sábado, 27 de maio de 2017
O Ocaso de uma Alma
Título Original: Good Morning, Miss Dove
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Koster
Roteiro: Eleanore Griffin, Frances Gray Patton
Elenco: Jennifer Jones, Robert Stack, Kipp Hamilton, Robert Douglas, Chuck Connors, Peggy Knudsen
Sinopse:
O filme narra a história de Miss Dove (Jennifer Jones). Após a morte de seu pai ela se vê em uma situação bem complicada. O pai deixou muitas dívidas com um banco e ela precisa arranjar um trabalho de qualquer maneira e o mais rapidamente possível! Acaba se tornando professora de uma escola para crianças de sua cidade. Os anos passam e Miss Dove acaba se tornando uma das pessoas mais queridas da comunidade, até que um dia, em plena sala de aula, ela passa mal, indo parar em um hospital.
Comentários:
O grande destaque desse filme é a interpretação inspirada da atriz Jennifer Jones. Ela interpreta uma professora desde a sua juventude até sua velhice, quando é internada às pressas em um hospital. No leito de seu quarto ela começa a perceber como é uma pessoa querida dos moradores daquele lugar. Quase todos são ex-alunos dela, desde o médico que a atende, passando pela enfermeira, indo até um jovem pobre que acabou se tornando um policial. Grande parte das histórias de cada um é contada em flashbacks, enquanto Miss Dove espera pelo resultado de seu exame. O filme é nostálgico, mostrando e valorizando a figura de uma professora que dedicou toda a sua vida ao ensino das crianças. De geração em geração, todos acabam prestando uma homenagem a ela no hospital onde está internada. É um filme bonito, com o roteiro valorizando aspectos importantes na vida de uma mulher que abriu mão de muitas coisas, até de parte de sua vida pessoal, para se dedicar à arte de ensinar. É interessante também por mostrar uma outra visão desse tipo de profissional que hoje em dia anda tão desvalorizado. Nas pequenas cidades dos Estados Unidos dos anos 50 a realidade era bem diferente, tanto em disciplina na sala de aula, como também no prestígio dessa professora única interpretada pela talentosa Jennifer Jones. O filme assim fica mais do que recomendado para os cinéfilos que apreciam o cinema clássico em sua fase mais inspiradora.
Pablo Aluísio.
Tarzan e o Menino da Selva
Título Original: Tarzan and the Jungle Boy
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Gordon
Roteiro: Robert Gordon
Elenco: Mike Henry, Rafer Johnson, Aliza Gur, Steve Bond, Edward Johnson, Ron Gans
Sinopse:
Um jornalista e sua noiva viajam até a África para descobrir o paradeiro de um garoto desaparecido, o filho de um geólogo inglês famoso. Mal sabe o casal que Tarzan (Mike Henry), o Rei da Selva, já encontrou o menino. Ele estava perdido na selva. Agora Tarzan luta para mantê-lo seguro, uma vez que uma tribo nativa quer colocar as mãos nele. Na lei da selva apenas o mais forte conseguirá sobreviver.
