quinta-feira, 19 de março de 2009

Elvis Presley - Os Discos de Elvis!

Anos 50: Elvis Rocker! - A discografia de Elvis é grande e complexa. Cada período apresenta características bem distintas. De maneira a simplificar o estudo e a analise dos discos do cantor eles podem ser divididos em três grandes fases. A primeira corresponde aos anos iniciais e pode ser subdividido entre a fase que Elvis gravou na Sun Records (1954 / 1955) e seus primeiros discos na RCA até ele ir servir o exército (1956/ 1958). Na fase Sun, Elvis apresenta um repertório mais restrito ao tipo de música bem regional, do sul dos EUA. Aqui estão os cincos singles que Elvis gravou na gravadora de Sam Phillips. Depois que foi para a RCA em 1956, Elvis entrou num leque maior de opções musicais. Agora ele não era mais o cantor country restrito aos estados do Tennessee e do Mississipi.

Nos anos 50, com o cabelo cheio de brilhantina, gole da camisa pra cima, olhar de deboche e desafio, terno folgadão e cara de baby face, Elvis chegava para criar todo uma revolução na careta América do pós guerra dos anos Eisenhower. Elvis Presley surgiu logo no período em que o Presidente americano era um general medalhão, herói da 2ª Guerra Mundial. O Elvis Rocker chegou para romper as estruturas e chacoalhar a morosa música da época. Elvis era visto como um incentivador da delinquência juvenil, um perigo para os valores da geração Wasp (White, Anglo Saxon and Protestant). A gravadora RCA queria lançá-lo em nível nacional e assim seus discos se tornaram mais comerciais para se adequar aos novos tempos. A exceção a esta regra é justamente o primeiro LP de sua carreira, chamado "Elvis Presley", que pode ser considerado um disco de transição, sendo que várias faixas dele foram gravados na Sun, o que de certa forma muda a partir de "Elvis", seu segundo disco, onde o caminho a seguir fica bem definido.

Elvis agora é um produto. Ele seria lançado principalmente como roqueiro e esta foi a imagem escolhida e aclamada pelo público. Este é a fase de maior sucesso. Elvis na flor da idade incendiou toda uma geração e foi o ídolo da geração rockbilly, transviada e órfão do eterno rebelde James Dean. Mas, apesar de todo o marketing, a própria personalidade de Elvis começa a despontar ainda nesta fase mais rocker, principalmente quando ele resolve gravar canções do estilo gospel no compacto duplo "Peace in the Valley". Aqui está, sem sombra de dúvida, o verdadeiro Elvis, louco por baladas e músicas religiosas. Nos anos 50 também surgem os primeiros discos em que se reúnem os singles da carreira de Elvis como por exemplo "Elvis Golden Records", "For LP Fans Only" e "A Date With Elvis" Na primeira fase de Elvis também começa a surgir as suas trilhas sonoras. As primeiras como "Jailhouse Rock", "Love me Tender" , "Loving You" e "King Creole" são clássicos absolutos. A primeira fase termina como começa: de forma brilhante!

Anos 60: Starring Elvis Presley! - A Segunda grande fase da carreira de Elvis começa em 1960 e começa muito bem com os discos "Elvis Is Back" e "His Hand in Mine", um especial de TV com Frank Sinatra e os singles de grande sucesso como "It's Now or Never" e "Are You Lonesome Tonight?". Elvis muda de produtor (sai Steve Sholes e entra Chet Atkins) e glamoriza seus arranjos. Apesar do cantor lançar discos de qualidade como "Something for Everybody" e "Pot Luck", algo começa a dar errado, os discos começam a mostrar sinais de desgaste. Elvis começa a gravar trilhas em ritmo industrial, uma atrás da outra, três por ano, muitas vezes gravadas às pressas para atender as exigências do mercado. Elvis Presley vende muito e a RCA exige cada vez mais. A qualidade é deixada de lado para a quantidade.

No meio de toda a correria ainda é possível destacar alguns poucos momentos interessantes, nas trilhas sonoras se salvam uma ou outra canção digna de ser ouvida, principalmente nas trilhas de "Roustabout", "G.I.Blues" e "Blue Hawaii" mas é muito pouco para quem sustentava a coroa de Rei do Rock'n'Roll. Elvis tinha consciência de tudo isso e começa a perder a paciência com este tipo de pressão, mas na prática não faz nada, fica cada vez mais preso aos contratos que assinou e começa a entrar numa sucessão de filmes de baixa qualidade. Sua carreira começa a entrar em parafuso. O público prestigia, mas começa a perder a paciência com tantos discos ruins, Elvis é superado pelos Beatles, Rolling Stones e por grupos psicodélicos como The Doors.

Em 1964 Elvis gravou aquele que seria talvez o único trabalho de consistência deste período, a trilha de "Viva Las Vegas"; em compensação os trabalhos ruins são em maior número: "Kissin Cousins", "Harum Scarum" e "Paradise, Hawaiian Style" provavelmente nunca passariam no crivo de Sam Phillips. Em 1967 no meio do pântano de trabalhos inconsistentes Elvis lança um disco que vem reafirmar todo o seu talento, o disco gospel "How Great Thou Art" e ganha seu primeiro prêmio Grammy, justamente na pior fase de sua carreira musical, novamente a canção religiosa faz emergir o verdadeiro Elvis. Porém, infelizmente esta segunda fase acaba de forma melancólica com as péssimas trilhas "Speedway" e "Clambake", meros enlatados dos estúdios de cinema.

Anos 70: Elvis on the Road! - Em 1968 começa a terceira fase da carreira de Elvis. Ele faz o especial de TV para a NBC e volta a tocar junto de seus velhos companheiros. O cantor muda novamente de produtor e Felton Jarvis assume a produção de seus discos. Talvez o maior mérito de Jarvis tenha sido deixar Elvis em paz para ele gravar as músicas que quisesse. O sucesso do NBC TV Special faz o rei do rock voltar, em 1969, aos estúdios de Memphis onde ele grava um trabalho que literalmente salvou sua carreira. Estas músicas foram reunidas nos melhores discos da terceira fase de sua carreira : "From Elvis in Memphis" e "From Memphis to Vegas / From Vegas to Memphis".

Elvis monta uma nova banda, com orquestra e acompanhamento vocal completo e volta aos shows ao vivo e às paradas de sucesso. Seus discos começam a trazer os shows do cantor em Las Vegas como "On Stage" e "That's the Way It Is" ou os seus shows em turnês como "Madison Square Garden" e "On Stage in Memphis". Além de todo este pique para cruzar os Estados Unidos de costa a costa Elvis ainda arranja tempo de gravar belos trabalhos de estúdio como "Elvis Country" e "Elvis Now". O Rei do Rock em sua segunda chance caiu de corpo e alma na estrada. Voltou ao seio de seu público e conquistou novamente a todos com o seu enorme talento. Em 1973 Elvis se apresenta ao vivo via satélite para o mundo no show "Aloha From Hawaii", seu último grande momento antes da queda final.

O Elvis dos anos setenta, em pouco lembra o rocker dos anos 50. Elvis começa a cantar um repertório mais romântico, intimista e às vezes até mesmo deprimido. Começa a usar uma coleção de trajes com pedras preciosas e transforma muitos de seus shows em adorações coletivas. Seu lado místico se acentua e Elvis se torna um Deus azteca no palco. Este aspecto religioso e esotérico se reflete na sua música. Seus discos são intercalados com muito country e muitas vezes até mesmo com gospel. Apesar de gravar outro disco gospel "He Touched Me", Elvis sempre achava uma maneira de colocar mais uma canção religiosa em seus discos "não temáticos".

