segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 122

Tomando conta dos negócios
Data: junho de 1977 / Local: Omaha / Texto: Lu Gomes / Photo: RCA Victor. 

800 mil dólares em jóias 
Durante esse mesmo ano ou talvez no seguinte, Elvis estava dando um concerto numa cidadezinha da Carolina do Norte. Ele detestava trabalhar nesses lugares. Porém como estava muito deteriorado pelo abuso de drogas e sendo selvagemente criticado pela imprensa, o coronel Parker achou melhor levar sua "propriedade" para se apresentar cada vez mais longe dos grandes centros urbanos. Embora Elvis fosse recebido como um messias, santo ou pastor religioso nessas cidades interioranas, havia ocasiões em que a platéia não gostava muito do que via. Mas, em vez de dar duro e conquistar o público, Elvis simplesmente o comprava. Afinal de contas ele era o Rei, e reis não precisam pedir nada às audiências - aliás, um rei concede audiências! Então, nessa noite em particular, vendo que não estava recebendo a devida atenção da platéia, Elvis de repente interrompeu o show. Enquanto todos no palco o olhavam incrédulos, o Rei chamou o seu ourives real, um joalheiro de Memphis chamado Lowell Hays e que, como todos ao redor de Elvis, também havia tirado a sorte grande. Hays acompanhava Elvis em todas as apresentações, sempre carregando consigo uma caixa cheia das mais caras jóias femininas, para Elvis presentear suas favoritas do momento ou qualquer outra que aparecesse, contanto que lhe desse vontade. 

Desse modo, em pouco tempo, Hays vendeu ao Rei do Rock mais de 800 mil dólares em jóias. Assim que o joalheiro entrou no palco, Elvis ordenou que a caixa fosse aberta. Então ele retirou um anel de seu interior e, como se fosse um desses animadores de TV que distribuem prêmios, Elvis mostrou a jóia ao público e perguntou: "Lowell, o que é isso que eu tenho na mão?" "Isso é um anel de ouro branco com uma estrela de safira incrustada, Elvis" - responde Hays. "Quanto custa, Lowell?". "Custa três mil e quinhentos dólares, Elvis". Com isso, Elvis se dirigiu a uma velhinha que estava sentada na primeira fila do teatro. "Vovó, quero que aceite isso porque você me recorda muita a minha velha avó Dodger, que está lá em Memphis!" E enfiou o anel no dedo da velha senhora. O auditório explodiu em gritos, suspiros e lágrimas! Pronto, agora Elvis tinha todos sob seu domínio. Mas acha que ele parou por aí? Que nada! Elvis não se contentava em dar apenas um presente espetacular e foi em frente até esvaziar por completo a caixa de jóias! 

No final, 35 mil dólares em anéis, brincos, pulseiras e colares foram distribuídos entre as duas primeiras filas do auditório, antes que Elvis desse prosseguimento ao seu show. Pobre Vernon! Ele quase teve um ataque cardíaco nos bastidores, ao ver o filho jogar dinheiro fora desse jeito tão tolo e infantil. Elvis por sua vez se divertiu como nunca, presenteando seus fãs, distribuindo beijos e abraços para todos! Esse seu comportamento extravagante Elvis justificava insistindo que poderia ganhar imensas somas em dinheiro na hora que quisesse, simplesmente se apresentando em um palco! E isso era a pura verdade como ele bem demonstrou nos anos 70. Em 1974 por exemplo Elvis deu 152 shows e ganhou uma incrível quantia de dinheiro. Nada mal hein? Mas isso não foi suficiente e no final do ano ele foi obrigado a sacar grande parcela dessa soma para poder pagar suas contas! Para onde foi essa grana toda? Para o mesmo lugar de sempre: altos custos operacionais, incluindo 1.7 milhão de dólares pelos serviços de seu empresário Tom Parker, 2.3 milhões de dólares para cobrir os custos de seus shows e banda, 1.8 milhão de dólares em impostos e mais de 1.5 milhão de dólares apenas com suas despesas pessoais. 

No final de tudo sobrava pouco mais de 700 mil dólares ao ano para Elvis de lucro, mesmo assim dava para muito bem para se virar com essa grana, mas não Elvis, que tinha entrado numas de comprar aviões! Quanto aos seus negócios com o Coronel Parker tudo o que Elvis sabia era que, toda semana, chegava uma nota de pagamento do escritório do coronel, relatando quanto ele havia ganho através de sua inúmeras firmas, bem como a dedução de 25% (às vezes até 50%) pelos serviços do empresário. Esse dinheiro ia para sua conta bancária e o banco se encarregava de deduzir os impostos. Só isso Elvis sabia a respeito de seus negócios! Resumindo: todo esse sistema era uma perfeita demonstração de como "não tomar conta dos negócios"!

Textos publicados no site EPHP
Compilação: Pablo Aluísio. 

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