Comentários:
Terceiro e último filme do ator Mike Henry no papel de Tarzan, o imortal personagem criado por Edgar Rice Burroughs. Ele havia estreado nos filmes de Tarzan em "Tarzan e o Vale do Ouro" em 1966, sendo seguido de sua continuação "Tarzan e o Grande Rio", um ano depois. Nenhum desses filmes conseguiu ser um grande sucesso de bilheteria. Mesmo sendo bem produzidos, com a marca de qualidade da Paramount Pictures, o fato é que o público parecia um pouco cansado do próprio personagem Tarzan. Era algo previsível pois desde os primeiros filmes com Johnny Weissmuller havia uma certa regularidade de lançamento de filmes com o Rei das Selvas. Assim a fórmula foi se desgastando naturalmente pelo excesso de filmes, ano após ano. Com Mike Henry as coisas não melhoraram muito. Seus três filmes como Tarzan até que são bons, podem ser consideradas aventuras divertidas. O problema é que Mike Henry não tinha muito nome dentro da indústria e ele mesmo não parecia confortável no papel, tendo que arcar com acidentes e problemas durante as filmagens. Em certo momento chegou a ser mordido por um chipanzé, em outro foi atacado por um touro enfurecido. Assim acabou resolvendo deixar Tarzan de lado, encerrando sua participação como o famoso herói dos livros e quadrinhos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 26 de maio de 2017
A Porta de Ouro
Título Original: Hold Back the Dawn
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Mitchell Leisen
Roteiro: Charles Brackett, Billy Wilder
Elenco: Charles Boyer, Olivia de Havilland, Paulette Goddard, Victor Francen, Walter Abel, Rosemary DeCamp
Sinopse:
O playboy franco-romeno Georges Iscovescu (Charles Boyer) decide se mudar para os Estados Unidos. O problema é que como imigrante ele só receberá o Green Card se conseguir se casar com uma americana. E assim ele o faz, se casando com Emmy Brown (Olivia de Havilland). Georges pretende retornar aos braços de sua querida Anita Dixon (Paulette Goddard), também estrangeira na América, mas acaba sendo pego pelo destino ao se apaixonar por Emmy.
Comentários:
Comédia de costumes com toques românticos que acabou se tornando um inesperado grande sucesso de público e crítica. Só para se ter uma ideia da ótima receptividade que esse filme teve na época basta relembrar que ele conseguiu seis indicações ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Olivia de Havilland), Melhor Roteiro Adaptado (Charles Brackett e Billy Wilder), Melhor Fotografia em Preto e Branco (Leo Tover), Melhor Direção de Arte (Hans Dreier e Robert Usher) e Melhor Música (Victor Young). O filme só não venceu o Oscar naquele ano porque realmente havia filmes excepcionais concorrendo. O grande vencedor do prêmio da noite acabou sendo "Como era Verde o meu Vale", o clássico imortal de John Ford. Outro concorrente? "Cidadão Kane"! Era mesmo impossível vencer nessa premiação! De qualquer forma as indicações já foram vitórias diante de tantos concorrentes maravilhosos. Sobre o filme em si não há nada a criticar. O roteiro é bem sofisticado, com situações e diálogos excepcionalmente bem escritos. Billy Wilder, no começo de carreira, já demonstrava todo o seu talento nesse roteiro. O elenco também é acima da média. Além da classe tipicamente francesa de Charles Boyer, havia ainda duas estrelas de cinema que marcaram a história de Hollywood, Olivia de Havilland e Paulette Goddard, ambas bem inspiradas em cena. Assim deixamos a dica desse clássico do humor mais sofisticado e do romantismo mais elegante. Bons tempos que não voltam mais.
Pablo Aluísio.
Horas Intermináveis
Título Original: Fourteen Hours
Ano de Produção: 1951
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: John Paxton, Joel Sayre
Elenco: Paul Douglas, Richard Basehart, Grace Kelly, Debra Paget, Jeffrey Hunter, Barbara Bel Geddes
Sinopse:
A vida não tem mais sentido para Robert Cosick (Richard Basehart). Desesperado por ter perdido tudo, ficando arruinado financeiramente, ele decide subir até o décimo quinto andar de um edifício de Nova Iorque para pular. O policial Charlie Dunnigan (Paul Douglas) é então chamado para atender essa ocorrência e tenta convencer o potencial suicida para que não pule em direção à morte. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Direção de Arte (Lyle R. Wheeler e Leland Fuller). Também indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Filme Americano do Ano.