Elvis não segue tendências musicais nos anos 70, seu estilo se torna bastante peculiar, enquanto o rock entra fundo no progressivo com Pink Floyd e outras bandas do gênero, Elvis sequer toma conhecimento deste movimento e prefere seguir gravando as canções de sua preferência musical. Seu público continua fiel a ele, sempre lotando seus shows, mas a partir de 1974 Elvis começa a apresentar os primeiros sinais de seu declínio físico e emocional.

Ofegante, obviamente drogado, Elvis erra as letras e o acompanhamento, cancela shows e começa a aparecer nos meios de imprensa mais por suas atitudes "excêntricas' do que por sua música. O rei começa a morrer artisticamente. Apesar de tudo são desta época bons trabalhos como "Elvis Today" e "Promised Land". Finalmente em 1977, seu debilitado organismo diz basta e Elvis é encontrado morto. Seus últimos discos não são muito relevantes artisticamente falando e perdem muito em comparação a trabalhos de outros artistas do mesmo período, sem falar se o compararmos até mesmo aos outros discos da própria carreira de Elvis. "Moody Blue" é uma colcha de retalhos que traz instantâneos do talento de Elvis em seus momentos finais e "Elvis in Concert", que registra seus últimos shows, é só um documentário triste do fim do Rei do Rock.

Enfim, a discografia de Elvis é igual a ele: fantástico e muitas vezes decepcionante, fenomenal e banal, memorável e esquecível, feroz e cansado, verdadeiro e tremendamente falso. Elvis foi todos ao mesmo tempo e seus discos também o foram. O retrato do homem perfeitamente traduzido em seu trabalho.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Elvis Presley - O Último Elvis

Título no Brasil: O Último Elvis
Titulo Original: El Último Elvis
Ano de Produção: 2012
País: Argentina
Estúdio: Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales
Direção: Armando Bo
Roteiro: Armando Bo, Nicolás Giacobone
Elenco: John McInerny, Griselda Siciliani, Margarita Lopez.

Sinopse: 
Carlos Gutiérrez (John McInerny) sonha um dia ser como seu ídolo, Elvis. Sua realidade porém é muito dura. Durante o dia ele trabalha como um simples operário numa linha de montagem e à noite canta como cover de Presley em boates, bingos e até asilos da terceira idade. Ficando cada vez mais careca, obeso e envelhecido, sua vida como cantor parece ter entrado numa encruzilhada sem saída. Se sua vida profissional não parece promissora a vida pessoal é ainda mais caótica. Sua ex-mulher o hostiliza frequentemente e sua única filha (chamada de Lisa tal como a filha de Elvis) tem um relacionamento frio com ele. Diante de tantas desilusões Carlos resolve tomar uma decisão completamente inesperada. Uma última louvação com ares de desespero ao seu ídolo decaído.

Comentários:
"O Último Elvis" é um belo retrato, muito humano, de uma pessoa que tenta sonhar em um mundo muito inglório. Ele quer ser como Elvis mas sua realidade fica muito longe das luzes de Las Vegas ou dos grandes palcos do mundo. No fundo o roteiro explora a dualidade em que vive o personagem principal, na diferença brutal entre seu mundo idealizado e a sua rotina diária, massacrante. Outro ponto muito positivo é a exploração que o texto faz dos perigos do fanatismo sem controles ou limites. Deslumbrado com o mundo no qual seu ídolo viveu ele vai perdendo aos poucos o contato com a realidade ao seu redor, passando em determinado momento a agir, pensar e se comportar como o próprio Elvis, inclusive comendo os mesmos sanduíches de banana preferidos do cantor e tratando todos ao seu redor como se eles estivessem na presença de seu deus morto. Analisando de forma profunda temos aqui um boa imagem das armadilhas que podem aparecer no caminho de fãs de ídolos da cultura pop que perdem o seu próprio sentido de vida. Nesse aspecto "El último Elvis" é realmente brilhante. Não deixe de assistir, seja você fã ou não de Elvis Presley.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Deus é o Elvis Maior

"Deus é o Elvis Maior" é um documentário produzido e dirigido por Rebecca Cammisa que mostra a rotina da irmã Dolores Hart, que em 1963 largou uma carreira promissora de atriz em Hollywood para ingressar na abadia de Regina Laudis (uma fazenda em Connecticut nos Estados Unidos ) e seguir a vida como freira beneditina. Atualmente ela exerce o posto de madre priori. Dolores Hart ficou famosa como atriz em Hollywood entre 1957 e 1962, fez cerca de dez filmes, trabalhando ao lado da grandes personalidades do cinema como: Marlon Brando, Karl Malden e Montgomery Clift. Mas seu nome ficou conhecido mesmo após atuar em dois filmes ao lado do mito Elvis Presley: “A Mulher que Eu Amo” e “Balada Sangrenta”. Reza a lenda que Dolores que na época era conhecida como a sucessora do mito Marilyn Monroe, começou a ter a sua vida modificada quando no início dos anos 60 esteve em Roma nas filmagens da vida de São Francisco de Assis; ela fazia o papel de Santa Clara. Poucos anos depois, visitando um convento de beneditinas em Nova York, descobriu que era o lugar onde gostaria de passar o resto de sua vida. Quando foi se apresentar à abadessa do convento, disse: "...Daqui em diante não terei mais nenhuma preocupação com a vida de atriz..."

O documentário que foi indicado ao Oscar em 2012, tem 40 minutos e, com narração da própria Dolores, mostra o dia a dia de clausura da famosa madre e as outras irmãs, dentro do convento. A convivência com os animais da fazenda, os pássaros, a paz, o silêncio, as cartas que Dolores recebe até hoje de seus fãs do cinema e também dos fãs de Elvis, além da sua imensa felicidade e gratidão a Deus. Dolores também narra os momentos de sua chegada ao convento em 1963, quando todas as freiras apostavam que ela não aguentaria a vida monástica. A parte mais melancólica do documentário diz respeito ao período de sua vida quando estava de casamento marcado com Don Robinson. Depois de pouco tempo de noivado, ela decidiu abandonar tudo (inclusive o noivo) para ingressar para sempre no monastério. Um documentário muito bom, muito humano e muito emocionante.

Deus é o Elvis Maior (God Is The Bigger Elvis, EUA, 2012) Direção: Rebecca Cammisa, Julie Anderson / Produção: Julie Anderson, Rebeca Cammisa / Elenco: Dolores Hart / Sinopse: Documentário sobre a vida da atriz Dolores Hart, mais conhecida por seus papéis ao lado de Elvis Presley e por seu desempenho no drama Where the Boys Are, que em 1963 optou em deixar Hollywood para trás e se tornar uma freira beneditina.

Telmo Vilela Jr.

terça-feira, 17 de março de 2009

Elvis Presley - Protegendo o Rei

Título no Brasil: Protegendo o Rei
Título Original: Protecting the King
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Impello Films
Direção: D. Edward Stanley
Roteiro: D. Edward Stanley, Marty Poole
Elenco: Matt Barr, Greg Collins, Tom Sizemore

Sinopse: 
No palco Elvis Presley é adorado como um dos maiores ídolos da música de todos os tempos. Na vida privada porém é um homem torturado, traído pela esposa, cercado de parasitas, sem amigos, completamente viciado em drogas pesadas, que tenta manter seus vários problemas com dependência química longe da imprensa e do seu público. Rodeado por um grupo de guarda-costas que o protegem do mundo exterior ele vai caminhando rapidamente para um trágico fim.

