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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Os Filmes de Vivien Leigh - Parte 1

Vivien Leigh nasceu em Darjeeling, na época uma província do império britânico na distante e exótica Índia. Seus pais estavam a trabalho por lá. Depois de algum tempo retornaram finalmente a Londres, onde Vivien desde cedo mostrou muita vocação para as artes, especialmente para a arte dramática. Assim ela estudou por vários anos para ser atriz, frequentando alguns dos melhores cursos de teatro de Londres.

Durante muitos anos o teatro foi o centro de sua carreira de atriz e só aos 22 anos ela fez seu primeiro filme chamado "The Village Squire", uma pequena produção inglesa dirigida pelo cineasta Reginald Denham. O roteiro do filme era baseado numa peça teatral escrita pelo dramaturgo Arthur Jarvis Black e contava a singela história de uma pequena vila no interior da Inglaterra que via sua rotina mudar completamente com a chegada de uma grande estrela de cinema.

Como era de se esperar os primeiros filmes de Vivien Leigh foram todos rodados na Inglaterra, sua terra natal. Hollywood ainda parecia uma realidade distante nesses seus primeiros trabalhos no cinema. Em 1935, ano em que estreou nas telas, ela atuou em quatro produções distintas, todas produções modestas de estúdios locais. "Look Up and Laugh", seu segundo filme, foi uma comédia. Era uma experiência bem nova para Leigh que sempre havia direcionado seus estudos para o drama, não para o humor. Esse filme aliás é um caso raro dentro da sua filmografia pois a atriz não tinha muita vocação para esse tipo de roteiro. Anos depois lembrando de sua participação nesse filme ela confessou: "Eu não nasci para as comédias, definitivamente não!"

Essa percepção iria ficar ainda mais forte em seu filme seguinte, intitulado "Things Are Looking Up". Leigh interpretava uma colegial nesse filme muito leve, simples, de conteúdo familiar. Serviu para ganhar alguma experiência, porém não foi algo muito importante. No quarto filme em que participou "Gentlemen's Agreement" de George Pearson, ela ouviu um conselho desse diretor dizendo a ela que deveria ir para os Estados Unidos, onde haveria certamente maiores oportunidades para sua carreira de atriz. Ficar na Inglaterra iria limitar seus objetivos. Ela ouviu atentamente o que Pearson lhe aconselhou e começou então a planejar sua viagem para Hollywood. Quem sabe poderia dar certo por lá.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Vivien Leigh - Filmografia Completa - Parte 1

Vivien Leigh - Filmografia Completa - Parte 1
Eternamente imortalizada pelo filme "E O Vento Levou" a atriz Vivien Leigh teve uma produtiva carreira no cinema americano e também no cinema inglês. No total foram 21 filmes. Ela foi premiada com o Oscar duas vezes. A primeira por Scarlett em "E O Vento Levou" e a segunda por interpretar Blanche DuBois na versão cinematográfica da peça "Uma Rua Chamada Pecado". Segue abaixo a lista completa de seus filmes, separados por an1o de lançamento. O que mais chama a atenção é como ela conseguiu emplacar em Hollywood. Ao ser escalada para interpretar a protagonista de "E O Vento Levou" tudo mudou. E isso aconteceu de forma muito rápida! Impressionante como ela virou uma estrela do cinema em tão pouco tempo.

1935:
The Village Squire
Gentleman's Agreement
Things Are Looking Up
 Look Up and Laugh
 

Esses foram seus primeiros filmes, todos feitos na Inglaterra. Não foram lançados no Brasil, por isso não possuem títulos nacionais.

1937:
Fogo Por Sobre a Inglaterra
Tempestade Num Copo D'Água


Após um ano parada, se dedicando aos estudos, a atriz voltou a filmar. Seus dois primeiros filmes chegaram ao Brasil.

1938:
Um Yankee em Oxford
As Calçadas De Londres

Dois bons filmes ingleses, ambos foram lançados no Brasil. Ela decide ir para os Estados Unidos depois que termina as duas produções. Almeja uma carreira em Hollywood.

1939:
...E o Vento Levou

O ano em que tudo mudou. Ela é escolhida para atuar em um dos mais populares filmes da história de Hollywood. A consagração é completa e ela leva o Oscar para casa, curiosamente em seu primeiro filme rodado nos Estados Unidos! Da noite para o dia ela se torna uma das atrizes mais conhecidas do mundo em uma das mais incríveis histórias de sucesso do cinema.

Pablo Aluísio.

Vivien Leigh - Filmografia Completa - Parte 2

Vivien Leigh - Filmografia Completa - Parte 2
Vamos dar sequência nessa análise dos filmes da atriz Vivien Leigh, agora partindo da década de 1940, quando a ainda jovem atriz passou a colher os frutos do sucesso do clássco "E O Vento Levou".