Comentários:
Um filme noir que acabou sendo conhecido por ser o começo das carreiras de atores jovens (e naquela época ainda desconhecidos), que iriam fazer sucesso em Hollywood nos anos que viriam. O caso mais famoso nesse aspecto foi a da estreia de Grace Kelly no cinema, ainda bastante inexperiente, interpretando uma personagem coadjuvante. Jovem e linda, ainda não se sabia que ela iria se tornar uma das maiores estrelas do cinema americano. Além de Grace o elenco de apoio ainda trazia Jeffrey Hunter, que iria se consagrar interpretando Jesus Cristo no épico "Rei dos Reis" e Debra Paget, que se tornaria famosa ao fazer a namorada do roqueiro Elvis Presley em "Ama-me com Ternura" (o faroeste "Love Me Tender"). Ou seja, poucas vezes se viu um elenco jovem tão promissor como nesse filme. Em termos gerais é um suspense noir que se baseia em uma situação limite que dura intermináveis 14 horas, onde um homem em desespero ameaça se suicidar, pulando do décimo quinto andar de um prédio em Nova Iorque. Enquanto ele ameaça pular ou não, um policial tenta convencê-lo a não fazer isso. A história foi baseada em fatos reais. Durante a grande depressão muitas pessoas perderam tudo na quebra da bolsa de valores de Nova Iorque e se suicidaram. O filme assim romanceia um desses casos que terminou de forma trágica.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Encontro no Inverno
O romance começa muito bem, eles vão até uma antiga casa onde Susan foi criada e lá passam por momentos maravilhosos e românticos. Para Susan, que já estava acostumada com a ideia de que nunca iria encontrar o homem de sua vida, tudo é uma grande surpresa. Porém quando o destino é por demais generoso é hora de se preocupar. E o conto de fadas romântico de Susan acaba se desmanchando no ar quando Novak lhe confessa que deseja se um tornar padre! Esse sempre fora seu sonho, desde os 16 anos de idade e a experiência da guerra reforçou ainda mais seu desejo de se tornar um sacerdote católico! Para Susan é o fim de seus sonhos, como se pode imaginar. O filme "Encontro no Inverno" tem uma boa trama, baseada no romance escrito por Grace Zaring Stone. A ideia de colocar um herói romântico que tem planos de se tornar um padre é bem curiosa e poderia levantar muitas questões interessantes, tanto do ponto de vista social como religioso, porém o filme não vai até esse ponto. Ele apenas se concentra na decepção e desilusão da protagonista que vê sua felicidade desmoronar por causa da escolha daquele que ama. O filme, apesar de tudo isso, é bem sóbrio. Bette Davis, elegante como sempre, interpreta essa mulher inteligente e culta que se vê diante de uma situação de perplexidade. O ator Jim Davis talvez seja a grande decepção em termos de elenco pois o achei sem muito talento para desenvolver na tela as crises existenciais de seu papel. Já John Hoyt era um ator brilhante, que praticamente roubou todas as cenas em que contracenou com Davis. Então é isso. Um bom drama romântico de época mostrando a montanha russa emocional de uma mulher que só queria, no final das contas, ser feliz.
Encontro no Inverno (Winter Meeting, Estados Unidos, 1948) Direção: Bretaigne Windust / Roteiro: Catherine Turney / Elenco: Bette Davis, Janis Paige, Jim Davis, John Hoyt / Sinopse: Susan é uma escritora e poetisa que se apaixona por um herói de guerra da Marinha que apesar dos belos românticos passados ao seu lado tem um velho sonho de se tornar padre, principalmente após ter presenciado todos os horrores da guerra.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de maio de 2017
A Caldeira do Diabo
Viver em uma cidadezinha tranquila dos Estados Unidos naquela época de prosperidade poderia ser o sonho de toda garota como ela, mas isso não significa que Allison também não tenha problemas a enfrentar. Seu pai morreu quando ela tinha apenas 3 anos e sua mãe parece incomodada com sua lembrança. Na verdade Constance tem um segredo em seu passado que prefere não contar para ninguém, nem para sua filha. Afinal ela vive até relativamente muito bem, pois é proprietária de uma loja de roupas femininas na cidade. Definitivamente ela não quer estragar tudo relembrando fantasmas de um passado doloroso. Já a melhor amiga de Allison, a bonita, mas reprimida Selena Cross (Hope Lange), tem menos motivos para ser feliz. Sua padrasto é um homem violento, com problemas de bebida. Abusivo e ofensivo ele não respeita nem a casa de sua família e nem seus próprios parentes. Sua crescente violência verbal e física contra Selena acabará dando origem a um trágico acontecimento, que abalará as colunas daquela sociedade tão organizada e conservadora.