Comentários:
O filme é baseado nos relatos de pessoas próximas a Elvis durante seus anos finais. Parte do material vem do famoso livro de guarda-costas que, demitidos, resolveram dar o troco a Elvis revelando aspectos de sua vida privada. O retrato do cantor aqui não é dos melhores. Presley é apenas uma sombra, um sujeito totalmente viciado que não consegue sequer ir ao banheiro sozinho. Quando não está nos palcos (também drogado) passa os dias trancado em seu quarto, sem ver a luz do dia, usando drogas ministradas por médicos de aluguel. Sempre dopado não consegue mais separar alucinações da realidade. Os fãs do cantor certamente vão ficar chocados pois o mito se revela em seu lado mais humano e auto destrutivo. Além das drogas pesadas o Elvis de "Protecting the King" é um pervertido, um maníaco e um sujeito violento que não pensa duas vezes antes de sair dando tiros a esmo. Ele trata mal as mulheres ao seu redor e não tem nenhuma consideração pela vida alheia. Sentiu o drama? Bem, vamos aos fatos. Em primeiro lugar é bom avisar que a produção desse filme não é boa. Tudo soa bem artificial e os atores são meras caricaturas. Desnecessário esclarecer, por exemplo, que o ator que interpreta Elvis exagera até o último grau, pois fica o tempo todo tentando ganhar o espectador nos maneirismos mas não consegue obter nenhum sucesso. No geral é realmente um filme fraco e sensacionalista ao extremo que não acrescenta em nada. Afinal de contas é complicado confiar na palavra de pessoas que foram empregadas do cantor e que depois de demitidas resolveram escandalizar o máximo que podiam. Melhor ignorar realmente.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - 10 Filmes obscuros sobre Elvis Presley que você nunca ouviu falar!

Elvis Presley foi um dos grandes mitos da cultura pop. Cantor e ator, ele foi um dos mais populares artistas de todos os tempos. E como tal também virou personagem de vários filmes que o mostraram em diversas situações. Conheça dez filmes sobre Elvis que você muito provavelmente nunca tenha ouvido falar.

1. Elvis Stories (1989) Dir: Ben Stiller / Elenco: Jeremy Piven, Jeff Kahn, John Cusack / Comentários: Quase uma brincadeira feita em torno das centenas de histórias escandalosas publicadas em tabloides sensacionalistas sobre Elvis. Produção independente que pouca gente conhece. Entre os pequenos contos estão "Elvis is John Lennon" e "Hairdresser Possessed by Elvis". Divertido mas alguns fãs podem se incomodar pelas bizarrices exploradas pelo roteiro.

2. Blue Suede Wings (2007) Dir: Marian Yeager / Elenco: Breuer Bass, Zach Hopkins, Leslie Langee / Comentários: No mínimo bizarro. Um garoto de oito anos fica obcecado em conhecer a fada dos dentes (uma figura popular nos EUA) e quando acorda dá de cara com... Elvis Presley! O famoso cantor aqui é interpretado por Zach Hopkins. O roteiro é até bem intencionado mas o resultado é bem fora do comum.

3. Tears of a King (2007) Dir: Rob Diamond / Elenco: Sebastian Anzaldo, John T. Armstrong, Bryce Bishop / Comentários: Feito com apenas 170 mil dólares (uma mixaria para os padrões americanos) esse filme independente mostra os últimos dias de Elvis. Sem qualquer preocupação em ser historicamente correto ele mostra o lado mais problemático do cantor e seu vício em drogas de farmácia. Destaque para um encontro (que nunca existiu) entre Elvis e Frank Sinatra em Las Vegas, poucos dias antes da morte do rei.

4. Tales from the Catholic Church of Elvis! (2009) Dir: Mercy Malick, Michael Traynor / Elenco: Mercy Malick, Larry Gelman, Mary Eileen O'Donnell / Comentários: Filme muito louco sobre um grupo de garotas, estudantes de uma escola católica de Las Vegas, que decide se converter a uma nova religião que tem como principal nome não Jesus Cristo mas sim Elvis Presley! Obviamente uma brincadeira com o nível de fanatismo que certos fãs demonstram em suas vidas. O roteiro não sabe se vira drama ou comédia, embora seja impossível não rir da bizarrice generalizada da fita!

5. När Elvis kom på besök (2006) Dir: Andreas Tibblin / Elenco: Josef Säterhagen, Ben Solimanaznavi, Leila Haji / Comentários: Elvis atravessa fronteiras. Nessa produção dinamarquesa ele surge como um americano que, de passeio pela Dinamarca, acaba influenciando um grupo de jovens que sonham um dia serem roqueiros. Nem pense que se trata de algo historicamente correto. Elvis jamais pisou os pés na Dinamarca mas o filme até que diverte pela imaginação. Elvis é interpretado pelo ator Ben Solimanaznavi (que não é nada parecido com o real Presley).

6. Boulevard Cafe (1997) Dir: Russ Weatherford / Elenco:  Heath Black, Vanise Castillo, Jake Myers / Comentários: Elvis Presley (Craig Newell) após passar anos escondido decide voltar. Vai para uma feira de covers dele mesmo mas é reprovado por não ser tão exagerado quanto seus concorrentes. Então se apaixona por uma garota que imita Marilyn Monroe. Como se não bastasse decide finalmente virar um cover de James Dean, seu ídolo de juventude. Precisa dizer mais alguma coisa? Super bizarra a produção.

7. Luckytown (2000) Dir: Paul Nicholas / Elenco: Kirsten Dunst, James Caan, Vincent Kartheiser / Comentários: Garota chega em Las Vegas em busca do pai e acaba conhecendo o "mundo Elvis" que impera na cidade. Filme estranho mas com bom elenco. Elvis Presley surge como um fantasma na estória.

8. Easy Six (2003) Dir: Chris Iovenko / Elenco: Julian Sands, Alex Sol, Ruth Williamson, James Belushi / Comentários: O famoso ator e comediante James Belushi interpreta um Elvis Presley gordo e balofo nessa mistura de drama e comédia que não teve qualquer repercussão em seu lançamento e que depois desapareceu de circulação. Diversão ligeira.

9. Dixie (1989) Dir: Martin Davidson / Elenco: Ally Sheedy, Virginia Madsen, Phoebe Cates / Comentários: Três jovens garotas tentam encontrar os homens de seus sonhos no Alabama dos anos 1950, durante o auge da crise dos movimentos civis. Elas são fãs de Elvis Presley e ele surge na pele do ator Michael St. Gerard.

10. Liberace: Behind the Music (1988) Dir: David Greene / Elenco: Victor Garber, Saul Rubinek, Michael Dolan / Comentários: Durante a temporada de 1957 do cantor Liberace em Las Vegas ele é apresentado a um novo cantor jovem que está tentando fazer sucesso na cidade. Seu nome? Elvis Presley. Paul Hipp interpreta o jovem Presley nesse telefilme bem interessante que, apesar de ser bom, apresenta alguns pequeninos erros históricos e de data.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Elvis Presley - The Final Curtain CD 6

Finalmente chegamos no sexto e último CD dessa coleção "The Final Curtain". Como não poderia deixar de ser aqui temos o último show realizado por Elvis Presley no dia 26 de junho de 1977 na cidade de Indianapolis. Muito já foi dito dessa apresentação. Autores que muito provavelmente jamais o ouviram já disseram abobrinhas como a que ele teria sido fenomenal ou então seu extremo oposto, que teria sido medíocre, com Elvis tropeçando no palco, parando a apresentação para cair no chão logo após, nos bastidores, entre outras inúmeras bobagens. Os jornalistas brasileiros realmente nunca primaram muito pela verdade histórica preferindo o simples sensacionalismo para impressionar os seus leitores. Deixando tudo isso de lado o fato real é que o último concerto de Elvis nem foi excepcional e nem tampouco medíocre. Foi apenas bom, correto e pra falar a verdade um pouco melhor do que seus últimos shows (ele é bem superior do que aquele que foi realizado em Madison, dois dias antes, por exemplo). Há momentos realmente inspirados como "Bridge Over Troubled Water" onde Elvis se esforça para cantar tudo de forma impecável e há momentos fracos, principalmente em seus antigos hits, o que aliás acontecia com habitualidade durante os anos 70.

