Outra série que tem me chamado muita atenção nos últimos meses é The Killing. Eu sou fã das produções do canal AMC. Para quem já produz Mad Men, Breaking Bad, Hell On Wheels e outras não poderia haver erro. Por isso comecei a acompanhar The Killing. No começo o clima sórdido, sombrio, fez com que o desenrolar da trama se tornasse pesado, penoso até, mas isso faz parte da característica da série em si. Já conhecemos a feia cidade de Seattle de outros programas como Grey´s Anatomy, Rookie Blue etc, mas nunca a cidade esteve tão realista como aqui. Chove o tempo todo, há um clima de depressão no ar e o espectador é logo encoberto pelo sufocante ar local. Além de escura a cidade é úmida pois é cercada de florestas por todos os lados. Para completar ainda não tem o melhor dos aromas pois é uma cidade portuária - com aqueles portos bem decrépitos, sujos e mal conservados. Não poderia assim haver melhor local para se passar essa estória.
Na trama acompanhamos dois policiais tentando desvendar a morte de uma adolescente que foi encontrada dentro do porta-malas de um carro afundado em um lamaçal local. Após investigações se descobre a identidade da garota. O problema básico é que sua morte parece estar ligada a uma rede de prostituição da cidade cujos serviços são fartamente utilizados por poderosos e políticos influentes da região. Pois é, não é apenas no Brasil que políticos poderosos usam e abusam de redes de prostituição - lá no "puritano" Estados Unidos parece acontecer a mesma coisa. Obviamente como há peixe grande na rede os tiras enfrentarão todos os tipos de problemas para solucionar o assassinato. O elenco é muito interessante. A policial Linden é interpretada pela talentosa Mireille Enos. Ela parece estar sempre com problemas. Além da vida profissional tem que se virar para cuidar de um filho entrando na adolescência sem a ajuda do pai do garoto. É uma realidade estressante ao extremo. Já o outro tira é o oposto dela. Ex-viciado, com jeito de marginal de rua, sua caracterização feita pelo ator Joel Kinnaman é acima da média. Ele inclusive está timidamente entrando também no cinema agora com filmes como o novo Robocop. Enfim, "The Killing" é uma ótima pedida para quem gosta de séries policiais com tramas de mistério envolvendo assassinatos. É viciante porque você sempre vai correr atrás das pistas, o levando a um novo episódio e a outro e a outro... nesse processo a diversão estará garantida. Não deixe de conhecer.
The Killing (The Killing, EUA, 2011 - 2012) Direção: Ed Bianch, Phil Abraham, Phil Abraham / Roteiro: Veena Sud, Søren Sveistrup, Jeremy Doner / Elenco: Mireille Enos, Billy Campbell, Joel Kinnaman / Sinopse: Rosie Larsen (Katie Findlay) é uma adolescente encontrada morta no porta-malas de um carro abandonado. Para descobrir quem a matou os policiais Sarah Linden (Mireille Enos) e Stephen Holder (Joel Kinnaman) são designados pelo Departamento de Polícia. O que encontrarão pelo caminho os levará direto a grandes figurões da cidade de Seattle.
Episódios comentados:
The Killing 3.01 - The Jungle
Uma jovem garota de
apenas 14 anos de idade, que trabalha como prostituta nas ruas de
Seattle, é encontrada morta. O assassinato é extremamente violento, com
requintes de grande crueldade. Imediatamente o detetive Stephen Holder
(Joel Kinnaman) é indicado para solucionar o crime. Ele logo relembra
de um antigo caso que foi investigado por sua ex-parceira, Sarah Linden
(Mireille Enos). O método de execução é o mesmo e o modus operandi do
assassino se mostra semelhante ao que Linden teve que lidar no passado.
A questão porém é que um homem foi acusado dos crimes anteriores e
atualmente se encontra no corredor da morte, mas pelo visto o
verdadeiro serial killer continua à solto. O alvo acaba sendo
basicamente o mesmo: jovens garotas que vagam pelas ruas da grande
cidade. Teria mesmo havido um erro nas investigações de Linden no caso
original? Na outra linha narrativa acompanhamos duas garotas jovens que
passam o dia pelas ruas de Seattle - uma delas consegue uma cama quente
para passar a noite numa instituição religiosa, já a outra que foi
expulsa de casa pela própria mãe (que mais parece uma daquelas mulheres
sem quaisquer valores morais) fica no meio da rua e sem alternativas
acaba entrando em um carro na madrugada para mais um programa. Pode ser o
serial killer agindo novamente. Esse segmento do enredo é muito
interessante porque mostra o outro lado da sociedade americana, onde
existe muita pobreza, miséria e falta de perspectivas, principalmente
pelos mais jovens que muitas vezes ficam desempregados e são colocados à
margem da sociedade. Uma boa amostra para quem acha que a América é a
terra dos sonhos, onde tudo é fácil e simples. Pelo contrário. A
realidade da moçada que vive pelas ruas de Seattle é muito triste.
Jogadas à própria sorte elas tentam sobreviver embaixo do frio e da
chuva. Esse é o primeiro episódio da terceira temporada da premiada e
consagrada série "The Killing". Na primeira e segunda temporadas tive
uma sensação ruim que os roteiristas esticavam ao máximo a trama,
causando um certo cansaço no espectador. De fato havia uma certa
lentidão em desenvolver os personagens e solucionar os mistérios, mesmo
assim nunca deixei a série de lado porque de fato havia um produto de
qualidade ali. Esse certo marasmo era fruto da própria característica
dos escritores, uma maneira de seguir os passos dos programas europeus,
que possuem esse timing diferenciado das séries americanas. O que não
se pode negar é que se trata de mais um bom seriado da AMC, canal
maravilhoso que ultimamente tem chegado a competir até mesmo com a
poderosa HBO. A iniciativa é a mesma: produzir séries que fujam do lugar
comum. / The Killing 3.01 - The Jungle (EUA, 2013) Direção: Ed Bianchi
/ Roteiro: Veena Sud / Elenco: Mireille Enos, Joel Kinnaman, Elias
Koteas.
The Killing 3.02 - That You Fear the Most
Sarah
Linden (Mireille Enos) deixou o seu serviço na polícia de Seattle.
Velhos hábitos porém são complicados de se deixar de lado. Ela acaba se
envolvendo novamente em uma investigação policial. Procurada por seu
antigo parceiro, Stephen Holder (Joel Kinnaman), ela descobre alarmada
que o modos operandi de um serial killer que ela investigou no passado
está de volta. O problema é que há uma pessoa no corredor da morte
acusado justamente daqueles crimes! Assim ela teme ter condenado a
pessoa errada, deixando o verdadeiro psicopata solto. Ela então se
empenha em cumprir uma investigação informal do crime e acaba
descobrindo que, assim como acontecia nos crimes do passado, esse
assassino também é daqueles que levam uma lembrança de suas vítimas, no
caso anéis que ele retira das jovens moças que assassina. Além disso
através dos desenhos de um garoto ela acaba descobrindo uma vala, bem no
meio da floresta, cheia de corpos de jovens garotas! O terror, ao que
tudo indica, está de volta à sua vida! Se você gosta de boas séries
policiais "The Killing" é uma boa pedida. Extremamente bem escrita e
produzida sempre apresenta roteiros instigantes e viciantes. Não deixe
de assistir. / The Killing 3.02 - That You Fear the Most (EUA, 2013)
Direção: Lodge Kerrigan / Roteiro: Veena Sud, Dan Nowak / Elenco:
Mireille Enos, Joel Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.05 - Scared and Running
As
duas primeiras temporadas de "The Killing" exigiram uma certa dose de
paciência, isso porque a trama foi sendo alongada além do necessário em
minha opinião. Nessa terceira temporada a história está fluindo de
maneira muito mais eficiente. O caso policial central envolve o
desaparecimento de uma jovem adolescente, uma garota filha de uma
família completamente desestruturada. Vivendo pelas ruas ao lado de
outros jovens pobres e desamparados como ela, logo se torna alvo de um
pedófilo insano que curte realizar vídeos de pedofilia dentro da pousada
de sua própria mãe, localizada na região mais pobre e miserável de
Seattle. Para piorar esse quadro por si só já tão terrível, muitas delas
foram mortas após participarem dessas fitas. Resta a Linden (Mireille
Enos) e Holder (Joel Kinnaman) tentar encontrar o paradeiro da jovem
antes que ela seja assassinada também. Assim nesse episódio eles
promovem várias buscas, nos bosques, nos arredores, até mesmo dentro de
canos de aquedutos abandonados. No centro de todo o problema parece
estar a própria mãe da menina desaparecida. Uma mulher imatura, que
ficou grávida na adolescência, se tornou mãe solteira e viu de certa
forma sua vida ser destruída aos pedaços. Mal ligando para a filha ela
acabou se envolvendo com homens errados ao longo dos anos. Agora, ao que
tudo indica, ela realmente perdeu o rumo completamente, se envolvendo
emocionalmente com aquele que pode ser justamente o assassino de sua
filha. / The Killing 3.05 - Scared and Running (EUA, 2013) Direção:
Daniel Attias / Roteiro: Veena Sud, Coleman Herbert / Elenco: Mireille
Enos, Joel Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.06 - Eminent Domain
A
série "The Killing" é um caso curioso. As duas primeiras temporadas
esticaram em demasia uma trama que facilmente caberia em apenas uma.
