quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Uma Noite com o Rei do Rock

Nos anos 1970 um jovem sonha em se tornar uma grande estrela do rock mas sua vida é muito dura para tentar concretizar esse tipo de sonho. Sua mãe passa por uma crise depressiva e ele não tem grana para montar uma grande banda. Quando Elvis Presley chega para cantar em sua cidade ele resolve colocar em prática um plano maluco: raptar o artista para que ele possa cantar para sua mãe pessoalmente! O plano acaba dando certo e Elvis, longe dos shows e do fechado círculo em que vive, começa a tomar gosto novamente pelas coisas simples da vida, voltando nesse processo a ter mais uma vez prazer em cantar e tocar sua velha música. "Uma Noite com o Rei do Rock" é uma típica produção da Touchstone Pictures (o braço de filmes convencionais do grupo Disney na década de 80). Esse estúdio se notabilizou por suas comédias leves, limpas, feitas para a família americana. Aqui o alvo é o cantor Elvis Presley em sua fase Las Vegas. Com roupas brancas (jumpsuits) o cantor se notabilizava - segundo o roteiro do filme - por ter virado um artista quadradão, ultrapassado, que sempre se apresentava para um público envelhecido que o via ainda como um ídolo de sua juventude perdida. Um artista meramente nostálgico e sem relevância para os jovens da época (encarnados pelo garoto que o rapta).

Nesse ponto de vista o filme adota até mesmo uma atitude cruel com o Elvis dos anos 70. Em muitos momentos o jovem fala para o próprio Elvis que ele estava acabado, que só cantava para velhas e coisas do tipo. Em certo momento do filme o garoto critica Elvis dizendo que ele era revolucionário quando jovem mas que agora a rapaziada não mais o ouvia como acontecia no passado. Ele havia virado um ídolo de velhas e solteironas. Ao mesmo tempo o personagem começa a se convencer disso adotando poses e imagens que o fizeram famoso na década de 50. Fica óbvio para quem assiste que o argumento do filme se apoia em algumas bobagens e até mesmo preconceitos. Para os fãs de Elvis, que acompanharam sua carreira, isso certamente vai parecer uma besteira pura e simples. Mesmo assim se não formos analisar tudo de forma tão detalhista (o que é de certa forma o certo já que se trata de uma comédia descartável) até que podemos nos divertir um pouco. Infelizmente os números musicais são desastrosos (o ator que interpreta Elvis passa longe de conseguir repetir a dança do cantor) e as músicas são todas interpretadas por covers de Elvis Presley em algumas versões bem caricatas. No saldo final o que temos aqui é uma comediazinha adolescente que usa Elvis apenas como chamariz de público, muito embora (como sempre aliás) fique longe de ser considerado algo realmente relevante.

Uma Noite Com o Rei Do Rock (Heartbreak Hotel, Estados Unidos, 1988) Direção: Chris Columbus / Roteiro: Chris Columbus / Elenco: David Keith, Tuesday Weld, Charlie Schlatter / Sinopse: Jovem resolve raptar o famoso cantor Elvis Presley e o leva para casa para que ele possa cantar pessoalmente para sua mãe que passa por uma crise depressiva.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Um Príncipe em Nova York

Depois do grande sucesso comercial de "Um Tira da Pesada 2" o ator Eddie Murphy ganhou carta branca do estúdio Paramount. Afinal de contas ele era o astro número 1 do cinema americano na época. Murphy então resolveu apostar nesse "Um Príncipe em Nova York", baseado em seu próprio roteiro, pois lhe daria oportunidade de interpretar vários personagens ao mesmo tempo. Era um velho sonho que ele tinha desde os tempos do SNL. Afinal de contas com o avanço dos efeitos de edição e a primorosa técnica de maquiagem o comediante poderia interpretar qualquer um! Também inovou ao colocar um elenco praticamente todo negro, com nomes que estavam em franca ascensão na época como, por exemplo, Arsenio Hall, que tinha um programa de grande popularidade na TV americana. Além disso chamou um de seus grandes ídolos de infância, o ator James Earl Jones, cuja voz de trovão havia sido usada por George Lucas em "Star Wars" para dublar o vilão Darth Vader. 

