sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 92

O casamento de Elvis e Priscilla - parte II
Data: 1º de maio de 1967 / Fonte: "Elvis e eu" / Texto: Priscilla Presley e Sandra Harmon / Photo: API/WWP / Local: Aladdin Hotel, Las Vegas. 

A cerimônia - A cerimônia de casamento foi a 1º de maio de 1967. O coronel Parker cuidou de tudo. Seu plano era de que Elvis e eu seguíssemos de carro de Los Angeles para nossa casa em Palm Springs no dia anterior ao casamento, a fim de que quaisquer repórteres inquisitivos que suspeitassem do evento pensassem que a cerimônia ocorreria lá. Na verdade, planejávamos levantar antes do amanhecer no dia do casamento e voar de Palm Springs para Las Vegas, onde passaríamos pelo cartório às sete horas da manhã, a fim de pegar a licença para o casamento. De lá seguiríamos imediatamente para o Aladdin Hotel. Ali trocaríamos de roupa, faríamos uma pequena cerimônia na suíte do proprietário do hotel e depois - era o que esperávamos - deixaríamos a cidade antes que a notícia se espalhasse. 

O tempo era essencial. Sabíamos que a notícia se espalharia pelo mundo assim que solicitássemos a licença para o casamento. Foi justamente o que aconteceu. Poucas horas depois de obtermos a licença, o escritório de Rona Barret começou a telefonar para indagar se os rumores sobre o casamento eram verdadeiros. Elvis e eu seguimos o plano do coronel, mas enquanto corríamos de um lado para o outro, durante o dia, não pudemos deixar de pensar que nos daríamos mais tempo se tivéssemos de fazer tudo de novo. Ficamos particularmente aborrecidos pela maneira como nossos amigos e parentes acabaram sendo afastados. O coronel até disse a alguns dos rapazes que a sala era muito pequena para caber a maioria e suas esposas e não havia tempo de mudar para uma sala maior. Infelizmente já era tarde demais para mudar qualquer coisa quando Elvis descobriu. Agora, recordo às vezes a confusão daquela semana e me pergunto como foi possível que as coisas escapassem inteiramente ao nosso controle. 

Eu gostaria de ter tido a força para declarar na ocasião: "Vamos com calma. Este é o nosso casamento, com ou sem fãs, com ou sem imprensa. Vamos convidar quem quisermos e realizá-lo onde quisermos!". A impressão foi de que a cerimônia acabou um instante depois de começar. Fizemos as promessas. Éramos agora marido e mulher. Lembro dos flashes espocando, os parabéns de papai, as lágrimas de felicidade de mamãe. Eu daria qualquer coisa por um momento a sós com meu marido. Mas fomos imediatamente levados para uma sessão fotográfica, depois a uma entrevista coletiva e finalmente a uma recepção, com mais fotógrafos. Sra. Elvis Presley. Era diferente, soava muito melhor do que os rótulos anteriores, como "companheira constante", "namorada adolescente", "Lolita de plantão", "amante". Pela primeira vez, eu era aceita por todos os nossos conhecidos e pela maioria do público. Havia exceções, é claro - as que acalentavam alguma esperança de que um dia poderiam conquistar Elvis. Eu não podia compreender isso na ocasião. Estava apaixonada e imaginava que todas seriam felizes por nós. Senti-me orgulhosa quando li nos jornais que eu fora o segredo mais bem guardado de Hollywood; era maravilhoso ser reconhecida. Estavam encerrados os anos de dúvida e insegurança, sem saber se eu pertencia e a que lugar. 

A noite de núpcias - Eu estava ao mesmo tempo exausta e aliviada quando finalmente voltamos a Palm Springs, no Learjet de Frank Sinatra, o Christina. Havia mais fotógrafos e repórteres à nossa espera quando desembarcamos e outros se postavam diante de nossa casa. Fiquei surpresa ao constatar que Elvis estava se comportando muito bem, levando em consideração o nervosismo que demonstrara por aquele compromisso supremo. Contudo, ele foi simpático com a imprensa e enfrentou tranqüilo os intermináveis pedidos de poses dos fotógrafos, algo que normalmente só podia suportar por curtos períodos. Além de todo o resto, não dormíamos há quase 48 horas. À sua maneira, Elvis estava determinado a fazer com que o dia do casamento fosse especial para nós. 

Ele gracejou com Joe Esposito, indagando: "É assim que se faz?". Ele carregou-me no colo pelo limiar da casa, cantando "Hawaiian Wedding Song". Parou e deu-me um beijo longo e apaixonado, depois subiu a escada e levou-me para o quarto, com toda a turma rindo e aplaudindo. Ainda era dia e o sol brilhava forte pelas janelas do quarto quando Elvis colocou-me no meio da cama enorme, com extremo cuidado. Tenho a impressão de que ele realmente não sabia realmente o que fazer comigo. Afinal, Elvis me protegera e salvara por muito tempo. Estava agora compreensivelmente hesitante em consumar todas as promessas sobre a excelência daquele momento. Recordando agora não posso deixar de rir ao pensar como nós dois estávamos nervosos. Poder-se-ia até imaginar que era a primeira vez que ficávamos juntos em circunstâncias tão íntimas. Gentilmente, os lábios de Elvis se encontraram com os meus. 

Depois, ele fitou-me fundo nos olhos e disse, a voz suave, enquanto me puxava contra o seu corpo: "Minha esposa...amo você, Cilla..." Ele cobriu meu corpo com o seu. A intensidade da emoção que eu experimentava era eletrizante. O desejo e a intensidade que haviam se acumulado em mim ao longo dos anos explodiram num frenesi de paixão. Ele teria imaginado como seria para mim? Planejara durante todo o tempo? Jamais saberei. Mas sei com certeza que, ao passar de moça para mulher, toda a longa, romântica e ao mesmo tempo frustrante aventura que Elvis e eu partilháramos parecia ter valido a pena. Tão antiquado quanto isso possa parecer, éramos agora um só. Era algo especial. Ele fez com que fosse especial, como acontecia com qualquer coisa de que se orgulhasse. Tudo foi muito especial naquela noite.

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio)
pabloaluisio@yahoo.com - maio de 2004

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