Mesmo assim, exigindo uma dose extra de paciência por parte do
espectador, resolvi seguir em frente, mesmo em que em determinados
momentos tenha mesmo ficado irritado com a falta de um ritmo mais
eficiente no desenrolar dos acontecimentos. Nessa terceira temporada os
roteiristas acertaram na mão. Na verdade a série é muito boa, daquelas
em que você mesmo não estando plenamente satisfeito não abre mão.
Conforme os episódios avançam vamos entendendo a importância do trabalho
do ator Joel Kinnaman dentro do programa. Ele que está começando
também uma boa carreira no cinema (vide os recentes "RoboCop" e "Noite
Sem Fim") acabou se tornando a alma desse seriado. Pois bem, nessa nova
temporada ficamos sabendo que Sarah Linden (Mireille Enos) cometeu um
erro crucial no passado quando indiciou em seu inquérito policial o
suspeito Ray Seward (Peter Sarsgaard) de ter matado a própria esposa.
Levado a julgamento acabou condenado à morte. Os episódios acompanham
sua rotina em direção ao cadafalso, ao mesmo tempo em que mostra sua
resignação em tudo o que lhe foi imputado. Em "Eminent Domain" seu
vizinho de cela no corredor da morte não aguenta mais a pressão de estar
naquele buraco há mais de 3 anos e resolve colocar um fim em tudo, se
matando enforcado com o próprio lençol da cama. Ray assiste a tudo,
impassível. Enquanto isso Linden e Holder (Kinnaman) continuam atrás de
um pedófilo assassino que grava filmes pornôs com menores de idade para
depois os assassinar, jogando seus corpos em uma floresta próxima de
Seattle. Barra pesada. Não houve nenhum acontecimento mais importante
nesse episódio, mas isso não significa que ele seja irrelevante para
quem anda acompanhando essa temporada. Só espero que os roteiristas não
voltem a enrolar como aconteceu nas temporadas passadas. / The Killing
3.06 - Eminent Domain (EUA, 2013) Direção: Keith Gordon / Roteiro:
Veena Sud, David Wiener / Elenco: Mireille Enos, Joel Kinnaman, Elias
Koteas.
The Killing 3.07 - Hope Kills
A
vida não é fácil, principalmente se você é jovem, pobre e lésbica nas
ruas de Seattle. Assim como acontece no Brasil, quando muitos
homossexuais precisam se entregar à prostituição para sobreviver, o
mesmo ocorre nos Estados Unidos. Nessa temporada de "The Killing"
acompanhamos um grupo de garotas que passam os seus dias pelas ruas da
cidade, trocando sexo barato por alguns trocados. Quando várias delas
são mortas brutalmente a dupla de policiais Sarah Linden (Mireille Enos)
e Stephen Holder (Joel Kinnaman) entram no caso para tentar descobrir a
verdadeira identidade do assassino em série. Para sua surpresa as
investigações acabam levando à figura de um renomado pastor protestante
da região, que inclusive trabalha em um abrigo para jovens sem teto.
Pensando bem, não poderia haver melhor lugar para um psicopata desses
trabalhar. Ao lidar com jovens desamparadas ele acaba se tornando o
próprio protótipo do lobo em vestes de ovelha. Para Holder ele se
enquadra perfeitamente no perfil do criminoso pedófilo e assassino.
Insistindo em seguir seus instintos, ele acaba descobrindo no
departamento de polícia que o sujeito definitivamente não é quem diz ser
e o pior de tudo: ele estaria usando uma identidade falsa, de um homem
que teria morrido há 2 anos. Com o cerco fechado não existem maiores
dúvidas sobre sua real intenção. Com uma ficha criminal que o aponta
como indiciado em um desaparecimento de outra jovem no Arizona, o
mistério vai realmente sendo solucionado. Mais um bom episódio de "The
Killing", excelente série policial que se passa na ruas sinistras e
alagadas dessa feia e escura Seattle (pelo visto chove todos os dias sem
parar por lá!). Enfim, se não conhece e não acompanha a série, nunca é
tarde para começar. / The Killing 3.7 - Hope Kills (EUA, 2013)
Direção: Tricia Brock / Roteiro: Veena Sud, Brett Conrad / Elenco:
Mireille Enos, Joel Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.08 - Try
A
agente Sarah Linden (Mireille Enos) cai em uma armadilha. Sem saber
acaba se tornando refém em seu próprio carro. O sequestrador é o pastor
cujas investigações apontam como o responsável pela morte das jovens e
adolescentes que se utilizam do abrigo que ele administra. Um teto
provisório nas noites frias para adolescentes que passam o dia pelas
ruas. Um disfarce perfeito para pedófilos assassinos em geral. Com uma
arma na cabeça, o sujeito manda Linden dirigir, indo para uma região
isolada. Ela então fica planamente convencida que chegara finalmente sua
hora pois provavelmente será morta em um lugar inóspito bem no meio da
floresta. Como último recurso de sobrevivência ela consegue deixar seu
rádio ligado sem que o criminoso perceba, o colocando bem escondido ao
lado de sua cadeira, obviamente com a intenção de chamar a atenção dos
outros policiais que agora começam a sentir sua falta. Para sorte dela
seu parceiro, Stephen Holder (Joel Kinnaman), consegue captar ao ouvir
a transmissão clandestina uma dica preciosa passada por ela, dando a
direção para onde está indo, um antigo píer desativado em Seattle. A
partir daí tudo vira um jogo de gato e rato, onde o mais importante de
tudo é tentar sobreviver. Um excelente episódio, com carga de suspense
na medida certa. Inicialmente, pelo andar da carruagem, você ficará
quase convencido que Linden será mesmo morta! Os roteiristas conseguiram
criar um clima de tensão que permeia toda a trama. Além disso o
desfecho é bem fora do que usualmente se espera, fugindo do lugar comum
em situações como essa! Fora dos padrões e muito bem idealizado. Dessa
terceira temporada é certamente um dos melhores episódios. / The
Killing 3.08 - Try (EUA, 2013) Direção: Lodge Kerrigan / Roteiro: Veena
Sud, Nic Sheff / Elenco: Mireille Enos, Joel Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.09 - Reckoning
Finalmente
depois de vários episódios em busca de um assassino de jovens
adolescentes que vivem pelas ruas de Seattle, os policiais Sarah Linden
(Mireille Enos) e Stephen Holder (Joel Kinnaman) descobrem sua
verdadeira identidade. Aqui surge um aspecto curioso. O verdadeiro
assassino já havia surgido na série como suspeito bem lá atrás, ainda
nos primeiros episódios. Depois os roteiristas colocaram outros
suspeitos no meio de caminho e só agora, na reta final da temporada,
voltaram a ele. Muitos não gostaram muito disso, acusando a série de ter
enrolado durante muito tempo. Na minha forma de ver a situação isso é
de até esperado. Não iriam resolver o caso tão facilmente como se
esperava - até porque se isso acontecesse a temporada teria no máximo
quatro a cinco episódios. Enganando o espectador, o levando a acreditar
em falsas pistas, a coisa rendeu bem mais. O pesar nesse episódio vem
pela morte de Bullet (Bex Taylor-Klaus), uma garota lésbica que serviu
de informante para Holder durante grande parte da temporada. O curioso é
que muita gente pensa que se trata de um ator interpretando uma garota
lésbica, mas na verdade a Bex é realmente uma menina, bonita e tão
talentosa que muita gente boa por aí pensou que era realmente um jovem
rapaz interpretando sua personagem feminina. Pois bem, a morte de Bullet
mexe mesmo com Holder. O cara simplesmente desaba, desabafando sobre
si mesmo. Ele ainda se vê como um doidão viciado em metanfetamina! Para
piorar ele confunde as coisas e tenta de forma bem desastrada beijar
sua própria colega, Linden, que desvia no último segundo, gerando um
enorme constrangimento entre os dois! (não tem jeito, sempre que uma
série mostra dois policiais parceiros em atividade, mais cedo ou mais
tarde a tensão sexual entre eles acaba despertando esse tipo de
situação). Afinal, quem realmente ainda acredita que um homem e uma
