sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Os Que Chegam Com a Noite

Esse foi o último filme que Brando fez antes de sua consagração em "O Poderoso Chefão". Ele foi filmado na Inglaterra o que levou muitos jornalistas a decretarem o fim de sua carreira na época! Muitos diziam que nenhum estúdio de Hollywood bancaria mais filmes com o ator não apenas por seu terrível temperamento nas filmagens mas também porque Brando não significava mais retorno imediato nas bilheterias uma vez que seus últimos lançamentos se tornaram fracassos comerciais. Processado por ex-mulheres, sendo perseguido pela imprensa por causa de sua disfuncional vida familiar o ator não viu outra saída senão trocar de ares - o que fez muito bem. "Os Que Chegam Com a Noite" é um filme por demais interessante. Todo rodado na Inglaterra rural a produção se apresenta como um prequel do famoso livro de Henry James, "Turn of the Screw" (no Brasil, "A Volta do Parafuso").

Certamente eu já tinha propensão a gostar desse estilo de filme por dois motivos: gosto de tramas passadas na Inglaterra rural (sou fã de cineastas como James Ivory) e tenho a tendência de sempre gostar das atuações de Marlon Brando, mesmo quando ele não está particularmente inspirado. Aqui o ator se apresenta de forma natural, sem exageros à la Actors Studio. O personagem simplista, um trabalhador comum chamado Peter Quint, caiu como uma luva para a personalidade do ator. Cabelos grisalhos, grandes e despenteados Brando dá um tom selvagem e indomado ao criado da bela mansão do filme e mais uma vez rouba as atenções para si. Também gostei do clima bucólico que reina em praticamente todo o filme. O que acaba enganando o espectador pois por baixo dessa normalidade se esconde uma situação terrível, o que desencadeará eventos macabros. Inclusive para uma experiência cultural plena aconselho não apenas assistir a esse "The Nightcomers" mas também a leitura do livro, seguida da exibição de outra produção inspirada na mesma obra, o muito bem sucedido "Os Inocentes", um marco do terror psicológico.

Os Que Chegam Com a Noite (The Nightcomers, EUA, 1971) Direção: Michael Winner / Roteiro: Michael Hastings inspirado na obra de Henry James, "A Volta do Parafuso" / Elenco: Marlon Brando, Stephanie Beacham, Thora Hird / Sinopse: O filme mostra os acontecimentos que antecedem a trama do livro "A Volta do Parafuso" do consagrado escritor Henry James.

Pablo Aluísio.

Flechas de Fogo

Cowboy (James Stewart) encontra jovem índio agonizando no meio do deserto após ser atacado por tropas americanas. O socorre e acaba se tornando amigo da nação Apache liderada pelo chefe Cochise (Jeff Chandler). O problema é que o mesmo grupo está em guerra contra o exército americano pela posse do selvagem território do Arizona. Ciente da situação o personagem de James Stewart se coloca a disposição para servir de intermediário em um tratado de paz entre as nações indígenas e o governo dos Estados Unidos sob a presidência do general Grant. Muito curioso esse western que décadas antes de "Dança com Lobos" tratou a questão indígena de forma muito correta e realista. Há uma preocupação do roteiro em mostrar aspectos da cultura dos Apaches, suas danças, festejos. O filme chega ao ponto de mostrar um homem branco se apaixonando por uma jovem índia, algo bem ousado para os anos 50.

James Steward apresenta sua personagem habitual: homem virtuoso, honesto, de boa índole. O único problema mais visível de Flechas de Fogo é a escalação de Jeff Chandler como o chefe da nação Apache. Chandler tinha traços bem americanos e nem a maquiagem forte ameniza esse aspecto. Curiosamente tirando ele e a jovem índia que se apaixona por Stewart nenhum dos demais indígenas do filme apresentam traços de homem branco - são índios ou descendentes mesmo, puro sangue. O filme foi dirigido pelo veterano cineasta Delmer Daves que faria pelo menos mais dois clássicos de western nos anos seguintes: "A Lei do Bravo" (outro western respeitoso com a causa do nativo americano) e "A Última Carroça". Seu maior sucesso comercial viria como roteirista ainda na década de 50 com o famoso "Tarde Demais Para Esquecer". Enfim, "Flechas de Fogo" (cujo título original é flecha quebrada - símbolo de paz entre os Apaches) vale a pena por ser socialmente consciente e à frente de seu tempo

