelo ex-marido dela. Agora o risco é todo seu! / Shameless 9.07 - Down Like the Titanic (Estados Unidos, 2018) Direção: Silver Tree./ Roteiro: John Wells, Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.08 - The Apple Doesn't Fall Far from the Alibi
Frank é um lixo, todos sabem disso. Então quando ele é envolvido numa doação de sêmen para sua namorada louca, não resta outra saída do que pedir que seu filho mais jovem se masturbe, para que ele possa enganar todo mundo. Já Fiona fica completamente perdida. Ela perde o prédio de apartamentos que tencionava transformar em seu sonho de sucesso pessoal. De volta à casa com seus irmãos só lhe resta beber para esconder o grande fracasso de seus planos para o futuro. E tudo segue caótico em sua casa paterna. A conta de luz é cortada por falta de pagamento, os irmãos são todos desorganizados, e Frank, bom, Frank continua desmaiado pelo chão da casa, em algum quarto ou no meio do corredor mesmo. / Shameless 9.08 - The Apple Doesn't Fall Far from the Alibi (Estados Unidos, 2019) Direção: Zetna Fuentes / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.09 - BOOOOOOOOOOOONE!
Nesse episódio os roteiristas aproveitaram para tirar uma onda contra os imigrantes latinos que vão para os Estados Unidos de forma ilegal. Episódio recomendado para brasileiro com complexo de vira-latas. E quem é esse tal de Boone? Ele foi namorado da loirinha que o Lip está namorando. O cara é do exército, meio metido, totalmente babaca. E a Fiona não supera suas perdas. Ela rouba as ferramentas do ex-namorado (que era casado) e joga todas elas nas janelas de sua casa, quebrando tudo, no meior barraco que se possa imaginar. Afinal ela é uma verdadeira Gallagher! Shameless 9.09 - BOOOOOOOOOOOONE! (Estados Unidos, 2019) Direção: Loren S. Yaconelli / Roteiro: Philip Buiser / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen.
Shameless 9.10 - Los Diablos!
Uma marca de bebida barata resolve fazer uma espécie de concurso para escolher "o pobre" perfeito para ser o símbolo da marca. Claro que Frank entra na jogada. Logo agora que sua nova mulher está grávida de seis de uma vez só! Uma grande enrascada. E as confusões da família continuam. Fiona é demitida da lanchonete onde trabalhava. Ela há tempos vinha dando vexame, confrontando os demais empregados, constrangendo os clientes. Então se descobre que ela bebeu demais e fechou o estabelecimento à noite, sendo aquele um lugar 24 horas. Acaba no olho da rua. E pensa que esse é a única confusão que ela se mete? Que nada, ela também arranjar uma briga com uma nova vizinha do bairro, acusada de ter sido racista com seu irmão adotado. Acaba o episódio sendo levada para a cadeia. Não está fácil para ninguém mesmo! / Shameless 9.10 - Los Diablos! (Estados Unidos, 2019) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.11 - The Hobo Games
Frankie quer porque quer ganhar aquela competição para escolher o maior vagabundo, o melhor pobretão de Chicago. E ele é um forte candidato, só que na última hora, na competição do trem em movimento, em que o vagabundo tem que pular em um vagão aberto, ele perde o equilibrio e cai. Fim dos sonhos de Frankie. Fim também da paternidade de seus seis novos filhos. Ele aceita 10 mil dólares do ex-marido de sua mulher e cai fora. Nada diferente do que era esperado para Frankie. Já Lip e Fiona entram em guerra. Ela dá bebida para um dos caras que Lip ajuda no AA. A coisa toda pega muito mal. A discussão se torna feia e Lip diz que Fiona deve deixar a casa; Mas como? Ela está desempregada, sem grana, sem nada. O baixo astral é geral. / Shameless 9.11 - The Hobo Games (Estados Unidos, 2019) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.12 - You'll Know the Bottom When You Hit It
Fione vive seu inferno astral. Ela não está apenas desempregada, como também perdida na vida, bebendo muito. Acaba se "associando" com Frankie para vender produtos de necessidade em uma Chicago que sofre um blackout. Esse episódio tem um clima de total falta de esperança para ela, até a cena final quando finalmente decide ir para o AA pela primeira vez. Ela amanhece ao lado de Frankie, numa tremenda ressaca, cheirando a bebida e percebe que chegou a hora de dar a volta por cima. Afinal a Fiona já passou por tanta coisa nessa vida. Por fim vi pela primeira vez Frankie agindo e falando coisas bem importantes. Ele, pelo visto, tem mais consciência de si mesmo do que muita gente pensa. E é justamente por isso que o episódio se chama "Você conhecerá o fundo quando acertá-lo"!. É a mais pura verdade! / Shameless 9.12 - You'll Know the Bottom When You Hit It(Estados Unidos, 2019) Direção: Shari Springer Berman / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy; Emmy Rossum; Jeremy Allen White.
Shameless 9.13 - Lost
O episódio se chama "Perdido". E quem está perdido? Bom, praticamente toda a família Gallagher. Fiona tenta se recuperar da fase de beber demais. Ela tem problemas com a lei. Para escapar da prisão passa a frequentar o AA, ao mesmo tempo em que arranja um emprego qualquer (péssimo por sinal). Só na última cena do episódio é que tudo parece mudar, para melhor! Já Frank acaba indo parar no hospital com uma fratura exposta na perna. Ele clama por drogas pesadas, claro! E a ruivinha Debbie tem uma decepção amorosa. Ela está afim da ex-namorada de seu irmão, tenta dar um beijo nela, mas é rejeitada! Tempos complicados... / Shameless 9.13 - Lost (Estados Unidos, 2018) Direção: Iain B. MacDonald / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Shameless 9.14 - Found
E assim chegamos ao final da temporada. E o que acontece no final da série Shameless? Pelo menos nessa temporada, claro. O acontecimento mais marcante é a partida de Fiona. Ela decide ir embora. Cansou, está farta de tudo, de todas as confusões familiares. Ela visita o irmão na prisão e fala de seus planos de ir embora para longe, para morar em outro lugar. E ele dá todo o apoio para ela. Afinal Fiona praticamente criou aquela família caótica sozinha pois sua mãe tinha problemas com droga e Frank, bem é o Frank! O episódio assim termina em clima de despedida. Eu particularmente gostei de tudo. Será que a atriz Emmy Rossum que interpreta Fiona simplesmente cansou da série após nove temporadas e resolveu dar um tempo, deixando tudo para trás? Isso só veremos mais à frente. / Shameless 9.14 - Found (Estados Unidos, 2019) Direção: John Wells / Roteiro: John Wells / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Jeremy Allen White.
Pablo Aluísio.