mulher que se sentem atraídos um por outro, podem ser apenas bons
amigos? / The Killing 3.09 - Reckoning (EUA, 2013) Direção: Jonathan
Demme / Roteiro: Veena Sud, Dan Nowa / Elenco: Mireille Enos, Joel
Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.10 - Six Minutes
Esse
episódio é todo centrado na execução do personagem Ray Seward (Peter
Sarsgaard, ótimo em cada momento). Ele foi condenado a morrer na forca
após ser condenado pela morte de sua esposa na frente de seu próprio
filho, um garotinho de apenas 10 anos de idade. Sarah Linden (Mireille
Enos) acredita que ele pode ser inocente, uma vez que um anel
pertencente a sua esposa foi encontrado entre os souvenirs das vítimas
de um pedófilo assassino que foi preso (em trama explorada no episódio
anterior). Assim as últimas horas de vida de Ray acabam se transformando
numa verdadeira maratona para Linden. Ela tenta um adiamento com o
Procurador-Geral, tentando de todo jeito evitar que Ray seja pendurado
na corda. Nesse meio tempo ela acaba tendo uma surpresa desagradável ao
encontrar o filho de Ray, que foi lhe fazer a última visita antes de
sua morte. O garoto, em sua inocência, acaba dizendo a Linden que seu
pai estava presente mesmo no momento da morte de sua mãe e que ele
definitivamente nunca foi a pessoa inocente como ela pensa crer. Que
reviravolta! Com essa mudança de visão da realidade, do que realmente
aconteceu, a cabeça de Linden entra em parafuso e ela não consegue mais
saber em que direção deve seguir. Continuar tentando o adiamento da
execução ou deixar ele morrer para que se cumpra enfim a justiça? Dessa
temporada esse é seguramente um dos melhores episódios, não apenas por
mostrar os últimos momentos de um condenado no corredor da morte, mas
também por explorar as várias nuances que a personalidade humana pode
apresentar, ora surgindo como um inocente sendo condenado injustamente à
morte, ora mostrando como para muitos psicopatas é fácil vestir a
vestimenta do coitadismo e do vitimismo. Uma boa aula sobre a
complexidade da alma humana. / The Killing 3.10 - Six Minutes (EUA,
2013) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Veena Sud / Elenco: Mireille
Enos, Joel Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.11 - From Up Here
Eu
costumo dizer que "The Killing" é uma das melhores séries policiais da
TV americana, mas você precisará ter uma dose extra de paciência para
acompanhar. Na verdade muito de seu sucesso se deve ao par de detetives
policiais formado por Sarah Linden (interpretada pela ruiva e
talentosa Mireille Enos) e Stephen Holder (sempre com boas atuações de
Joel Kinnaman, sim ele mesmo, o ator que estrelou o novo remake de
RoboCop). A cada temporada há um novo psicopata a se caçar. A questão é
que os episódios acabam se revelando intrigados ao extremo, com
reviravoltas em torno de reviravoltas. Assim não estranhe se você
passar toda a temporada pensando que o criminoso é um determinado
personagem para no final surgir de dentro da cartola a verdadeira
identidade do assassino, deixando todo mundo surpreso. Foi justamente o
que aconteceu nessa terceira temporada. Esse é o penúltimo episódio da
temporada e só agora os roteiristas resolveram deixar as coisas mais
claras. O curioso é que nos Estados Unidos os dois últimos episódios
foram exibidos em sequência pela canal amc, tal como se fosse um
longa-metragem. Achei muito bom o resultado final. Eu já tinha me
aborrecido bastante com lentidão das duas primeiras temporadas, mas
agora mais calejado aproveito melhor o ritmo bem peculiar de "The
Killing". Paciência é a chave para curtir a série melhor. Além disso é
sempre divertido saber que o verdadeiro serial killer estava ali bem
próximo dos personagens principais, praticamente na escrivaninha ao
lado! Ops, acho que estou revelando demais... assim vou encerrando por
aqui! / The Killing 3.11 - From Up Here (EUA, 2013) Direção: Phil
Abraham / Roteiro: Veena Sud, Eliza Clark / Elenco: Mireille Enos, Joel
Kinnaman, Elias Koteas.
The Killing 3.12 - The Road to Hamelin
Último
episódio da terceira temporada. Nos Estados Unidos foi exibido junto
com o episódio anterior em um especial de duas horas de duração. O texto
a seguir conterá spoiler, então se você vem acompanhando a série e não
deseja saber dados essenciais para o desfecho da trama sugiro que pare
de ler por aqui. Pois bem. Essa temporada se desenvolveu completamente
em cima de investigações para descobrir quem seria o serial killer de
adolescentes, jovens garotas perdidas que viviam pelas ruas de Seattle.
A maioria delas pobres, provenientes de famílias disfuncionais. Nas
ruas elas acabam no ramo da prostituição, mesmo sendo um crime duplo,
primeiro porque a própria prostituição é um ato criminoso naquele estado
e segundo porque todas elas eram menores de idade, o que configuraria
pedofilia. Um submundo horrível em uma das cidades mais desenvolvidas e
prósperas da América. Durante os 12 episódios a suspeita recaiu sobre
diversos personagens, desde pedófilos conhecidos pela polícia, passando
por um condenado no corredor da morte, até um policial do
departamento. De fato Sarah Linden (Mireille Enos) e Stephen Holder
(Joel Kinnaman) estão convencidos no começo do episódio de que o
verdadeiro assassino de adolescentes seria o colega Carl Reddick (Gregg
Henry). Realmente o assassino era um policial, mas a dupla acabou
errando o alvo, suspeitando do tira errado. Durante uma visita na casa
do detetive James Skinner (Elias Koteas, que também interpreta um
policial em outra série, "Chicago PD"), Linden descobre que a filha de
Skinner está usando um anel que pertenceu a uma das vítimas do
psicopata. Ligando as pontas ela finalmente descobre que o verdadeiro
serial killer é Skinner, alguém que esteve ao lado deles o tempo todo.
Uma típica reviravolta de roteiristas mais calejados. Até que achei
interessante o desfecho dessa temporada, ainda mais na cena final
quando Linden e Skinner vão atrás de uma das últimas vítimas do
policial. Eles travam um ótimo diálogo no carro, com Skinner tentando
demonstrar as motivações que o levaram a cometer todos os crimes. O que
se revela nessa cena é uma mente muito, muito doentia. Um desfecho
acima da média para uma série que, apesar de muitas vezes torrar nossa
paciência, sempre manteve um ótimo nível. Agora vamos em frente rumo em
direção para a quarta e última temporada. / The Killing 3.12 - The
Road to Hamelin (EUA, 2013) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Veena
Sud, Dawn Prestwich / Elenco: Mireille Enos, Joel Kinnaman, Elias
Koteas.
Pablo Aluísio.
sábado, 3 de novembro de 2012
Jumper
Alguns filmes recentes só existem por causa dos efeitos digitais. Quanto maior o uso desse tipo de tecnologia melhor. Roteiro? Se torna bem secundário. Com a proliferação de salas de cinemas em shopping centers esse tipo de produção acabou ganhando seu local ideal para exibição. O jovem que vai nesse tipo de multiplex pouco está se lixando para um roteiro melhor trabalhado ou um argumento convincente. Bons diálogos? Nem pensar. Ele quer mesmo é ver efeitos digitais de última geração e nada mais. São pessoas essencialmente visuais, que foram criadas jogando videogames e nem se importam se o texto é bom ou algo que o valha. "Jumper" é isso, pixel puro, nada mais. O personagem principal é um Jumper, um sujeito que consegue pular as barreiras do tempo e espaço. Ele pode estar em Paris pela manhã e "saltando" no tempo espaço pode ir almoçar nas pirâmides do Egito. Que poder é esse? De onde veio? Quais as implicações de algo assim em nosso universo? Aonde foram parar as leis da física? Esqueça qualquer tipo de questionamento sobre isso. Ele pula e pronto. Sentiu a profundidade do filme? Pois é...