Com produção refinada, luxuosa e direção do sempre eficiente e competente John Landis, "Um Príncipe em Nova York" conta em seu roteiro a estorinha do Príncipe Akeem (Eddie Murphy), herdeiro do trono de um distante país africano chamado Zamunda. Ele está em conflito com seu pai, o Rei Jaffe Joffer (James Earl Jones), que deseja que ele se case com uma moça de tradicional família. Sem querer se submeter a um casamento arranjado ele decide ir até a América onde tem a esperança de encontrar, quem sabe, o amor de sua vida. Para isso ele finge ser um pobre estudante africano com a intenção de evitar que sua fortuna e seu status real atraia alguma interesseira. No filme Murphy, como dito, interpreta vários personagens, com maquiagem pesada. Em todos eles (a saber: Clarence, Randy Watson e Saul) se sai muito bem. O problema é que o roteiro não ajuda, o filme é muito meloso para fazer rir realmente. Para Eddie a produção acabou servindo de laboratorio para algo que ele iria usar em filmes futuros, interpretando vários personagens ao mesmo tempo, com resultados bem melhores é bom frisar.

Um Príncipe em Nova York (Coming to America, Estados Unidos, 1988) Direção: John Landis / Roteiro: Eddie Murphy, David Sheffield / Elenco: Eddie Murphy, Arsenio Hall, James Earl Jones / Sinopse: Príncipe africano vai até Nova Iorque para tentar encontrar o amor de sua vida, para isso se faz passar por um jovem estudante pobre.

Pablo Aluísio.

Lágrimas do Sol

O tenente A.K. Waters (Bruce Willis) da equipe de elite Navy SEAL é enviado para uma região de conflito armado, nas selvas da Nigéria, com o objetivo de resgatar a Dra. Lena Fiore (Monica Bellucci) que se recusa a abandonar o local deixando todos os seus pacientes à mercê de uma brutal guerrilha. Sem alternativas o militar então decide fazer algo impensável. Ignorando suas próprias ordens ele decide tentar resgatar todos os setenta refugiados daquela guerra civil violenta. Esse é o tema desse "Lágrimas do Sol" que tenta humanizar a figura do soldado americano, tão mal visto em todas as regiões do mundo afora. Em seu lançamento o filme foi acusado de muitas coisas, como por exemplo, reacionário, imperialista e até mesmo o de ser um prato requentado dos antigos filmes de ação dos anos 80 com seus super soldados ao estilo John Rambo. O diretor negro Antoine Fuqua defendeu sua obra afirmando que no fundo era apenas a tentativa de se contar uma boa história. Não deveria o público assim procurar por qualquer mensagem ideológica no roteiro já que em sua visão "Lágrimas do Sol" era apenas uma boa aventura e nada mais.

Mas será mesmo que um filme sobre militares americanos agindo de forma humana em um país estrangeiro pode ser visto apenas como um simples entretenimento? Depende de cada espectador, o que não se pode negar é que além de mera diversão o filme também funciona sim como uma forma de melhorar a imagem das forças armadas americanas no estrangeiro, meta bem complicada de se atingir uma vez que as inúmeras intervenções militares no exterior minaram muito essa imagem. Já olhando do ponto de vista puramente cinematográfico temos uma produção bem realizada mas que nunca empolga, nunca cria vínculo. A mistura de drama com ação também não funciona muito bem. O personagem de Bruce Willis é bem raso e pouco desenvolvido e suas motivações, que o levam a desobedecer ordens superiores, nunca ficam bem esclarecidas. De bom mesmo apenas a excelente fotografia do filme, uma vez que as cenas de selva foram rodadas no Havaí, com toda a sua beleza natural.

