quinta-feira, 24 de maio de 2012
Ray
Além da trilha sonora excepcional de "Ray" (não poderia ser diferente), o filme ainda tem como grande atrativo a atuação magistral de Jamie Foxx. O curioso é que ele nunca foi um grande ator dramático, começando sua carreira em comédias sem maior importância. O estúdio inclusive não acreditava muito nele para viver Ray Charles. Só após um excepcional teste com o diretor Taylor Hackford é que ele finalmente conseguiu ganhar o papel. O grande mérito de Jamie é se afastar da caricatura que além de desrespeitosa é inadequada. Mesmo repetindo os trejeitos mais característicos do artista ele conseguiu um resultado que acima de tudo respeita o modo de ser do cantor. Taylor Hackford, o cineasta, também conseguiu evitar o dramalhão, fazendo um filme bom de assistir que em momento algum carrega nas tintas. Ele já tinha experiência com outro grande nome da música negra americana ao dirigir o ótimo "Chuck Berry - O Mito do Rock" e essa experiência lhe ajudou a fazer um filme com ótimo timing e desenvolvimento. Como resultado de tanto capricho o filme foi premiado com o Oscar de Melhor ator para Jamie Foxx em 2005, um prêmio que ninguém ousou contestar. Um ótimo desfecho para um filme que é acima de tudo uma homenagem a esse grande nome da música de nosso tempo.
Ray (Ray, Estados Unidos, 2004) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Taylor Hackford, James L. White / Elenco: Jamie Foxx, Regina King, Kerry Washington, Michael Arata, Curtis Armstrong, Patrick Bauchau, Jude Cambise. / Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Ray Charles. Sua infância, sua batalha para vencer na vida, seus problemas de saúde, seus amores e seus problemas com drogas - tudo é mostrado em um retrato muito honesto de um dos grandes nomes da história da música americana.
Pablo Aluísio .
quarta-feira, 23 de maio de 2012
O Sexto Sentido
O sucesso foi espetacular. Para um filme de orçamento modesto e pretensões idem, "O Sexto Sentido" conseguiu a proeza de fatura mais de 700 milhões de dólares em bilheteria, um número realmente assombroso. O êxito comercial obviamente teve seu lado bom e ruim. O aspecto positivo foi que o gênero terror voltou ao topo em Hollywood por algum tempo. De uma hora para outra os estúdios acordaram para o fato de que o público ainda poderia comparecer em massa para ver filmes assim. O lado negativo foi que o sucesso trouxe uma liberdade a M. Night Shyamalan que ao longo do tempo lhe faria muito mal. Livre das amarras dos grandes estúdios ele começou a dar vazão a uma série de idéias que nem sempre funcionavam nas telas. Sem freios criaria argumentos sem pé nem cabeça para seus futuros filmes o que mais cedo ou mais tarde o acabaram levando para o buraco. Isso porém é tema para analisarmos quando formos falar de seus outros filmes. Por enquanto vale a pena deixar a indicação para essa pequena obra prima que causou muito impacto em seu lançamento. Nunca um filme sobre um garotinho que via gente morta despertou tanto interesse antes na história do cinema americano.
O Sexto Sentido (The Sixth Sense, Estados Unidos, 1999) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Bruce Willis, Haley Joel Osment, Toni Collette, Olivia Williams, Donnie Wahlberg / Sinopse: Cole Sear (Haley Joel Osment) é um garotinho que nasceu com o poder de ver, falar e interagir com pessoas mortas. Para tentar estudar e solucionar seu problema ele começa a desenvolver uma sólida amizade com o Dr. Malcolm Crowe (Bruce Willis) que parece particularmente intrigado com esse precioso dom do garoto.
Pablo Aluísio.
