quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O Inferno Nº 17

Título no Brasil: O Inferno Nº 17
Título Original: Stalag 17
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, Edwin Blum
Elenco: William Holden, Don Taylor, Otto Preminger, Robert Strauss, Harvey Lembeck, Richard Erdman

Sinopse:
Um grupo de militares americanos são feitos prisioneiros em um campo de concentração nazista durante a II Guerra Mundial. Eles fazem vários planos de fuga, mas todos eles são descobertos pelos alemães. Quem seria o traidor que estaria entregando seus próprios companheiros da farda para o inimigo? Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Strauss) e Melhor Direção (Billy Wilder). Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (William Holden).

Comentários:
Billy Wilder foi um dos grandes diretores da história de Hollywood. Disso poucos duvidam. Só que aqui nessa produção ele errou a mão. No enredo temos um grupo de americanos que caíram nas mãos dos alemães durante a guerra. Eles estão alojados no pavimento 17 desse campo. Assim o roteiro vai desenvolvendo as características de cada personagem com muito humor. O humor aliás é o grande problema desse filme. Se Wilder, com essa mesma história, tivesse feito um drama de guerra teríamos em mãos um clássico, sem dúvida. Porém com esse humor rasteiro, muitas vezes pastelão, a coisa toda ficou terrivelmente datada. Some-se a isso o problema básico de inserir cenas cômicas nesse tipo de cenário. Numa das cenas um grupo de prisioneiras russas são levadas para banho e higienização. Ora, a cena lembra demais as fileiras de pessoas que eram conduzidas para a câmera de gás. Seria necessário mesmo tentar arrancar algo engraçado de uma situação dessas, ainda mais poucos anos depois que o mundo descobriu o holocausto? Certamente foi uma bola fora de Wilder, que inclusive tinha origens judaicas! Em termos de elenco temos um grupo de atores bem homogêneo, separados entre os humoristas e os que tentam trazer alguma carga dramática ao filme. Entre eles quem se destaca é o astro William Holden. Ele interpreta esse sargento que tenta com esperteza sobreviver no campo, inclusive fazendo amizade com os guardas nazistas! Por isso todos começam a pensar que ele seria o traidor dos demais americanos. Mas será que ele seria mesmo o culpado? O trabalho de Holden lhe valeu o Oscar de melhor ator daquele ano. Um exagero! Não há nada demais em sua atuação. Aliás o ator fez dezenas de outros trabalhos mais consistentes e interessantes e nunca foi premiado por esses outros filmes! Coisas absurdas que aconteceram na história da Academia. Então é isso. Um filme apenas mediano que curiosamente foi estragado em parte justamente pelo humor fora de hora e inconveniente de Billy Wilder.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Garotas e Mais Garotas

Título no Brasil: Garotas e Mais Garotas
Título Original: Girls! Girls! Girls!
Ano de Produção: 1962
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Norman Taurog
Roteiro: Allan Weiss, Edward Anhalt
Elenco: Elvis Presley, Stella Stevens, Jeremy Slate, Laurel Goodwin, Benson Fong, Robert Strauss

Sinopse:

O sonho de Ross Carpenter (Elvis Presley) é ter seu próprio barco de pesca, onde ele poderá finalmente ter uma renda fixa e segura. A oportunidade surge quando seu ex-patrão resolve colocar algumas embarcações à venda. Ross porém não tem ainda o dinheiro suficiente, que ele espera levantar cantando nos bares e nightclubs locais.

Comentários:
Mais uma comédia romântica musical com Elvis Presley nos anos 60. Esse tipo de filme fazia bastante sucesso e Elvis conseguia não apenas emplacar sucessos de bilhterias como também discos nas paradas musicais, pois nessa época suas trilhas sonoras faziam bastante sucesso. A fórmula era basicamente a mesma: Elvis interpreta um sujeita boa pinta que geralmente era disputado por duas mulheres (uma mais jovem e uma mais velha) enquanto desfilava seus sucessos em cenas de canto e dança. Esse "Girls! Girls! Girls!" foi filmado no mesmo estúdio, com o mesmo diretor e roteirista de "Feitiço Havaiano", o grande sucesso de Elvis nos cinemas. A trilha sonora trazia uma sonoridade mais caribenha, apesar do filme ter sido todo filmado nas ilhas havaianas (em lugares que deram uma bonita fotografia à produção). De quebra ainda trouxe alguns his como "Return to Sender" (que vendeu milhões de cópias de seu single) e o tema principal, um cover do grupo The Drifters. Por fim um detalhe curioso e interessante: esse filme acabou sendo indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Musical do ano. Algo que era até bem raro em termos de filmografia de Elvis Presley. 