Como se trata do último show da turnê, Elvis procura se despedir de uma boa maneira. Não há grandes deslizes e nem muitos momentos brilhantes. Segundo alguns autores e biógrafos Elvis chegou muito mal na cidade, alguns afirmando inclusive que ele realmente estava muito doente nesse dia. Se é fato ou não é complicado afirmar qualquer coisa hoje com certeza, o que podemos porém dizer é que ouvindo o show não percebemos nenhum tipo de desconforto por parte do cantor, que parece inclusive muito bem humorado, brincando com seus músicos de palco. Se ele realmente estava mal de saúde soube perfeitamente esconder isso do público ou então estamos na presença de mais uma daquelas histórias que sempre foram carregadas nas tintas. Outro fato chama a atenção: o show teve uma duração maior do que seus costumeiros concertos por essa época. Algo que de certa forma desmente um possível mal estar por parte dele, pois se isso fosse verdade ele simplesmente teria encerrado tudo mais cedo (como fez em Madison). Não foi o que aconteceu. O show é tranquilo, transcorre sem atropelos, nada fora do normal acontece. Depois de se despedir do público Elvis foi imediatamente para seu avião particular Lisa Marie e de lá rumou em direção à Memphis. Essa foi a única coisa mais fora da rotina que aconteceu mas não significa que algo de errado estava acontecendo com ele naquele momento.

Em termos de qualidade sonora não temos muitas novidades. O show em Indianapolis sempre surgiu para os fãs em qualidade Audience, alguns com pouca ou uma mínima qualidade de gravação. Em troca da possibilidade de ouvirmos Elvis Presley em seu último show fomos obrigados a engolir muitos CD desprezíveis nesse quesito. Só para lembrar alguns títulos: Adios - The Final Performance (o primeiro CD com Indianapolis e o mais conhecido também), The Last Show, The Last Farewell, The Last Live Session e The Final Farewell. Nenhum deles satisfazendo qualquer critério de qualidade sonora. Há muitos anos há um boato de que existe um tape em soundboard desse último show. Para alguns esses tapes estariam nas mãos da família de um antigo engenheiro de som que trabalhou para Elvis. Para outros o registro estaria nas mãos de colecionadores europeus e por aí vai. O fato é que o boato tem mais ou menos uns 30 anos e até agora nada surgiu o que nos leva a conclusão de que se trata apenas de uma lenda urbana (que eu gostaria muito que fosse verdade). De qualquer forma, enquanto não surge, ficamos presos a essas gravações que apesar de serem ruins como são nos trazem os últimos momentos do Rei do Rock no local onde ele realmente reinava, o palco.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 6
01. Also Sprach Zarathustra
02. See See Rider
03. I Got A Woman/Amen
04. Love Me
05. Fairytale
06. You Gave Me A Mountain
07. Jailhouse Rock
08. O Sole Mio / It's Now Or Never
09. Little Sister
10. Teddy Bear/Don't Be Cruel
11. Release Me
12. I Can't Stop Loving You
13. Bridge Over Troubled Water
14. Introductions
15. Early Morning Rain
16. What'd I Say
17. Johnny B. Goode
18. Introductions Continued
19. I Really Don't Want To Know
20. Introductions Conclusion
21. Hurt
22. Hound Dog
23. Special Thanks By Elvis
24. Can't Help Falling In Love
25. Closing Vamp

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 5

O quinto CD da coleção The Final Curtain traz um soundboard inédito do show realizado por Elvis na cidade de Madison no dia 24 de junho de 1977. Esse foi o antepenúltimo concerto da vida de Elvis. Isso por si só já chama a atenção. Depois dessa apresentação Presley só pisaria no palco mais duas vezes (sendo que seu último show seria realizado apenas dois dias depois). Por essa razão estamos aqui tratando de um concerto de fim de turnê, com tudo o que de ruim isso possa significar. Cansaço, exaustão, tédio, desinteresse, tudo isso pode abater um artista de 42 anos de idade com muito tempo de estrada. E infelizmente é justamente isso que acontece. Elvis parece não ter mais pique. Soa cansado, entediado, muitas vezes sem a menor vontade de proporcionar aos presentes uma boa apresentação. O velho problema da dispersão ataca o cantor em vários momentos. Ele começa a contar piadas, a falar com seus membros de grupo, a ironizar certos trechos de algumas canções e no meio disso tudo se esquece de cantar corretamente (o que afinal era justamente o que todos esperavam dele).

Embora seja material inédito o consenso geral entre os fãs foi a constatação da má performance do cantor em Madison. Mas não é só. Não podemos esquecer que a qualidade sonora do concerto também deixa muito a desejar. O som soa abafado, distante, parece que a banda está a milhas de distância de Elvis. Os solos de guitarra mais parecem ecos perdidos no fundo de um poço, por exemplo. O show em si é muito curto (embora esteja incompleto) mostrando que Elvis tinha consciência de sua má atuação o que fez encurtar tudo para ir embora logo. Já conhecia a apresentação de Madison pelo péssimo CD Audience "One Night" por isso não me surpreendi muito. Aliás é importante falar que muitos audiences, apesar de suas conhecidas más qualidades sonoras podem muitas vezes, por trazer a energia do público, fazer com que certos shows pareçam ser melhores do que realmente são. É o caso de Madison. O Audience passava a impressão que o show não havia sido tão mal. Depois de ouvir esse novo soundboard finalmente caímos na real de um concerto realmente fraco feito por parte de Presley.

Nessa altura do texto você pode se perguntar: Mas existe algo de bom nesse show de Madison? A resposta é sim. No meio de músicas massacradas pelo cantor (como uma das piores versões que já ouvi de "Jailhouse Rock" e um medley de "Teddy Bear / Don´t Be Cruel" de dar vergonha alheia) Elvis solta pequeninas faíscas de seu grande talento. Isso acontece em poucos momentos, é verdade, mas estão lá. A singela versão de "Earl Morning Rain", por exemplo, me agrada. Essa música tem aquele tipo de melodia que nos cativa. Pena que o som está realmente péssimo! Bem melhor está "I Really Don´t Want To Know" que é a única interpretação acima da média feita por Elvis nessa noite, embora seja tão curtinha que faça pouca diferença no saldo final. De resto muita mediocridade, inclusive duas versões cantadas em solo por Sherril Nielsen (Danny Boy entre elas). Não consigo entender, logo em "Danny Boy" uma das mais belas gravações feitas por Elvis em estúdio ele simplesmente se ausenta e deixa para Nielsen apresentar. Enfim, em conclusão posso dizer que todo e qualquer soundboard inédito é muito bem vindo mesmo que deixe a desejar em termos de performance. Historicamente é válido, apesar dos pesares.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 5
01. See See Rider
02. I Got A Woman/Amen
03. Love Me
04. If You Love Me (Let Me Know)
05. You Gave Me A Mountain
06. Jailhouse Rock
07. O Sole Mio/It's Now Or Never
08. One Night
09. Teddy Bear/Don't Be Cruel
10. And I Love You So
11. Danny Boy (S. Nielsen)
12. Walk With Me (S. Nielsen)
13. Love Me Tender
14. Introductions
15. Early Morning Rain
16. What'd I Say
17. Johnny B. Goode
18. Introductions Continued
19. I Really Don't Want To Know
20. Introductions Conclusion
21. Hound Dog
22. Introduction of Vernon Presley
23. Can't Help Falling In Love
24. Closing Vamp

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de março de 2009

Elvis Presley - The Final Curtain CD 4

Chegamos ao quarto CD da coleção The Final Curtain. Aqui temos uma boa e uma má notícia. A boa é que podemos finalmente ouvir material realmente inédito com o show gravado em Saginaw no dia 2 de maio de 1977. Muitos (inclusive esse que escreve) só conheciam o concerto pelo sofrível bootleg audience "Springtime in Saginaw". Assim podemos ouvir finalmente em soundboard essa mesma apresentação. Não é um som de qualidade superior, diria até que deixa muito a desejar mas mesmo assim é válido o lançamento. Pena que a performance de Elvis esteja pouco inspirada. Essa é a má notícia. Além do set list de rotina Elvis não leva adiante algumas canções que poderiam se transformar em preciosos momentos (como Trouble de King Creole que ele apenas "brinca" de cantar). Que pena pois uma versão completa do clássico Trouble viria bem a calhar em um momento como esse. Infelizmente tudo fica apenas na vontade. Aliás a cidade de Saginaw é bem conhecida pelos fãs de Elvis uma vez que foi aqui que ele também se apresentou para os trabalhos de parte do especial "Elvis in Concert". Pelo jeito apesar de fraca performance o público gostou o que fez ele retornar depois.

