segunda-feira, 8 de março de 2021

Defendor

O protagonista desse filme é um lunático. Mas calma, não devemos julgá-lo assim de forma tão fria e até mesmo um pouco cruel. Na verdade o seu mundo real é tão sem graça e sem objetivos que ele cria sua própria fantasia e se transporta para lá. Usando um uniforme barato, que imita os super-heróis dos quadrinhos, saindo pelas ruas, ele acaba enfrentando os bandidos que encontra pela frente. Em sua utopia inocente, ele sempre vai vencer os caras maus porque afinal de contas ele é o herói da história. Só que no mundo real nem sempre os mocinhos vencem no final. As leis são diferentes.

O protagonista desse filme também tem algum tipo de retardo mental. Ele tem pouco discernimento, um QI muito baixo. Os criminosos que topam com ele pelas ruas o chamam de retardado. Ele usa coisas estranhas para enfrentar os inimigos, como vespas dentro de um potinho de vidro. Sua arma mais letal não passa de um bastão antigo. Claro que algo assim não poderia terminar muito bem. E para complicar tudo ele ainda se apaixona por uma garota de programa que diz a ele que seu antigo cafetão é o tal de Capitão Indústria, o pior criminoso da Terra. Alguém que só existe na sua mente.

O protagonista desse filme não tem um final feliz. O roteiro do filme procura ser realistas apesar do tal Defendor usar um uniforme preto, caçando criminosos como se fosse uma versão mais pobre e maluca do Batman. Ele geralmente apanha dos bandidos, mas nunca desiste, o que é trágico e gera uma certa compaixão do espectador para com sua luta inglória. E não espere por um final feliz porque não haverá. O curioso de tudo é que no final você fica em dúvida se viu um tipo de comédia involuntária, um drama triste sobre uma pessoa com problemas mentais ou uma história de super-herói no mundo real. Mesmo com todos os clichês, ainda acredito que esse seja o maior mérito desse filme.

Defendor (Defendor, Estados Unidos, 2009) Direção:  Peter Stebbings / Roteiro: Peter Stebbings / Elenco: Woody Harrelson, Kat Dennings, Sandra Oh, Elias Koteas / Sinopse: Quando criança, Arthur Poppington (Woody Harrelson) foi abandonado pela mãe. Adulto, ele passa a desenvolver uma fantasia de que é um super-herói, como os dos gibis. Se auto denominando "Defendor" ele passa a combater o mundo do crime nas ruas.

Pablo Aluísio.

O Alvo Errado

Título no Brasil: O Alvo Errado
Título Original: Who Is Cletis Tout?
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Canadá
Estúdio: Fireworks Entertainment
Direção: Chris Ver Wiel
Roteiro: Chris Ver Wiel
Elenco: Christian Slater, Richard Dreyfuss, Tim Allen, Portia de Rossi, Billy Connolly, Peter MacNeill

Sinopse:
Esta é uma comédia sobre identidades equivocadas, um assassino que vê tudo em termos de filmes e um assalto de diamante de vinte anos que ainda causa problemas aos envolvidos.

Comentários:
Esse é um filme para assistir sem grandes pretensões, um mero passatempo. O ator Christian Slater fez muitos filmes ao longo da carreira, mas praticamente nenhum grande sucesso comercial. Esse aqui segue sendo mais um de seus filmes que quase ninguém conhece. Um filme notoriamente desconhecido. Ele é, sendo um pouco sarcástico, o rei dos filmes B, embora alguns sejam bons, não há como negar. Outro ator que sempre me chama atenção em qualquer elenco é Richard Dreyfuss. Ele é um ator que nunca teve a chance de ser um grande astro de Hollywood, mas que conseguiu com seu carisma levar a carreira adiante. De tempos em tempos ainda aparecia em algum sucesso de bilheteria, como "Tubarão" ou "Tocaia", mas praticamente quase sempre como coadjuvante. Aqui ele tem mais outra de suas boas atuações que ninguém viu (só eu, esse cinéfilo inveterado, como sempre...). 

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de março de 2021

Jonny Quest

Título no Brasil: Jonny Quest  
Título Original: Jonny Quest  
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Hanna Barbera
Direção: Joseph Barbera, William Hanna
Roteiro: Doug Wildey, William Hamilton
Elenco: Mike Road, Tim Matheson, Don Messick, Danny Bravo, Henry Corden, John Stephenson

Sinopse:
A família Quest e seu guarda-costas investigam fenômenos estranhos e lutam contra vilões ao redor do mundo. Desenho animado clássico dos estúdios Hanna Barbera durante a década de 1960.

