sábado, 5 de novembro de 2016

Caça-Fantasmas

Alguns filmes são simplesmente ruins. Não adianta procurar qualquer tipo de justificativa para tentar levantar sua bola. Esse novo remake, na verdade uma cópia muito mal feita e sem graça do famoso filme dos anos 80 (sem pensar em sua continuação que era igualmente ruim) não convence em nenhum momento. Os defensores dessa nova versão apelaram para o feminismo de colocar quatro atrizes nos papéis principais, ao invés do quarteto de marmanjos do filme original. Um espécie de "empoderamento" das mulheres no cinema. Haja bobagem! O filme é ruim, não importando o fato de ter sido estrelado por quatro atrizes. Ele é simplesmente ruim e fraco. E peca por aspectos surpreendentes, como por exemplo, efeitos especiais ruins (o que não era de se esperar) e uma ridícula direção de arte que tenta em vão capturar o estilo anos 80. Tudo muito, muito fraco, de dar tédio.

Outro aspecto que depõe contra o filme é seu roteiro mal desenvolvido. Era de se esperar que por causa do tal "empoderamento" as personagens femininas fossem minimamente bem exploradas, mostrando aspectos das vidas delas. Mas esqueça. Isso não acontece. Todas as personagens são vazias e sem graça. Assim, no fritar dos ovos, só sobram as meras boas intenções que sinceramente não farão diferença nenhuma quando você se tocar que é um dos piores filmes de 2016. Pior para quem, como eu, foi assistir com a maior boa vontade do mundo e quebrou a cara - além de perder o precioso dinheiro do ingresso. Dizem que remakes são ruins por natureza, pois bem, esse aqui se superou pois é realmente péssimo. Uma tremenda perda de dinheiro, tempo e paciência. Melhor que não fosse sequer produzido.

Caça-Fantasmas (Ghostbusters, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Paul Feig / Roteiro: Katie Dippold, Paul Feig / Elenco: Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon / Sinopse: Grupo de garotas decide formar sua própria equipe de Caça-Fantasmas.

Pablo Aluísio.

Terapia do Prazer

Título no Brasil: Terapia do Prazer
Título Original: Bliss
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Triumph Films, Stewart Pictures
Direção: Lance Young
Roteiro: Lance Young
Elenco: Craig Sheffer, Sheryl Lee, Terence Stamp
  
Sinopse:
Um casal, recentemente casado, decide ir até um analista por causa de problemas sexuais. Ela não consegue chegar ao orgasmo com seu marido. Fazendo uma regressão psicológica o médico descobre que ela na verdade suprimiu um grave trauma psicológico em seu passado. Ao reviver o que tentava esquecer, a esposa começa a ficar novamente interessada em seu marido.

Comentários:
Um thriller erótico chic psicológico que chegou a fazer um relativo sucesso no Brasil, ainda na era do VHS. A intenção é ser ao mesmo tempo excitante e inteligente, fazendo com que seu roteiro desenvolvesse esses dois aspectos na vida da protagonista, uma bela e jovem mulher com problemas sexuais, de origem psicológica. O grande destaque dessa produção em minha visão vem da beleza da atriz Sheryl Lee. Dono de uma beleza marcante, com longos cabelos loiros cacheados, ela nunca conseguiu se tornar uma grande estrela. Lee ficou famosa na TV, por interpretar a misteriosa Laura Palmer na série cultuada "Twin Peaks". Depois conseguiu algum destaque em filmes no cinema como "Os Pervertidos" (que também escreverei aqui no blog), "Vampiros De John Carpenter" e principalmente "Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool" onde interpretava a namorada de um dos Beatles, a artista alemã Astrid Kirchherr. Nesse filme aqui ela usou obviamente seus dotes estéticos para se destacar, mas comercialmente o resultado foi bem morno. Mesmo assim não é um filme ruim, pelo contrário. Em suma, uma boa produção erótica, que não apela e nem é vulgar. Especialmente indicado para casais que estejam vivendo alguma situação parecida. Pode ser um bom caminho para a reconciliação.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Invasão a Londres