Lágrimas do Sol (Tears of the Sun, Estados Unidos, 2003) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Alex Lasker, Patrick Cirillo / Elenco: Bruce Willis, Cole Hauser, Monica Bellucci / Sinopse: Equipe Navy SEAL é enviada para a Nigéria para resgatar uma médica (Bellucci) que se recusa a ir embora deixando todos os refugiados para trás, pois certamente serão mortos pela guerrilha local. Ignorando ordens um tenente (Willis) decide ajudar a todos.

Pablo Aluisio.

Sexta-Feira 13 - Parte 2

Já que o primeiro filme foi extremamente lucrativo para a Paramount era de se esperar que logo fosse feita uma sequência. Afinal o filme anterior foi extremamente barato e rendeu muito bem nas bilheterias. Menos de um ano depois de seu lançamento as filmagens dessa segunda parte começaram. Novamente o elenco contava com um grupo de jovens desconhecidos do grande público que em última análise só estavam ali mesmo para serem mortos pelo psicopata Jason Voorhees (Warrington Gillette). Por falar em Jason esse é o primeiro filme em que ele surge em cena, matando os desavisados que ousaram ir até Crystal Lake. A direção foi entregue ao novato Steve Miner que nos anos seguintes dirigiria alguns filmes de terror que fizeram grande sucesso no mercado de fitas VHS como por exemplo o terror "A Casa do Espanto" e o cult trash "Warlock - O Demônio". A Paramount, por sua vez, ficou bem satisfeita com o trabalho de Miner aqui, tanto que o escalou para dirigir a parte 3 de "Sexta-Feira 13".

O roteiro desse segundo filme da franquia não traz grandes inovações. Na verdade como bem salientou um famoso crítico do New York Times todos os filmes da série "Sexta-Feira 13" tinham basicamente o mesmo roteiro, só mudando mesmo a forma como Jason matava suas vítimas. Aqui o menu de mortes até que é bem variado. Jason mata com um arame farpado, martelo, lanças e nem um cadeirante escapa do serial killer. É curioso também o fato de que Jason surge com um saco na cabeça, provavelmente por não ter ainda encontrado sua famosa máscara de hóquei que viraria sua marca registrada nos filmes seguintes. O filme custou mais de 1 milhão de dólares e estreou em maio de 1981 com o slogan "A contagem de corpos continua...", se tornando mais uma vez um êxito de bilheteria. Os fãs pelo visto queriam mais e assim poucas semanas após o filme chegar nos cinemas a Paramount se apressou em anunciar a terceira continuação de "Sexta-Feira 13". Mal sabiam eles o que estava por vir...

Sexta-Feira 13 - Parte 2 (Friday the 13th Part 2, Estados Unidos, 1981) Direção: Steve Miner / Roteiro: Ron Kurz, Victor Miller / Elenco: Betsy Palmer, Amy Steel, John Furey, Warrington Gillette / Sinopse: Cinco anos após as mortes do primeiro filme um grupo de jovens se arrisca a invadir novamente o fechado e sinistro acampamento de Crystal Lake. O fato de estarem lá sem convite aborrece o psicopata Jason Voorhees (Warrington Gillette) que resolve promover uma matança em série na região.

Pablo Aluísio.

Adrenalina

Esse foi o filme que transformou definitivamente Jason Statham em um astro dos filmes de ação e violência. O enredo alucinado, as tomadas de cenas histéricas e a aceleração exponencial do enredo acabaram caindo em cheio no gosto do público que estava atrás de algo diferente dos antigos action movies que, repetindo a velha e surrada fórmula dos filmes de ação dos anos 80, precisava mesmo de uma chacoalhada para se renovar. O fato é que sempre existiu e sempre existirá público para produções focadas em muita pancadaria mas de tempos em tempos deve-se arriscar mais, procurando por algum tipo de inovação para que a fórmula não se esgote de vez. Foi justamente isso que essa dupla de diretores buscou ao realizar esse "Adrenalina" que como o próprio nome sugere é de fato uma viagem sem freios na enroscada estória do personagem principal.