Kalifornia
Pois bem, no filme acompanhamos um casal de jornalistas que resolvem visitar os locais históricos por onde passaram os mais famosos assassinos da história dos EUA; Brian Kessler (David Duchovny) e Carrie Laughlin (Michelle Forbes) formam o casal que decide embarcar nessa estranha viagem. Para dividir os custos da viagem resolvem colocar um anúncio nos jornais convidando pessoas que se interessem pelo assunto e que queiram fazer a mesma excursão. Quem responde aos anúncios é o casal formado por Adele Corners (Juliette Lewis) e Early Grayce (Brad Pitt). Ela é uma mulher submissa ao irascível marido, Early que não parece ter o juízo no lugar. O que não sabem é que ele próprio é um psicopata violento, com acessos de fúria e violência. A viagem que parecia ser um tanto inusitada acaba virando um terror completo para todos os envolvidos. Kalifornia causou certa polêmica em seu lançamento justamente porque há um viés de apologia à vida desses assassinos. Não penso que seja o caso, na realidade se trata de um bem orquestrado road movie com muitas cenas de suspense e tensão. Uma boa amostra do cinema mais ousado da década de 90. Procure conhecer, vai valer a pena.
Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno (Kalifornia, Estados Unidos, 1993) Direção: Dominic Sena / Roteiro: Stephen Levy, Tim Metcalfe / Elenco: Brad Pitt, Juliette Lewis, Kathy Larson, David Duchovny / Sinopse: Casal resolve conhecer os lugares históricos onde viveram os principais psicopatas dos Estados Unidos. Para dividir as despesas resolve viajar com um outro casal. O problema é que eles não serão bons companheiros de viagem.
Pablo Aluísio.
Terror na Água
Se existe uma palavra para definir Shark Night essa palavra é: desnecessário. O pobre Tubarão só teve boa representatividade no cinema no primeiro filme de Spielberg. O tema soava original, tinha boa trilha sonora (todo mundo até hoje lembra da musiquinha que tocava quando o Tubarão atacava) e o filme virou um marco, considerado por muitos o precursor do que hoje se chama Blockbuster. Pois bem, o tempo passou, Tubarão ganhou várias continuações (todas péssimas) e de vez em quando alguém tenta ressuscitar filmes de pessoas sendo mortas por esse peixe. Esse Shark Night então tenta requentar um velho prato, um cozido que já deu o que tinha que dar. Na trama somos apresentados a um grupo de jovens que vão passar férias numa bonita casa isolada e cercada por um belo lago salgado.
Bom, pela premissa já deu para ver que: a) os jovens só estão lá para servirem de carne fresca para as mortes e b) todo mundo já sabe que será o tubarão que vai jantar todos eles. Os atores jovens são todos displicentes e obtusos. Todos são clichês ambulantes. Tem a loirinha gostosa (que não aparece nua, um absurdo em filmes desse tipo), tem o jogador de futebol americano bonitão (que vai dar uma de herói mais tarde), tem os nerds (filme com jovens americanos sem nerds é impossível) e por fim tem o negro da turma (que obviamente será o primeiro a ser devorado pelo tubarão, claro!). Fora isso realmente nada de novo. Os efeitos não são bons, nada de muito espetacular acontece e tudo se resume a acompanharmos um por um dessa galera sendo devorados. Uma tremenda bobagem no final das contas. Melhor rever o original de Spielberg - é mais interessante.
Terror na Água (Shark Night, Estados Unidos, 2011) Direção: David R. Ellis / Roteiro: Will Hayes, Jesse Studenberg / Elenco: Sara Paxton, Dustin Milligan, Chris Carmack / Sinopse: Um grupo de jovens vão passar férias numa bonita casa isolada, cercada por um belo lago salgado. O que não sabem é que o local é habitado por terríveis tubarões assassinos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Questão de Honra
A única peça no elenco que não parece se encaixar é Demi Moore. Complicado acreditar que ela seja digna de alguma patente militar. Vacilante, sem achar o tom certo de seu papel, ele se refugia apenas em sua beleza e tenta não passar vergonha ao lado do elenco brilhante. É certo que o filme poderia ser menos burocrático e ter um corte menos pesado. O diretor Rob Reiner porém costuma ter mão pesada, confundindo longa duração com qualidade. Isso já havia acontecido com "Conta Comigo". A produção aqui sofre dessa mesma falta de ritmo mas a presença de Nicholson consegue superar o mal estar. O saldo final é positivo, apesar de pontuais problemas. "Questão de Honra" fez sucesso e recebeu várias indicações para as principais premiações, inclusive Oscar e Globo de Ouro. Infelizmente não conseguiu ganhar nada de muito significativo mas pelo menos marcou presença nessas competições. Afinal o que vale é competir.