Título no Brasil: Invasão a Londres
Título Original: London Has Fallen
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Babak Najafi
Roteiro: Creighton Rothenberger, Katrin Benedikt
Elenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Michael Wildman, Alon Aboutboul, Waleed Zuaiter

Sinopse:
Com a morte do Primeiro Ministro inglês todos os líderes mundiais se reúnem na capital britânica para o seu funeral. O que ninguém poderia esperar acaba acontecendo. Em pouco tempo acontece o maior ataque terrorista da história, com vários atentados ocorrendo em diversas partes da cidade. Agora, caberá ao agente especial Mike Banning (Gerard Butler) salvar a vida do presidente dos Estados Unidos Benjamin Asher (Aaron Eckhart) que passa a ser literalmente caçado pelas ruas de Londres.

Comentários:
Filme de ação produzido pelo próprio ator Gerard Butler. É a tal coisa, tudo bem querer produzir um filme de pura ação, sem muito roteiro ou conteúdo. Na década de 80 tivemos o auge desse tipo de filme. O problema é quando o resultado é tão boboca e estúpido que chega ao ponto de ofender a inteligência do espectador. Fico imaginando a cara de pau desses roteiristas. Não há sequer um aspecto desse roteiro que seja minimamente verossímil. Nada é desenvolvido, tudo é jogado na tela sem mais nem menos. Nenhum personagem parece ser real, mas sim caracteres de vídeo game. Tudo é tão absurdo que logo se torna uma piada involuntária. Imagine praticamente todos os membros dos serviços de segurança da Inglaterra se tornando terroristas da noite para o dia. Os policiais e agentes de segurança abrindo fogo contra os líderes mundiais que deveriam proteger! E tudo isso assim, sem maiores explicações. Eu já assisti muito filme de ação descerebrado em minha vida, mas como esse estou pra ver! Nem Michael Bay em seus piores delírios cinematográficos de pura estupidez pensaria em dirigir algo desse tipo. Outra coisa que incomoda e já falei isso mais de uma vez é a visão extremamente ufanista e babaca que os americanos enxergam seus próprios presidentes. O ator Aaron Eckhart interpreta um presidente super heroico, atlético, honrado, virtuoso, destemido, que chega a passar tédio de tão idiotizado que é. Os americanos definitivamente são muito infantiloides nesse aspecto. O filme é tão sumário e básico que até mesmo um grande ator como Morgan Freeman sai arranhado de uma bobagem sem tamanho como essa. Ele interpreta o vice-presidente que torce para que o presidente saia vivo das ruas de Londres, agora transformada em campo de batalha dos terroristas. Cheguei a sentir pena de Freeman atuando em um abacaxi como esse. Enfim, não adianta listar erros e mais erros dessa fita de ação ruim, pois ficaria horas aqui escrevendo. Tudo o que tenho a dizer é simples: "London Has Fallen" é realmente tão ruim que vai ofender seu bom senso.

Pablo Aluísio.

Asas do Amor

Título no Brasil: Asas do Amor
Título Original: The Wings of the Dove
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Miramax, Renaissance Dove
Direção: Iain Softley
Roteiro: Hossein Amini
Elenco: Helena Bonham Carter, Charlotte Rampling, Elizabeth McGovern, Linus Roache, Alex Jennings, Michael Gambon, Ben Miles
  
Sinopse:
Uma jovem aristocrata inglesa decadente, agora empobrecida, precisa decidir entre viver ao lado de sua tia rica ou se entregar ao amor que sente por um jornalista americano pobretão. Quando ela conhece uma rica herdeira, descobre que pode haver uma terceira alternativa para seu incerto futuro. Filme indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Helena Bonham Carter), Melhor Roteiro Adaptado (Hossein Amini), Melhor Fotografia (Eduardo Serra) e Melhor Figurino (Sandy Powell). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Helena Bonham Carter).

