terça-feira, 4 de outubro de 2022

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 4

O diretor Henry Hathaway voltou a pedir ao estúdio que contratasse Randolph Scott para mais um faroeste. Ele havia assinado para trabalhar na direção da adaptação para as telas de cinema do romance de Zane Grey. Em sua visão apenas Scott tinha os atributos para interpretar o personagem principal, um cowboy chamado Chane Weymer. O filme iria se chamar "Wild Horse Mesa" (no Brasil recebeu o título de "Audácia Entre Adversários").

O roteiro desse western era bem interessante, mostrando os conflitos e lutas de um rancheiro que desejava tocar sua vida em uma região inóspita, bem no meio do deserto do Arizona. As filmagens foram feitas em locações desérticas, algo que exigiu muito do elenco e da equipe técnica. Scott ficou bem amigo da estrela do filme, Sally Blane. Essa aproximação (que não passava de simples amizade) acabou caindo nas revistas de fofocas, onde se dizia que os dois atores estavam tendo um caso no set de filmagens. "Pura mentira, mas que ajudava a promover o filme" - relembraria anos depois o próprio ator.

"Wild Horse Mesa" foi sucesso de bilheteria. Ainda hoje é cultuado pelos fãs do gênero western. Um bom filme certamente, embora não fugisse muita da mitologia auto centrada que os estúdios de cinema tinham criado para os filmes de faroeste. Havia o mocinho, a mocinha que seria conquistada, os vilões malvados e, é claro, a exuberância dos cenários naturais. A diferença é que o filme foi dirigido pelo grande e talentoso cineasta Henry Hathaway que iria se notabilizar em Hollywood pela diversidade de filmes que dirigiu. Embora tenha feito também grandes filmes de western, inclusive ao lado de John Wayne, esse cineasta procurava ser o mais eclético possível, passeando por todos os tipos de filmes, sem ficar preso a nenhum gênero.

Algo que Randolph Scott tentou no começo da carreira, embora no íntimo ele soubesse que seu futuro vinha mesmo dos filmes de faroeste. Seu próximo filme demontra bem isso, um dos poucos filmes de terror e suspense da filmografia de Randolph Scott. "Vingança Diabólica" foi dirigido por A. Edward Sutherland, um cineasta inglês que tentava melhorar a qualidade dos filmes de terror nos Estados Unidos. Os ingleses eram considerados mestres no suspense cinematográfico naquela época. "Não deu certo!" - confidenciaria anos depois o ator. "Eu não fui bem nesse filme. Estava deslocado, sem saber muito bem o que fazer! Essa coisa de terror não era a minha área." Ao contrário do faroeste anterior essa fita com ares de cinema noir foi um fracasso de bilheteria, fazendo com que Randolph Scott começasse a se concentrar nos cavalos, nas esporas, nas estrelas de xerife e nos duelos ao pôr do sol. Os filmes de western eram mesmo o seu porto seguro em termos de público e crítica.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 7

Em 1932 John Wayne voltou para os filmes de faroeste. A fita da vez se chamava "Pena de Talião" (Ride Him, Cowboy). Com direção de Fred Allen e roteiro escrito pela dupla Kenneth Perkins e Scott Mason, esse western de matinê era mais um passo para que Wayne se tornasse um verdadeiro astro de cinema. Esse também foi um dos primeiros trabalhos de Wayne na poderosa Warner Bros, conhecido estúdio que sempre caprichava em suas produções.

O enredo era simples. John Wayne interpretava um cowboy chamado John Drury. Em uma cidade do velho oeste ele encontrava todos os tipos de gente, desde a mocinha romântica em perigo, até um grupo de bandoleiros sob ás ordens do manda chuva do lugar. Conforme podemos ver no poster original um destaque dessa fita era a presença do cavalo treinado Duke, um alazão muito bonito e forte, que acabou roubando várias cenas do próprio John Wayne. O curioso é que embora tenha se tornado um dos astros mais populares desse tipo de filme, ele nunca teria um cavalo ligado ao seu mito, como aconteceu por exemplo com Roy Rogers e Trigger. Ao invés disso preferiu deixar os animais de seus filmes em segundo plano, com exceção talvez única desse filme onde o "Duke" ganhou espaço até mesmo no cartaz da fita.