Questão de Honra (A Few Good Men, Estados Unidos, 1992) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Aaron Sorkin / Elenco: Tom Cruise, Jack Nicholson, Demi Moore, Kevin Bacon, Kiefer Sutherland / Sinopse: Durante um julgamento militar, defesa e acusação tentam esclarecer fatos ocorridos dentro de uma base militar que ocasionaram a morte de um soldado.
Pablo Aluísio.
O Castelo Assombrado
O ator mais uma vez se utiliza de sua persona "nobre mas sinistro" que utilizou em um sem número de produções. Dentro de um cenário surpreendentemente bem feito, Price usa e abusa de seus famosos "olhares lânguidos", seja no papel de Ward seja no do Warlock ancestral Joseph. Para mudar de personalidade ele apenas precisa levantar as sobrancelhas e fitar o horizonte. Impagável. Outro destaque do filme é a trilha sonora (muito evocativa e bem colocada nas cenas de maior suspense). Por fim tem a beldade Debra Paget (que foi a namoradinha de Elvis Presley em Love Me Tender). Atriz de rara beleza ela aqui defende bem seu cachê embora não saia do convencional, em um papel tipicamente de "mocinha em perigo". Esse tipo de produção vai soar datada para muitos hoje em dia mas isso faz parte de seu charme. Aliás a nostalgia e o saudosismo envolvidos tornam "O Castelo Assombrado” ainda mais saboroso nos dias de hoje.
O Castelo Assombrado (The Haunted Palace, Estados Unidos, 1963) Direção: Roger Corman / Roteiro: Charles Beaumont baseado nas obras de Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft / Elenco: Vincent Price, Debra Paget, Lon Chaney Jr, Frank Maxwell, Leo Gordon / Sinopse: Inspirado em Edgar Allan Poe e na obra “O Caso de Charles Dexter Ward” de H. P. Lovecraft o filme "O Castelo Assombrado" narra a estória de Joseph Curwen, um mestre em magias ocultas que acaba sendo queimado como bruxo no pequeno vilarejo onde mora. Um século depois um jovem casal decide visitar o castelo original de Joseph, que agora parece estar infestado por espíritos malignos do passado.
Pablo Aluísio.
O Palhaço
"O Palhaço" é um filme para ser pequenino, simples, quase como uma fábula. A estorinha contada parece aqueles pequenos contos passados de pai para filho que sempre tem uma lição sobre a vida no final. Aqui acompanhamos a singela estória de um filho de dono de pequeno circo (desses que vagam pelos interiores do Brasil) que em certo momento da vida se questiona se aquilo realmente seria o que ele desejaria para sua vida. Em crise existencial procura uma saída para a vida circense na qual nasceu e sempre viveu. Como eu disse não cabem maiores reflexões metafísicas ou profundas nesse tipo de filme, ele foi concebido assim mesmo, para ser o mais singelo possível. Se fosse literatura "O Palhaço" não seria um romance de muitas páginas, seria um pequeno conto, bem escrito, com tudo encaixadinho, quase um conto de fadas.
Por isso após assistir fiquei realmente impressionado com o status de obra prima que alguns críticos colocaram no filme. Acho que nem essa foi a intenção dos realizadores de "O Palhaço". Selton Mello, que dirigiu, roteirizou e até editou a película provavelmente não tinha essa intenção, o filme é realmente despretensioso, ainda bem diga-se de passagem. O elenco é todo muito bom, com participações bem divertidas de vários atores que há muito tempo não via como o famoso "Ferrugem" que fez muito sucesso na TV. Outros nomes do humorismo televisivo também se fazem presentes como Jorge Louredo (o famoso Zé Bonitinho de "A Praça é Nossa"). Em suma, o filme deve ser encarado assim, de forma simplória, o que não depõe contra seu resultado, pelo contrário, é sempre muito bem-vindo ver filmes nacionais tão líricos (e honestos) como esse. Um pequeno retrato do Brasil do interior com seus personagens singulares, tudo embalado a muito bolerão (com direito até a Altemar Dutra) e música brega. Vale a pena conferir.