Comentários:
O cinema britânico sempre foi muito mais sofisticado do que o comercial cinema americano. Isso é um fato. Uma exceção na história aconteceu quando a Miramax resolveu apostar em filmes mais elegantes, baseados em grandes obras de literatura. "The Wings of the Dove" é um representante dessa safra mais fina e consistente. O roteiro foi baseado na obra literária do aclamado escritor Henry James. Muitos críticos salientaram, no lançamento desse filme, que uma obra tão tensa e complexa como a de James jamais poderia ser adaptada com sucesso para o cinema. De certa maneira há razão nesse tipo de pensamento, porém não podemos esquecer que dentro dos limites de um longa-metragem (com sua duração limitada, etc) até que esse filme acabou se tornando um dos melhores já feitos nessa linha. Não é por outra razão que conseguiu tantas indicações ao Oscar. No geral é uma história de amor amarga em plena era vitoriana. Certamente é uma produção para um público mais refinado, sofisticado. O interesse vem nas pequenas nuances, os pequenos detalhes. Se você se enquadra nesse seleto tipo de espectador não deixe de assistir. Outro ponto positivo vem do elenco, com excelentes atrizes, tendo como destaque a futura esposa do diretor Tim Burton, a talentosa Helena Bonham Carter. Ela é verdadeiramente a alma desse filme ora romântico, ora amargo. No quadro geral é realmente um excelente filme, dentro de sua proposta.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O Lar das Crianças Peculiares

Título no Brasil: O Lar das Crianças Peculiares
Título Original: Miss Peregrine's Home for Peculiar Children
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Tim Burton
Roteiro: Jane Goldman
Elenco: Eva Green, Asa Butterfield, Samuel L. Jackson, Judi Dench, Rupert Everett, Terence Stamp
  
Sinopse:
Após a morte de seu avô, o jovem Jake (Asa Butterfield) resolve descobrir o que realmente aconteceu. O velho sempre dizia que havia sido criado em um orfanato em Gales onde moravam crianças extraordinárias, peculiares. Durante a II Guerra Mundial ele havia deixado todos para trás, indo servir o exército, mas agora, na velhice, começava a ser perseguido por estranhas criaturas que queriam saber para onde havia ido as crianças peculiares da senhorita Peregrine (Eva Green).

Comentários:
Que Tim Burton há muito tempo anda devendo um bom filme isso todos os cinéfilos sabem. O que eu não sabia era como esse seu novo filme seria tão decepcionante. Não conheço o livro original, porém já vi muitos leitores da obra de Ransom Riggs reclamando muito dessa adaptação de seu livro para o cinema. Segundo eles vários elementos importantes do enredo original ficaram de fora, além de terem alterado o próprio final do livro. Minha visão assim é limitada apenas ao filme em si e posso dizer que esse é bem fraco. Na verdade o filme só funciona mesmo em sua terça parte inicial. Aqui há bons elementos de suspense e mistério que acaba prendendo a atenção do espectador. Depois que tudo é revelado a situação se torna a mais clichê possível, com aquela velha luta dos bonzinhos contra os malvados. Tudo bem que é um filme feito para o público infanto-juvenil, mas sinceramente precisava mesmo Tim Burton ser tão raso? Se o roteiro tem falhas o que mais me irritou mesmo foi o desperdício dos bons atores. Quem conhece Eva Green de outros trabalhos vai ficar totalmente insatisfeito. Sua personagem parece não ter muita personalidade, é fraca e não dá chance para Eva brilhar mais uma vez. Pior é a péssima participação da dama do teatro Judi Dench! Sua atuação e importância dentro do filme é nula, um absurdo! 

