Calvin Weir-Fields (Paul Dano) é um jovem escritor em crise criativa que acaba criando em seus textos aquela que seria a namorada perfeita - simpática, amiga, leal, sensual e meiga. Ele lhe dá o nome de Ruby Sparks e pretende escrever com esse personagem o seu próximo grande livro. O problema é que a própria Ruby se materializa em sua vida, se tornando uma pessoa real e não uma mera invenção ficcional. Sabendo que pode determinar os atos de Ruby apenas escrevendo o que espera dela em uma folha de papel, o escritor acaba entrando numa grande confusão. Lida assim a sinopse a primeira impressão é que Ruby Sparks é uma comédia romântica das mais bobas mas para minha surpresa não é. O filme se leva à sério, exagera nas tintas do drama e procura levantar, mesmo que de forma bem superficial, a questão do livre arbítrio e da imagem que projetamos dos outros em nós mesmos.
A Ruby não tem vontade própria, ela faz o que seu criador deseja. Assim ele projeta nela tudo aquilo que esperaria de uma namorada perfeita mas esse tipo de coisa logo se revela um desastre para Calvin e os outros ao redor. Infelizmente o enredo parte dessa premissa absurda e se o espectador não comprar a idéia do filme então tudo vai por água abaixo. O tom mais sério da trama também pode afastar um pouco seu público alvo, que seria as adolescentes. De qualquer modo o resultado final não é ruim, apenas previsível. O argumento não explica porque uma personagem de ficção se materializou na vida real e os demais personagens do filme assumem isso com absurda naturalidade. O ator que faz o escritor Calvin, Paul Dano, é pouco carismático, para não dizer chato. Quem acaba segurando o filme nas costas é mesmo sua parceira de cena, Zoe Kazan, que também assina o roteiro. Ela é neta do grande cineasta e autor Elia Kazan. Fazendo a fofinha Ruby Sparks ela foi a responsável direta por eu ter ido até o fim do filme. Ela manteve meu interesse. Em suma, Ruby Sparks não é nenhuma maravilha da sétima arte. Embora colocado no nicho das comédias românticas procura ser um pouco mais inteligente do que habitualmente se faz nesse gênero. Não vai agradar a todo mundo mas se você não for muito exigente pode até servir como passatempo para um domingo à noite.
Ruby Sparks - A Namorada Perfeita (Ruby Sparks, Estados Unidos, 2012) Direção: Jonathan Dayton, Valerie Faris / Roteiro Zoe Kazan / Elenco: Zoe Kazan, Antonio Banderas, Paul Dano, Alia Shawkat, Deborah Ann Woll,
Annette Bening, Steve Coogan, Chris Messina, Elliott Gould, Aasif
Mandvi / Sinopse: Escritor em crise de criatividade resolve criar uma personagem de ficção que atendesse a tudo aquilo que ele desejaria numa verdadeira "namorada perfeita". O problema é que sua personagem ganha vida no mundo real, levando muitos problemas para o pacato escritor.
Pablo Aluísio.
Ruby Sparks
ResponderExcluirPablo Aluísio.