1940:
A Ponte de Waterloo
3 Semanas de Loucura

Depois do grande sucesso de bilheteria de "E O Vento Levou", toda Hollywood ficou na expectativa do que a atriz iria fazer depois. E foram dois bons filmes, mas em escala menor, como era de se esperar. "3 Semanas de Loucura" é um filme que não fez muito sucesso, que não marcou muito. Já "A Ponte de Waterloo" é considerado um filme romântico excepcional, ainda hoje lembrado pelos cinéfilos. Grande momento de sua carreira. No mais ela não voltou ao topo em Hollywood, o que causou um certo mal estar com os grandes estúdios.

1941:
Lady Hamilton, a Divina Dama


Em 1941 a atriz faria apenas um filme, "Lady Hamilton, a Divina Dama", uma boa produção, mas que não fez muito sucesso. Com problemas de saúde a atriz só voltaria a atuar em 1945, ficando quatro anos afastada do cinema.

1945:
César e Cleópatra

O retorno, após alguns anos afastada, não foi dos mais brilhantes, ainda que se possa considerar esse um bom filme épico, mas com produção bem mais modesta do que os filmes produzidos em Hollywood.

1948:
Anna Karenina

Último filme da década, o que demonstra que ela pouco produziu nos anos 1940, fruto de muitos problemas de saúde e de índole pessoal. Essa adaptação do clássico da literatura certamente é um bom filme, com ótima atuação e roteiro primoroso. Só não se tornou um sucesso de bilheteria, o que de certa maneira era compreensível.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Uma Rua Chamada Pecado

Passados mais de sessenta anos, o longa "Uma Rua Chamada Pecado" (A Streetcar Named Desire - 1951) ainda mantém no ar e intactos, alguns dos sentimentos mais básicos e primários do Homem: sexo, violência e desejo. Mesmo na época de seu lançamento, e a pedido da Warner - que se via pressionada pela censura - o filme sofreu cortes generosos, para desespero de seu diretor, Elia Kazan, que lutou até o fim para que sua obra-prima não sofresse os cortes já determinados pelos "abutres da censura". Não teve jeito, Kazan foi derrotado. Durante muitos anos (até 1993), o filme foi exibido e comercializado com cinco minutos a menos que faziam total diferença no conjunto da obra. No Brasil não foi diferente. O que poderia ser literalmente traduzido para o português, como: "Um Bonde Chamado Desejo", de repente transformou-se em, "Uma Rua Chamada Pecado". Ou seja: a censura não via com bons olhos a palavra DESEJO. Realmente inacreditável, além de lamentável.

Baseado na obra premiada do dramaturgo americano Thomas Lanier Williams ou simplesmente, Tennessee Williams, a obra trata de um redemoinho alucinante de sentimentos. Tudo começa quando Blanche Du Bois (Vivien Leigh), uma professorinha de alma delicada e decadente do Mississipi, vai passar alguns dias com sua irmã Stella (Kim Hunter), e o cunhado Stanley Kowalski (Marlon Brando) em Nova Orleans. Frágil e sedutora, seu comportamento contrasta com os modos rudes e animalescos de Kowalski. A visita de poucos dias parece não ter mais fim, pois o esforço de Blanche, forçando uma convivência pacífica, irrita profundamente Kowalski que aos poucos vai se transformando numa fera. O pequeno apartamento parece ficar menor a cada minuto, sufocante, claustrofóbico. Uma panela de pressão a ponto de explodir. É justamente toda essa atmosfera, que pôs Marlon Brando em evidência para o mundo. Mal ele podia imaginar que sua atuação como Stanley Kowalski, o tornaria uma espécie de marco fundamental. Um divisor de águas entre o cinema pré e pós Marlon Brando. Ou seja: o cinema, mas, principalmente, os atores que vieram posteriormente, não seriam mais os mesmos.

A influência dos chamados "monstros sagrados" do Actor's Studios, entraria como um vírus, para sempre em suas veias. Brando, na pele do animalesco Kowalski, consegue manifestar toda a sua capacidade interpretativa e criativa. Numa completa desambiguidade o organismo Brando-Kowalski é um corpo incandescente que se move lentamente, com olhos injetados de um animal, transpirando suor, ódio e testosterona, quase sempre na mesma medida. Em uma leitura personalíssima e explosiva da obra, Brando se entrega de corpo e alma a um personagem de maldade e furor acachapantes. Sua atuação majestosa é o que Roland Barthes chamava de "quantificação da qualidade" - "pouco interessa o que se fala, o que interessa mesmo é o suor, o grito, o medo e o ódio". Parece que Uma Rua Chamada Pecado foi feita na medida certa para transformar-se depois num réquiem eterno para o genial Marlon Brando. Nota 10.