E o que dizer do veterano Terence Stamp? Esse ainda tem uma ou outra boa cena, mas é muito pouco! Sobra Samuel L. Jackson como um vilão caricato que solta as famigeradas piadinhas (sem graça, é bom avisar). Já em relação aos principais personagens devo dizer que embora sejam criativos e imaginativos (como convém a uma fábula) nenhum deles me cativou em particular. Alguns são bem esquisitos e estranhos, como dois pequenos gêmeos que se vestem como dois fantasminhas! Outra precisa andar com sapatos de chumbo para não sair voando e uma garotinha tem a força de vários homens. Nenhuma das crianças é muito bem desenvolvida, o que deve ter deixado ainda mais irritado o leitor do livro original. O uso dos recursos das fendas temporais até que é bem interessante, mas presumo que as crianças pequenas não vão entender direito o que se passa. Enfim, se o filme se limitasse apenas ao início de sua trama até que teria alguma qualidade maior a se elogiar. O problema é que ele, apesar de seu visual gótico, é bobo demais para ser levado à sério. Com duas horas de duração facilmente fica cansativo. Enfim, outra bola fora de Tim Burton.

Pablo Aluísio.

Tropas Estelares

Título no Brasil: Tropas Estelares
Título Original: Starship Troopers
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Edward Neumeier
Elenco: Casper Van Dien, Denise Richards, Dina Meyer, Jake Busey, Neil Patrick Harris, Michael Ironside
  
Sinopse:
Para sobreviver a uma invasão alien devastadora, a humanidade se entrega a um governo centralizador, militarista e fascista. A democracia se revela frágil para se lidar com uma situação tão extrema. Assim um grupo de jovens soldados é enviado para enfrentar uma nova remessa de seres alienígenas exóticos em forma de insetos que pretendem destruir todos os seres humanos, para tomar posse dos recursos naturais da Terra.

Comentários:
Em seu lançamento o filme "Starship Troopers" foi acusado de muitas coisas, entre elas a de trazer uma mensagem subliminar nazista e fascista em seu enredo. Bobagem pura, delírios de um mundo politicamente correto e muito do chato. Na verdade essa nunca foi a intenção do roteiro que diga-se de passagem foi baseado no livro escrito por Robert A. Heinlein, um talentoso escritor de Sci-Fi. Vale a pena inclusive conferir outro filme baseado em sua obra chamado "O Predestinado". Pois bem, aqui a real intenção do livro original fica bem explícito desde a primeira cena. O que se procura nesse filme é realmente a pura diversão. E o que seria mais divertido do que assistir militares humanos tentando enfrentar aliens em forma de insetos gigantes? Olhando-se sob esse prisma o filme funciona muito bem. Os efeitos visuais são ótimos, até porque essa foi uma produção bem cara que custou mais de 100 milhões de dólares ao estúdio. O único problema maior que o filme demonstra ter é seu opaco elenco jovem, formado por atores e atrizes bem bonitos, mas dramaticamente nulos e sem expressão. Tanto Casper Van Dien como Denise Richards não convencem em nenhum momento. São bonecos esteticamente interessantes e nada mais. Melhor para os invasores, esses sim, extremamente bem feitos. No final não se admira se você chegar na absurda conclusão que os aliens são mais talentosos que seus inimigos humanos em cena! Enfim, coisas de Hollywood...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Fúria Cannabis

Título no Brasil: Fúria Cannabis
Título Original: The World Made Straight
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreambridge Films
Direção: David Burris
Roteiro: Shane Danielsen
Elenco: Noah Wyle, Jeremy Irvine, Minka Kelly, Adelaide Clemens, Haley Joel Osment, Marcus Hester
  
Sinopse:
Travis (Jeremy Irvine) é um jovem sulista desempregado que resolve roubar maconha nas terras pertencentes a um violento traficante de sua cidade. Ele corta um pequeno arbusto da erva e a leva para vender ao professor Leonard (Noah Wyle). Esse vive da venda de drogas desde que perdeu seu emprego na escola da região. Morando em um trailer, pobre e em dificuldades financeiras, ele procura um novo sentido para sua vida.