Pablo Aluísio.

A Dança dos Vampiros

Quando assisti a esse filme pela primeira vez ainda era um garoto, nos anos 80, quando ele era reprisado com até certa frequência no Supercine da Rede Globo. Claro que na época me diverti bastante. O filme era uma sátira bem construída em cima do mito do Conde Drácula. Na época em que foi produzido o diretor Roman Polanski não conseguiu os direitos autorais da famosa criação de Bram Stoker, então ele criou um vampiro genérico, com todas as características do famoso nobre do livro original. Aqui o vampiro se chama Conde von Krolock. Sua existência real é cercada de mitos e lendas. Para o professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu assistente Alfred (interpretado pelo próprio Roman Polanski) essa criatura da noite se torna justamente o que eles procuravam há tempos. O atrapalhado professor, uma mistura de Van Helsing com Albert Einstein, foi praticamente expulso do meio acadêmico justamente por afirmar que vampiros eram reais e que existiam. Agora ele tem a grande chance de provar sua teoria.

O roteiro é pura cultura pop. Provavelmente esse seja o filme mais diferenciado da filmografia de Roman Polanski pois ele não quis nada com o cinema mais cult e de arte, optando pela pura diversão pipoca. No geral é um terror em tom de comédia, com excelentes sequências de bom humor. O personagem do professor Abronsius é bem caricato e não ficaria deslocado em um filme de Jerry Lewis, por exemplo. O ator que o interpreta, Jack MacGowran, hoje é pouco lembrado (ele faleceu em 1973), mas tinha grande talento e uma longa carreira quando foi contratado por Polanski para atuar nesse filme. Em termos de atuação ele é o destaque absoluto do filme. Além dele destaco no elenco a presença da atriz Sharon Tate. Uma mulher linda que teve um caso com Polanski e que estava esperando um filho dele quando foi brutalmente assassinada pelo bando de psicopatas drogados comandados por Charles Manson dois anos depois que atuou nesse filme. Uma coisa terrível. Enfim, "A Dança dos Vampiros" ainda mantém seu charme nostálgico original, embora deva reconhecer que nessa segunda revisão já não me diverti tanto como na primeira vez que o vi. Provavelmente isso tenha acontecido porque afinal de contas não tenho mais 14 anos de idade.

A Dança dos Vampiros (Dance of the Vampires, Inglaterra, Estados Unidos, 1967) Direção: Roman Polanski / Roteiro: Gérard Brach, Roman Polanski / Elenco: Jack MacGowran, Roman Polanski, Sharon Tate, Ferdy Mayne, Alfie Bass, Terry Downes / Sinopse: Em busca de provas que os vampiros são reais e realmente existem, o professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu assistente Alfred (Polanski) viajam até o leste europeu. Ao chegaram numa pequena vila descobrem que há um castelo na região, onde habita uma figura sinistra chamada Conde von Krolock (Ferdy Mayne). Segunda lendas ele seria um vampiro que sequestra donzelas das pequeninas vilas vizinhas. O tipo ideal para provar a teoria do velho e atrapalhado professor.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei

Na década de 1960 o ator Marlon Brando fez um de seus westerns mais singulares. Era "Sangue em Sonora" onde o astro cavalgava pelas regiões menos acolhedoras do velho oeste. Agora outro bom ator, Ed Harris, resolveu realizar um novo filme baseado no mesmo livro que deu origem ao filme de Brando. Não se pode considerar um remake, mas sim um filme que procura ser mais fiel à obra literária original. O enredo lida com as desilusões de um velho xerife que vendo sua vida passar e a velhice chegar resolve se envolver com uma mulher de má reputação. Acompanhado de um leal ajudante ele tenta trazer algum sentido para sua vida emocional, mesmo que para isso tenha que ser praticamente desmoralizado na cidade onde vive e trabalha. O problema é que a mulher que ele deposita todas as suas fichas também vira alvo de desejo de seu parceiro. Esse western recente foi dirigido pelo ator Ed Harris que prefere contar sua estória de forma cadenciada, sem pressa, tentando apresentar todos os personagens em cena ao espectador para que ele se familiarize com tudo o que acontece ao redor.