Esse filme tem uma produção requintada e um roteiro primoroso. Como é de certa forma a crônica de uma cidade, com seus habitantes, pequenos dramas e conflitos, o número de personagens desfilando em cena é bem acima da média. O interessante é que todos eles são bem construídos, com extrema valorização de suas personalidades próprias, motivações e frustrações. Eu atribuo essa característica ao fato do roteiro ser uma adaptação de um romance que já tinha toda essa riqueza de detalhes. Embora tenha longa duração (com quase duas horas e meia de projeção) não é um daqueles dramas pesados e cansativos, pelo contrário, você acaba ficando tão envolvido com tudo o que acontece em cena que mal percebe o tempo passar. Grandes filmes são assim.
Outro destaque além do refinamento vem do excelente elenco que é liderado por três grandes atrizes. Lana Turner foi uma das grandes estrelas de seu tempo. Nunca assisti a nenhum filme de Lana que não fosse no mínimo impressionante. Aqui ela interpreta essa mãe que precisa criar bem sua filha adolescente, enquanto decide se vai ou não se entregar novamente ao amor. Hope Lange foi outra atriz que se destacou nesse filme. Sua personagem parece secundário no começo, porém vai crescendo cada vez mais com o passar do tempo. Ela se torna vital na conclusão do enredo. Por fim a jovem Diane Varsi quase rouba todo o filme para si. Ela foi considerada a grande revelação de Hollywood quando o filme foi lançado, mas infelizmente nunca conseguiu se tornar uma grande estrela em sua carreira. Não faz mal. Esse "A Caldeira do Diabo" acabou sendo seu grande legado no cinema. Então é isso. Esse é um daqueles filmes que você não deve perder, principalmente se você é fã de filmes clássicos. Um retrato de uma América que não existe mais, em um momento especialmente delicado da história, com os Estados Unidos prestes a entrar na II Guerra Mundial. Enfim, está mais do que recomendado aos cinéfilos em geral. É uma obra prima do cinema.
A Caldeira do Diabo (Peyton Place, Estados Unidos, 1957) Direção: Mark Robson / Roteiro: John Michael Hayes / Elenco: Lana Turner, Hope Lange, Diane Varsi, Arthur Kennedy / Sinopse: Durante os anos 40 um grupo de jovens, recém saídos do colegial, precisa decidir o que será de suas vidas dali para frente. O que muitos deles não contavam é que uma grande guerra se aproxima no horizonte, algo que mudará suas vidas para sempre. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Atriz (Lana Turner), Melhor Ator (Arthur Kennedy), Melhor Ator Coadjuvante (Russ Tamblyn), Melhor Atriz Coadjuvante (Hope Lange), Melhor Roteiro e Melhor Fotografia (William C. Mellor). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Revelação Feminina (Diane Varsi).
Pablo Aluísio.
O Homem da Meia-Noite
Na gravação ela acabou falando coisas pessoais, algo que poderia ser usado contra o senador que tem planos de concorrer ao cargo de governador de estado. A fita acaba parando nas mãos de uma quadrilha que começa a chantagear o político. A partir daí começa uma trama de suspense onde existem vários suspeitos, mas nenhuma prova conclusiva sobre a autoria do assassinato. Uma peça chave parece ser a própria comissária de condicional de Slade, a bela e perigosa Linda Thorpe (Susan Clark). É de modo em geral um bom filme, valorizado pela boa trama. Burt Lancaster já caminhava para o final de sua carreira, mas sua presença em cena, como sempre, se mostra muito marcante. Seu personagem gosta de dizer a frase "Uma vez tira, sempre tira" para justificar sua luta para desvendar o crime. Embora seja apenas um guarda noturno ele usa de sua experiência para solucionar o caso. Tudo muito interessante. Claro que por ser da década de 70 alguns aspectos do filme estão bem datados. A trilha sonora, o figurino, até mesmo a edição da produção se mostra bem envelhecida, mas tudo isso não consegue tirar o mérito do filme que é, repito, muito bom.