Comentários:
O título nacional pode enganar. "Fúria Cannabis" certamente dará a impressão que se trata de um filme com muita violência e ação, tudo se passando no meio da guerra contra as drogas. Não é bem isso. Na verdade o filme aposta mais no drama, mostrando duas pessoas comuns que acabam se envolvendo com o tráfico de maconha por não ter muitas opções. O sul dos Estados Unidos é a região mais atrasada daquela nação. As pequenas cidades não possuem economias robustas e nem parque industrial. Assim os mais jovens, geralmente sem emprego, procuram por algum tipo de trabalho ou renda no que encontram pela frente. O protagonista desse filme é um desses jovens. Trabalhando em um emprego sem futuro, em um mercadinho, ele acaba sendo demitido e fica no limbo. Para piorar não se dá bem com o pai, que é um daqueles caipiras mal encarados. Sem grana e sem perspectivas ele acaba encontrando apoio e amizade em um professor que vive em um trailer vendendo drogas para a matutada local. O sujeito é inteligente, mas foi alvo de um incidente infeliz em seu passado que enterrou sua carreira no mundo acadêmico. O ator Noah Wyle que interpreta esse personagem é uma das boas coisas do filme. Ele tem muito interesse por história e durante uma viagem ao interior acaba descobrindo que os parentes de seu pupilo Travis foram assassinados durante uma chacina ocorrida na Guerra Civil. Do elenco de apoio eu destaco a bela Minka Kelly e a aparição do antigo astro mirim Haley Joel Osment. Pois é, ele cresceu, não é mais uma criança e pouco lembra do garotinho que via almas penadas em "O Sexto Sentido". De forma em geral é um bom drama mostrando o lado mais pobre e sem perspectivas de uma América que parece ter perdido o brilho e o futuro.

Pablo Aluísio.

Morcegos

Título no Brasil: Morcegos
Título Original: Bats
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Destination Films
Direção: Louis Morneau
Roteiro: John Logan
Elenco: Lou Diamond Phillips, Dina Meyer, Bob Gunton, Carlos Jacott, Marcia Dangerfield, George Gerdes
  
Sinopse:
Cientista cria uma nova raça superior de morcegos, bem mais fortes, inteligentes e sanguinários. Após uma série de mortes inexplicáveis em uma pequena cidade do oeste, o xerife local, Emmett Kimsey (Lou Diamond Phillips), começa a investigar o que de fato estaria acontecendo. Ao lado de uma jovem bióloga, a Dra. Sheila Casper (Dina Meyer), ele descobre que o problema pode ser bem mais sério do que todos pensavam.

Comentários:

Que tal assistir a um filme com roteiro que lembra os filmes trash de antigamente, só que acompanhado de uma boa produção? Pois é basicamente essa a proposta desse filme. Bom, não é novidade para ninguém esse tipo de argumento colocando seres humanos versus a natureza. A novidade aqui é trazida por uma boa seleção de efeitos digitais de última geração que recriam as criaturas da noite, os morcegos, com grande realismo. Depois que a computação gráfica entrou de vez no cinema realmente não há mais qualquer limite para se recriar o que se deseja em cena. O elenco é liderado por Lou Diamond Phillips, ator especializado em interpretar personagens chicanos. Todos se lembram ainda de seu trabalho como o roqueiro Ritchie Valens no ótimo drama musical "La Bamba". Pois é, aqui ele dá uma de herói, sem convencer muito, temos que admitir. Mesmo assim, com algumas limitações, até que "Bats" não é ruim. Diverte e nos faz lembrar dos tempos em que o cinema não se levava muito à sério, criando ótimos filmes de monstros, fossem eles reais ou imaginários. Vale a pena conferir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Um Canto de Esperança

Título no Brasil: Um Canto de Esperança
Título Original: Paradise Road
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: David Giles, Martin Meader
Elenco: Glenn Close, Frances McDormand, Pauline Collins, Cate Blanchett, Julianna Margulies, Pamela Rabe
  
Sinopse:
Filme baseado em fatos reais. Durante a II Guerra Mundial um grupo de mulheres americanas e europeias são aprisionadas por tropas japonesas na distante e isolada ilha de Sumatra. Para suportar a prisão - completamente injusta e sem razão de ser - elas usam a música para tornar seus dias menos miseráveis e torturantes. Filme premiado pela  Australian Cinematographers Society e Film Critics Circle of Australia Awards.