Foi justamente essa decisão de realizar um faroeste mais contemplativo que incomodou a alguns fãs de western. O filme tem seu próprio ritmo, menos ágil e menos frenético. O elenco é liderado por um trio muito interessante. O primeiro é o próprio Ed Harris que incorpora perfeitamente as nuances psicológicas de seu personagem. É um homem durão que percebe que seu tempo provavelmente já acabou. Ao seu lado brilha também o talentoso Viggo Mortensen, que passa muito vigor e tensão sexual com a situação vivida por seu papel. Por fim a bela Renee Zellweger, que já havia se dado muito bem no velho oeste com o sucesso de público e crítica "Cold Mountain". Ela novamente está bem carismática em cena mas é forçoso reconhecer que o excesso de botox que ela desfila em cada cena causa um certo desconforto pois obviamente isso seria impossível de acontecer com uma mulher do século XIX. No geral é um bom filme, que pede um pouco de cumplicidade do espectador, em aceitar seu ritmo mais lento e contemplativo. Se você não se incomodar com isso certamente irá se divertir com a proposta de Ed Harris em seu filme.

Appaloosa - Uma Cidade Sem Lei (Appaloosa, Estados Unidos, 2008) Direção: Ed Harris / Roteiro: Ed Harris, Robert Knott / Elenco: Ed Harris, Renée Zellweger, Viggo Mortensen, Jeremy Irons, Lance Henriksen / Sinopse: Dupla é contratada como xerifes numa isolada cidade do velho oeste com problemas de lei e ordem. Ambos porém acabam se apaixonando pela mesma mulher criando muitas tensões entre eles.

Pablo Aluísio. 

A Fuga do Forte Bravo

Título no Brasil: A Fera do Forte Bravo
Título Original: Escape from Fort Bravo
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Sturges
Roteiro: Frank Fenton, Phillip Rock
Elenco: William Holden, Eleanor Parker, John Forsythe
  
Sinopse:
Por ser localizado em uma região distante e isolada, bem no meio do deserto, o Forte Bravo acaba se transformando em uma guarnição militar que ao mesmo tempo funciona como prisão de soldados confederados durante a Guerra Civil Americana. Cabe ao Capitão Roper (William Holden) a missão de capturar eventuais fugitivos, os caçando pelas areias escaldantes do deserto. Dono de um estilo duro e disciplinador, ele logo passa a ser hostilizado pelos prisioneiros. Para Roper porém essa é a menor de suas preocupações, pois o Forte está localizado em território hostil, rodeado por montanhas cheias de indígenas Mescaleros.

Comentários:
O cineasta John Sturges foi um dos grandes mestres do western americano. Aqui ele novamente entrega uma bela obra cinematográfica que certamente não vai decepcionar os fãs do gênero. O enredo do filme se passa no Forte Bravo, um regimento longínquo do exército americano. Cabia a essa divisão a incumbência de enfrentar as tribos selvagens do local, garantindo segurança e domínio sobre aquelas terras distantes. Como é localizado nos confins do oeste o governo americano logo transforma o lugar em uma prisão para rebeldes confederados. Não tarda e as hostilidades logo crescem entre ianques e sulistas. Eles porém precisam enfrentar um inimigo em comum, os Mescaleros, índios conhecidos por seu estilo guerreiro e selvagem. O roteiro se desenvolve assim em três atos básicos, um dentro do Forte Bravo quando Roper retorna de uma missão de captura, o segundo quando prisioneiros fogem para o deserto e finalmente o terceiro, quando Roper e seus homens são encurralados pelos indígenas. O argumento pretende demonstrar que não havia muito sentido na luta entre soldados da União e da Confederação, porque no final das contas todos eles eram americanos. Os Mescaleros acabam funcionando assim como um fator de união entre eles, pois diante de um inimigo comum o que valia mesmo era a luta pela América, por sua nação.

Pablo Aluísio.

Charro!