O Palhaço (Idem, Brasil, 2011) Direção: Selton Mello / Roteiro: Selton Mello, Marcelo Vindicato / Elenco: Seltin Mello, Paulo José, Larissa Manoela / Sinopse: Pai e filho trabalham juntos em um pequeno circo do interior brasileiro. Refletindo sobre sua vida pessoal, Benjamim (Selton Mello) que interpreta o palhaço Pangaré decide dar um novo rumo à sua vida, procurando por um emprego fixo em uma cidade, deixando a vida circense para trás.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
O Corvo
Título Original: The Raven
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Intrepid Pictures
Direção: James McTeigue
Roteiro: Ben Livingston, Hannah Shakespeare
Elenco: John Cusack, Luke Evans, Alice Eve, Brendan Gleeson
Sinopse:
Edgar Allan Poe (John Cusack) é um escritor maldito. Embora seja extremamente talentoso, criador de uma obra sem igual, ele não consegue sobreviver apenas com seus textos. Pior do que isso, logo se vê envolvido numa rede de mortes que supostamente estariam sendo inspiradas em seus próprios escritos macabros. Sondando o mundo dos mortos em sua obra, em crônicas de terror, logo se torna suspeito de ser o autor de todos os crimes. Filme indicado ao World Soundtrack Awards.
Comentários:
Edgar Allan Poe foi um dos primeiros escritores americanos que tentaram viver exclusivamente de seus escritos. O verbo "tentar" aqui não foi usado em vão, uma vez que sua vida foi muito dura nesse aspecto. Tentando sobreviver dos salários miseráveis que eram pagos pelos jornais da época, Poe tentou viver com dignidade, mas quase nunca conseguiu. Chegou a passar fome junto de sua família. Seus textos eram brilhantes, reconhecidos pela crítica e público, mas isso nunca traduziu-se em retorno financeiro. Além disso Poe teve uma vida errática - mudando sempre de emprego, de cidade, tentando sobreviver da melhor forma possível. Infelizmente sua vida estava destinada a ser trágica. Sua jovem esposa contraiu tuberculose (uma doença terrível, sem cura naqueles tempos) e essa sucessão de revezes na vida acabou custando ao homem Poe mais do que ele poderia suportar. Foi encontrado praticamente congelado nas ruas de Baltimore, delirando, falando frases sem nexo e morreu alguns dias depois. Uma vida assim merecia pelo menos um filme respeitoso, um produção digna do grande escritor que ele foi em vida. Ao invés disso gastaram tempo e dinheiro nesse "O Corvo" que de respeitoso não tem nada, não passando de uma bobagem comercial dessas que infestam as telas do mercado todas as semanas. Não se enganem. A verniz intelectual de se misturar aspectos da vida pessoal de Edgar Allan Poe com situações tiradas de algumas de suas obras não passa de uma enganação. "O Corvo" é um blockbuster disfarçado. Nisso se assemelha demais com a nova franquia Sherlock Holmes, se utilizando de elementos famosos da literatura clássica para vender pipoca em shopping center. Isso é o que acontece quando a cultura verdadeira é utilizada para vender subcultura em ritmo industrial. Não há sutileza, não há grandes momentos no filme, tudo se resume em apenas usar o nome do famoso escritor para tornar comercialmente viável uma produção que nunca diz a que veio, que nunca deixa claro quais são seus reais propósitos. Fiquei especialmente chateado porque o próprio personagem Poe do filme em praticamente nada lembra do escritor real, esse sim um gênio. Não consigo imaginar nada mais oportunista do que se aproveitar da fama de Poe apenas para vender sabão em pó como aqui. Lamentável.
Pablo Aluísio.