Comentários:
A II Guerra Mundial não foi apenas a guerra dos grandes acontecimentos, das grandes batalhas épicas. A guerra destruiu também a vida de milhões de pessoas comuns, que nada tinham a ver com o conflito armado. Um exemplo podemos conferir nesse filme onde várias mulheres são enviadas para uma prisão apenas por causa de suas nacionalidades. Os japoneses as aprisionam sem razão de ser, apenas por serem estrangeiras. As atrocidades japonesas durante a guerra impressionam, na China ocupada, por exemplo, as tropas japonesas promoviam estupros coletivos, massacres e chegavam ao requinte da crueldade de enterrar pessoas vivas, fora a tortura que era algo muito comum no cotidiano daqueles militares. Assim o roteiro dessa produção explora mais um crime de guerra dos japoneses, porém de uma forma mais sutil e com uma certa dose de diplomacia. Penso inclusive que o fato histórico real foi bem mais brutal do que vemos. De qualquer forma o ótimo elenco e a delicadeza de sua mensagem valem qualquer esforço. Um momento da II Guerra Mundial que segue esquecido, infelizmente.

Pablo Aluísio.

O Regresso

Título no Brasil: O Regresso
Título Original: The Revenant
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises
Direção: Alejandro G. Iñárritu
Roteiro: Mark L. Smith, Alejandro G. Iñárritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Domhnall Gleeson, Forrest Goodluck, Paul Anderson
  
Sinopse:
O caçador de peles Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) vê seu grupo ser atacado por nativos selvagens em uma região remota do velho oeste. Eles quase não conseguem sair vivos da brutalidade dos indígenas. Precisando encontrar o caminho de volta para sua base ele acaba sendo atacado de forma violenta por um urso cinzento. Praticamente dado como morto, vira alvo do caçador John Fitzgerald (Tom Hardy) que quer deixá-lo para trás. O instinto de sobrevivência de Glass porém falará muito mais alto. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Fotografia (Emmanuel Lubezki) e Melhor Direção (Alejandro G. Iñárritu). Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Drama (Leonardo DiCaprio) e Melhor Direção - Drama (Alejandro G. Iñárritu).

Comentários:
"O Regresso" é um filme brutal. Não há outra definição. Também traz a interpretação mais visceral da carreira do ator Leonardo DiCaprio. Praticamente não há quase diálogos para declamar, mas apenas a fúria da luta entre o homem e a natureza. O realismo das cenas impactam desde o começo. É curioso como há um contraste muito presente entre a beleza do lugar onde a estória se passa e a brutalidade inerente da natureza humana entre brancos e nativos. O discurso politicamente correto também não resiste em nenhum momento. A velha ladainha do choque de civilizações não encontra eco nessa batalha pela sobrevivência. E por falar em sobreviver a qualquer custo a cena mais lembrada da produção (o ataque do urso selvagem contra Glass) resume muito bem a essência desse roteiro. Nesse mundo primitivo não há espaço para o Éden, mas apenas para a guerra em se manter vivo. "The Revenant" assim se revela uma obra prima. O cineasta mexicano Alejandro G. Iñárritu é certamente o diretor mais promissor de sua geração. Confesso que ele nunca havia me impressionado tanto como agora. Não há qualquer dúvida de que "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" é uma obra prima do cinema, porém com esse novo filme ele alcançou um novo pico em sua filmografia, algo que poucos esperavam. Certa vez o lendário xerife Wyatt Earp foi perguntado sobre o que achava dos filmes de western que estavam sendo lançados no cinema. Ele disse que o velho oeste americano era muito mais brutal do que aquilo que se via nas telas. Provavelmente se tivesse tido a oportunidade de assistir "O Regresso" o velho homem da lei teria se sentido muito mais familiarizado. O filme é isso, um retrato extremamente bem feito de um tempo onde apenas os mais fortes conseguiam sobreviver. É brutal, mas também é maravilhoso em todos os aspectos.

Pablo Aluísio.