Clint resolveu comprar uma arma! Um velho revólver 38. Nada muito sofisticado, mas para ele serviria. Estava planejando fazer pequenos roubos em lojas de conveniência nas cidades vizinhas. Nada de roubar em sua própria cidade. Seria facilmente identificado e iria parar na cadeia. Então ele comprou fiado um velho carro Plymouth. Estava caindo aos pedaços, não resistiria a uma perseguição policial, mas daria para pelo menos fugir em lugares remotos. Assim Clint pegou a estrada...
Ele foi procurando nos condados vizinhos pelas lojinhas mais simples, isoladas e remotas possíveis. E que fossem à beira da estrada. A fuga era essencial! Clint não era uma má pessoa. No fundo ele era até mesmo um bom rapaz, mas estava cedendo aos anseios e pressões sociais que caíam sobre ele. Via que vindo de uma família pobre não teria muitas perspectivas em seu futuro, não iria muito longe. Na melhor da hipóteses iria arranjar um empreguinho de salário mínimo num comércio qualquer. Ele não queria essa vidinha... Era jovem, sonhava alto, queria o mundo inteiro!
A criminalidade assim pareceu ser um caminho relativamente fácil para ele. Mal sabia no que estava se metendo! Depois de dirigir muito e vendo que a gasolina estava acabando ele acabou avistando seu alvo. Era uma pequena mercearia. Parou o carro na esquina. Foi dar uma olhada.
O sujeito do balcão era um tipo brutamontes, cara grande, forte, barbudo! O tipo homem das cavernas. Só que Clint estava armado, não haveria músculos a se impor para uma arma de fogo.
Ele entrou na lojinha. Cigarro encostado na orelha. Ficou olhando ao redor, por cima dos ombros. O balconista não foi com sua cara. Sabia que era um potencial ladrão dentro de seu estabelecimento comercial. E ele estava certo sobre isso.
Então Clint se aproximou e pediu uma carteira de cigarros. Quando o balconista se virou para pegar, Clint puxou o revólver. Nunca aponte uma arma de fogo para um homem se não estiver decidido a usá-la! Essa seria uma lição que ele iria aprender da pior forma possível.
O grandalhão viu que Clint lhe apontava uma arma. Ao invés de levantar as mãos ele se abaixou e pegou um grande taco de beisebol. Clint ficou surpreso com a reação do homem!
- Ei cara, larga essa taco, estou armando, me dê o que eu quero que deixarei você em paz! - Disse Clint, sem abaixar a arma!
- Seu filho da puta, foda-se... - Foram as últimas palavras que Clint ouviu antes de sentir a dor daquele grande pedaço de madeira batendo em sua cabeça...
Clint vacilou, não quis puxar o gatilho, saiu correndo pela porta com o barbudo brutamontes vindo em sua direção...
- Eu vou te matar ladrão filho da puta! - gritou a todo pulmão...
Clint correu e conseguiu abrir a porta. Estava correndo sangue pela sua cabeça. Virou a chave e deu partida...
O comerciante ainda acertou seu para brisas traseiro que ficou estralhaçado em mil pedacinhos...
- Santo Deus! - Pensou consigo mesmo Clint, suado e tentando limpar o sangue que agora escorria pelos seus olhos...
Sua inexperiência como criminoso havia falado mais alto. Ele não tinha como prever uma reação. Pensou e pensou no que havia acontecido. Depois suspirou e não se arrependeu de não ter matado aquele homem furioso. Teria sido muito pior para ele...
Pablo Aluísio.
Clint, o Rebelde
ResponderExcluirParte 3
Pablo Aluísio.