No filme seguinte, "A Grande Estirada" (The Big Stampede, Estados Unidos, 1932), John Wayne  interpretou um xerife, John Steele. Em um lugar remoto no meio do deserto, sem homens para apoiá-lo na captura de um violento pistoleiro e sua quadrilha, ele se vê forçado a recrutar cowboys comuns, alguns até mesmo com histórico de prisão, para enfrentar os demais criminosos. Esse foi outro filme de Wayne na Warner Bros, outra fita rápida com apenas 54 minutos de duração. Com direção de Tenny Wright e roteiro escrito a partir do conto "The Land Beyond the Law" de  Marion Jackson, o filme era mais um a ser exibido em matinês por cinemas em toda a América. A estratégia de lançamento desse tipo de produção era simples e lucrativa. Os filmes eram exibidos geralmente em sessões duplas, com outras produções, a preços promocionais. Baratos e altamente lucrativos, fizeram a fortuna de muitos produtores na época.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 26

Ao longo de sua carreira Marilyn Monroe fez sucesso interpretando loiras burras em seus filmes. Isso criou uma imagem dela no inconsciente coletivo de acordo com o que se via nas telas. Só que Marilyn poderia ser muitas coisas em sua vida, menos burra! Na verdade ela era bem esperta no que dizia respeito em criar uma lenda em torno de si mesma. Ao longo da vida a loira atriz colecionou uma série de amizades com jornalistas de todo o país. Ela poderia ser considerada até mesmo uma das estrelas de Hollywood mais abertas e prontas para colaborar com jornalistas em geral.

É certo que a beleza ajudou muito, mas havia outras atrizes e estrelas em Hollywood que eram bem mais bonitas do que ela. Marilyn também passava longe de ser a mais talentosa atriz de sua época. Sua capacidade dramática aliás sempre foi contestada! Qual foi então o segredo que transformou Marilyn em um dos maiores ícones da história de Hollywood? Para muitos autores a resposta é até simples: Marilyn soube como poucas manipular a imprensa e os estúdios de cinema! Sim, de ingênua, boba e burra ela não tinha absolutamente nada! Havia um jogo a se jogar no mundo das celebridades de cinema e ela soube jogar muito bem ele, durante muito tempo.

Desde o começo da sua carreira Marilyn percebeu que uma boa matéria numa revista ou algum artigo revelador publicado em um jornal era de grande valia para uma jovem pretendente ao estrelato como ela. Assim Marilyn começou a cultivar amizade com um grande número de jornalistas em Los Angeles e Nova Iorque. Era uma relação de mão dupla - Marilyn conseguia publicidade grátis e os jornalistas tinham seu grande furo de reportagem que tanto queriam. Um dos biógrafos mais conhecidos da história de Marilyn revelou que ela mantinha intenso contato com esses profissionais, tudo para que sua vida pessoal e profissional jamais saísse das páginas da imprensa.

Tanto isso é verdade que nenhum grande jornalista da época precisava ir atrás de grandes notícias sobre Marilyn pois ela mesma tratava de ligar para todos eles contando as novidades! Depois fingia ficar escandalizada com as notícias. Outro aspecto interessante: Marilyn também desde cedo descobriu que sua história de garota órfã poderia atrair muita simpatia e compaixão dos leitores. O efeito disso era uma popularidade cada vez maior de pessoas que torciam por ela! Dessa maneira Marilyn estava sempre com um repórter ao lado contando histórias tristes (reais e imaginárias) de sua infância e juventude. Quando essas matérias eram publicadas atraíam grande atenção, se revelando uma enorme publicidade, tudo resultando em belas bilheterias de cinema.

Assim Monroe foi certamente uma das primeiras grandes relações públicas de Hollywood. Ela sabia fazer muito bem seu marketing pessoal em um tempo em que isso nem era muito conhecido! Marilyn, de forma inteligente, entendeu que não bastava apenas ser uma boa atriz e ter beleza, era necessário também criar uma personagem pública de si mesma! Enquanto os demais astros procuravam esconder sua vida pessoal, Marilyn usava ela para ganhar manchetes de primeira página. Ela adorava esse tipo de coisa e certamente a exploração de sua vida pessoal rendia muito lucro em retorno. Como se pode ver Marilyn era loira sim, mas burra... jamais!

E nesse processo de relacionamento próximo com a imprensa ela também virou a primeira grande celebridade de seu tempo. Dando matérias e furos para as principais revistas, ela acabou sendo presença constante nas capas delas. Porém houve um preço a se pagar que foi o fim de sua privacidade. Qualquer caso amoroso ou problema logo aparecia também na imprensa, prejudicando sua vida pessoal. Quando ela foi internada em uma clínica psiquiátrica, por um surto que tivera, a imprensa correu e logo estampou nas capas que ela estava ficando louca! Assim, do pior modo possível, Marilyn foi entendendo que a imprensa poderia também destruir sua imagem. Criava a lenda e depois destruía com a mesma intensidade. E isso seguiu até sua morte quando jornalistas inescrupulosos chegaram até mesmo a invadir o necrotério para tirar duas fotos de Marilyn Monroe morta. E isso foi depois de sua autópsia, quando o corpo já apresentava sinais de desgaste. O sensacionalismo e a falta de escrúpulos nesse caso não teve mesmo limites ou barreiras éticas. No final de tudo Marilyn Monroe acabou se tornando vítima da mesma imprensa que a transformou em uma deusa da história do cinema.

