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terça-feira, 22 de maio de 2012

Questão de Honra

A disciplina militar tem sua própria lógica que muitas vezes não faz o menor sentido fora do ambiente de caserna. Esse é o pano de fundo de "Questão de Honra", uma grande produção da década de 90 que conseguiu reunir três astros em ascensão na época, Jack Nicholson, Tom Cruise e Demi Moore. Depois do relativo fracasso de "Um Sonho Distante" Tom Cruise resolveu apostar em um projeto de sucesso garantido. Aqui ele interpreta um jovem advogado das forças armadas americanas que tenta provar um crime militar ocorrido dentro de uma base aonde um jovem soldado supostamente teria sido morto por seus colegas de farda. Para tanto ousa convocar para depor um coronel casca grossa (brilhantemente interpretado por Nicholson). Sua frase durante o depoimento: "You can't handle the truth!" ("Você não suportaria a verdade!") foi considerada uma das mais marcantes da história recente do cinema americano. Nicholson tinha acabado de ganhar uma verdadeira fortuna com o sucesso do primeiro filme de Batman e estava ali para novamente causar sensação. É curioso ver um ator desse quilate dando um verdadeiro baile em Tom Cruise. Verdade seja dita: Cruise não é páreo para Nicholson em cena. Isso fica bem claro na cena final do depoimento do personagem de Jack. Ele simplesmente destrói Cruise e o cospe fora. Simples assim. .

A única peça no elenco que não parece se encaixar é Demi Moore. Complicado acreditar que ela seja digna de alguma patente militar. Vacilante, sem achar o tom certo de seu papel, ele se refugia apenas em sua beleza e tenta não passar vergonha ao lado do elenco brilhante. É certo que o filme poderia ser menos burocrático e ter um corte menos pesado. O diretor Rob Reiner porém costuma ter mão pesada, confundindo longa duração com qualidade. Isso já havia acontecido com "Conta Comigo". A produção aqui sofre dessa mesma falta de ritmo mas a presença de Nicholson consegue superar o mal estar. O saldo final é positivo, apesar de pontuais problemas. "Questão de Honra" fez sucesso e recebeu várias indicações para as principais premiações, inclusive Oscar e Globo de Ouro. Infelizmente não conseguiu ganhar nada de muito significativo mas pelo menos marcou presença nessas competições. Afinal o que vale é competir.

Questão de Honra (A Few Good Men, Estados Unidos, 1992) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Aaron Sorkin / Elenco: Tom Cruise, Jack Nicholson, Demi Moore, Kevin Bacon, Kiefer Sutherland / Sinopse: Durante um julgamento militar, defesa e acusação tentam esclarecer fatos ocorridos dentro de uma base militar que ocasionaram a morte de um soldado.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de abril de 2012

Alguém Tem Que Ceder

Harry Langer (Jack Nicholson) é um executivo milionário da indústria da música que gosta de se relacionar com garotas bem mais jovens do que ele. Sua namorada Marin (Amanda Peet), que tem idade para ser sua filha, decide então lhe apresentar sua mãe, Erica (Diane Keaton) em sua casa de praia. Durante a visita porém Harry começa a passar mal e sofre uma parada cardíaca. Sob os cuidados de Erica e do médico boa pinta Julian (Keanu Reeves) ele começa a se recuperar. De repente nota que está começando a se interessar romanticamente pela mãe de sua namorada! Erica, por sua vez, também está começando a se interessar por um homem mas não por ele e sim pelo jovem médico bonitão. Sem perceber acaba se formando um triângulo amoroso entre todos eles. "Alguém Tem Que Ceder" é uma comédia romântica com excelente elenco que tenta vender esse gênero para um público mais maduro. Jack Nicholson dá uma pausa em seus personagens mais introspectivos e profundos para surgir em cena na pele do cafajeste Harry, um sujeito bem vazio que gosta mesmo é de um bom rabo de saia juvenil. Ao se deparar com uma mulher mais velha, interessante e atraente, ele acaba repensando sua própria forma de ver as mulheres. Pronto para uma nova experiência ele tenta conquistar a mãe de sua jovem namorada, o problema é que para ser bem sucedido vai ter que vencer a competição com o médico interpretado por Keanu Reeves (novamente disponibilizando ao seu público mais uma atuação ao seu estilo, ou seja, bem medíocre).

Quem segura as pontas do filme mesmo é a dupla Nicholson e Keaton. Ex-musa de Woody Allen aqui Diane Keaton surge bem mais bonita, sofisticada, com belo figurino. Sua química ao lado do velho Jack funciona muito bem e juntos são responsáveis pelos melhores momentos do filme que, apesar de não ser uma maravilha, funciona como bom passatempo descompromissado, especialmente recomendado para mulheres mais maduras que conservam seu romantismo intacto. A diretora e roteirista Nancy Meyers optou por algo bem leve, soft. Evita apelar para o dramalhão e realiza uma boa crônica de costumes, com ênfase nos relacionamentos em que há uma grande diferença de idade entre os envolvidos (geralmente homens bem mais velhos com mulheres jovenzinhas). O saldo final é agradável, além do mais é sempre um prazer renovado rever o grande Jack Nicholson, mesmo que seja em filmes considerados menores de sua rica filmografia.