O diretor Doug Liman aliás é especialista em filmes vazios. Ele estreou na carreira dirigindo uma bela pérola trash chamada "O Vestibular da Morte" - durma-se com um barulho desses! Depois dirigiu seu maior sucesso até o momento, o filme de ação pela ação "Sr e Sra Smith", novamente sem sinal de roteiro por perto. Aqui ele tenta, junto com o estúdio, transformar o inexpressivo Hayden Christensen em astro. Quem não ligou o nome à pessoa basta recordar da sofrível nova trilogia de Star Wars. Sim, ele fazia o Darth Vader naqueles filmes. Depois disso sua carreira foi se apagando, apagando... Depois do fracasso do fraco "Mistério na Rua 7" (leia resenha no blog "Terror & Ficção - Pablo Aluísio") todos parecem convencidos que o rapaz não leva jeito para a coisa e que é apenas um sortudo da vida que foi escalado por George Lucas, sabe-se lá o porquê, para interpretar um dos personagens mais famosos da cultura pop. Depois disso ele parece seguir os passos desse seu personagem daqui, ou seja, sumir tão rapidamente como apareceu. Os cinéfilos de bom gosto certamente agradecem.
Jumper (Jumper, Estados Unidos, 2008) Direção: Doug Liman / Roteiro: Steven Gould, David S. Goyer, Simon Kinberg, Jim Uhls / Elenco: Hayden Christensen, Samuel L. Jackson, Diane Lane, Jamie Bell, Rachel Bilson, Tom Hulce, Michael Rooker, Kristen Stewart. / Sinopse: Jovem tem o poder de "pular" o tempo e o espaço com grande facilidade. Seus poderes porém lhe trarão grandes problemas.
Pablo Aluísio.
O diretor Doug Liman aliás é especialista em filmes vazios. Ele estreou na carreira dirigindo uma bela pérola trash chamada "O Vestibular da Morte" - durma-se com um barulho desses! Depois dirigiu seu maior sucesso até o momento, o filme de ação pela ação "Sr e Sra Smith", novamente sem sinal de roteiro por perto. Aqui ele tenta, junto com o estúdio, transformar o inexpressivo Hayden Christensen em astro. Quem não ligou o nome à pessoa basta recordar da sofrível nova trilogia de Star Wars. Sim, ele fazia o Darth Vader naqueles filmes. Depois disso sua carreira foi se apagando, apagando... Depois do fracasso do fraco "Mistério na Rua 7" (leia resenha no blog "Terror & Ficção - Pablo Aluísio") todos parecem convencidos que o rapaz não leva jeito para a coisa e que é apenas um sortudo da vida que foi escalado por George Lucas, sabe-se lá o porquê, para interpretar um dos personagens mais famosos da cultura pop. Depois disso ele parece seguir os passos desse seu personagem daqui, ou seja, sumir tão rapidamente como apareceu. Os cinéfilos de bom gosto certamente agradecem.
Jumper (Jumper, Estados Unidos, 2008) Direção: Doug Liman / Roteiro: Steven Gould, David S. Goyer, Simon Kinberg, Jim Uhls / Elenco: Hayden Christensen, Samuel L. Jackson, Diane Lane, Jamie Bell, Rachel Bilson, Tom Hulce, Michael Rooker, Kristen Stewart. / Sinopse: Jovem tem o poder de "pular" o tempo e o espaço com grande facilidade. Seus poderes porém lhe trarão grandes problemas.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Valente
A Disney comprou recentemente a Lucasfilm e com isso se tornou a dona dos direitos autorais da saga Star Wars mas antes disso também havia adquirido um dos gigantes do cinema atual, o estúdio Pixar, de tantos sucessos e filmes inovadores. Esse Valente é um reflexo do domínio completo que a Disney agora exerce sobre a Pixar. Antes as duas empresas se uniam para produção e distribuição das animações da Pixar mas não havia hierarquia entre elas, tanto que viviam em pé de guerra pelo controle criativo. Agora o quadro mudou, a Disney é dona da Pixar e com isso a antiga ousadia do inovador estúdio de animação fundado por Steve Jobs foi para o ralo. Por sete bilhões de dólares a Pixar agora nada mais é do que um braço do poderoso grupo Disney. O reflexo dessa nova relação se vê na tela. Valente é mais um produto Disney do que Pixar para falar a verdade. Não há ironia e nem humor negro, tudo é dentro dos rígidos controles da toda poderosa casa do ratinho Mickey.
É o que chamaria de uma animação quadradinha, onde tudo parece dentro dos padrões morais da Disney. A heroína é uma garota ruiva de longos cabelos encaracolados que se recusa a aceitar se casar com os pretendentes arranjados por seus pais. Para se ver livre de um destino com um homem de quem não gosta, ela acaba recorrendo a uma bruxa que, em troca de uma valiosa jóia, lhe dá um bolinho mágico que segundo ela vai impedir que sua mãe lhe force a casar com um homem que mal conhece. O problema é que ao comer uma pequena fatia do bolo a Rainha, mãe da ruivinha Merida (voz de Kelly Macdonald), acaba se transformando em um grande urso da floresta. Agora ela terá que tentar de tudo para reverter o feitiço. Como a própria mocinha diz em determinado momento do filme "Lendas são lições de vida". Valente assim vai pelo mesmo caminho, ensinando os filhos a ouvirem melhor os conselhos de seus pais. É praticamente um conto de fadas, sem maiores ousadias criativas. A animação obviamente é do mais alto nível mas o produto final deixa um gostinho desconfortável de que a Pixar está devidamente amordaçada e domada. Uma pena. Será que os personagens de George Lucas seguirão pelo mesmo caminho? Só o tempo dirá...
Valente (Brave, Estados Unidos, 2012) Direção: Mark Andrews, Brenda Chapman / Roteiro: Brenda Chapman, Irene Mecchi / Elenco - Vozes: Kelly Macdonald, Emma Thompson, Kevin McKidd, Billy Connolly, Robbie Coltrane, Julie Walters, John Ratzenberger, Craig Ferguson / Sinopse: Princesa não quer se casar com os pretendentes arranjados por seus pais. Em busca de uma saída acaba recebendo de uma bruxa na floresta um bolinho mágico que vai impedir que isso aconteça.
Pablo Aluisio.
É o que chamaria de uma animação quadradinha, onde tudo parece dentro dos padrões morais da Disney. A heroína é uma garota ruiva de longos cabelos encaracolados que se recusa a aceitar se casar com os pretendentes arranjados por seus pais. Para se ver livre de um destino com um homem de quem não gosta, ela acaba recorrendo a uma bruxa que, em troca de uma valiosa jóia, lhe dá um bolinho mágico que segundo ela vai impedir que sua mãe lhe force a casar com um homem que mal conhece. O problema é que ao comer uma pequena fatia do bolo a Rainha, mãe da ruivinha Merida (voz de Kelly Macdonald), acaba se transformando em um grande urso da floresta. Agora ela terá que tentar de tudo para reverter o feitiço. Como a própria mocinha diz em determinado momento do filme "Lendas são lições de vida". Valente assim vai pelo mesmo caminho, ensinando os filhos a ouvirem melhor os conselhos de seus pais. É praticamente um conto de fadas, sem maiores ousadias criativas. A animação obviamente é do mais alto nível mas o produto final deixa um gostinho desconfortável de que a Pixar está devidamente amordaçada e domada. Uma pena. Será que os personagens de George Lucas seguirão pelo mesmo caminho? Só o tempo dirá...
Valente (Brave, Estados Unidos, 2012) Direção: Mark Andrews, Brenda Chapman / Roteiro: Brenda Chapman, Irene Mecchi / Elenco - Vozes: Kelly Macdonald, Emma Thompson, Kevin McKidd, Billy Connolly, Robbie Coltrane, Julie Walters, John Ratzenberger, Craig Ferguson / Sinopse: Princesa não quer se casar com os pretendentes arranjados por seus pais. Em busca de uma saída acaba recebendo de uma bruxa na floresta um bolinho mágico que vai impedir que isso aconteça.