O Homem da Meia-Noite (The Midnight Man, Estados Unidos, 1974) Direção: Burt Lancaster, Roland Kibbee / Roteiro: Burt Lancaster, Roland Kibbee / Elenco: Burt Lancaster, Susan Clark, Cameron Mitchell, Catherine Bach / Sinopse: Ex-policial, trabalhando como guarda noturno em uma universidade, procura desvendar a morte de uma das alunas. O que poderia haver por trás daquele assassinato sem solução?
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de maio de 2017
Dominique
Título no Brasil: Dominique
Título Original: The Singing Nun
Ano de Produção: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Henry Koster
Roteiro: John Furia, Sally Benson
Elenco: Debbie Reynolds, Ricardo Montalban, Greer Garson
Sinopse:
A jovem freira irmã Ann (Debbie Reynolds) é transferida para um novo convento na Bélgica. Ela é uma religiosa diferente. Gosta de tocar violão, anda de lambreta e tem uma voz linda, realmente maravilhosa. Seu talento logo chama a atenção de um produtor de discos que resolve gravar um álbum inteiro gravado apenas com suas interpretações inspiradas. Em pouco tempo ela se torna uma sensação, aparecendo até mesmo em programas de TV de sucesso. Roteiro inspirado em fatos reais. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música (Harry Sukman). Premiado pelo Laurel Awards na categoria de Melhor Musical.
Comentários:
Recentemente os cinéfilos de todo o mundo lamentaram a morte da carismática e graciosa Debbie Reynolds. Não haveria forma melhor de homenageá-la do que assistindo aos filmes menos conhecidos de sua carreira. Uma dessas obras cinematográficas é esse simpático e belo filme chamado "Dominique". O enredo é uma graça, muito leve, suave e bem intencionado. A protagonista é uma freirinha cantora, muito terna e com grande fé em Deus. Ela vai para uma nova ordem, das samaritanas, para trabalhar em uma creche para crianças. Lá todos ficam impressionados com seu grande talento como cantora e após ser descoberta por um produtor musical ela vira um hit nas paradas! Uma ótima oportunidade para a querida Debbie mostrar todo o seu talento musical. Curiosamente o título no Brasil usou o nome de um personagem secundário, um garotinho chamado Dominique, que a irmã ajuda. Com toda a boa fé do mundo ela acaba se aproximando de sua família e descobre que o menino vive em uma família infeliz, com pai alcoólatra, mãe ausente e irmã posando para revistas adultas. Um péssimo ambiente para uma criança.
Assim a religiosa tenta ajudar de todas as formas, mas sempre encontrando muitas barreiras. Dramaticamente porém o filme não vai muito além disso (e não deveria ir mesmo). Isso pela simples razão de que "The Singing Nun" tem vocação para ser um musical ao velho estilo - e não há nada de errado nisso. Em termos de bastidores duas curiosidades: Esse foi o último filme de Debbie Reynolds na Metro após cumprir um longo contrato. Ela estava querendo partir para outros desafios e achou um alívio ficar livre desse contrato. O elenco conta também com o excelente Ricardo Montalban como um padre muito simpática (e esperto) que se torna uma espécie de tutor musical da irmã Ann. Então é isso. O que temos aqui é mais um bom momento da filmografia da atriz Debbie Reynolds em um filme que poucos conhecem atualmente. Após assisti-lo você se convencerá ainda mais do grande talento dessa estrela que o mundo do cinema perdeu.
Pablo Aluísio.