Nesse filme Jason Statham interpreta Chev Chelios, mais um assassino profissional (um tipo de papel que lhe caiu muito bem). Obviamente por realizar esse tipo de serviço ele acaba ganhando vários inimigos ao longo da vida e um deles arma uma armadilha ao mesmo tempo fatal e inteligente para ele. Um tipo de mecanismo químico é implantado no organismo de Chev. Sua taxa de adrenalina se torna o estopim de uma substância tóxica que poderá matá-lo caso ela abaixe demais. Assim para sobreviver ele tem que se envolver em situações cada vez mais perigosas pois agindo assim sua taxa de adrenalina ficará alta, o mantendo vivo. Sentiu o drama? Imagine um herói de ação precisando de mais e mais adrenalina, o tempo todo e para isso ele de fato não mede esforços se envolvendo em todo tipo de situação extrema para sobreviver. O ritmo nem preciso dizer é alucinante. A primeira vez que se assiste "Adrenalina" se estranha um pouco seu histerismo sem controle mas depois que se embarca na proposta do filme é só diversão. Se restava alguma dúvida de que o carequinha Jason Statham era de fato o herdeiro dos brutamontes dos anos 80 esse filme veio para esclarecer tudo. Se você gosta de produções nesse estilo então não deixe de conferir.

Adrenalina (Crank, Estados Unidos, 2006) Direção: Mark Neveldine, Brian Taylor / Roteiro: Mark Neveldine, Brian Taylor / Elenco: Jason Statham, Amy Smart, Carlos Sanz / Sinopse: Assassino profissional (Statham) tem que se envolver em muitas situações perigosas para manter sempre sua adrenalina alta, caso contrário morrerá com uma toxina implantada em seu organismo. Em busca de uma solução para sua terrível situação ele decide partir para o acerto de contas definitivo com aqueles que o colocaram nessa armadilha.

Pablo Aluísio.

O Tubarão Fantasma

Quando você pensa que já viu de tudo sobre filmes de tubarão eis que surge mais um exemplar mostrando que não importa o quanto esse tipo de filme esteja saturado, sempre haverá um produtor picareta querendo ganhar mais uns trocados com esses peixes assassinos. A novidade é que agora nem mais precisam estar vivos para matarem suas vítimas, isso mesmo que você leu, em "Ghost Shark" o monstro aquático vem em busca de vingança contra aqueles que o fisgaram e o mataram numa pesca promovida por um bando de caipiras. O fantasma do tubarão volta das profundezas e parte para a vingança, caçando qualquer um que tenha tido envolvimento com sua morte no arpão... Parece piada mas não é! O Tubarão Fantasma é a nova jogada do canal Syfy para chamar a atenção para suas produções mais do que obtusas.

Nem é preciso sem muito inteligente para saber a razão desse filme bem sem noção ter sido produzido. Não faz muito tempo e "Sharknado" virou um hit popular nos EUA. Nunca ouviu falar? Ora, é aquele telefilme trash onde vários tubarões são levados por um tornado para uma cidade azarada do meio oeste americano. De repente o sujeito vai andando pela rua e um tubarão voando pelos ares vem para lhe comer a cabeça. Mais trash que isso impossível não é mesmo? O problema é que o canal Syfy faz muito esforço para ser ruim, o que contraria as regras de todo e bom trash que deve ser ruim naturalmente, fruto apenas da incompetência absoluta de seus realizadores. Quando um filme é feito para chocar propositalmente com sua ruindade perde sua autenticidade, ou melhor dizendo, sua pureza de lixo cinematográfico. rs. Mas enfim, deixe isso tudo de lado e se prepare para uma nova enxurrada de filmes sobre tubarões de todos os tipos, voadores, fantasmas e o diabo a quatro. Durma-se com uma ruindade dessas!