No mais nada de muito relevante acontece durante a apresentação. Elvis surge aqui nesse registro pouco concentrado, disperso, soltando piadinhas em demasia e desinteressado. Para quem gosta de imprevistos e curiosidades que aconteciam no shows de Elvis Presley nos anos 70 há uma falha técnica no microfone do cantor bem no comecinho de "Polk Salad Annie". Como sempre fazia nessas ocasiões Elvis brinca muito com o fato, tira onda e depois reinicia a música (lembra o mesmo problema que surgiu em Las Vegas durante as filmagens de "That´s The Way It Is"). A lamentar apenas que pouco se captou da reação de Elvis no momento da falha do microfone. Como há pouca captação do som ambiente também ficamos momentaneamente em um silêncio incômodo, como se simplesmente a faixa tivesse acabado sem mais nem menos. Para falar a verdade o concerto em si vai acontecendo meio que ao acaso. Elvis parece um pouco fora de tom, deixando passar vários trechos de canções ao perder sua deixa. Uma situação um pouco desanimadora. Vale pelo resgate e pouco além disso.

Para completar o CD os produtores colocaram algumas canções avulsas de quatro concertos diferentes de Elvis realizados em Toledo (23 de abril), Duluth (29 de abril) e Chicago (1 e 2 de maio). Nenhuma novidade nessas faixas. O show de Toledo, por exemplo, já está há bastante tempo disponível no CD 2 do bootleg "Goodbye Memphis", já o concerto de Duluth pode ser conferido no CD "A Day in Duluth". A faixa "My Way" creditada como gravada em Chicago na realidade foi apresentada por Elvis em Toledo, o que demonstra um deslize por parte de quem organizou as canções. Além do mais está mal situada ao lado de outra versão de "My Way" supostamente também gravada na mesma cidade. Como eu já escrevi ao me referir ao outro CD dessa coleção não aprecio mesmo esse sistema de jogar momentos avulsos, misturando músicas de concertos diferentes, num tremendo balaio de gatos. Tudo soa desorganizado, jogado ao acaso. Seria bem melhor que colocassem dois concertos por CD (já que os shows de Elvis também eram curtos em duração). Dessa forma seria bem melhor no quesito organização. Enfim, se fosse definir sinteticamente esse quarto CD da coleção diria que ele é rotineiro, apesar de trazer algum material inédito.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 4
01. That's All Right
02. Trouble
03. I Got A Woman/Amen
04. Love Me
05. Happy Birthday To You
06. Hound Dog
07. Trying To Get To You
08. Jailhouse Rock
09. My Way
10. Little Sister
11. Teddy Bear/Don't Be Cruel
12. Help Me
13. O Sole Mio/It's Now Or Never
14. Love Me Tender
15. Why Me Lord
16. Polk Salad Annie/Microphone Change Over
17. Polk Salad Annie
18. Mystery Train/Tiger Man
19. Can't Help Falling In Love
20. Polk Salad Annie
21. Big Boss Man
22. Bridge Over Troubled Water
23. My Way
24. Fairytale
25. My Way

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 3

Infelizmente o CD 3 da coleção "The Final Curtain" nada traz de inédito. Basicamente o material é retirado de dois bootlegs bem conhecidos dos fãs de Elvis: "Coming On Strong" (que trazia o show do dia 16 de fevereiro de 1977 em Montgomery) e "Moody Blue and Other Great Performances" (que trazia o concerto realizado no dia 21 de fevereiro de 1977 em Charlotte, uma cidade da Carolina do Norte). Para quem nunca adquiriu esse material antes pode ser bem interessante conhecer essas apresentações que trazem pequenas novidades no set list habitual de Elvis nos anos 70. No show em Montgomery, por exemplo, temos uma muito rara "Where No Stands Alone" do álbum "How Great Thou Art". A canção é executada sobriamente, com basicamente Elvis em capela, acompanhando suavemente por piano e o grupo vocal. De certa forma destoa da versão do estúdio que é naturalmente grandiosa em seus arranjos. Como se trata de uma música religiosa Elvis mantém a concentração e a interpreta corretamente, muito inspirado.

A versão de "Unchained Melody" nesse mesmo concerto também é um ponto alto. Crua, sem os artifícios da versão de estúdio que conhecemos do álbum oficial Moody Blue a música revela uma interpretação natural, sem firulas mas também extremamente inspirada. Curiosa a inclusão dessa canção nos shows de Elvis em 1977, uma vez que de maneira geral Elvis vinha seguindo uma seleção musical em suas apresentações que não trazia novidades. Parecia até que ele não queria mais suar tanto a camisa. Felizmente isso caiu por terra pela inclusão de canções como essa que exigiam bem mais dele, tanto do ponto de interpretação vocal como instrumental, uma vez que ele fazia questão de tocar a música ao piano.

Do show seguinte, Charlotte, a grande novidade é a apresentação ao vivo de "Moody Blue". A música gravada em Graceland tinha boa melodia, letra e era uma bela novidade no repertório do cantor. Além disso tinha uma pegada bem anos 70 o que a tornava potencialmente candidata a virar hit nas rádios, coisa que vinha faltando a Elvis ultimamente. Assim em um raro esforço em mostrar novidades no palco Elvis a apresentou aqui nesse concerto. A execução mostra vacilos tanto por parte de Elvis como da banda, o que é normal em se tratando de uma música nova, grande novidade para eles que vinham numa espécie de controle remoto, cantando e tocando quase sempre as mesmas músicas. O fato porém é que mesmo com esses pequenos problemas "Moody Blue" é uma preciosidade para os fãs do cantor, uma vez que não se sabe bem o porquê Elvis literalmente abandonou a música nos shows seguintes. Como é rara seu valor é maior. O resto do material é de rotina. Em termos de performance ele não está particularmente brilhante mas também fica muito longe do medíocre. No final das contas esses registros afastam de certa forma a visão melodramática de um Elvis caindo no palco em seus últimos concertos, coisa que definitivamente não é verdade. Ele estava lá, trabalhando de forma digna, na média, com pequenos espasmos de brilhantismo, o que é normal para todo e qualquer artista de sua idade.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 3
01. You Gave Me A Mountain
02. O Sole Mio/It's Now Or Never
03. Little Sister
04. Teddy Bear/Don't Be Cruel
05. My Way
06. Polk Salad Annie
07. Hurt
08. Hound Dog
09. Elvis Talks/Striptease
10. Where No One Stands Alone
11. Unchained Melody
12. Can't Help Falling In Love/Closing Vamp
13. Are You Lonesome Tonight
14. Reconsider Baby
15. Love Me
16. Moody Blue
17. You Gave Me A Mountain
18. Jailhouse Rock
19. O Sole Mio/It's Now Or Never
20. Little Sister
21. Teddy Bear/Don’t Be Cruel
22. My Way
23. Release Me
24. Hurt
25. Why Me Lord