Pablo Aluísio.

Crônicas de Marlon Brando - Parte 26

Apesar de tudo o filme "Sindicato de Ladrões" se transformou em um dos maiores êxitos da carreira de Marlon Brando. Depois da realização desse filme começaram os problemas do ator com a Twentieth Century Fox. Ele havia assinado um contrato milionário com a Fox, com um salário surpreendente para a realização de apenas três filmes. O estúdio queria que Brando estrelasse "O Egípcio", épico dirigido pelo conceituado diretor Michael Curtiz. Seria o primeiro filme após o acordo. Brando leu o roteiro e detestou tudo, desde a falta de fidelidade histórica até o romance piegas em que seu personagem se envolvia durante a trama. 

Em uma época em que atores faziam os filmes que os chefões das grandes companhias determinavam o ator teve a ousadia de dizer em alto e bom som um grande "não" para a famosa produtora. Sua recusa em fazer "um filme ruim de doer" segundo suas próprias palavras, soou como alerta para a Fox que imediatamente resolveu processar o ator por quebra de contrato. Para piorar ainda mais Brando saiu dando entrevistas sobre a megaprodução dizendo que era "um lixo" e que "Hollywood deveria se envergonhar de investir dinheiro em uma porcaria dessas!". O comportamento rebelde de Brando deixou o produtor Darryl F. Zanuck possesso de raiva. O ator não apenas se recusava a fazer filme como promovia uma intensa publicidade negativa para a imprensa, dizendo a todos que o roteiro era péssimo e os personagens uma piada.

Na guerra de egos Hollywoodiana o fato era que Brando detestava o todo poderoso chefão Zanuck. Considerava ele um sujeito medíocre que não entendia nada da arte de atuar. Também achava ridículo seu hábito de sempre estar cercado de mulheres loiras e burras que ele tentava promover em vão como grandes estrelas de cinema. Para uma jornalista fofoqueira de Los Angeles Brando soltou a seguinte piada que foi publicada em todos os jornais no dia seguinte: "Zanuck tem os dentes tão tortos que eles chegam dois minutos antes dele quando ele atravessa uma porta!". Depois disso o produtor da Fox entrou com uma pesada ação contra Brando pedindo vinte milhões de dólares de indenização por perdas e danos e quebra de contrato. Ora, na época Brando nem sonhava em ter tanto dinheiro assim. Dessa maneira assim que foi citado pegou o primeiro avião para Nova Iorque. Estava decidido a nunca mais fazer um filme na vida. Queria voltar para o teatro e esquecer as futilidades da costa oeste. Em sua cidade querida Brando retomou sua rotina, andando de moto por toda a cidade, algumas vezes dormindo nas praças públicas após mais uma noite de farras. Ele não estava nem aí para Zanuck e a Fox.

A questão é que o processo seguiu em revelia e Brando foi condenado. Isso seria sua ruína financeira para todo o sempre. O advogado então propôs que Brando considerasse uma nova proposta da Fox. Ele estrelaria um outro filme, "Désirée, O Amor de Napoleão" e a Fox perdoaria a imensa quantia que havia ganho nos tribunais. Marlon achou simplesmente patética a possibilidade de vir a interpretar o imperador Napoleão Bonaparte no cinema, mas pressionado por uma dívida que jamais poderia pagar ele acabou engolindo seu orgulho e de repente se viu aceitando os termos da nova proposta. Três meses depois lá estava Brando desembarcando em Los Angeles, uma cidade que abertamente detestava para o começo das filmagens. Os problemas, porém, não pararam por aí. Com poucos dias de trabalho Brando chegou na conclusão de que o diretor Henry Koster era um completo imbecil. Ao invés de se preocupar com as cenas e a atuação do elenco ele passava horas discutindo sobre o figurino de Napoleão e os membros da corte francesa. Ao invés de se importar com o roteiro Koster parece mais interessado no tipo de botão certo que as roupas deveriam ter. Brando deu um basta para aquela patetice.