Alguém Tem Que Ceder (Something's Gotta Give, Estados Unidos, 2003) Direção e Roteiro: Nancy Meyers / Elenco: Jack Nicholson, Diane Keaton, Amanda Peet, Keanu Reeves, Jon Favreau, Michael J. Fox. / Sinopse: Harry Langer (Jack Nicholson) é um homem bem mais velho que namora a jovem Marin (Amanda Peet) mas acaba se apaixonando por sua mãe, a bela e madura Erica (Diane Keaton).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Laços de Ternura

Aurora Greenway (Shirley MacLaine) é uma viúva que não concorda com o casamento prematuro e impensado de sua única filha, Emma (Debra Winger). Aurora considera o genro, o professor Flap Horton (Jeff Daniels), um sujeito sem ambições e sem um grande futuro pela frente. Além de lidar com um casamento que desaprova Aurora ainda tem que aturar um vizinho espalhafatoso e fanfarrão, o astronauta aposentado Garret Breedlove (Jack Nicholson) que apesar da idade não deixa de aproveitar cada momento de sua vida, sempre se envolvendo com mulheres mais jovens em festas e bebedeiras. "Laços de Ternura" é um filme sobre relações humanas. Não apenas entre mães e filhas mas também sobre o complicado cotidiano de envolvimentos amorosos que nem sempre parecem o ideal. O roteiro muito bem escrito se foca em Aurora, uma mãe super protetora que acaba sufocando a própria filha, se metendo em demasia em sua própria vida conjugal, ligando a toda hora. Um tipo de mãe que muitas pessoas conhecem bem. A personagem Emma, a filha, também é muito curiosa. Remando contra a maré das conquistas femininas ela se torna uma esposa ao velho estilo, sem trabalho, sem profissão, apenas uma dona de casa com um monte de filhos ao redor (uma vida que para a maioria das mulheres hoje em dia seria um verdadeiro horror!). Além do mais descobre tarde demais que o pacato professor com quem se casou é um marido infiel e sonso que não perde a chance de dar em cima de suas alunas mais bonitas.

Todos os personagens.de "Laços de Ternura" são bem construídos mas nenhum consegue superar o astronauta interpretado por Jack Nicholson. É curioso que muita da personalidade do próprio Jack foi passado para seu papel em cena. Até no figurino (óculos escuros, roupas nada convencionais), o estilo de vida, o envolvimento com jovens garotas, enfim tudo remete ao próprio Jack Nicholson em sua vida pessoal. Por essa razão ele está particularmente bem à vontade em sua brilhante caracterização que aliás lhe valeu o Oscar de melhor ator coadjuvante, um prêmio mais do que merecido. Por falar em prêmios o papel de Aurora foi o mais premiado da carreira de Shirley MacLaine. Ela não apenas venceu o Oscar de melhor atriz por sua interpretação como também levou outros importantes prêmios na mesma categoria para casa como o Globo de Ouro e o BAFTA. O filme em si também abocanhou todos os demais Oscar importantes da noite (Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado), coroando de vez sua consagração. Em conclusão podemos afirmar que "Laços de Ternura" é um sensível e delicado drama sobre relacionamentos humanos, suas contradições e seus desgastes. Um bom estudo sobre os dramas cotidianos que são consequências de nossas escolhas ao longo da vida. Uma obra cinematográfica que merece ser vista (e revista) sempre que possível.

Laços de Ternura (Terms of Endearment, Estados Unidos, 1982) Direção: James L. Brooks / Roteiro: Larry McMurtry, James L. Brooks / Elenco: Shirley MacLaine, Debra Winger, Jack Nicholson, Jeff Daniels, John Lithgow, Danny De Vito / Sinopse: Aurora Greenway (Shirley MacLaine) é uma viúva que não concorda com o casamento prematuro e impensado de sua única filha, Emma (Debra Winger). Aurora considera o genro, o professor Flap Horton (Jeff Daniels) um sujeito sem ambições e sem um grande futuro pela frente. Além de lidar com um casamento que desaprova Aurora ainda tem que aturar um vizinho espalhafatoso e fanfarrão, o astronauta aposentado Garret Breedlove (Jack Nicholson) que apesar da idade não deixa de aproveitar cada momento de sua vida, sempre se envolvendo com mulheres mais jovens em festas e bebedeiras.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de março de 2012