O Tubarão Fantasma (Ghost Shark, Estados Unidos, 2013) Direção: Griff Furst / Roteiro: Eric Forsberg, Griff Furst / Elenco: Mackenzie Rosman, Dave Randolph-Mayhem Davis / Sinopse: Após ser morto numa pesca o fantasma de um tubarão assassino volta para matar todos aqueles que o fisgaram em alto mar.

Pablo Aluísio.

Drácula

Alguns personagens jamais desaparecem, seja do cinema, seja da TV. Uma prova disso é essa nova série do canal NBC que está estreando nos Estados Unidos. "Drácula" procura revitalizar o lendário conde vampiro criado pelo escritor Abraham "Bram" Stoker. Aqui ele surge no século XIX após passar séculos aprisionado em uma cripta escondida. Dois caçadores de tumbas adentram seu repouso e abrem seu caixão. Má ideia. De volta à vida o infame monstro vai até Londres onde começa a se passar por magnata americano. Ao que tudo indica ele busca vingança contra a chamada Ordem do Dragão que o aprisionou no passado. Mesmo decorrido 300 anos a sociedade secreta ainda sobrevive, agora formado por milionários e empresários do Petróleo. Assim Drácula, agora com nova identidade, tenta vender uma nova forma de energia pura, sem fios e perigo. Seu objetivo se torna claro pois o que ele pretende mesmo é arruinar seus antigos algozes no que lhes é mais caro: dinheiro e poder.

Após assistir ao primeiro episódio pude tirar algumas conclusões desse novo Drácula da TV. A primeira diz respeito à boa produção. Direção de arte muito caprichada, que procura usar como fonte de inspiração os antigos filmes do vampiro nos estúdios Hammer. isso fica bem nítido durante uma luta de Drácula contra um inimigo nos telhados de uma Londres escura e sinistra. A cena, para quem conhece bem os filmes da Hammer, está em um dos primeiros filmes de Drácula com Christopher Lee no papel principal. Assim em termos de bom gosto em figurinos, cenários, etc, não há realmente o que reclamar. Também gosto bastante do trabalho do ator Jonathan Rhys Meyers que aprendi a admirar na ótima série "The Tudors" onde ele interpretou magistralmente o Rei Henrique VIII. Mas nem tudo são flores nessa nova adaptação. O principal problema que pude perceber aqui foi realmente o roteiro truncado. Inicialmente Drácula começa bem, sofre uma pequena queda de interesse quando o vemos como um empresário americano e depois melhora um pouco no final quando o seu lado monstro volta a surgir. Com tantas idas e vindas percebi claramente uma irregularidade ao longo da estória mas mesmo assim acredito que passados os primeiros episódios a série pode se tornar acima da média. Afinal de contas todos os elementos parecem estar presentes, só falta mesmo melhorar um pouco o roteiro, dando-lhe um foco mais claro e objetivo, sem tantos sobressaltos. No geral me convenceu a seguir acompanhando. Tem problemas sim mas pelo que vi no primeiro episódio até criei boas expectativas sobre o futuro de Drácula da NBC. É esperar para ver.

Drácula (Dracula, Estados Unidos, 2013) Direção: Andy Goddard, Steve Shill / Roteiro: Cole Haddon, Rebecca Kirsch / Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Robert Bathurst, Miklós Bányai / Sinopse: Drácula (Jonathan Rhys Meyers), um vampiro secular, é trazido de volta ao mundo por um grupo de exploradores. Na Londres do século XIX ele se faz passar por um magnata americano. Seu objetivo é perseguir os membros da Ordem do Dragão que no passado o aprisionaram por séculos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Zumbis e Robôs

