sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 80

Elvis, 23 anos esta noite
Faz vinte e três anos que Elvis Presley Morreu. O ano foi 1977, o local, Graceland em Memphis. Além de Elvis o mundo se viu privado neste mesmo ano, também do maior gênio do cinema, Charles Chaplin. Dois acontecimentos, dois ícones que ficarão para sempre na memória dos amantes da música e da sétima arte. O cinema e o rock'n'Roll já existiam antes de Chaplin e Presley surgirem, respectivamente, mas foram eles os grandes responsáveis em transformar estes dois meios de arte em fenômenos de massa. O cinema ainda dava seus primeiros passos quando o genial Chaplin o transformou na principal forma de lazer do americano médio da época, ajudando a transformar a invenção dos irmãos Lumiere em indústria geradora de milhões de dólares ao redor do mundo. Do mesmo modo o Rock'n'Roll era um sub gênero musical, cantado por artistas negros, discriminado e considerado uma forma de arte menor quando Elvis surgiu. 

Elvis Presley transformou este primo pobre do Blues e do Jazz no estilo musical de maior sucesso do século XX. Ambos, Chaplin e Elvis, desta forma abriram o caminho para milhares de artistas e cantores, ambos se identificaram tanto com seus meios que acabaram virando sinônimos perfeitos do Rock e do cinema. Chaplin foi um grande ator e diretor, além de ter ficado conhecido por seu humanismo. Elvis criou a imagem definitiva do roqueiro, ou seja, daquele sujeito alucinado no palco, com roupas extravagantes, cabelo grande e fora dos padrões, empunhando um violão ou guitarra, que canta e dança com furor causando comoção no público. Tão cristalizada é essa imagem que é impossível pensar em um roqueiro agindo de forma diferente. Quem efetivamente inventou esta forma de expressão foi Elvis Presley.

Infelizmente Elvis e Chaplin já se foram e não deixaram herdeiros. Que Pena! Como seria bom comentar sobre o novo disco de Elvis ou a sua próxima turnê, que bom seria descobrir que tipo de artista ele seria hoje aos 65 anos (relativamente novo para os padrões americanos), enfim que bom seria saber que nos dias de hoje ele seria um homem feliz e realizado. Mas, infelizmente, isso não é mais possível. Apesar de todos os boatos e estórias que ele estaria vivo, escondido em algum lugar dos Estados unidos, todos aqueles que realmente estudaram sua vida a fundo, partindo do próprio estado de saúde do rei em seus últimos momentos sabem, sem dúvida, que ele realmente nos deixou.

Elvis Presley deve ser estudado e analisado partindo do pressuposto que ele foi um homem que viveu de acordo com as idéias e as ideologias de seu tempo. Deve-se sempre levar em conta o contexto social da época em que ele viveu. É errado e irrelevante julgar seus atos de acordo com a ideologia do nosso tempo. Muitas pessoas, utilizando estes falsos preceitos o condenam por atos de sua vida particular, outros o idolatram ao ponto de considerá-lo um tipo de messias ou santo (vide a absurda "Igreja Presleyteriana do Divino Elvis"). Estas duas posições estão totalmente equivocadas. Elvis foi um artista, um cantor, um mito, um ícone e antes de qualquer coisa um ser humano, e como tal sua vida foi repleta de erros e acertos. Elvis sempre será lembrado por ter dado a sua contribuição para tornar este nosso mundo um lugar mais alegre e a sua arma para isso foi a sua voz e o seu velho violão, enfim seu talento e sua Arte. Por isso hoje, deve-se antes de qualquer coisa, reverenciar a importância que o rei teve no mundo musical e social.

O mundo não foi o mesmo depois de seu sucesso. Elvis ensinou a todos a se tornarem mais livres, a se divertirem e se orgulharem de serem jovens. "Antes de Elvis não existia nada" disse uma vez John Lennon. Realmente não existia a cultura jovem como a conhecemos hoje, a sociedade era muito mais repressiva aos jovens da época, tudo era muito preso, fechado, impuro. "Elvis com aquela dança dele me deu uma porrada" disse Raul Seixas, o grande nome do Rock Brasileiro, sem nenhuma forma de violência ou tumulto, Elvis mostrou o quanto era bom ser livre, namorar, dançar e se divertir, ele realmente deu uma "porrada" no sistema, apenas com sua ginga e seu som. Elvis revolucionou o modo das pessoas verem o mundo. "Elvis ensinou a América branca a curtir" disse o genial James Brown. Este sempre será o seu maior legado.

Uma das frases mais conhecidas após sua morte foi: "Elvis não morreu". Esta simples frase representa não só a dor daqueles que nunca aceitaram seu falecimento, como também uma verdade. Realmente Elvis não morreu, sempre ele estará vivo quando alguém o imitar nos palcos da vida, sempre ele estará vivo quando alguém ouvir sua música, sempre ele estará vivo quando alguém tocar suas canções por aí. Elvis não morrerá enquanto sua arte não morrer. Sempre ele renascerá no novo fã, naquele que comprar um disco seu pela primeira vez, ou assistir alguns de seus filmes, enfim sempre ele estará presente quando alguém o descobrir de novo.

Não fique triste neste dia. Você quer realmente homenagear o Rei do Rock neste 16 de agosto? Pegue aquele seu disco do Rei e o coloque para tocar, pois aí você realmente entenderá porque o Rei do Rock'n'Roll Elvis Presley nunca morrerá. VIVA ELVIS!

Pablo Aluísio.

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