quarta-feira, 1 de março de 2023

Norah Jones - First Sessions

Alguns artistas já nascem prontos. Basta ouvir suas primeiras sessões de gravação para entender bem isso. Se tem dúvidas procure ouvir as primeiras gravações de alguns mitos da música no passado como, por exemplo, Elvis Presley ou The Beatles. Tirando a maior falta de experiência todos eles já se pareciam em quase tudo com o que um dia iriam se tornar. Elvis já era Elvis na Sun Records. O mesmo com os Beatles na Decca. Duvida? Basta ouvir. O mesmo se aplica aqui, tirando obviamente as devidas proporções, nesse primeiro EP (compacto duplo na definição da velha escola) da cantora Norah Jones. São apenas cinco faixas, mas Norah já é Norah. Engraçado que essas primeiras gravações conseguem ser extremamente superiores inclusive ao que ela vem apresentando ultimamente em seus CDs. A cantora está involuindo? Não necessariamente. Acredito que o grande problema para Norah nos dias atuais é a escolha errada de repertório. Ela tentou mudar nesses últimos tempos, o que vejo como um erro. Alguém precisa lembrar a ela a velha máxima de que "em time que se está ganhando não se mexe".

Pois bem. Nesses primeiros registros já temos uma amostra do talento de Norah Jones, algo que ficaria claro em seu primeiro álbum oficial - que venderia milhões e seria consagrado pela crítica e público. A seleção musical é das melhores, com Norah simplesmente perfeita. Quando ouvi pela primeira vez o CD há muitos anos, percebi já em primeira audição de forma imediata, o extremo bom gosto das faixas. Hoje em dia é algo raro - até mesmo entre colecionadores - adquirir a primeira edição do EP, isso porque foram produzidos apenas 10 mil cópias. Norah Jones praticamente bancou de forma independente sua estreia nos estúdios, os vendendo geralmente ao público que comparecia em seus primeiros concertos. Mais indie do que isso impossível. Na seleção alguns verdadeiros clássicos do repertório de Norah com destaque para "Don't Know Why" (que verdadeiramente amo de paixão) e "Lonestar" (baladinha country que me faz ainda ter esperanças no gênero). Em suma, um belo trabalho que demonstra acima de tudo que Norah já estava pronta desde os seus primeiros momentos dentro de um estúdio. Talento já nasce com o artista, não tem jeito.

Norah Jones - First Sessions (2001)
Don't Know Why
Come Away with Me
Something Is Calling
Turn Me
Lonestar
Peace

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. No período que durou a pandemia a Norah Jones abriu um canal no YouTube e frequentemente postava vídeos cantando em casa. Quando descobri o canal fiquei feliz pois poderia vê-la atuando fora do mainstream.
    Entretanto quando fui assistir, não gostei. Achei tudo muito triste, decadente, a própria Norah parecia depressiva, com umas roupas esquisitas, pareciam roupão, ou pijama, e o próprio canto deixava muito a desejar, apesar de afinado, o que vindo dela é o esperado. O material apresentado, mesmo sendo uma coisa sem compromisso, muito fraco, sem brilho. Eu, que sempre gostei muito dela, preferia nunca ter assistido essas apresentações caseiras.
    Prefiro ela no tempo em que recebeu tantas estatuetas do Grammy que não cabiam em seus braços.

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  2. Essa é a diferena que faz uma boa produção com figurinos, cenários, arranjos, acompanhamento de orquestra etc

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