A Promessa

Curiosamente um filme que apesar de seus méritos segue pouco conhecido e comentado. Em "A Promessa" o diretor Sean Penn mostra que tem bastante talento em contar enredos edificantes. Jack Nicholson está excelente na pele do policial Jerry Black, um sujeito que em plena aposentadoria resolve solucionar o último caso de sua carreira, custe o que custar. O filme lida com um serial killer pedófilo especializado em assassinar garotinhas de nove anos. Seu modus operandi é sempre o mesmo e com base nisso o personagem de Nicholson não medirá esforços para pegar o verdadeiro assassino. Sua caça beira às raias da obsessão pessoal e o diretor joga muito bem com essa dualidade, deixando o espectador sem saber se o tira está realmente chegando perto do verdadeiro psicopata ou se está simplesmente enlouquecendo! Em essência "A Promessa" vem para confirmar o talento de Sean Penn para a direção. Esse aliás foi apenas seu terceiro filme e o primeiro a contar com uma produção de primeira linha. Seu auge como cineasta porém só aconteceria em 2007 com o precioso "Na Natureza Selvagem" que em breve irei comentar aqui.

O elenco é excepcionalmente bom. Jack Nicholson deixa seus personagens de sorriso maluco para trás e aqui interpreta um sujeito sério, um tanto angustiado e pouco amistoso. Seu trabalho é contido e na minha opinião de excelente nível. Já o elenco coadjuvante conta com nomes especiais. O principal deles é Mickey Rourke. Contracenando pela única vez ao lado de Jack em uma cena muito tocante (embora de curta duração). Vanessa Redgrave, Helen Mirren, Harry Dean Stantom e Benicio Del Toro também marcam presença, com participações pequenas mas importantes dentro da trama. É isso, "A Promessa", dez anos após seu lançamento, merece ser revisto mais uma vez pois funciona tanto como policial como drama existencial. Assista!

A Promessa (The Pledge, Estados Unidos, 2001) Diretor: Sean Penn / Roteiro: Jerzy Kromolowski, Mary Olson, baseado em livro de Friedrich Dürrenmatt / Elenco: Jack Nicholson, Benicio Del Toro, Aaron Eckhart, Harry Dean Stanton, Mickey Rourke,Vanessa Redgrave, Helen Mirren / Sinopse: Jerry Black (Jack Nicholson) é um policial aposentado que resolve solucionar por conta própria o último caso de sua carreira envolvendo um serial killer pedófilo especializado em assassinar garotinhas de nove anos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Difícil Arte de Amar

Revi recentemente esse "A Difícil Arte de Amar". Me recordo que na primeira vez que vi não me deixou muito impressionado. Revendo me pareceu bem melhor agora. A verdade é que quando assisti pela primeira vez era muito jovem, tinha outros interesses e o tema do filme realmente não iria me atrair muito. Aqui temos basicamente uma estória de amor adulta, sem romantismos exacerbados, com clara intenção de retratar um relacionamento tal como na vida real. Os protagonistas Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são sim apaixonados entre si mas ao mesmo tempo têm que lidar com a dureza da vida cotidiana (problemas de reforma na casa recém comprada após o casamento, dificuldades de grana, filhos chorando e enchendo o saco). O grande atrativo é justamente esse. Nem ele é um dândi romântico (pelo contrário é infiel, barrigudo e nada atraente) e nem ela é uma diva (anda mal arrumada, tem problemas com envelhecimento, filhos e tudo mais que conhecemos bem). No meio de tudo isso tentam manter um casamento meio falido e cambaleante. Igual a provavelmente 90% dos casais no mundo real.

Além do bom roteiro e argumento "Heartburn" tem como maior atrativo ver em cena dois dos grandes intérpretes do cinema americano: Meryl Streep e Jack Nicholson. Embora ambos estejam em grande forma deve-se reconhecer que o filme é de Meryl. Sem sinais de vaidade ela se entregou de corpo e alma a uma personagem sem nenhum glamour. Já Jack está ali como mera escada para Streep. Isso não é demérito e nem significa que ele esteja ruim em cena, pelo contrário, é uma consequência do próprio roteiro que foi concebido assim mesmo. Por fim, para os nostálgicos, o filme traz a famosa trilha sonora escrita e cantada por Carly Simon. A música tema foi um tremendo hit dos anos 80 e certamente todos vão se lembrar dela na primeira audição. Enfim, bom filme, com ótimas atuações mostrando a "vida como ela é".

A Difícil Arte de Amar (Heartburn, Estados Unidos, 1986) Diretor: Mike Nichols / Roteiro: Nora Ephron / Elenco: Meryl Streep, Jack Nicholson, Jeff Daniels, Maureen Stapleton, Milos Forman, Kevin Spacey / Sinopse: Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são dois jornalistas que se conhecem em um casamento e, pouco tempo depois, se casam. Quando ela está na sua segunda gravidez, descobre que o marido tem um caso. O roteiro é uma visão autobiográfica da separação do casamento da roteirista Nora Ephron com Carl Bernstein (autor de Todos os Homens do Presidente) e foi baseado no best-seller da escritora.

Pablo Aluísio.