Título no Brasil: Charro!
Título Original: Charro!
Ano de Produção: 1969
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Pictures
Direção: Charles Marquis Warren
Roteiro: Charles Marquis Warren, Frederick Louis Fox
Elenco: Elvis Presley, Ina Balin, Victor French
  
Sinopse:
Jess Wade (Elvis Presley) é falsamente acusado de ter roubado um canhão das forças revolucionárias mexicanas. Para então limpar seu nome e restabelecer a justiça ele resolve tentar encontrar os verdadeiros culpados, um bando de criminosos e bandoleiros que espalham terror por onde passam. "Charro!" é o último western da filmografia do cantor e ator Elvis Presley (1935 - 1977) que em pouco tempo deixaria Hollywood para se dedicar exclusivamente à sua carreira como cantor em Las Vegas.

Comentários:
Existem filmes que nem deveriam existir. Lamento dizer, mas esse é o caso de Charro! O filme foi claramente uma tentativa de levantar a carreira do cantor Elvis Presley no cinema. Ele que havia começado tão bem em Hollywood na década de 1950, estrelando bons filmes musicais - e alguns clássicos como "Balada Sangrenta" de 1958 - acabou perdendo o rumo na década seguinte. Os estúdios não se interessavam mais com qualidade e assim Elvis foi jogado em fitas comerciais com baixo teor artístico, realizadas em ritmo industrial. Em média três filmes por ano, sem qualquer capricho em termos de roteiro, atuação ou direção. Quando os anos 60 foram chegando ao fim, Elvis e seu empresário tentaram renovar um pouco sua estagnada carreira cinematográfica e "Charro!" foi certamente um dos veículos que foram usados nessa direção. Infelizmente não deu certo. Embora seja um faroeste americano o filme tenta seguir os passos da estética do chamado Western Spaghetti, com ênfase nos filmes italianos de bangue-bangue, como aqueles estrelados por Franco Nero, naquele período desfrutando do auge de sua popularidade. O problema básico era que Elvis Presley não era Franco Nero e nem Charro era Django. Mesmo de barba o grande astro do Rock não consegue convencer em seu papel. A produção mais lembra um telefilme, com orçamento restrito e problemas de ambientação. O roteiro também tem várias falhas, pois foi praticamente escrito no calor das filmagens. Enfim, nem o astro da música precisava de um filme assim em seu currículo e nem o mundo do Western estava precisando de uma cópia americana de filmes italianos de faroeste. Como eu disse, essa é realmente uma produção que não precisava ter existido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Os Profissionais

Título no Brasil: Os Profissionais
Título Original: The Professionals
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Richard Brooks
Roteiro: Frank O'Rourke, Richard Brooks
Elenco: Burt Lancaster, Lee Marvin, Jack Palance, Claudia Cardinale, Robert Ryan
  
Sinopse:
O milionário JW Grant (Ralph Bellamy) resolve contratar o veterano S. Fardan (Lee Marvin) para encontrar sua esposa, Maria (Claudia Cardinale) que foi sequestrada pelo bandido e revolucionário mexicano Jesus Raza (Jack Palance). Fardan assim forma seu grupo, chamando para integrá-lo o especialista em explosivos Johnny Dolworth (Burt Lancaster). Definitivamente não será um trabalho dos mais fáceis, uma vez que Raza conta com um numeroso grupo de bandoleiros ao seu lado, mais de 150 bandidos fortemente armados. Entrar em seu território no México para resgatar a esposa de Grant e sair de lá vivo exigirá muita coragem e bravura por parte de Fardan e seu grupo de bravos homens.

Comentários:
Um dos grandes clássicos do Western americano, "Os Profissionais" foi um grande sucesso de público e crítica. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção, Roteiro e Fotografia e ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Revelação Feminina (Marie Gomez), o filme continua sendo um exemplo perfeito de ação, aventura e roteiro bem escrito. A trama em um primeiro momento pode parecer até simples. O grupo liderado por Lee Marvin é contratado para encontrar a mulher de um figurão americano, um sujeito muito rico que afirma que ela fora sequestrada pelo líder revolucionário e criminoso Raza. A questão é que há algo de errado com toda a história contada por ele, como bem deduz Dolworth (Lancaster). Mesmo assim eles topam o desafio, até porque o milionário lhes oferece dez mil dólares por cabeça caso eles consigam trazer de volta a jovem sã e salva aos Estados Unidos. A partir daí os quatro membros do grupo de Marvin vão até o México enfrentar centenas de bandidos armados até os dentes! 

