sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 93

O casamento de Elvis e Priscilla
Data: 1º de maio de 1967 / Fonte: "Elvis e eu" / Texto: Priscilla Presley e Sandra Harmon / Photo: AP/WWP / Local: Aladdin Hotel, Las Vegas. 

O pedido: Uma noite, pouco antes do natal de 1966, Elvis bateu de leve na minha porta e disse: "Sattnin, preciso falar com você." Tínhamos uma senha. Provocante, eu lhe disse que teria de pronunciá-la antes que eu o deixasse entrar. Ele riu e disse: "Olhos de fogo" - o apelido que eu lhe dava quando estava furioso. Elvis estava com seu sorriso infantil e as mãos nas costas. "Sente-se e feche os olhos Sattnin" - disse. Obedeci. Quando abri os olhos, deparei com Elvis ajoelhado aos meus pés, na minha frente, estendendo uma caixinha de veludo preto. "Sattnin..." - murmurou ele. Abri a caixa para descobrir o mais lindo anel de diamantes que já vira. Era de três e meio quilates, cercado de diamantes menores, destacáveis. - eu poderia usá-los separadamente. "Vamos nos casar" - anunciou Elvis - "Você vai ser minha. Eu lhe disse que saberia quando o momento chegasse. Pois o momento chegou". Ele enfiou o anel em meu dedo. Eu estava emocionada demais para falar; foi o momento mais lindo e romântico da minha vida. Nosso amor não seria mais um segredo. Eu poderia viajar abertamente como a Sra. Elvis Presley, sem o receio de inspirar alguma manchete escandalosa. 

E o melhor de tudo, os anos de angústia e medos de perdê-lo para uma das muitas mulheres que disputavam o meu lugar estavam terminados. Elvis estava ansioso em mostrar o anel ao pai e vovó, informando-os que estávamos oficialmente noivos. Nem mesmo tive a chance de me vestir. Levando em consideração nosso estilo de vida irregular, ficar noiva no meu quarto de vestir e mostrar o lindo anel de diamantes num roupão não parecia absolutamente estranho. Eu queria compartilhar a notícia com meus pais, mas Elvis sugeriu que esperássemos até a nossa volta para Los Angeles, poucas semanas depois. Poderíamos então anunciar pessoalmente; eles mereciam nossa consideração. Naquela noite ligamos para meus pais e os convidamos para passar um fim de semana conosco em Bel Air. Elvis estava mais nervoso do que em qualquer outra ocasião anterior no dia em que eles deveriam chegar. Olhava a todo instante pela janela, à espera do carro. Estava ansioso em lhes mostrar o anel e quase o fez no instante mesmo em que passaram pela porta, mas eu consegui manter a mão nas costas até que todos sentamos. 

Estendi então a mão e disse: "Só queríamos mostrar isso a vocês". "E o que isso significa?" - perguntou papai, olhando para a minha mão. "É um anel de noivado, senhor" - informou Elvis. As lágrimas afloraram aos olhos de mamãe. "Oh Deus, é lindo!" - murmurou ela. Os dois estavam extasiados. Adoramos informá-los que finalmente ocorria o que esperavam há tanto tempo e pelo que muito haviam rezado. Ressaltamos a importância de manter o noivado em segredo, pedindo que mantivessem um sigilo absoluto, mesmo para a família, já que os garotos poderiam comentar na escola e a notícia se espalharia rapidamente. Queríamos um casamento íntimo, não um evento de celebridade. Meus pais concordaram com todos os planos. Não podiam estar mais felizes e durante todo o fim de semana se mostraram radiantes de prazer. Durante os cinco anos em que vivia com Elvis raramente lhes permitira discutir o casamento. 

A possibilidade da família ser magoada era a preocupação maior de meus pais. Agora não tinham mais que se preocupar se haviam tomada a decisão acertada ao deixarem a filha tão jovem saísse de casa. Sei que o coronel Parker pedira a Elvis que analisasse o nosso relacionamento e decidisse o que julgava melhor. A atitude de Elvis em relação ao casamento era de que se tratava de algo definitivo. Embora ele fosse monógamo por natureza, adorava as opções. Apesar disso não estava disposto a me largar. Curiosamente , depois da conversa com o coronel Parker, Elvis não levou muito tempo para chegar à conclusão de que era o momento certo. A decisão foi sua e somente sua. 

O vestido: Em meio ao maior excitamento, fizemos o resto dos planos para o casamento. A primeira sugestão foi de que eu providenciasse o vestido imediatamente; se a notícia vazasse, poderíamos casar de um momento para o outro. Mas minha busca por um vestido de noiva acabou se prolongando por meses. Disfarçada por óculos escuros e um chapéu, visitei todas as butiques exclusivas de Memphis a Los Angeles; apesar do disfarce, era paranóica o bastante para pensar que todos me reconheciam. Cheguei a conversar com diversas costureiras sobre modelos, mas não confiava o bastante para dizer que seria para um vestido de noiva. Finalmente alguém indicou uma loja pouco conhecida de Los Angeles. Charlie acompanhou-me, apresentando-se como meu noivo. Foi ali que encontrei meu vestido de noiva. Não era extravagante, nada tinha de excepcional - era simples e para mim maravilhoso. Sai da cabine para mostrá-la a Charlie. Ao me ver, Charlie ficou com os olhos cheios de lágrimas e murmurou: "Você está linda, Beau. Ele vai ficar muito orgulhoso".

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio)
pabloaluisio@yahoo.com - maio de 2004

Nenhum comentário:

Postar um comentário