Em um futuro próximo um vírus mortal acaba ficando fora de controle, se espalhando rapidamente em uma grande cidade. Por motivo de segurança e para evitar novas contaminações o governo então decide cercar a região, impedindo qualquer pessoa de entrar ou sair do centro do foco da disseminação da nova doença. Os humanos infectados se tornaram zumbis. Para salvar sua filha, um cientista, da equipe responsável pela proliferação do vírus, resolve contratar clandestinamente um militar com larga experiência, o Major Max Gatling (Dolph Lundgren) para entrar na cidade com o objetivo de resgatar sua filha que ficou presa no meio do caos. A jovem Jude (Melanie Zanetti) deve ser resgatada antes que uma operação de limpeza, com uso de bombardeio incendiário, varra do mapa a cidade contaminada. "Battle of the Damned" (literalmente "A Batalha dos Condenados", mas ainda sem título nacional) é o novo filme do brutamontes Dolph Lundgren. Em tempos de sucessos como os filmes "Guerra Mundial Z" e de séries como "Walking Dead" não é nenhuma surpresa que tenhamos um filme como esse chegando ao mercado, obviamente tentando pegar carona na moda das produções sobre zumbis.

A produção é modesta e o filme foi todo rodado nos distantes países asiáticos da Malásia e Cingapura. Existem efeitos digitais usados principalmente para criarem um grupo de robôs assassinos que ajudam o Major a se livrar do apocalipse zumbi mas eles não são nada maravilhosos. O roteiro é simplório, ficando mesmo naquela coisa de mostrar o ator Dolph Lundgren matando zumbis em série, com facas, armas de fogo, marretas, machados e qualquer coisa que lhe apareça nas mãos. A garota que ele vai resgatar é uma adolescente marrenta que vive escondida com um pequeno grupo de humanos não infectados que vivem dentro da cidade. No geral não há realmente nenhuma novidade aqui, a não ser a tentativa de unir ação ao estilo anos 80 com zumbis devoradores de cérebros. Se você acha que essa pode ser uma mistura interessante, arrisque, mas saiba de antemão que não vai encontrar grande coisa!

Zumbis e Robôs (Battle of the Damned, Estados Unidos,, Singapura, 2013) Direção: Christopher Hatton / Roteiro: Christopher Hatton / Elenco: Dolph Lundgren, Melanie Zanetti, Matt Doran, Esteban Cueto / Sinopse: Um cientista contrata de forma clandestina os serviços de um Major (Lundgren) para entrar em uma cidade que está em quarentena por causa de um vírus com a finalidade de resgatar sua filha, uma adolescente.

Pablo Aluísio.

Fé Demais Não Cheira Bem

Jonas Nightengale (Steve Martin) é um pastor protestante que só pensa em se dar bem. Usando a televisão como meio de divulgação de seus cultos o líder religioso só pensa mesmo em uma coisa: aumentar seu rebanho para ganhar muito mas muito dinheiro mesmo. Ele no fundo não está nem aí para religião. O que ele quer mesmo é ficar rico! É um pilantra e ele sabe muito bem disso mas não se importa pois sai vendendo seu "show" pelos Estados Unidos afora até que ao chegar em uma pequena cidadezinha algo realmente assombroso acontece!  "Fé Demais Não Cheira Bem" é uma comédia muito bem escrita que critica muitas vezes de forma nada sutil os chamados pastores eletrônicos, sujeitos espalhafatosos que se tornaram muito populares na TV americana a partir da década de 80. Ávidos por dinheiro, status e riqueza esses novos "animadores de circo da fé" escandalizaram os setores evangélicos mais tradicionais ao mesmo tempo em que ficavam extremamente ricos e poderosos com o dízimo dado por seus fiéis seguidores.