Comentários:
Uma animação muito popular nos anos 60, inclusive tendo sido exibida por anos no Brasil, com muito sucesso na TV americana. No Brasil esse desenho animado foi exibido em praticamente todas as emissoras abertas, inicialmente pela TV Tupi, ainda nos anos 60, depois pela Rede Globo, passando por Bandeirantes, Record e Manchete. E sempre alcançando bons índices de audiência. Mostrava como era realmente boa a animação como um todo. A intenção era fazer pequenos desenhos de aventura, explorando até mesmo um certo sabor das antigas séries de cinema, aqui tudo misturado com naves e tecnologia futuristas. Foi claramente uma mudança de ares no estilo de desenho animado do estúdio. Ao invés de bichinhos falantes, se procurava atingir um público até mais adulto, embora no final das contas tenha agradado mesmo às crianças. Algumas temporadas mais recentes foram até produzidas, porém nunca mais se repetiu o charme da temporada original. Hoje em dia é um ótimo programa de nostalgia para quem era criança na época e assistia as aventuras dessa família de cientistas e aventureiros.

Pablo Aluísio.

Planeta do Tesouro

Título no Brasil: Planeta do Tesouro
Título Original: Treasure Planet
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio:  Walt Disney Studios
Direção: Ron Clements, John Musker
Roteiro: Ron Clements
Elenco:  Joseph Gordon-Levitt, Emma Thompson, Martin Short, Patrick McGoohan, Austin Majors, Patrick McGoohan

Sinopse:
Com roteiro inspirado no clássico da literatura juvenil "A Ilha do Tesouro", escrito por Robert Louis Stevenson, essa animação da Disney conta a história de um grupo de aventureiros especiais que partem em busca de uma grande fortuna, escondida em algum planeta distante.

Comentários:
Eu não gostei. E olha que sempre fui muito fã das animações dos estúdios Disney. Aqui o problema básico é até bem fácil de localizar. Tentaram fazer uma animação Sci-fi usando os elementos do clássico livro "A Ilha do Tesouro". Não funcionou e me leva a seguinte pergunta: Por que não adaptaram o livro fielmente? Será que faltam elementos e aventuras na obra da literatura, uma das mais consagradas do mundo? Claro que não! Então por qual razão não aproveitaram o que já estava pronto e consagrado? Ao invés disso enfiaram um monte de ficção no meio, sinceramente? Nada a ver. Ficou ruim em todos os aspectos. Talvez por isso também seja um dos filmes menos lembrados dessas nova safra da Disney. Agora, se tivessem feito de acordo apenas com o universo criado por Robert Louis Stevenson, tenho plena certeza que seria um pequeno clássico moderno. Não foram por essa caminho e quebraram a cara. É isso.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de março de 2021

A Verdadeira História De Ned Kelly

Título no Brasil: A Verdadeira História De Ned Kelly
Título Original: True History of the Kelly Gang
Ano de Produção: 2019
País: Austrália, Inglaterra
Estúdio: Porchlight Films
Direção: Justin Kurzel
Roteiro: Shaun Grant, Peter Carey
Elenco: George MacKay, Charlie Hunnam, Russell Crowe, Nicholas Hoult, Orlando Schwerdt, Essie Davis

Sinopse:
Ned Kelly (George MacKay) foi um criminoso e fora-da-lei que viveu no século XIX. Enforcado com apenas 25 anos de idade por seus crimes, ele acabou se tornando um símbolo de resistência do povo australiano contra a dominação inglesa em sua nação. Filme premiado pela Australian Academy of Cinema and Television Arts.

Comentários:
O que levou um povo culto como o australiano e eleger um criminoso, assassino e ladrão de cavalos, como um dos seus heróis nacionais, é algo que apenas a psicologia coletiva pode responder. De minha parte cabe apenas avaliar os méritos cinematográficos desse filme. E digo que é muito bom. Esse personagem histórico Ned Kelly é pouco conhecido no Brasil. Ele tinha um ódio especial contra autoridades inglesas e ficou conhecido pela brutalidade com que tratava seus inimigos. Vilipendiar cadáveres, por exemplo, era uma constante em seus crimes. Sua família toda era formada por criminosos, a começar por sua mãe e irmãos. Juntos eles formaram uma quadrilha que matava e assaltava diligências e pessoas que se aventuravam em suas terras, no interior deserto e árido da Austrália. Apesar do título desse filme afirmar que é a "verdadeira história", nem tudo o que se vê na tela realmente aconteceu daquela forma na história real. Por exemplo, Ned Kelly foi capturado em um hotel e não no meio de uma propriedade rural abandonada como se mostra no filme. De qualquer forma o filme é bom, bem produzido. E se o personagem lhe interessar de alguma maneira existe uma outra fita, essa estrelada pelo finado Heath Ledger, que conta a mesma história, só que em outro ponto de vista, claro.

Pablo Aluísio.

Assassinos de Aluguel

Título no Brasil: Assassinos de Aluguel
Título Original: Freelancers
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Grindstone Entertainment
Direção: Jessy Terrero
Roteiro: L. Philippe Casseus
Elenco: 50 Cent, Robert De Niro, Forest Whitaker, Malcolm Goodwin, Ryan O'Nan, Anabelle Acosta

Sinopse:
O filho de um policial assassinado se torna também um policial. Só que ele se envolve com o lado podre da polícia, com tiras que cobram propina e até se envolvem com tráfico de cocaína em Nova Iorque. Com o tempo ele vai descobrindo os responsáveis pela morte de seu pai no passado.