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de março de 2009

Elvis Presley - The Final Curtain CD 2

O segundo CD da coleção The Final Curtain já é bem mais interessante que o volume 1. Finalmente aparecem os primeiros registros realmente inéditos. O concerto que Elvis realizou na cidade de Orlando, por exemplo, só havia sido lançado antes em bootlegs sem qualidade sonora decente e aqui finalmente temos praticamente a íntegra do que foi encontrado até agora em sonoridade digna (embora longe de ser perfeita). Como o CD 2 traz faixas de concertos diferentes temos várias oscilações de qualidade, com algumas canções gravadas em bom nível técnico (como How Great Thou Art) intercaladas com registros de qualidade medíocre (como Love Me). Nesse aspecto puramente sonoro o CD começa mal, é verdade, principalmente nas primeiras faixas com vários problemas de gravação (alguns bizarros) mas depois ao longo do CD as coisas vão paulatinamente melhorando.

Como já foi dito as doze primeiras canções do CD foram gravadas em Orlando no dia 15 de fevereiro de 1977. Esse concerto é o grande chamariz desse segundo CD pois era dado como inexistente por longos anos. Orlando já era conhecido em qualidade Audience pelos fãs através do bootleg "Going Back In Time" mas do jeito que se apresenta aqui é realmente novidade. Obviamente como se tratava de um Audience (significa que foi gravado no meio da audiência) a qualidade sonora ia do sofrível ao medíocre. Agora temos acesso a um material com melhoria bem considerável. Não é perfeito, há erros de equalização e captação (em algumas ocasiões as caixas chegam próximas a explosão pelo volume desequilibrado) mas não há como negar a importância do aparecimento desse soundboard. Se fosse qualificar diria que as músicas desse show surgem em um nível de bom para mediano (embora tenha sido gravado na mesa de som) sem muito rigor técnico. De qualquer forma convenhamos que já é um avanço e tanto. Em termos de performance Elvis vai de oito a oitenta. Entre as canções apenas "You Gave a Mountain" se destaca mais embora o resto do concerto seja no mínimo curioso.

Depois do show em Orlando há uma salada com canções tiradas de nada mais, nada menos, do que sete shows diferentes. Não gosto desse tipo de seleção pois demonstra pouco rigor e passa a sensação de desleixo, além de ser tudo obviamente incompleto. Do show em Columbia temos, por exemplo, apenas duas faixas (Release Me e Trying To Get You). Nada de muito inspirado embora Elvis procure cantar tudo de forma correta e profissional. Esse show pode ser ouvido na íntegra no bootleg "Release Me" só que em sistema Audience, sem grande qualidade. Aqui as coisas melhoram. As quatro faixas seguintes foram gravadas em Charlote, no dia 20 de fevereiro. Esse show já é bem conhecido pelos fãs e colecionadores de bootlegs. Basta lembrar do CD FTD Unchained Melody. O grande destaque entre essas faixas é justamente Moody Blue (que infelizmente não passa de uma tentativa fracassado por parte de Elvis em apresentar material novo ao público - ele tenta, brinca, ri um pouco e desiste!). Depois dessas canções gravadas em Charlote a única coisa mais relevante é o medley gospel "Bossom Of Abraham / Better You Run" gravado em Alexandria. A faixa já havia sido lançada antes no bootleg "The Event" mas agora está bem melhor, chegando até mesmo a parecer um ensaio já que mal conseguimos ouvir o público. Como o CD citado não é muito conhecido vai ser uma boa surpresa para muitos. Eu sempre aconselho os fãs a adquirirem os bootlegs com as íntegras desse show mas como se apresenta aqui até que pode ser válido, muito embora como eu já disse o material esteja incompleto. Em resumo, o CD 2 não é perfeito mas já traz novidades interessantes (coisa que falta definitivamente no volume 1 da coleção).

Elvis Presley - The Final Curtain CD 2
01. Love Me
02. If You Love Me (Let Me Know)
03. You Gave Me A Mountain
04. O Sole Mio / It's Now Or Never
05. All Shook Up/Teddy Bear/Don't Be Cruel
06. Help Me
07. Big Boss Man
08. My Way
09. Introductions
10. Hurt
11. Hound Dog
12. Can't Help Falling In Love
13. Release Me
14. Trying To Get To You
15. Fairytale
16. My Way
17. Moody Blue
18. How Great Thou Art
19. Blue Christmas
20. My Way
21. That's All Right
22. Bosom Of Abraham/You Better Run
23. And I Love You So
24. Fever
25. Hurt
26. Heartbreak Hotel
27. Blue Suede Shoes.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - The Final Curtain CD 1

A partir de hoje vou fazer uma análise geral da coleção "The Final Curtain" que acaba de sair no mercado. Antes de mais nada é importante informar que se trata de um lançamento não oficial (do selo Boxcar) com tiragem limitada (em torno de 1500 cópias) que despertou grande interesse entre os fãs de Elvis aqui no Brasil e lá fora. Trata-se basicamente de 6 CDs e 6 DVDs com áudio e imagens dos últimos concertos realizados por Elvis Presley no ano de 1977. O primeiro CD da coleção traz basicamente duas apresentações feitas por Elvis nos dias 13 e 14 de fevereiro de 1977 nas cidades de West Palm Beach e St. Petersburg , ambas localizadas no Estado da Flórida.

Quem conhece mais a fundo o mundo dos bootlegs já conhece os shows de títulos como "Coming On Strong" e "Cajun Tornado". Em termos de performance não há muito o que se destacar pois Elvis está apenas ok, fazendo concertos que são acima de tudo profissionais e corretos. Obviamente que em se tratando de um período complicado de sua vida há um certo "freio de mão puxado" por parte do cantor, principalmente em canções que exigem um pouco mais dele como na nota final de "It´s Now Or Never" mas no geral ele nem compromete e nem tampouco surpreende. Há momentos divertidos como em "Blueberry Hill" do concerto em West Palm Beach onde Elvis nos transporta por alguns segundos aos anos 50 novamente ou na letra cheia de brincadeiras de "Can´t Help Falling in Love" desse mesmo concerto mas esses momentos também são apenas pontuais. Embora não leve muito a sério Elvis se diverte o que faz o registro valer a pena. No resto da set list não há maiores surpresas, se destacando apenas uma "Love Letters" tardia, embora não muito comovente.

Embora muitos tenham afirmado que houve um ótima melhora sonora no material ouso dizer que na realidade a melhora de som existe porém de forma mais sensível. O que se nota ao comparar com os títulos anteriores é que houve um trabalho de limpeza em certos momentos dos concertos, problemas esses que vinham desde as fitas originais. O fato porém é que não há como melhorar muito isso pois é um problema que nasceu no momento da gravação. Como não se trata de uma gravação profissional, tudo foi captado na mesa de som do concerto (os chamados soundboards) não havendo todo o cuidado que se tem na gravação de registros oficiais. Esse tipo de situação é simplesmente impossível de contornar, tudo se resumindo em paliativos para tornar a audição mais confortável. Foi exatamente isso que foi feito nesse primeiro CD. Para falar a verdade nunca gostei muito desses registros (especialmente o show em St Petersburg, muito fraco em termos de qualidade sonora) mas como se trata de Elvis em seus momentos finais geralmente aceitamos esse tipo de som abaixo da média. Os dois concertos aliás trazem problemas de equalização e balanceamento além do chamado "efeito metálico" que sempre os caracterizou e de certa forma os rebaixam no aspecto puramente técnico. Enfim, o primeiro CD da coleção não traz maiores novidades e nem nos surpreendem em sua qualidade (pois já a conhecemos).