Improvável o resgate? Bom, com um pouco de inteligência e sabendo jogar bem os dados certos até que não será algo impossível de fazer. Além da excelente direção do veterano cineasta Richard Brooks, esse faroeste conta com um elenco muito bom. Lee Marvin repete seu eterno papel de durão, um sujeito de poucas palavras, mas muito bom naquilo que se propõe a fazer. Ele tem um objetivo a cumprir e nada o fará parar. Burt Lancaster dá vida a um especialista em dinamite, um cowboy que nas horas vagas se dedica a tudo aquilo que mais gosta: jogo de cartas, whisky e mulheres, não necessariamente nessa ordem. Alguns de seus diálogos, cheios de ironias e uma visão cínica da vida, formam um dos melhores aspectos de todo o filme. Jack Palance está ótimo como o bandoleiro Jesus Raza. Com bigodes à la Josef Stálin, o ator encontrou um vilão bem de acordo com sua já tão conhecida personalidade nas telas. Por fim há a beleza de Claudia Cardinale. Provavelmente foi uma das atrizes mais bonitas da história do cinema. Aqui ela precisa desfilar não apenas sua bela estética, mas também convencer na pele de uma mulher que acreditava plenamente em seus próprios ideais. Com tantos pontos a favor não é de se admirar que "The Professionals" seja mesmo um dos melhores faroestes da década de 1960. Simplesmente Imperdível.

Pablo Aluísio.

O Sabre e a Flecha

Título no Brasil: O Sabre e a Flecha
Título Original: Last of the Comanches
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Kenneth Gamet
Elenco: Broderick Crawford, Barbara Hale, Johnny Stewart
  
Sinopse:
Um grupo da cavalaria americana sofre uma emboscada numa cidadezinha do velho oeste. Comandados pelo cacique Nuvem Negra os nativos acabam promovendo uma invasão do lugar, destruindo com tudo e massacrando os soldados. Apenas seis membros da cavalaria sobrevivem e partem rumo ao deserto, em fuga. Sem água e mantimentos acabam encontrando uma diligência. Unidos tentarão sobreviver às duras condições da viagem. O objetivo é encontrar água potável e depois rumar em direção a um forte do exército, mas chegar lá se mostrará um grande desafio, até porque Nuvem Negra e seus guerreiros resolvem perseguir os últimos brancos sobreviventes. 

Comentários:
Bom faroeste que centra seu argumento na luta do homem contra a natureza hostil. Os soldados que conseguem sobreviver a um grande ataque Indígena, acabam fugindo a esmo, sem direção, indo parar no meio de um deserto devastador. Estão praticamente sem esperanças quando encontram uma diligência. Ela se dirige para a mesma cidade que acabou de ser destruída pelos índios comandados por Nuvem Negra - um renegado que se nega a entrar em um acordo de paz com os brancos. A história se passa em 1876, quando a maioria das nações nativas já tinham celebrado acordos de paz com o exército americano. Apenas alguns grupos isolados continuavam a lutar. Assim começa um jogo de sobrevivência envolvendo os militares e os viajantes da diligência: uma irmã de um soldado, um vendedor de whisky e um comerciante. Na dura viagem acabam encontrando ainda outras pessoas, inclusive um fugitivo e um garoto Kiowa, que acaba servindo como ajuda preciosa na busca por fontes de água na desolada região. O filme é curto, com pouco menos de noventa minutos, mas bem escrito. Isso porque não perde tempo com elementos desnecessários, se concentrando mesmo em seu foco narrativo central, que se mostra muito bom e interessante, prendendo de fato a atenção do espectador. Um western americano eficiente e ainda hoje ainda muito atrativo. Vale bastante a pena conhecer. 

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

O Mensageiro da Morte

Título no Brasil: O Mensageiro da Morte
Título Original: The Hangman
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Dudley Nichols, Luke Short
Elenco: Robert Taylor, Tina Louise, Fess Parker
  
Sinopse:
Mackenzie Bovard (Robert Taylor) tem uma forma incomum de ganhar a vida: ele é um caçador de foragidos no velho oeste. Assistente de um delegado federal cabe a Bovard ir em busca de criminosos condenados, fugitivos da lei. Seu alvo agora é um ex-soldado da cavalaria, que jogou fora sua carreira militar ao se envolver com uma quadrilha de renegados. Seguindo pistas, Bovard acaba indo parar numa cidadezinha da Califórnia, onde o suposto fugitivo estaria usando uma identidade falsa, sendo conhecido na região como Johnny Bishop (Jack Lord). Com a ajuda de uma testemunha ele pretende finalmente prender o criminoso.