Pablo Aluisio.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Fogo Contra Fogo
Mais um filme com Bruce Willis que não encontra espaço nos cinemas, indo diretamente para o mercado de venda direta ao consumidor. Será que o antigo astro de filmes de ação está acabado definitivamente? Ainda não. O que vem ocorrendo com Willis é que ele vem colocando seu nome para aluguel de produções pequenas que passariam despercebidas sem seu nome no elenco. É um mero chamariz de público. Um exemplo é esse "Fire With Fire". Aqui pelo menos Willis está um pouco menos preguiçoso do que o habitual, trabalhando mais, surgindo em várias cenas, embora seu personagem esteja longe de ser o principal da trama. Ele interpreta um policial obcecado por prender um criminoso cruel e sociopata que matou seu parceiro anos atrás. A grande chance acontece quando um bombeiro testemunha um crime numa loja de conveniências. O assassino é justamente o mesmo do ex parceiro do personagem de Willis. A partir daí a produção cai no clichê de sempre. O assassino vai tentar matar a testemunha e Bruce Willis com a ajuda do FBI vai tentar manter ele vivo até o julgamento no tribunal. A reviravolta acontece quando o bombeiro cansado daquele jogo de gato e rato resolve se armar ele mesmo para ir atrás de seus algozes. Encarnando Charles Bronson de "Desejo de Matar" ele sai liquidando um por um os membros da gangue de criminosos.
Nem precisa dizer que é justamente por isso que o filme decai tanto. O tema é batido e o ator que interpreta o bombeiro, Josh Duhamel, é fraco e sem jeito para bancar o herói de filmes de ação. Seu maior sucesso até aqui foi com a franquia Transformers. Obviamente o estúdio está tentando transformá-lo em um novo herói de ação mas até agora não convenceu muito. Como se não bastasse ainda temos que agüentar o rapper 50 Cent fazendo uma pequena participação. Ele definitivamente deveria retornar para sua carreira musical porque como ator ele é realmente sofrível, péssimo. Outra presença que chama a atenção é a do ator Julian McMahon que interpretava o egocêntrico cirurgião Christian Troy de Nip / Tuck, aqui interpretando um assassino profissional. Sua entrada em cena é responsável pelas melhores sequências do filme, como a do tiroteio no meio de um estacionamento. Fora isso nada de mais digno de nota. A cena final usa a abusa de efeitos digitais recriando fogo mas sem grande impacto. "Fire With Fire" é um ponto menor, quase obscuro, da carreira de Bruce Willis. Sua grande vantagem é ser curtinho, sem firulas, indo direto ao ponto. Infelizmente se rende a muitos clichês ao longo de sua duração mas pode ser encarado como um divertimento ligeiro caso não haja nada melhor para assistir.
Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, Estados Unidos, 2012) Direção: David Barrett / Roteiro: Lowell Cauffiel, Tom O'Connor / Elenco: Josh Duhamel, Rosario Dawson, Bruce Willis, Julian McMahon, Vincent D'Onofrio, Vinnie Jones, Richard Schiff, 50 Cent / Sinopse: Bombeiro testemunha um assassinato, para garantir que sobreviva até o julgamento um grupo de policiais o colocam no serviço de proteção às testemunhas, o que acaba não garantindo sua integridade física. Sem opção ele então resolve ir atrás dos criminosos para um acerto de contas definitivo.
Pablo Aluísio.
Nem precisa dizer que é justamente por isso que o filme decai tanto. O tema é batido e o ator que interpreta o bombeiro, Josh Duhamel, é fraco e sem jeito para bancar o herói de filmes de ação. Seu maior sucesso até aqui foi com a franquia Transformers. Obviamente o estúdio está tentando transformá-lo em um novo herói de ação mas até agora não convenceu muito. Como se não bastasse ainda temos que agüentar o rapper 50 Cent fazendo uma pequena participação. Ele definitivamente deveria retornar para sua carreira musical porque como ator ele é realmente sofrível, péssimo. Outra presença que chama a atenção é a do ator Julian McMahon que interpretava o egocêntrico cirurgião Christian Troy de Nip / Tuck, aqui interpretando um assassino profissional. Sua entrada em cena é responsável pelas melhores sequências do filme, como a do tiroteio no meio de um estacionamento. Fora isso nada de mais digno de nota. A cena final usa a abusa de efeitos digitais recriando fogo mas sem grande impacto. "Fire With Fire" é um ponto menor, quase obscuro, da carreira de Bruce Willis. Sua grande vantagem é ser curtinho, sem firulas, indo direto ao ponto. Infelizmente se rende a muitos clichês ao longo de sua duração mas pode ser encarado como um divertimento ligeiro caso não haja nada melhor para assistir.
Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, Estados Unidos, 2012) Direção: David Barrett / Roteiro: Lowell Cauffiel, Tom O'Connor / Elenco: Josh Duhamel, Rosario Dawson, Bruce Willis, Julian McMahon, Vincent D'Onofrio, Vinnie Jones, Richard Schiff, 50 Cent / Sinopse: Bombeiro testemunha um assassinato, para garantir que sobreviva até o julgamento um grupo de policiais o colocam no serviço de proteção às testemunhas, o que acaba não garantindo sua integridade física. Sem opção ele então resolve ir atrás dos criminosos para um acerto de contas definitivo.
Pablo Aluísio.
Excision
Um filme surpreendente. Assim eu poderia definir adequadamente essa produção de complicada classificação. No enredo acompanhamos a vida da adolescente Pauline (AnnaLynne McCord); Ela tem uma família modelo, sua mãe Phyllis (Traci Lords) quer que sua filha entre para uma boa escola onde aprenderá a se comportar como uma verdadeira dama da sociedade. O problema é que Pauline não se enquadra, ela é completamente fora dos padrões. Seu comportamento bizarro chama a atenção. Ela recolhe animais mortos na rua e os coloca em sua bolsa, marca com um garoto da escola para que ele lhe tire a virgindade e o pior é que delírios com sangue são recorrentes em sua mente. Vivendo em constante estado que denota doença mental ela vai piorando cada vez mais. O problema de sua irmã mais jovem que sofre de uma grave doença nos pulmões não ajuda em nada. Pauline tem sonhos de um dia se tornar uma grande médica, cirurgiã de sucesso mas não tem qualquer sinal de equilíbrio mental para isso. O roteiro, muito inteligente, coloca o espectador dentro da mente perturbada de Pauline. Seus sonhos e delírios são um dos grandes atrativos do filme.
O elenco dessa produção é um grande destaque. AnnaLynne McCord está perfeita como a perturbada adolescente. Magra, despenteada, com cara e jeito de sociopata, a atriz se entrega ao seu personagem e o resultado é realmente de chamar atenção. Mais curiosa é a boa atuação de Traci Lords como sua mãe. A antiga diva pornô dos anos 80 está muito bem caracterizada no papel de uma mãe muito dominadora que quer impor sua visão e sua vontade para sua filha estranha. Lords demonstra muita desenvoltura em cena e surpreende mesmo o espectador. Grande trabalho. Por fim outra curiosidade que merece menção: a presença no elenco de um dos cineastas mais transgressores do cinema americano, John Waters! Aqui ele interpreta um pastor religioso que não sabe mais como agir na presença da bizarra adolescente. Além de Traci Lords e John Waters, ambos em grande forma, o filme ainda traz no elenco de apoio a atriz surda premiada com o Oscar, Marlee Matlin, e o sempre marcante Malcolm McDowell como um professor que tem que aturar Pauline em sala de aula. Em suma, Excision é uma pequena obra prima, um filme muito instigante que vai deixar muita gente de queixo caído. Seu final é um dos mais marcantes e perturbadores que vi ultimamente. Excision é estranho, bizarro, perturbador e muito bom! Está mais do que recomendado.
Excision (Excision, Estados Unidos, 2012) Direção: Richard Bates Jr./ Roteiro: Richard Bates Jr. / Elenco: AnnaLynne McCord, Traci Lords, Ariel Winter, Roger Bart, John Waters, Malcolm McDowell, Marlee Matlin, Ray Wise / Sinopse: Adolescente muito estranha não consegue se encaixar nem na escola, nem nas amizades e nem em casa com a família. Dona de um comportamento estranho e bizarro ela tem que lidar com os problemas típicos de sua idade. Sem tratamento psicológico adequado porém ela aos poucos vai perdendo a noção da realidade do mundo ao seu redor.