Comentários:
Esse filme policial chamado "Assassinos de Aluguel" prova uma coisa: 50 Cent não é e nunca será um ator. Ele é péssimo, ruim demais. Uma coisa que chega a causar vergonha. Um desrespeito para o espectador. Seu nível de atuação se aproxima do zero. Quando surge em cena o filme que até vinha dando alguns voos de galinha volta a afundar completamente. Talvez por ser tão ruim os produtores escalaram dois ótimos atores como coadjuvantes. Porém Robert De Niro e Forest Whitaker não conseguem salvar o filme do desastre. O roteiro é muito ruim também, aquela velha história de vingança envolvendo a figura do pai. Quantas vezes você já não viu isso? De qualquer forma esse filme não teria salvação e as coisas só pioram ainda mais quando o protagonista não é um ator. Pior do que isso, ele é basicamente um amador que não faz o menor esforço para parecer menos ruim. Alguém que não tem a menor noção do que é verdadeiramente atuar. 50 Cent nesse quesito pode facilmente estar na lista dos piores de todos os tempos. Deus me livre!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Veronika Decide Morrer

Desiludida, deprimida e cansada da vida, a jovem Veronika (Sarah Michelle Gellar) decide se matar. Ela coloca todas as pílulas em cima de uma mesa e começa a tomar uma a uma. A intenção é ter uma overdose de drogas fatal. Só que socorrida a tempo, ela sobrevive. Quando acorda do coma está em um hospital para tratamento de doentes mentais. Seus pais a colocaram lá, para ficar sob observação. O problema é que uma sequela da tentativa de suícidio se materializa em um aneurisma que lhe dará poucas semanas de vida. Como ela vai lidar com essa nova realidade?

"Veronika Decide Morrer" é um livro escrito por Paulo Coelho. Essa é a versão cinematográfica dessa obra. Pensei que o filme seria uma sucessão de cenas tristes e depressivas, uma vez que grande parte de sua história se passa dentro de uma instituição psiquiátrica. Porém em meio a esse cenário um tanto perturbador, há espaço também para se contar algumas boas histórias, envolvendo alguns dos pacientes que se encontram internados por lá.

Nunca li o livro de Paulo Coelho, mas gostei do enredo, do desenvolvimento e principalmente do final da história. É um desfecho alto astral, um final feliz. Quem poderia imaginar que uma história com tintas tão dramáticas como essa poderia resultar em uma boa mensagem como clímax de tudo? Pois foi justamente isso que aconteceu. Outro destaque desse filme que me agradou bastante foi a atuação da atriz Sarah Michelle Gellar. Esse foi seu primeiro papel adulto e ela se saiu muito bem. Palmas para a jovem. Assim deixo a dica desse bom filme. Em tempos tão sombrios não deixa de ser uma boa surpresa termos um filme que acaba assim, tão bem, com uma mensagem positiva para se passar ao público espectador. Um filme que vale pelas suas boas intenções.

Veronika Decide Morrer (Veronika Decides to Die, Estados Unidos, 2009) Direção: Emily Young / Roteiro: Larry Gross, baseada na obra escrita pelo escritor Paulo Coelho / Elenco: Sarah Michelle Gellar, Jonathan Tucker, Erika Christensen, Florencia Lozano, Barbara Sukowa / Sinopse: Após uma tentativa de suícidio, a jovem Veronika (Gellar) acaba reencontrando o sentido da vida em uma instituição de tratamento de pessoas com distúrbios e doenças mentais.

Pablo Aluísio.

Cidade Ardente

Título no Brasil: Cidade Ardente
Título Original: City Heat
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Benjamin
Roteiro: Blake Edwards
Elenco: Clint Eastwood, Burt Reynolds, Jane Alexander, Madeline Kahn, Rip Torn, Irene Cara

Sinopse:
O investigador particular Mike Murphy (Burt Reynolds) e o tenente da polícia Speer (Clint Eastwood), antes parceiros, agora inimigos ferrenhos, relutantemente se unem para investigar um assassinato. Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de pior ator (Burt Reynolds).

Comentários:
A ideia inicial era boa, realmente boa. Reunir em um mesmo filme os astros Clint Eastwood e Burt Reynolds. Tinha tudo para dar certo. Só que o estúdio escolheu o roteiro errado e o diretor errado para conduzir essa união de grandes astros de filmes de ação. O roteirista era Blake Edwards, conhecido por seus filmes ao estilo comédia pastelão. O diretor era Richard Benjamin, mais conhecido por suas comédias familiares. O que esses dois tinham a ver com Clint Eastwood? Nada, absolutamente nada. Por isso o resultado ficou fraco demais. Nunca foi a praia de Clint tentar fazer comédia. Aliás essa coisa de colocar atores conhecidos por interpretar personagens durões em filmes de ação para fazer comédia nunca deu certo em Hollywood, em época nenhuma. Sempre vira um constrangimento, uma vergonha alheia. E por essa razão esse filme afundou feito o Titanic. Foi massacrado pela crítica da época e o público ignorou completamente. Fracasso comercial, foi a primeira e única tentativa de Clint Eastwood em seguir por esse caminho. Pelo visto ele percebeu que era uma tremenda furada.

Pablo Aluísio.