Comentários:
Bom faroeste dirigido pelo mestre Michael Curtiz, o mesmo diretor de "Casablanca" e tantos outros clássicos da era de ouro do cinema americano. O enredo aqui gira em torno do personagem conhecido como "O Enforcador". Esse apelido lhe foi dado porque invariavelmente todos os criminosos que ele consegue colocar na cadeia acabam sendo enforcados por seus crimes. Veterano e durão, ele não vê maiores problemas em ir atrás de um ex-militar chamado Johnny Butterfield, que agora estaria usando uma identidade falsa numa pequena cidade perdida bem no meio do deserto. Como ele nunca viu o criminoso pessoalmente acaba contando com o apoio da bonita Selah Jennison (Tina Louise) que havia conhecido bem o bandoleiro no passado. O problema é que Johnny aparenta ter um raro talento em fazer amizades, o que torna tudo ainda mais complicado para sua captura, uma vez que praticamente todas as pessoas da cidade resolvem lhe ajudar de alguma maneira, evitando assim que ele seja preso e enforcado. O filme é estrelado pelo galã Robert Taylor, que aqui apresenta uma interpretação bem contida e segura. Seu personagem, um homem da lei frio e muitas vezes rude, acaba caindo de amores justamente pela senhorita Jennison, que supostamente estaria ali para lhe ajudar a prender o criminoso, mas que na verdade, pelas suas costas, o trai, ajudando Johnny a escapar das garras da lei. É um western até curtinho e despretensioso, um dos filmes mais simples e despojados do grande Curtiz, já naquela época enfrentado problemas de saúde que iriam encurtar sua maravilhosa carreira em alguns anos.

Pablo Aluísio.

Hordas Selvagens

Título no Brasil: Hordas Selvagens
Título Original: The Great Sioux Uprising
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Lloyd Bacon
Roteiro: J. Robert Bren, Gladys Atwater
Elenco: Jeff Chandler, Faith Domergue, Lyle Bettger
  
Sinopse:
Jonathan Westgate (Jeff Chandler) é um médico militar que durante a guerra civil americana decide voltar para a vida civil. Assim parte rumo em direção ao oeste selvagem. No caminho acaba indo parar numa pequena cidade que está passando por um momento turbulento. A região é assolada por bandoleiros especializados em roubar cavalos. Por trás de tudo, ao que tudo indica, está um próspero rancheiro. Westgate acaba descobrindo, por mero acaso, toda a verdade após perceber pistas em um cavalo ferido. Isso acaba colocando sua vida em perigo.

Comentários:
Mais um faroeste B da Universal estrelada pelo galã de cabelos grisalhos Jeff Chandler. Assim que li a sinopse original pensei que Chandler retornaria para o papel de índio, algo que não lhe caía muito bem por causa de seus traços nitidamente europeus. Os diretores de elenco, sabe-se lá a razão, sempre viram o ator como um bom nome para interpretar nativos, o que geralmente acabava tornado tudo ridículo. Enchiam Chandler de tinta vermelha e tentavam passar veracidade na tela - claro que quase nunca dava certo! Aqui, para alivio geral, ele finalmente volta a interpretar um homem branco. O roteiro é usual, sem maiores novidades. Existe um triângulo amoroso envolvendo Chandler, uma comerciante de cavalos e o rancheiro, que nas horas vagas tenta roubar cavalos selvagens dos Sioux, causando tensão e conflito por toda a região. Para completar o quadro narrativo existe uma tentativa por parte de um general confederado em recrutar as nações indígenas para lutarem ao lado do sul na guerra civil! Nem preciso dizer que historicamente essa é uma questão bem discutida, já que os confederados estavam na guerra para manter a escravidão negra e se aliar a índios certamente resultaria em uma enorme contradição racial em seus próprios termos! De qualquer maneira esse é um detalhe menor, até porque o filme se revela logo um faroeste na média, que funciona bem como uma diversão ligeira. PS: A partir de hoje as resenhas de filmes de western serão publicadas aqui em nosso blog "Pablo Aluísio". O "Cine Western" foi desativado pois não tenho tempo para me dedicar a vários blogs ao mesmo tempo e todas as resenhas de lá foram devidamente transferidas aqui para nosso acervo. Basta clicar no marcador "Western" para ter acesso a todo o material. Assim vamos em frente, um grande abraço.

Pablo Aluísio.