Pablo Aluísio.
O elenco dessa produção é um grande destaque. AnnaLynne McCord está perfeita como a perturbada adolescente. Magra, despenteada, com cara e jeito de sociopata, a atriz se entrega ao seu personagem e o resultado é realmente de chamar atenção. Mais curiosa é a boa atuação de Traci Lords como sua mãe. A antiga diva pornô dos anos 80 está muito bem caracterizada no papel de uma mãe muito dominadora que quer impor sua visão e sua vontade para sua filha estranha. Lords demonstra muita desenvoltura em cena e surpreende mesmo o espectador. Grande trabalho. Por fim outra curiosidade que merece menção: a presença no elenco de um dos cineastas mais transgressores do cinema americano, John Waters! Aqui ele interpreta um pastor religioso que não sabe mais como agir na presença da bizarra adolescente. Além de Traci Lords e John Waters, ambos em grande forma, o filme ainda traz no elenco de apoio a atriz surda premiada com o Oscar, Marlee Matlin, e o sempre marcante Malcolm McDowell como um professor que tem que aturar Pauline em sala de aula. Em suma, Excision é uma pequena obra prima, um filme muito instigante que vai deixar muita gente de queixo caído. Seu final é um dos mais marcantes e perturbadores que vi ultimamente. Excision é estranho, bizarro, perturbador e muito bom! Está mais do que recomendado.
Excision (Excision, Estados Unidos, 2012) Direção: Richard Bates Jr./ Roteiro: Richard Bates Jr. / Elenco: AnnaLynne McCord, Traci Lords, Ariel Winter, Roger Bart, John Waters, Malcolm McDowell, Marlee Matlin, Ray Wise / Sinopse: Adolescente muito estranha não consegue se encaixar nem na escola, nem nas amizades e nem em casa com a família. Dona de um comportamento estranho e bizarro ela tem que lidar com os problemas típicos de sua idade. Sem tratamento psicológico adequado porém ela aos poucos vai perdendo a noção da realidade do mundo ao seu redor.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Batman
Será que ainda havia espaço para os heróis em quadrinhos no cinema? Tentando responder a essa pergunta a Warner iniciou no final da década de 1980 a mais ousada e cara adaptação de um personagem de gibis até então. O escolhido foi o cavaleiro das trevas, Batman, da DC Comics. Claro que o personagem já tinha surgido nas telas antes mas aquelas estavam longe de serem produções classe A. Na verdade eram meros episódios de seriados na décadas de 50 ou então telefilmes adaptados ao cinema como o Batman super colorido da TV americana da década de 1960 com Adam West vestindo o uniforme do personagem. Todos sabiam que não seria uma adaptação fácil. O diretor escolhido, Tim Burton, tampouco agradou aos fãs. Ele tinha um estilo muito próprio, com direção de arte muito personalizada. Corria-se o risco de descaracterizar o famoso herói. Outro problema seria a escolha do ator para viver Batman. Os mais consagrados não queriam vestir a capa e os mais desconhecidos não tinham força suficiente nas bilheterias a ponto da Warner investir neles. O pior aconteceu quando o nome de Michael Keaton foi anunciado! Ele era basicamente um comediante de filmes engraçadinhos, meio careca e nada condizente com o perfil de Batman. Era uma escolha improvável e inadequada para praticamente todos os fãs. A situação melhorou um pouco logo depois quando Jack Nicholson aceitou viver o vilão Coringa. Era o que faltava ao filme, um grande ator, de enorme prestígio, para dar credibilidade à produção. Para ele seria mais do que interessante interpretar um personagem tão pop como aquele naquela altura de sua carreira! Nicholson arriscou de certa forma seu prestigio de ator dramático ao fazer um personagem de cartoon, mas para isso foi muito bem recompensado ganhando milhões em cima de uma porcentagem nas bilheterias estipulada em seu contrato. Sua atuação é muito fiel aos quadrinhos, diria até cartunesca, o que não deixa de ser conveniente para o personagem.
Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.
Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.
Pablo Aluísio.
Como todos sabem Tim Burton sempre deixa sua assinatura impressa em seus filmes. O lado mais característico de seus filmes surge justamente na direção de arte, sempre inspirada e muito particular. A Gotham City que surge em cena é soturna, pessimista, sombria. Em certos aspectos procura de forma proposital imitar os próprios quadrinhos pois nada foi criado para o filme para aparentar realidade ou um ambiente real. Pelo contrário, a estética é obviamente inspirada na arte original da DC Comics Quando chegou aos cinemas a bilheteria foi fenomenal, a curiosidade era imensa e Batman mostrava que tinha forças de atrair grandes multidões aos cinemas. A Warner também investiu pesado no licenciamento de produtos o que fez as lojas receberem uma enxurrada de mercadorias com a marca do personagem. Eram brinquedos, cadernos, álbuns de figurinhas, revistas, roupas, tênis e tudo mais que se possa imaginar. A receita multiplicou, mostrando a força do marketing agressivo que seria usada em produções posteriores. Visto hoje em dia o filme envelheceu um pouco e não pode ser comparado aos filmes de Christopher Nolan que são muito superiores, mesmo assim deve-se reconhecer que Batman 1989 é um marco nesse tipo de produção. Um filme que deu origem a toda essa moda de adaptações de quadrinhos que persiste até os dias de hoje.
Batman (Batman, Estados Unidos, 1989) Direção: Tim Burton / Roteiro: Sam Hamm, Tom Mankiewicz, Lorenzo Semple Jr., Warren Skaaren / Elenco: Jack Nicholson, Michael Keaton, Kim Basinger, Pat Hingle, Billy Dee Williams, Jack Palance, Robert Wuhl, Michael Gough, Lee Wallace, Tracey Walter, Wayne Michaels, Bruce McGuire / Sinopse: Após presenciar a morte de seus pais o jovem milionário Bruce Wayne (Michael Keaton) resolve combater o crime nas ruas de sua cidade, Gotham City.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Abraham Lincoln Caçador de Vampiros
A primeira impressão que tive ao tomar conhecimento da existência desse filme foi de hilaridade. Afinal a idéia era nitidamente absurda e nonsense, unir uma figura histórica como Abraham Lincoln com a mitologia dos vampiros. De fato poucas coisas soam tão bizarras como essa. Imediatamente me lembrei também de um antigo filme trash que tinha a mesma base de argumento chamado "Jesus Cristo Caçador de Vampiros". Como se pode ver a idéia não era tão original assim. Obviamente para evitar problemas religiosos se trocou Jesus por Lincoln e mudou-se a tônica do filme. Se o anterior era um lixo completo, um filme classe Z sem nenhuma importância, que se apoiava apenas no humor da situação absurda, essa é uma produção classe A, com o melhor que o cinema americano pode oferecer em termos técnicos. São dois filmes que partem do mesmo tipo de idéia sem sentido mas que são diametralmente opostos em seus resultados. "Abraham Lincoln Caçador de Vampiros" se leva muito à sério também. Não há lugar para piadinhas e nonsense, pelo contrário, o espectador é levado para um universo de realismo fantástico onde todos os personagens se levam completamente à sério, sem qualquer ironia ou humor presentes. Essa tônica de seriedade acaba contribuindo muito para seu resultado final que temos que reconhecer é muito bom, desde que você tenha consciência que esse é um produto pop para ser consumido como puro e simples entretenimento.
Como a moda dos vampiros não parece passar agora a mesclaram com a biografia de um dos mais queridos presidentes americanos da história, Abraham Lincoln (1809 - 1865). Ele se tornou um dos mais amados líderes daquele país porque conseguiu manter a União intacta. Foi durante seu governo que explodiu a guerra civil americana onde estados do sul lutaram para se separar da federação. Também é muito lembrado por ter sido o presidente que libertou os escravos de forma definitiva. Esse é o Lincoln da história, um homem de origens humildes, filho de pobres trabalhadores rurais analfabetos, que persistiu e lutou em sua vida para aprender a ler e estudar, se tornado depois advogado e político bem sucedido. Já no filme o que temos é o uso de passagens da biografia de Lincoln misturadas com a mitologia vampiresca. A morte de sua mãe e de seu pequeno filho quando era presidente, são fatos históricos, mas no roteiro são atribuídas ao ataque de vampiros. Sua habilidade com machados, fruto de seu passado camponês, também é um fato histórico, mas aqui é usado para atacar seres da noite. O espectador deve se deixar levar pela diversão pura e simples e nesse aspecto o filme se torna muito interessante. Há ótimas cenas de aventura e ação como a perseguição no meio de uma manada de cavalos em disparada ou a luta em cima de um trem de carga em movimento. O filme tem o dedo de Tim Burton na produção e isso se nota bem durante seu desenvolvimento. No final das contas é uma película divertida, movimentada e bem produzida. Embora o roteiro se leve bem à sério o espectador não deve levar o filme com seriedade, pelo contrário, tudo deve ser encarado como um grande filme pipoca. Agindo assim certamente você vai se divertir.