Jornada Nas Estrelas - O Filme
A trama acompanha a chegada na Terra de um estranho fenômeno cósmico que sai destruindo tudo por onde passa. Os principais cientistas não sabem ao certo do que se trata e nem qual seria sua verdadeira natureza. Desesperados enviam a nave Enterprise para tentar entender o que afinal seria esse verdadeiro "destruidor de mundos" que ruma direto em direção ao nosso planeta. O mais curioso é que embora desconhecido em nosso sistema solar a estranha "criatura" parece soar muito familiar para todos. Seria parte de algo inerente à nossa própria história que estaria voltando para um acerto de contas final? Não convém revelar mais nada. Como já escrevi antes, grande parte da força dessa produção provém de um roteiro muito bem elaborado, que certamente causou muito impacto aos fãs da antiga série televisiva. Como sempre digo Star Trek tem tanta força mesmo após tantos anos por causa da qualidade absoluta de seus roteiros. Os efeitos podem ficar velhos (até ridículos) mas tudo o que envolve Jornada nas Estrelas consegue romper a barreira do tempo justamente por causa das tramas magistralmente bem escritas. Aqui não é exceção. Considero o argumento uma preciosidade, que vai tocar fundo em todos aqueles que amam a saga e acompanham os nossos avanços científicos a cada ano. Uma preciosidade do gênero Sci-Fi que merece ser reavaliado e revisto sempre. Uma obra prima certamente.
Jornada Nas Estrelas - O Filme (Star Trek: The Motion Picture, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Wise / Roteiro: Alan Dean Foster, Harold Livingston baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry / Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, James Doohan, George Takei, Majel Barrett, Walter Koenig, Nichelle Nichols / Sinopse: Uma terível ameaça ao nosso planeta vem em direção à Terra. Não se sabe ao certo do que se trata, ou qual seria sua natureza cósmica! Para investigar a nave Enterprise é enviada em direção ao "destruidor de Mundos" para tentar descobrir do que realmente se trata.
Pablo Aluísio.
A Hora do Espanto
Desnecessário dizer que quando o filme surgiu nas telas caiu imediatamente no gosto do público jovem que ia aos cinemas. O roteiro era divertido, movimentado, tinha ótimos efeitos especiais e criava uma identificação imediata com a platéia. Quer fórmula mais certeira do que essa? Dois personagens eram divertidas releituras feitas em cima dos vampiros do passado e de seus caçadores incansáveis. Chris Sarandon tem aqui uma das melhores interpretações de sua carreira. Vivendo o vampiro sensual e gentleman Jerry ele rouba todas as cenas. Para falar a verdade sua caracterização lembra muito outra, que foi feita por Frank Langella no Drácula de 1979 mas mesmo assim consegue ter também uma identidade própria. Outro personagem ótimo é Peter Vincent (nome que mistura Peter Cushing com Vincent Price, dois ícones do cinema de terror das décadas passadas). Interpretado com raro brilhantismo por Roddy McDowall, ele é um apresentador de TV e ator decadente, que posa de caçador de vampiros nas telas mas que na realidade é um covarde inveterado. O sucesso do filme foi fenomenal e cunhou até mesmo a expressão "Espantomania", um rótulo que começou a ser usado em filmes que seguiam pela mesma linha (jovens com problemas sobrenaturais). Com o tempo o filme só ganhou em charme e simpatia e dá de dez a zero em seu péssimo remake que foi lançado há pouco tempo. "A Hora do Espanto" é aquele tipo de filme cuja estória já encontrou a versão definitiva no cinema. Um terror nota dez que até hoje diverte e encanta. Se já viu reveja, se ainda não conhece, corra para ver - será certamente um belo programa para essa noite!
A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse, Roddy McDowall, Stephen Geoffreys / Sinopse: Charley Brewster (William Ragsdale) é um típico jovem americano que começa a desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, o misterioso e charmoso Jerry Dandrige (Chris Sarandon). Após investigar por conta própria ele acaba descobrindo que Jerry é na verdade um vampiro, igual aos que vê todas as noites nos filmes da TV. Sem saber o que fazer pede ajuda a Peter Vincent (Roddy McDowall), um ator decadente que apresenta um programa que exibe velhas produções de terror.
Pablo Aluísio.