Elvis Presley - The Final Curtain CD 1
01. Little Sister
02. You Gave Me A Mountain
03. Blue Suede Shoes
04. O Sole Mio/It's Now Or Never
05. My Way
06. All Shook Up/Teddy Bear/Don't Be Cruel
07. And I Love You So
08. Fever
09. Blueberry Hill
10. Hurt
11. Hound Dog
12. Jailhouse Rock
13. Can't Help Falling In Love
14. If You Love Me (Let Me Know)
15. You Gave Me A Mountain
16. O Sole Mio*/It's Now Or Never
17. All Shook Up/Teddy Bear/Don't Be Cruel
18. And I Love You So
19. Fever
20. My Way
21. Blueberry Hill
22. Love Letters
23. Introductions/School Days
24. Hurt
25. Hound Dog
26. Can't Help Falling In Love
27. Closing Vamp

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Elvis Presley - Close Up

Como o tempo passa rápido! Está completando 10 anos de lançamento desse box muito interessante, Close Up. Na ocasião de sua chegada nas lojas eu escrevi em meu site EPHP o seguinte texto: "A BMG Heritage anunciou em 1º de julho o lançamento de "Elvis: Close Up", um conjunto de quatro CDs que inclui amplo material até agora inédito do rei do rock'n'roll. No ano passado a RCA lançou o conjunto de CDs "Elvis Today, Tomorrow, and Forever" e a coleção "ELV1S 30 #1 Hits", num CD único, que já estreou no primeiro lugar da lista Billboard 200 e, desde então, vendeu 2,8 milhões de cópias nos Estados Unidos e no total 9.9 milhões de cópias ao redor do mundo, de acordo com a Nielsen SoundScan. O conjunto "Elvis: Close Up" inclui ao todo 89 faixas. Cada um dos quatro CDs remasterizados cobre um aspecto distinto da carreira de Elvis Presley.

O primeiro disco traz as fitas master em estéreo dos anos 50, sendo o primeiro lançamento desse tipo de "Blueberry Hill", "Loving You", "(There'll Be) Peace in the Valley (For Me)", "Don't Leave Me Now" e outras. O disco 2 traz faixas de quatro dos filmes em que Elvis trabalhou: "Saudades de um Pracinha", "Feitiço Havaiano", "Estrela de Fogo" e "Coração Rebelde". O disco traz 25 faixas nunca antes lançadas. O terceiro CD cobre as sessões que Elvis fez nos anos 60 no Estúdio B da RCA em Nashville. Estão incluídas 21 faixas de várias sessões diferentes, incluindo "Make Me Know It", "U.S. Male", "Surrender", "His Latest Flame", "The Girl of My Best Friend" e "Singing Tree". O último disco traz um concerto inteiro gravado em 18 de abril de 1972 em San Antonio, em gravação até agora inédita. O show teve 23 canções, incluindo "Burning Love", "Proud Mary", "Suspicious Minds", "Never Been to Spain", "Funny How Time Slips Away" e "Polk Salad Annie".

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - One Night in Vegas / Too Much Monkey Business

FTD One Night in Vegas
Já tive a oportunidade de escrever um longo e detalhado review desse CD e portanto não irei me alongar em demasia. O que mais posso escrever em relação ao "FTD One Night in Vegas"? Se trata realmente de um título maravilhoso do selo FTD, muito bem organizado e completamente focado em sua proposta histórica. O CD foi gravado ao vivo durante um concerto realizado por Elvis Presley em Las Vegas durante a temporada de agosto de 1970. Essa terceira rodada de shows de Elvis é até hoje considerada uma das melhores de toda a sua carreira. Não havia mais o nervosismo da temporada inicial e nem tampouco a tensão da temporada do começo do ano, quando todos disseram que era precipitado voltar a Vegas em uma época de baixa no fluxo de turistas. Temia-se até um fracasso comercial, que de fato não aconteceu.

Assim Presley se mostra totalmente à vontade no palco, com repertório maduro e bem selecionado. O show do dia 10 de agosto surge na íntegra, o que é fantástico, pois dá uma ideia geral para o fã de Presley saber como era um concerto dele naquela época. Para completar cronologicamente o álbum o produtor Ernst Jorgensen resolveu colocar mais cinco canções gravadas no dia 4. Dessa segunda seleção o destaque vai para a versão ao vivo de "Twenty Days And Twenty Nights", uma linda balada do álbum "That´s The Way It Is" que Elvis raramente cantou em suas apresentações. Do concerto do dia 10 vale ressaltar as ótimas versões de "Words" (de seu primeiro disco ao vivo), "I Just Can't Help Believing" (a bela canção romântica que abriu o lado A da edição original de "That´s The Way It Is") e "Something" dos Beatles, ainda sem encontrar seu arranjo ideal dentro da banda de Elvis. Embora ele tivesse sérias restrições sobre as posições políticas do grupo inglês resolveu não deixar de fora de sua carreira clássicos imortais como esse, "Yesterday" e "Hey Jude", uma das poucas canções do quarteto a serem gravadas por ele em estúdio. Então é isso, esse é um título que definitivamente não pode faltar em sua coleção.

FTD One Night in Vegas - 1: Opening Theme 2: That's All Right 3: Mystery Train/Tiger Man 4: Elvis talks 5: I Can't Stop Loving You 6: Love Me Tender 7: The Next Step Is Love 8: Words 9: I Just Can't Help Believing 10: Something 11: Sweet Caroline 12: You've Lost That Loving Feeling 13: You Don't Have To Say You / Love Me 14: Polk Salad Annie / Intro: band 15: I've Lost You 16: Bridge Over Troubled Water17: Patch It Up 18: Can't Help Falling In Love 19: Words 20: Cattle Call / (Yodel) 21: Twenty Days And Twenty Nights 22: You Don't Have To Say You Love Me 23: Brigde Over Troubled Water (incomplete).

FTD Too Much Monkey Business
Esse é o patinho feio da coleção FTD. Mereceu o título. Muito ruim a ideia de se mexer nas gravações originais de Elvis. Há limites que não se devem ultrapassar sobre isso. De qualquer maneira o repertório pelo menos é de bom nível. O que liga a grande maioria das músicas desse CD é o sabor nitidamente country de praticamente todas as faixas. A country music sempre foi muito subestimada pela crítica em relação à obra do cantor. Elvis, e poucos param para pensar seriamente sobre isso, foi um grande artista country. Presley realmente vestiu mesmo a camisa desse estilo musical durante toda a sua carreira. Ele de certa maneira nasceu dentro dessa sonoridade e jamais a abandonou. Provavelmente se ainda estivesse vivo estaria lançando álbuns desse gênero até hoje!

"Too Much Monkey Business", por exemplo, foi subestimada em sua época de lançamento, mas a ouvindo hoje em dia podemos notar a força de seu sabor caipira. "Clean Up Your Own Backyard" é outra que não ganhou o destaque merecido. Além da boa letra tem uma performance incrível por parte de Elvis, que conseguiu impor uma fina ironia (diria até mesmo sarcasmo) em sua execução. Coisa de gênio realmente. "Just Call Me Lonesome" por outro lado é aquele tipo de som regional para não deixar dúvidas sobre o tipo de ritmo que Elvis estava abraçando na época. São boas músicas, boas faixas. Isso porém não é novidade pois elas já eram conhecidas desde o seu lançamento original. O CD, que se propõe a ser uma releitura do álbum póstumo "Guitar Man", assim me soa levemente descartável, apesar das boas canções presentes no repertório. Há coisas infinitamente melhores dentro do selo FTD.

