quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O Inferno Nº 17

Título no Brasil: O Inferno Nº 17
Título Original: Stalag 17
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Billy Wilder, Edwin Blum
Elenco: William Holden, Don Taylor, Otto Preminger, Robert Strauss, Harvey Lembeck, Richard Erdman

Sinopse:
Um grupo de militares americanos são feitos prisioneiros em um campo de concentração nazista durante a II Guerra Mundial. Eles fazem vários planos de fuga, mas todos eles são descobertos pelos alemães. Quem seria o traidor que estaria entregando seus próprios companheiros da farda para o inimigo? Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robert Strauss) e Melhor Direção (Billy Wilder). Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Ator (William Holden).

Comentários:
Billy Wilder foi um dos grandes diretores da história de Hollywood. Disso poucos duvidam. Só que aqui nessa produção ele errou a mão. No enredo temos um grupo de americanos que caíram nas mãos dos alemães durante a guerra. Eles estão alojados no pavimento 17 desse campo. Assim o roteiro vai desenvolvendo as características de cada personagem com muito humor. O humor aliás é o grande problema desse filme. Se Wilder, com essa mesma história, tivesse feito um drama de guerra teríamos em mãos um clássico, sem dúvida. Porém com esse humor rasteiro, muitas vezes pastelão, a coisa toda ficou terrivelmente datada. Some-se a isso o problema básico de inserir cenas cômicas nesse tipo de cenário. Numa das cenas um grupo de prisioneiras russas são levadas para banho e higienização. Ora, a cena lembra demais as fileiras de pessoas que eram conduzidas para a câmera de gás. Seria necessário mesmo tentar arrancar algo engraçado de uma situação dessas, ainda mais poucos anos depois que o mundo descobriu o holocausto? Certamente foi uma bola fora de Wilder, que inclusive tinha origens judaicas! Em termos de elenco temos um grupo de atores bem homogêneo, separados entre os humoristas e os que tentam trazer alguma carga dramática ao filme. Entre eles quem se destaca é o astro William Holden. Ele interpreta esse sargento que tenta com esperteza sobreviver no campo, inclusive fazendo amizade com os guardas nazistas! Por isso todos começam a pensar que ele seria o traidor dos demais americanos. Mas será que ele seria mesmo o culpado? O trabalho de Holden lhe valeu o Oscar de melhor ator daquele ano. Um exagero! Não há nada demais em sua atuação. Aliás o ator fez dezenas de outros trabalhos mais consistentes e interessantes e nunca foi premiado por esses outros filmes! Coisas absurdas que aconteceram na história da Academia. Então é isso. Um filme apenas mediano que curiosamente foi estragado em parte justamente pelo humor fora de hora e inconveniente de Billy Wilder.

Pablo Aluísio.

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