Abraham Lincoln Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln: Vampire Hunter, Estados Unidos, 2012) Direção: Timur Bekmambetov / Roteiro: Seth Grahame-Smith, Simon Kinberg / Elenco: Dominic Cooper, Mary Elizabeth Winstead, Alan Tudyk, Rufus Sewell,
Benjamin Walker, Anthony Mackie, Jimmi Simpson, Laura Cayouette, Robin
McLeavy, Jaqueline Fleming, Erin Wasson / Sinopse: Após ver sua mãe ser morta por vampiros o jovem Abraham Lincoln decide se tornar um verdadeiro caçador de vampiros. Enquanto estuda para se tornar um advogado ele vai enfrentando os seres da noite em combate épicos. Sua vontade é encontrar e matar de uma vez por todas os responsáveis pela morte de sua querida mãe.
Pablo Aluísio.
Como a moda dos vampiros não parece passar agora a mesclaram com a biografia de um dos mais queridos presidentes americanos da história, Abraham Lincoln (1809 - 1865). Ele se tornou um dos mais amados líderes daquele país porque conseguiu manter a União intacta. Foi durante seu governo que explodiu a guerra civil americana onde estados do sul lutaram para se separar da federação. Também é muito lembrado por ter sido o presidente que libertou os escravos de forma definitiva. Esse é o Lincoln da história, um homem de origens humildes, filho de pobres trabalhadores rurais analfabetos, que persistiu e lutou em sua vida para aprender a ler e estudar, se tornado depois advogado e político bem sucedido. Já no filme o que temos é o uso de passagens da biografia de Lincoln misturadas com a mitologia vampiresca. A morte de sua mãe e de seu pequeno filho quando era presidente, são fatos históricos, mas no roteiro são atribuídas ao ataque de vampiros. Sua habilidade com machados, fruto de seu passado camponês, também é um fato histórico, mas aqui é usado para atacar seres da noite. O espectador deve se deixar levar pela diversão pura e simples e nesse aspecto o filme se torna muito interessante. Há ótimas cenas de aventura e ação como a perseguição no meio de uma manada de cavalos em disparada ou a luta em cima de um trem de carga em movimento. O filme tem o dedo de Tim Burton na produção e isso se nota bem durante seu desenvolvimento. No final das contas é uma película divertida, movimentada e bem produzida. Embora o roteiro se leve bem à sério o espectador não deve levar o filme com seriedade, pelo contrário, tudo deve ser encarado como um grande filme pipoca. Agindo assim certamente você vai se divertir.
Pablo Aluísio.
sábado, 27 de outubro de 2012
Arena dos Sonhos
Produção pequena, diria até simples, mas muito simpática em sua proposta. Em "Arena dos Sonhos" acompanhamos a estória da garotinha Ida Clayton (interpretada pela talentosa atriz mirim Bailee Madison). Ela é criada por uma mãe solteira bastante ausente e seu maior desejo é encontrar seu pai perdido. Tudo o que ela sabe dele é que era um cowboy de rodeios de nome Walker. Procurando encontrá-lo ela acaba entrando na trupe de Terence Parker (James Cromwell). Ele é um velho peão de rodeios que agora ganha a vida liderando um grupo de jovens garotas que fazem acrobacias em seus cavalos conhecidas como "As Queridinhas do Rodeio" (do original "Sweethearts of the Rodeo"). Após entrar para o show, Ida começa a enfim procurar pelo paradeiro desconhecido de seu pai. "Arena dos Sonhos" é uma diversão inofensiva, soft, bem família. De fato é o típico filme recomendado para assistir com toda a família em um domingo preguiçoso após o almoço com todos reunidos em casa. Mesmo com nuances dramáticas em seu roteiro nada é potencializado nesse sentido, tudo é bem amenizado para não desagradar ninguém.
Também recomendo a produção para os que tem interesse de conhecer um pouco o mundo dos rodeios nos Estados Unidos. Tudo é muito profissional, organizado e para um grupo como as "Queridinhas do Rodeio" não falta trabalho e apresentações a fazer. Claro que as garotas tem uma vida puxada, sempre em excursão, vivendo na estrada. A vida emocional delas também não é nada fácil pois fica complicado até mesmo para elas terem um relacionamento mais estável e duradouro. Entre as Cowgirls a que mais tem destaque é aquela chamada de Kansas (tal como o Estado americano) que sonha em largar a estrada para se firmar com um cowboy do qual está apaixonada. Enfim, se você gosta do universo country, dos rodeios, dos cavalos e de Cowgirls, então está mais do que recomendado esse "Arena dos Sonhos", um filme doce, leve e divertido para todas as idades.
Arena dos Sonhos (Cowgirls n' Angels, Estados Unidos, 2012) Direção: Timothy Armstrong / Roteiro: Stephan Blinn, Timothy Armstrong / Elenco: Bailee Madison, James Cromwell, Jackson Rathbone, Frankie Faison, Kathleen Rose Perkins / Sinopse: Garotinha sonha um dia conhecer seu pai, um cowboy de rodeios que desapareceu de sua vida. Para tentar encontrá-lo ela entra em um grupo de Cowgirls de rodeio chamado "As Queridinhas do Rodeio". A partir daí sua vida na estrada será cheia de surpresas e aventuras.
Pablo Aluísio.
Também recomendo a produção para os que tem interesse de conhecer um pouco o mundo dos rodeios nos Estados Unidos. Tudo é muito profissional, organizado e para um grupo como as "Queridinhas do Rodeio" não falta trabalho e apresentações a fazer. Claro que as garotas tem uma vida puxada, sempre em excursão, vivendo na estrada. A vida emocional delas também não é nada fácil pois fica complicado até mesmo para elas terem um relacionamento mais estável e duradouro. Entre as Cowgirls a que mais tem destaque é aquela chamada de Kansas (tal como o Estado americano) que sonha em largar a estrada para se firmar com um cowboy do qual está apaixonada. Enfim, se você gosta do universo country, dos rodeios, dos cavalos e de Cowgirls, então está mais do que recomendado esse "Arena dos Sonhos", um filme doce, leve e divertido para todas as idades.
Arena dos Sonhos (Cowgirls n' Angels, Estados Unidos, 2012) Direção: Timothy Armstrong / Roteiro: Stephan Blinn, Timothy Armstrong / Elenco: Bailee Madison, James Cromwell, Jackson Rathbone, Frankie Faison, Kathleen Rose Perkins / Sinopse: Garotinha sonha um dia conhecer seu pai, um cowboy de rodeios que desapareceu de sua vida. Para tentar encontrá-lo ela entra em um grupo de Cowgirls de rodeio chamado "As Queridinhas do Rodeio". A partir daí sua vida na estrada será cheia de surpresas e aventuras.
Pablo Aluísio.
The Borgias
A fórmula deu certo com The Tudors então era apenas questão de tempo para que outro personagem da história voltasse às telas para uma nova série. Antes de mais nada é importante esclarecer que esse tipo de programa não tem maiores preocupações em ser historicamente correto. Eventos, datas e até mesmo aspectos dos próprios protagonistas são modificados em prol do puro entretenimento. O mesmo ocorre aqui com um dos papas mais infames da história, Alexandre VI (1431 – 1503). Nascido Rodrigo Borgia ele ficou muito mais conhecido do que outros papas por causa de sua biografia sui generis. Alexandre VI tinha filhos, três para ser mais exato, estava sempre se envolvendo em guerras, subornos e até assassinatos. Seu papado foi o apogeu do que depois ficou conhecido como “O Reinado das Prostitutas”. A denominação terrível foi reservada para uma linhagem de papas devassos, corruptos e sanguinários que não tinham nada ou quase nada a ver com a essência da doutrina cristã. Muitos deles só chegaram ao trono de São Pedro após corromperem, roubarem e até mesmo comprarem seu lugar no posto de líder máximo da religião mais popular do mundo ocidental. A morte de Alexandre VI aliás não foi nada digna. Como se sabe o Papa em vida foi acusado de envenenar vários dos Cardeais da cúpula da Igreja que lhe faziam oposição. Pois bem, há evidências fortes que o próprio Alexandre VI teria sido envenenado por seu filho, César Borgia, o que mostra bem a forma de agir e pensar dos Bórgias da história. Era realmente um ninho de cobras. E pensar que a Igreja Católica esteve nas mãos de pessoas tão infames como essas.