Assim como aconteceu com "O Egípcio" Brando também achou o roteiro de "Désirée" um lixo. Para sabotar o filme ele começou a mudar seu sotaque de cena para cena. Em certas ocasiões falava com sotaque britânico, para depois puxar as falas como se fosse um prussiano. Como estava frustrado e entediado com o material também começou a fazer arruaças no set. Em certa ocasião pegou uma mangueira de incêndio e alagou todo o cenário. O comportamento de Brando assim começou a ser comentado em todos os jornais e ele foi considerado um profissional fora de controle, cheio de estrelismos. Não era verdade, Brando apenas queria se vingar ao seu modo do produtor Zanuck. De uma maneira ou outra e aos trancos e barrancos o filme finalmente ficou pronto e para surpresa de todos acabou se tornando um sucesso de público e crítica. Brando por sua vez foi aconselhado pelo estúdio a não dar entrevistas pois temia-se que ele começasse a falar mal do filme como havia feito com o projeto de "O Egípcio". Muitos anos depois Brando culparia a falta de sofisticação e cultura do povo americano pelo sucesso do filme. Em uma frase decretou: "Nunca ninguém perdeu dinheiro subestimando a imbecilidade dos americanos. São realmente uns ignorantes!".

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de outubro de 2022

Goosebumps: Monstros e Arrepios

Goosebumps foi bem popular nos Estados Unidos. É uma série de livros que foi lançado nos anos 80. Todos escritos pelo mesmo autor. Mais de 50 títulos diferentes. Esses livros fizeram muito sucesso na América do Norte, mas no Brasil foram ignorados. Nunca emplacou por aqui, embora alguns títulos tenham sido lançados. E do que se trata? São livros de terror para um público-alvo, os adolescentes. As histórias são meio bobinhas porque, afinal de contas, elas reaproveitam apenas os antigos monstros, monstros clássicos da literatura. Tudo colocado em uma roupagem nova para os jovens daquela década. Esse filme procura de certa forma homenagear esses livros temáticos juvenis. Nada de muito espetacular. 

A estrutura do roteiro segue basicamente a estrutura dos próprios livros originais. Jovens que chegam em cidades novas e precisam se adaptar. E acabam enfrentando monstros terríveis, como o abominável homem das Neves, vampiros, insetos gigantes, esse tipo de coisa. Esse filme é apenas razoável, mas é bem produzido. Eu não estou dentro do público-alvo desse tipo de produto. Assim como os livros, ele também foi produzido para os jovens, para os adolescentes. Mesmo assim o resultado me soou bem agradável. Acredito que os jovens realmente gostaram desse filme. Tanto isso é verdade que ele acabou dando origem a uma continuação alguns anos depois. Não é nenhuma maravilha, mas diante de seu nicho, até que não desagrada.

Goosebumps: Monstros e Arrepios (Goosebumps, Estados Unidos, 2015) Direção: Rob Letterman / Roteiro: Darren Lemke / Elenco: Jack Black, Dylan Minnette, Odeya Rush / Sinopse: Jovem que acabou de se mudar para uma nova cidade descobre que tem um vizinho bem esquisito. Ele é um escritor de livros para adolescentes que mora sozinho com sua filha. O que o rapaz nem desconfia é que, dos livros escritos por esse escritor, podem surgir monstros terríveis.

Pablo Aluísio.

A Hora do Descarrego

Eu realmente gostaria de conhecer o sujeito que criou esse título nacional para esse filme norte-americano de terror. É bem absurdo! Ficou parecendo comercial de igreja vagabunda. Isso de certa forma, já traz uma certa comicidade, um toque de humor para quem vê esse filme. Ou como aconteceu no meu caso, foi justamente o título absurdo que me fez assistir a essa película. Na história um padre fajuto, tipo padre de Festa Junina, promove falsas sessões de exorcismo para serem transmitidas pela internet. Tudo para ganhar likes, visualizações e, obviamente, dinheiro. É um charlatão sensacionalista, um mau-caráter. Ele contrata pessoas para fingirem que estão sendo possuídas pelo demônio. Uma tremenda vigarice. As coisas mudam quando o Diabo realmente resolve aparecer em um desses rituais. E aí o bicho (ruim) pega mesmo, literalmente. 

Esqueça teologia, as coisas aqui se resolvem com muita porrada! O negócio aqui é porrada pura! E obviamente que a live onde tudo está acontecendo se torna um sucesso absoluto de audiência na net! Milhares de pessoas passam a assistir pelo mundo afora. Acontece de tudo neste exorcismo, pessoas pegando fogo, estranhas criaturas surgindo do inferno. Eu confesso que o filme é tão absurdo que ele tem um certo humor involuntário. Isso o salva da mediocridade total. Não é assumidamente um terrir, um filme de terror feito para rir, mas isso se torna consequência. Nem me arrependi de ter assistido esse trash movie, para falar a verdade. Acabei me divertindo muito!

