quinta-feira, 21 de novembro de 2019

John Wick 3: Parabellum

Eu sou de um tempo em que as cenas de ação serviam como elemento narrativo para os enredos dos filmes. Havia um certo desenvolvimento e durante a história os roteiristas sentiam a necessidade de escrever uma boa cena de ação. Funcionava muito bem assim. Agora, nesses novos tempos, franquias como essa do tal do John Wick invertem a lógica das coisas. Os roteiros agora é que servem para as cenas de ação. Não precisa de muita desculpa para que o protagonista entre em uma série infindável de lutas corporais contra seus oponentes. A linha narrativa só existe para jogar o personagem em uma sucessão de brigas, tiroteios e violência. Enredo? História? Argumento? Coisas dispensáveis. Não quero dizer que esse terceiro filme não tenha seus méritos. Ele tem, justamente na coreografia das cenas de lutas. É tudo muito bem feito e coreografado pelos atores e dublês. Lembram até cenas de balé, porém tirando a suavidade para dar espaço à violência brutal. Se formos juntar os diálogos ditos pelo ator Keanu Reeves durante todo o filme vai dar uma página e meia de texto. Ele não tem mesmo o que falar. Apenas sair na porrada contra todos. E como mata! Provavelmente o Wick mate umas duzentas pessoas durante o filme. Elas não significam nada no final das contas. O espírito é de game. De repente ele entra numa sala e há vinte assassinos tentando matá-lo. Ele nem faz muito esforço. Mata todos em menos de 2 minutos. Esse o ritmo desse filme. Se você gosta, pode se jogar, caso você ache tudo imbecil demais, melhor fugir desse tipo de coisa.

Dois únicos aspectos podem chamar a atenção de quem não está atrás apenas de porradaria. Há uma bonita direção de arte (hoje chamada de design de produção). Todos os cenários, ambientes, onde as lutas acontecem, são extremamente bem produzidos. Fica até aquela impressão no espectador de que é tudo em vão, um desperdício. Outro aspecto é a forma como a organização de assassinos é retratada no filme. Parece uma repertição pública, onde funcionários públicos entediados fazem cotação da cabeça dos que devem ser mortos! É surreal e beira o nonsense. Enfim, esse terceiro filme da franquia - que pelo visto terá mais continuações - apresenta todos os problemas, defeitos e qualidades dos outros filmes, sem tirar e nem colocar nada de novo. Só vai apreciar quem já gosta da proposta desse tipo de produção. Não é bem o meu caso.

John Wick 3: Parabellum (John Wick: Chapter 3 - Parabellum, Estados Unidos, 2019) Direção: Chad Stahelski / Roteiro: Derek Kolstad, Shay Hatten / Elenco: Keanu Reeves, Halle Berry, Ian McShane, Laurence Fishburne, Anjelica Huston, Mark Dacascos / Sinopse: John Wick (Reeves) quebrou as regras da organização de assassinos. Agora vai ter que pagar. Após ser "excomungado" pela organização sua cabeça vai a prêmio. 14 milhões de dólares para quem acabar com sua raça.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Pablo:
    Achei o que o Keanu Reeves estava correndo meio arrastado, travado, parece que está sentindo a idade.
    Acho que eu também estou sentindo a idade, as cenas de ação desse filme me cansam em vez de divertir. Como diz a certa altura um personagem: "tudo isso por causa de um cão?"
    Serge Renine.

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  2. O Keanu Reeves já está com 55 anos de idade!!!
    Acredite, o tempo passa rápido mesmo.
    Assim ele já não encara as cenas mais fortes. Um dublê o substituiu. Não dá para ser tão rápido como antigamente.

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