O Monstro da Morgue Sinistra
Título Original: The Flesh and the Fiends
Ano de Produção: 1960
País: Inglaterra
Estúdio: Triad Productions
Direção: John Gilling
Roteiro: John Gilling
Elenco: Peter Cushing, June Laverick, Donald Pleasence, Renee Houston
Sinopse:
Escócia, 1828. Na sombria e sinistra cidade de Edimburgo, um cirurgião renomado, o Dr. Robert Knox (Peter Cushing), começa a comprar corpos humanos para suas pesquisas médicas. Quando dois criminosos são executados, a infame dupla de assassinos em série Burke e Hare, o médico se apressa para comprar seus cadáveres, dando começo a uma série de eventos aterrorizantes.
Comentários:
Clássico do terror e suspense estrelado pelo sempre competente Peter Cushing. O curioso é que tudo o que se vê na tela foi baseado em fatos reais, acontecidos na Escócia, durante o século XIX. O caso ficou famoso porque envolveu a compra de corpos de dois assassinos famosos na época, os sanguinários William Burke e William Hare. O objetivo do anatomista Robert Knox (Cushing) era descobrir se alguma característica física desses homicidas explicava de alguma forma o comportamento criminoso, antissocial e violento deles. Interessante é que não faz muito tempo, assistindo a um documentário sobre a cidade de Edimburgo em um canal a cabo me deparei com a exposição dos corpos desses matadores pois eles ainda hoje são conservados na universidade de medicina do lugar. Claro que o filme não é totalmente fiel aos fatos originais pois é um filme de terror ao velho estilo, mas isso não impede de tornar tudo ainda mais instigante ao espectador. Além disso a simples presença do mestre Peter Cushing já justifica o interesse.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Amar e Morrer
Em busca de respostas ele sai à procura deles e acaba conhecendo a jovem Elizabeth Kruse (Liselotte Pulver). Seu pai foi preso pelos nazistas, acusado de traição e ela vive no limite do possível naquela Alemanha prestes a ser destruída. Por mais improvável que poderia ser, diante de um cenário de grande destruição, acaba nascendo um amor entre eles. O jovem soldado e a garota abandonada à própria sorte se apaixonam e mais do que isso, se casam, antes que a licença de Graeber chegue ao fim. Como o próprio título original deixa claro, há um tempo para amar e há um tempo para morrer. Assim Douglas Sirk constrói seu grande filme de humanização dos soldados alemães. Interessante notar que todos os militares que surgem no desenrolar da trama não apresentam nenhum sinal de doutrinação nazista - algo que era disseminado na época. Ao contrário disso soam até como críticos ou cínicos em relação a tudo o que está acontecendo. Em minha forma de ver essa decisão de mudar a realidade não me pareceu muito convincente. Ficamos com aquela sensação desagradável de que estamos mesmo vendo americanos e ingleses vestidos com uniformes alemães, tentando se passar por tropas do Reich. Essa falta de imersão atrapalha o filme como um todo. Além disso não há como negar que a tão famosa mão pesada de Douglas Sirk também pesa e muito aqui. Ele criou um filme longo, pesado, até arrastado mais do que era necessário. Um pouco mais de leveza e suavidade cairiam muito bem.
Amar e Morrer (A Time to Love and a Time to Die, Estados Unidos, Alemanha Ocidental, 1958) Direção: Douglas Sirk / Roteiro: Orin Jannings, baseado no romance de Erich Maria Remarque / Elenco: John Gavin, Liselotte Pulver, Jock Mahoney / Sinopse: Soldado alemão servindo no front russo da II Grande Guerra Mundial consegue uma licença de 30 dias para retornar à sua cidade natal em busca dos pais idosos. Uma vez lá não os encontra, mas acaba conhecendo uma jovem alemã que se torna o amor de sua vida. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Som (Leslie I. Carey). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Revelação Masculina (John Gavin) e Melhor Filme - Drama.
Pablo Aluísio.