Na série Rodrigo Borgia é interpretado com maestria pelo sempre bom Jeremy Irons. Eis um ator de que particularmente gosto muito. O curioso é que os aspectos mais condenáveis de Alexandre VI estão em sua caracterização mas ao mesmo tempo há uma leve sensação de arrependimento e tristeza pelos rumos que sua tão amada Igreja tomou. Seus dois filhos não eram exemplos de absolutamente nenhuma conduta cristã e o Papa se aproveitava disso para os usarem no complicado jogo de xadrez da política da época. Embora o Papa Borgia tenha tido em vida uma infinidade de inimigos, na série eles são reduzidos a poucos, com o firme propósito de não saturar o espectador. Algo assim já havia acontecido em The Tudors e agora é repetido novamente. Embora não seja o ideal do ponto de vista histórico não há como negar que ajuda e muito na dramaturgia dos episódios, tornando tudo mais fluido e descomplicado. Na trama da série ganha destaque sua filha, Lucrecia Borgia, interpretada pela linda atriz Holliday Grainger . A Lucrecia da história era uma devassa que colecionou amantes e desafetos na mesma proporção. Em The Borgias sua personalidade é mais amenizada e sutil. O bom gosto da produção conta ainda com o talento do diretor Neil Jordan. Seu auge criativo aconteceu na década de 90 quando dirigiu os excelentes Traídos pelo Desejo, Entrevista Com o Vampiro e Michael Collins - O Preço da Liberdade. Depois de um período afastado do cinema ele agora finalmente retorna com essa nova série histórica. Espero que essa parceria renda ainda mais frutos pois Jordan é um artesão de grande talento.
The Borgias (The Borgias, Estados Unidos, 2011 – 2012) Criado por Neil Jordan / Roteiros de Neil Jordan / Elenco: Jeremy Irons, François Arnaud, Holliday Grainger, Peter Sullivan, Sean Harris, David Oakes / Sinopse: A saga da família Borgia que se tornou uma das mais poderosas de seu tempo após Rodrigo Borgia se tornar o Papa Alexandre VI.
Pablo Aluísio.
Na série Rodrigo Borgia é interpretado com maestria pelo sempre bom Jeremy Irons. Eis um ator de que particularmente gosto muito. O curioso é que os aspectos mais condenáveis de Alexandre VI estão em sua caracterização mas ao mesmo tempo há uma leve sensação de arrependimento e tristeza pelos rumos que sua tão amada Igreja tomou. Seus dois filhos não eram exemplos de absolutamente nenhuma conduta cristã e o Papa se aproveitava disso para os usarem no complicado jogo de xadrez da política da época. Embora o Papa Borgia tenha tido em vida uma infinidade de inimigos, na série eles são reduzidos a poucos, com o firme propósito de não saturar o espectador. Algo assim já havia acontecido em The Tudors e agora é repetido novamente. Embora não seja o ideal do ponto de vista histórico não há como negar que ajuda e muito na dramaturgia dos episódios, tornando tudo mais fluido e descomplicado. Na trama da série ganha destaque sua filha, Lucrecia Borgia, interpretada pela linda atriz Holliday Grainger . A Lucrecia da história era uma devassa que colecionou amantes e desafetos na mesma proporção. Em The Borgias sua personalidade é mais amenizada e sutil. O bom gosto da produção conta ainda com o talento do diretor Neil Jordan. Seu auge criativo aconteceu na década de 90 quando dirigiu os excelentes Traídos pelo Desejo, Entrevista Com o Vampiro e Michael Collins - O Preço da Liberdade. Depois de um período afastado do cinema ele agora finalmente retorna com essa nova série histórica. Espero que essa parceria renda ainda mais frutos pois Jordan é um artesão de grande talento.
The Borgias (The Borgias, Estados Unidos, 2011 – 2012) Criado por Neil Jordan / Roteiros de Neil Jordan / Elenco: Jeremy Irons, François Arnaud, Holliday Grainger, Peter Sullivan, Sean Harris, David Oakes / Sinopse: A saga da família Borgia que se tornou uma das mais poderosas de seu tempo após Rodrigo Borgia se tornar o Papa Alexandre VI.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Recém Casados
Recém Casados começa onde 99% das comédias românticas terminam: no casamento dos protagonistas. Como se pode perceber essa é a única diferença maior desse filme bem Sessão da Tarde para todos os outros que seguem nessa mesma linha de produção. É curioso porque apesar do argumento bem cafona (case-se e morra de tédio com seu marido boboca) esse tipo de película ainda insiste em fazer sucesso. Certamente é o tipo de coisa indicada para as mulheres, de preferência muito românticas, porque para os marmanjos vai ser complicado aguentar a canastrice sem limites de Ashton Kutcher, um ator muito, mas muito fraco mesmo que se repete sempre, fazendo o mesmo tipo de personagem filme após filme, série após série. Ele deveria mesmo era levar um prêmio de sobrevivência pois é de se admirar que alguém tão ruim consiga emplacar uma carreira tão longa!
Já a falecida Brittany Murphy também está limitada, mas por culpa do papel é claro. Ao contrário do idiota do Ashton ela tinha realmente talento e mostrou bem isso em filmes melhores como "A Garota Morta". Infelizmente morreu precocemente logo quando começara a despontar por personagens e atuações melhores. O mundo certamente é cruel, pois ela que tinha talento se foi e o Ashton continua por ai esbanjando saúde e enchendo nossa paciência com seu estilo ruim de atuação. No mais ainda se salva a boa fotografia de Veneza, uma cidade que é melhor vista por fotos do que ao vivo pois seus bonitos canais são bem fedorentos. Enfim é isso, Recém Casados, um filme descartável que só é recomendado para as moças mais ingênuas que ainda conseguem acreditar naquela velha lorota que o casamento traz felicidade e é a apoteose da vida das pessoas.
Recém Casados (Just Married, Estados Unidos, 2003) Direção: Shawn Levy / Roteiro: Sam Harper / Elenco: Ashton Kutcher, Brittany Murphy, Christian Kane, David Moscow, Monet Mazur, David Rasche./ Sinopse: Casal de pombinhos vai passar a lua de mel em Veneza. Chegando lá a esposa descobre que: A) se casou com um idiota e B) talvez tenha feito uma grande besteira em sua vida!
Pablo Aluísio.
Já a falecida Brittany Murphy também está limitada, mas por culpa do papel é claro. Ao contrário do idiota do Ashton ela tinha realmente talento e mostrou bem isso em filmes melhores como "A Garota Morta". Infelizmente morreu precocemente logo quando começara a despontar por personagens e atuações melhores. O mundo certamente é cruel, pois ela que tinha talento se foi e o Ashton continua por ai esbanjando saúde e enchendo nossa paciência com seu estilo ruim de atuação. No mais ainda se salva a boa fotografia de Veneza, uma cidade que é melhor vista por fotos do que ao vivo pois seus bonitos canais são bem fedorentos. Enfim é isso, Recém Casados, um filme descartável que só é recomendado para as moças mais ingênuas que ainda conseguem acreditar naquela velha lorota que o casamento traz felicidade e é a apoteose da vida das pessoas.
Recém Casados (Just Married, Estados Unidos, 2003) Direção: Shawn Levy / Roteiro: Sam Harper / Elenco: Ashton Kutcher, Brittany Murphy, Christian Kane, David Moscow, Monet Mazur, David Rasche./ Sinopse: Casal de pombinhos vai passar a lua de mel em Veneza. Chegando lá a esposa descobre que: A) se casou com um idiota e B) talvez tenha feito uma grande besteira em sua vida!
Pablo Aluísio.
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