Uma Rua Chamada Pecado (A Streetcar Named Desire, EUA, 1951) Direção: Elia Kazan / Roteiro: Oscar Saul baseado na peça de Tennessee Williams / Elenco: Vivien Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter,Karl Malden / Sinopse: Blanche (Vivien Leigh) uma problemática mulher resolve ir visitar sua irmã Stella (Kim Hunter) em New Orleans. Lá conhece Stanley (Marlon Brando) o rude e provocativo cunhado. Não tarda a se instalar um clima de tensão entre todos os moradores daquele pequeno apartamento.

Telmo Vilela Jr.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

...E O Vento Levou

Depois de quatro horas de filme, a sensação é de puro êxtase. Não há um mortal sequer que consiga ficar indiferente ao filme mais famoso e popular de Hollywood. Baseado no romance homônimo de Margareth Mitchel e vencedor do Prêmio Pulitzer de 1937,  "... E o Vento Levou" (Gone With The Wind - 1939) é daqueles filmes onde tudo funciona, tudo se encaixa perfeitamente e o time de atores, juntamente com os diretores, produtor e roteirista, forma uma espécie de mosaico que beira à perfeição. O longa é ambientado no início da Guerra da Secessão (1861-1865) e conta a vida de Gerald O'Hara um imigrante irlandês que fez fortuna e vive em sua mansão,Tara, na Georgia, sul dos EUA, junto com sua filha adolescente, Scarlett O'Hara (Vivien Leight).

A jovem Scarlett nutre uma paixão crônica e doentia por Ashley Wilkes. Porém o que ela não sabe é que Wilkes está de casamento marcado com a sua própria prima. Em meio a um verdadeiro redemoinho de paixões, mágoas e ressentimentos que coincidem com o início da guerra, surge o indefectível Rhett Buttler (Clark Gable), um espertalhão que diante do conflito, não toma partido para nenhum lado. Na verdade Rhett é um misto de mulherengo, cínico e mau-caráter que mantém sem muito esforço, correndo em suas veias, muito humor, além de doses generosas de testosterona.

O clássico tem cenas inesquecíveis como o grandioso incêndio que torra a cidade de Atlanta, facilitando a invasão dos Ianques do norte e levando os Confederados e escravocratas sulistas ao desespero. Destaque também para a trilha sonora de acordes celestiais assinada por Max Steiner. A música, derrete, como fogo de maçarico, os corações humanos mais duros. Mas a estrela do grande épico é a espevitada Scarlett O'Hara, papel que caiu no colo de  uma inglesinha, nascida na Índia, chamada Vivian Leigh. A excepcional atriz - que doze anos mais tarde brilharia junto com Marlon Brando no clássico "Uma Rua Chamada Pecado" (1951) - disputou de forma incansável a concorrida vaga para o papel de Scarlett O'Hara com gente não menos ilustre como: Katharine Hepburn, Bette Davis e Lana Turner. A disputa foi tão acirrada que Vivien só conseguiu a vaga quando as filmagens já haviam começado. Vivien foi uma escolha pessoal do todo poderoso produtor David Selznick e brilhou intensamente na pele de uma Scarlett O' Hara  histriônica e mimada.

Outro destaque fica por conta de Clark Gable, que aqui vive seu personagem mais famoso (Rhett Butler). Na verdade a primeira escolha para viver Rhett recaiu sobre Errol Flynn que era um desejo pessoal do produtor David O' Selznick. Mas diante da negativa da Warner em liberar Flynn e de um pedido pessoal de Carole Lombard - que era esposa de Gable e amiga pessoal de Selznick - Clark , finalmente foi o escolhido. Reza a lenda que Clark relutou muito em aceitar o famoso papel, já que estava com 38 anos e não queria encarnar nas telas um sujeito malandro e conquistador de uma adolescente. Outra maravilha fica por conta da fotografia em Technicolor da dupla Ernest Haller e Ray Rennahan que além de representar uma revolução para a época, hipnotizou as plateias de todo o mundo. O clássico teve treze indicações ao Oscar, mas levou "apenas" dez. Um filme realmente extraordinário.

... E O Vento Levou (Gone with the Wind, EUA, 1939) Direção: Victor Fleming / Roteiro: Sidney Howard baseado na novela de Margaret Mitchell / Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland, Thomas Mitchell, George Reeves / Sinopse: As paixões, lutas e glórias de uma família americana durante os terríveis anos da Guerra Civil.

Telmo Vilela Jr.