A Hora do Descarrego (The Cleansing Hour, Estados Unidos, 2019) Direção: Damien LeVeck / Roteiro: Damien LeVeck / Elenco: Ryan Guzman, Kyle Gallner, Alix Angelis / Sinopse: Picareta se faz passar por padre em exorcismos falsos na internet. Tudo corre bem para ele, até que um dia, o Diabo resolve aparecer de verdade nestas sessões de pura vigarice!

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de outubro de 2022

Memória de um Crime

Quadrilha assalta um banco e rouba milhões de dólares. Na fuga, eles acabam sob fogo cerrado, não apenas da polícia, mas também de uma quadrilha rival. Um dos criminosos leva um tiro na cabeça, mas não morre. Ele apenas perde a memória completamente dos fatos. E ele justamente foi o responsável por esconder o dinheiro roubado. Assim, um plano de fuga da prisão é orquestrado. Ele consegue sair da cadeia. Só que precisará relembrar onde escondeu o dinheiro, o que trará enormes prejuízos para si e para os outros. Sylvester Stallone interpreta o policial encarregado de resolver o caso. Um caso que ficou em aberto durante 7 anos sem solução. E ele agora parece empenhado mais do que tudo em finalmente chegar no dinheiro roubado e na prisão de todos os envolvidos.

Sylvester Stallone foi um dos atores mais bem pagos do cinema americano durante os anos 80. Só que o tempo passou e as coisas mudaram. Hoje em dia, ele surge no elenco de filmes B como esse. Não existe mais nem a sombra do grande astro que ele foi no passado. Ainda mais agora, quando está enfrentando um divórcio milionário de uma ex-esposa que está na justiça tentando ter direito à metade de sua Fortuna. Então não é de se espantar que ele venha a parecer cada vez mais em filmes B como esse. No geral, este "Memória de um Crime" é bem fraco. É fraco na produção, é fraco na atuação e é fraco no roteiro. Para falar a verdade, o Stallone parece pouco interessado no que acontece. Apenas cumpre seu papel por tabela. Está acima de tudo defendendo o seu cachê e nada mais.

Memória de um Crime (Backtrace, Estados Unidos, 2018) Direção: Brian A. Miller / Roteiro: Mike Maples / Elenco: Sylvester Stallone, Matthew Modine, Ryan Guzman, Meadow Williams / Sinopse: Ao fugir da prisão, criminoso tenta relembrar onde escondeu uma fortuna em dinheiro roubado na sua última empreitada no mundo do crime.

Pablo Aluísio.

Os Renegados

Um famoso ladrão de jóias é contratado por um grupo de jovens para executar um plano ousado. Ele teria que participar do roubo de 20 milhões de dólares em barras de ouro. E isso não é tudo. O ouro pertenceria a um grupo terrorista do Oriente médio. Toda essa fortuna estaria escondida dentro de uma prisão de segurança máxima localizada em um país árabe controlado por uma ditadura sanguinária. Esse ladrão de casaca é interpretado pelo ator Pierce Brosnan. O filme começa até muito bem. Eu costumo dizer que filmes sobre planos de roubos geralmente são bons. Infelizmente, essa é a exceção que confirma a regra. Um filme que começa interessante, mas que rapidamente desaba e afunda. E é bem fácil entender por que isso acontece. 

Em determinado momento o roteiro deixou a execução do plano de roubo em segundo plano, optando por um humor sem graça. Piadinhas constrangedoras surgem a todo momento. E o próprio plano é mal editado. Nunca vi sequências tão ruins de roubo como aqui. Que edição pavorosa! O final também não é nada interessante, muito mal escrito. E essa falta de qualidade vai se expressar até mesmo na atuação de Pierce Brosnan. No começo do filme ele parece empenhado em atuar bem. Algo que depois se transforma em desânimo. Isso vai ficando bem claro para quem assiste. Em suma, temos aqui algo que era potencialmente interessante, mas que foi desperdiçado. Um filme que pode ser definido como ruim no final das contas.

Os Renegados (The Misfits, Estados Unidos, 2021) Direção: Renny Harlin / Roteiro: Kurt Wimmer / Elenco: Pierce Brosnan, Tim Roth, Nick Cannon / Sinopse: Grupo contrata um famoso ladrão Internacional de joias para executar um ousado plano de roubo no Oriente Médio. O objetivo é colocar as mãos em 20 milhões de dólares em ouro, que pertence a terroristas fundamentalistas.

Pablo Aluísio.