Steve Martin dá show em cena. Ele pula, se contorce, finge estar recebendo o espírito santo, levanta as mãos para o céu em uma encenação das mais divertidas e (pior do que isso) bem parecidas com as dos pastores reais. Martin, um dos nomes mais famosos e reconhecidos do humor americano esclareceu em entrevistas na época do lançamento do filme que aceitou fazer "Fé Demais Não Cheira Bem" para tentar abrir os olhos de certas pessoas, principalmente as mais humildes que viviam principalmente nos Estados sulistas mais pobres da América, sobre a terrível comercialização da fé que estava cada vez mais se expandindo. O diretor Richard Pearce também explicou a proposta do filme dizendo que na realidade não houve muito exagero por parte de Steve Martin como o pastor pilantra do filme porque muitos pregadores evangélicos eram mais exagerados do que ele na vida real. O fato de pular, cair no chão, gemer era praxe no circo televisivo daquela época. E afinal de contas olhando aquilo tudo com uma postura bem racional não havia como não rir de certas situações que eram involuntariamente cômicas e absurdas. Assim se você estiver em busca de uma das melhores interpretações de Steve Martin fica a dica desse "Fé Demais Não Cheira Bem". Assista e se admire com a coincidência do que anda acontecendo aqui no Brasil nos últimos anos.

Fé Demais Não Cheira Bem (Leap of Faith, Estados Unidos, 1992) Direção: Richard Pearce / Roteiro: Janus Cercone / Elenco: Steve Martin, Debra Winger, Lolita Davidovich / Sinopse: Pastor evangélico protestante (Martin) só pensa em fazer fortuna com o dinheiro de seus seguidores até que sua vida muda completamente quando chega em uma pequena cidade do interior dos EUA.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de setembro de 2013

A Negociação

Danny Roman (Samuel L. Jackson) é um policial de Chicago especializado em negociar com sequestradores que coloquem em risco a vida de seus reféns. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ele começa a ser apontado como principal suspeito da morte de seu antigo parceiro. No centro da questão parece haver mesmo uma queima de arquivo pois antes de morrer seu antigo companheiro havia revelado a Danny a existência de um grupo agindo de forma corrupta dentro do departamento com o objetivo de desviar dois milhões de dólares do fundo de pensão da Polícia de Chicago. Pressionado, temendo pela sua própria vida, o policial Danny resolve cometer um ato de desespero. Ele invade o bureau de assuntos internos e faz cinco de seus membros reféns. Para tal também exige um negociador isento, um estranho, pois não confia mais nem em seus colegas de setor. Assim é indicado o tira Chris Sabian (Kevin Spacey) para liderar as negociações. O problema é como negociar com um policial que é justamente especialista nesse tipo de procedimento? Em jogo a vida de todos os envolvidos na tensa e complicada situação.

"A Negociação" é aquele tipo de filme que não teve o reconhecimento devido em seu lançamento. Temos aqui um verdadeiro duelo de interpretações entre um ator muito bom e esforçado, Samuel L. Jackson, e um verdadeiro mestre na arte da interpretação, o sempre excelente Kevin Spacey. Eu me recordo que quando "The Negotiator" chegou nos cinemas houve quem o comparasse com o clássico policial da década de 70, "Um Dia de Cão". De fato há algumas semelhanças pois ambos são filmes que exploram esse tipo de situação limite que envolvem reféns em situações de sequestro de alto risco. A diferença aqui é que tanto o sequestrador como o negociador nomeado pela polícia para tentar resolver pacificamente a situação são treinados pelo departamento, e cada um tenta  impor suas técnicas ao outro. Desse duelo de avanços e recuos é que o argumento se desenvolve. O roteiro foi levemente inspirado em  um fato real ocorrido na década de 80 na cidade de St. Louis. Bem conduzido, escrito e atuado "A Negociação" vale como um bom exemplar dos filmes policiais dos anos 90.

A Negociação (The Negotiator, Estados Unidos, 1998) Direção: F. Gary Gray / Roteiro: James DeMonaco, Kevin Fox / Elenco: Samuel L. Jackson, Kevin Spacey, David Morse / Sinopse: Policial acusado de matar seu parceiro resolve cometer um ato de loucura fazendo cinco reféns em seu departamento para provar sua inocência. Para negociar é enviado um especialista em conduzir situações de risco desse tipo sem que haja violência ou mortos na operação.

Pablo Aluísio.