FTD Too Much Monkey Business - 1: Burning Love 2: I'll Be There 3: Guitar Man 4: After Loving You 5: Too Much Monkey Business 6: Just Call Me Lonesome 7: Loving Arms 8: You Asked Me To 9: Clean Up Your Own Backyard 10: She Thinks I Still Care11: Faded Love 12: I'm Movin' On 13: I'll Hold You In My Heart14: In The Ghetto15: Long Black Limousine16: Only The Strong Survive17: Hey Jude18: Kentucky Rain19: If You Talk In Your Sleep 20: Blue Suede Shoes (Las Vegas, Aug '69).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Elvis Presley - Elvis at Sun

Segundo os diretores da Sony este seria o lançamento definitivo sobre os "anos Sun" da carreira de Presley. Será mesmo? Dois argumentos fortes militam contra esse "marketing". Primeiro ponto: Desde o surgimento do CD até os dias de hoje, os engenheiros de som da BMG RCA não conseguiram captar com perfeição o "Sun Sound" de Sam Phillips. Será que eles conseguem agora? Pessoalmente acho difícil, pois cada vez mais me convenço que o único formato que consegue capturar a essência das músicas na Sun é o vinil mesmo!

Os absurdos cometidos na era do CD foram tantos que até mesmo "eliminaram" o eco da Sun, que não é defeito e sim uma marca registrada do estúdio de Sam Phillips. Vamos torcer para que não ocorra outro absurdo deste tipo com esse novo CD! Segundo ponto: Onde está "Uncle Pen", a mais badalada música perdida de Elvis na Sun Records? Houve muitos boatos sobre sua existência, inclusive falou-se muito sobre seu lançamento nesse CD, o que não ocorreu. Alguns especialistas afirmam que a música realmente existe, mas que a BMG só pretenderia mostrá-la ao público no futuro, em um evento mais importante.

Outro aspecto curioso sobre as gravações de Elvis Presley na Sun Records é o fato do próprio cantor ter dito em entrevistas que "havia muito eco" nas músicas. Será que o próprio Elvis não tinha consciência da importância de seu trabalho na Sun Records? Ao que tudo indica sim, pois penso que Presley via suas faixas na Sun como um ponto importante em sua vida profissional, afinal de contas a Sun foi a primeira a lhe dar uma chance como cantor, mas o resultado técnico em sua visão deixava muito a desejar. E olhando sob um certo ponto de vista isso é algo até bem comum com alguns artistas.

Eles sempre olham para suas primeiras gravações com uma visão muito crítica pois enxergam ali a falta de experiência, o pouco domínio vocal, a falta de um arranjo mais bem elaborado, etc, etc. Mesmo não estando com o gosto pessoal de Elvis é impossível negar a importância histórica de todas as músicas da Sun Records que ele nos legou. É um momento em que realmente as canções deixaram de ser meros country para se tornar algo diferente, que viria a ser conhecido como rock. Sendo assim esse CD não é completo e nem muito menos definitivo mas vale a pena conferir, afinal o gênese do Rock ´n´Roll está aqui.

Elvis Presley - Elvis at Sun (2004)
Harbor Lights 
I Love You Because (alternate take 2)
That's All Right
Blue Moon Of Kentucky
Blue Moon
Tomorrow Night
I'll Never Let You Go (Little Darlin')
Just Because
Good Rockin' Tonight
I Don't Care If The Sun Don't Shine
Milkcow Blues Boogie
You're A Heartbreaker
I'm Left, You're Right, She's Gone (slow version)
I'm Left, You're Right, She's Gone
Baby, Let's Play House
I Forgot To Remember To Forget
Mystery Train
Trying To Get To You
When It Rains, It Really Pours

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Long, Lonely Highway

Esse CD do selo FTD é bem curioso por vários motivos. Um deles é sua capa. Perceba que é antes de tudo uma homenagem à capa do disco Elvis Golden Records vol. 2, uma das mais lembradas da carreira do cantor. Com fundo branco e várias figuras de Elvis a capa fez escola sendo bastante imitada por outros artistas, inclusive no Brasil. É aquela coisa, nem sempre uma boa ideia precisa ser megalomaníaca ou exagerada para marcar época. A simplicidade do design chama muito atenção até nos dias de hoje. Outro aspecto curioso desse título é a grande quantidade de takes iniciais presentes (takes 1 ou 2, por exemplo). Esse tipo de gravação é relevante pois traz a primeira tentativa de acertar a música dentro dos estúdios. Certa vez escrevi sobre a grande eficiência de Elvis Presley dentro dos estúdios, geralmente gravando um LP inteiro em apenas uma ou duas noites.

Pois bem, esse CD mostra bem isso. Quando a luz acendia dentro da cabine de gravação Elvis já estava praticamente pronto ao lado de seus músicos. Muitos takes inicias são praticamente iguais às masters oficiais que conhecemos. Elvis chegava lá e resolvia como regra geral tudo de forma rápida e o mais importante, com qualidade. Com Elvis Presley certamente não se aplicava o velho lema de que "A Pressa é inimiga da perfeição". "Long Lonely Highway" foca nos anos 60, com gravações que vão desde o começo da década até praticamente seu final. Muitas pessoas que escrevem sobre música ainda insistem em qualificar essa fase de Elvis como um período de menor qualidade musical por parte do cantor, onde ele teria deixado o rock mais visceral de seus primeiros discos por um som mais suave, de romantismo extremo. Bobagem. Elvis apenas seguiu a própria tendência musical que acontecia na música americana no período. Não foi Elvis que suavizou, foi a própria cultura musical do período que seguiu para um lado mais pop. De qualquer forma engana-se quem pensa que essa fase foi destituída de valor. As próprias canções aqui presentes mostram justamente o contrário.

As faixas foram retiradas principalmente das sessões que deram origem aos discos "Elvis is Back" e "Pot Luck With Elvis", além de singles e bonus songs de trilhas para filmes. Muitas delas inclusive saíram diretamente do conhecido projeto "The Lost Album", o LP nunca lançado por Elvis nos anos 60. Eu particularmente gosto muito desse material pois foi uma tentativa muito válida por parte de Elvis e banda em produzir material com maior qualidade que suas costumeiras trilhas pós 1963. Entre os destaques cito a sempre curiosa "Come What May", uma daquelas canções que caíram em um injusto limbo dentro da discografia do cantor, tanto por terem sido mal lançadas e pessimamente divulgadas, o que em absoluto tiram seus méritos em termos de qualidade sonora. Hoje o título está parcialmente ultrapassado até mesmo pelos lançamentos posteriores do selo FTD (que trouxeram muitas dessas sessões quase na íntegra) mas de qualquer forma vale a citação de seu lançamento. É um bom produto para o fã de Elvis Presley ter em casa na sua coleção.

FTD Long, Lonely Highway
01. It's Now or Never (take 1)
02. A Mess Of Blues (take 1)
03. It Feels So Right (take 2)
04. I'm Yours (take 2)
05. Anything That's Part of You (take 2)
06. Just For Old Time Sake (take 1)
07. You'll Be Gone (take 4)
08. I Feel That I've Known You Forever (take 3)
09. Just Tell Her Jim Said Hello (take 5)
10. She's Not You (take 1, WP-4)
11. Devil In Disguise (takes 2, 3)
12. Never Ending (take 1)
13. Finders Keepers, Losers Weepers (take 1)
14. Long Lonely Highway (take 1)
15. Slowly But Surely (take 1)
16. By And By (take 4)
17. Fools Fall In Love (take 4)
18. Come What May (stereo master)
19. Guitar Man (take 10)
20. Singing Tree (take 13)
21. Too Much Monkey Business (take 9)
22. Stay Away (take 2)

Pablo Aluísio.