Flechas de Fogo (Broken Arrow, EUA, 1950) Direção de Delmer Daves / Roteiro de Elliott Arnold (novela), Albert Maltz / Com James Stewart, Jeff Chandler e Debra Paget / Sinopse: Cowboy (James Stewart) encontra jovem índio agonizando no meio do deserto após ser atacado por tropas americanas. O socorre e acaba se tornando amigo da nação Apache liderada pelo chefe Cochise (Jeff Chandler). O problema é que o mesmo grupo está em guerra contra o exército americano pela posse do selvagem território do Arizona.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A Primeira Noite de um Homem

Esse filme é considerado um dos grandes clássicos do cinema americano dos anos 1960. Curiosamente levei algum tempo para assistir. Eu me lembro que esse filme foi lançado no Brasil nos tempos do VHS pela Globo Vídeo. Vira e mexe o via na prateleira da locadora, mas nunca cheguei a assistir na época. Só mais recentemente finalmente conferi. A história do filme é até bem conhecida dos cinéfilos (e o sugestivo título em português ajuda a entender melhor do que se trata). Tudo começa quando Benjamin (Dustin Hoffman) finalmente se forma na universidade. Com canudo na mão é a hora de pensar no futuro! O que fazer da vida? Bom, Benjamin não tem a menor ideia do rumo a seguir, essa é a verdade. Enquanto ele não faz plano nenhum (e passa mico nas mãos de seus pais que são pessoas sem muita noção), acaba sendo seduzido por uma mulher mais madura e sensual, a Senhora Robinson (Anne Bancroft).

Ela pede carona a Ben e quando chega em casa literalmente parte para o ataque. Sem muita sutileza, sem muita perda de tempo. Simplesmente abre o jogo e tenta levar o jovem para a cama. Claro que ele declina e fica nervoso, ainda mais quando o marido dela chega em casa. Só que sendo um homem, bom, você já sabe, logo sucumbe à tentação, por mais errado que seja levar aquela mulher para a cama. Ele não perde muito tempo e logo liga para a senhora Robinson para um encontro em um hotel da cidade. E depois daí começam todos os seus problemas, que definitivamente não serão poucos. Uma coisa que chama a atenção nesse filme é sua narrativa, que de certa forma procura imitar a falta de jeito do protagonista, um sujeito que parece sempre estar meio constrangido, até mesmo um pouco atrapalhado. A trilha sonora - ainda uma das grandes qualidades dessa produção - é toda da dupla Simon & Garfunkel e a não ser que você não conheça absolutamente nada de música dos anos 60, vai imediatamente assoviar todas as melodias. "Mrs. Robinson" e "The Sounds of Silence" são grandes sucessos da dupla. Ainda hoje verdadeiros hinos daquela geração.

O filme é muito simpático e tem um roteiro muito coeso, diria até bem inovador para aquela época. Afinal tratar da infidelidade de uma mulher madura com um fedelho recém saído da universidade era algo até bem surpreendente, pois mexia com tabus que até hoje se fazem presentes na sociedade. O único deslize do roteiro é a cena final, que de certa maneira revive velhos clichês das fitas românticas da velha Hollywood. Isso porém não chega a ser um problema pois quando o filme chega nessa parte final o jogo já está ganho. O espectador já se divertiu o bastante e gostou de todo o desenvolvimento da história. Então é isso. Um excelente momento do cinema folk americano, com um Dustin Hoffman bem novinho, passando por alguns apertos por ter se relacionado com a senhora Robinson!

A Primeira Noite de um Homem (The Graduate, Estados Undos, 1967) Direção: Mike Nichols / Roteiro: Calder Willingham, Buck Henry/ Elenco: Dustin Hoffman, Anne Bancroft, Katharine Ross / Sinopse: Benjamin (Hoffman) é um jovem recém formado na universidade que volta para a casa dos pais sem saber direito o que fará de sua vida dali em diante. Após um jantar ele atende o pedido da esposa do sócio de seu pai, a senhora Robinson (Bancroft), para levá-la para casa. Uma vez lá ela o seduz, de forma direta, algo que vai trazer muitos problemas para Ben! Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Direção (Mike Nichols). Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Dustin Hoffman), Melhor Atriz Coadjuvante (Katharine Ross), Melhor Direção (Mike Nichols), Melhor Atriz (Anne Bancroft) e Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Volta Meu Amor

Nenhum casal fez tanto sucesso nos cinemas durante a década de 1960 do que Rock Hudson e Doris Day. Juntos, eles fizeram três comédias românticas que tiveram excelentes bilheterias para a época. A fórmula era infalível. Com o sucesso de "Confidências à Meia Noite" a volta do casal era algo considerado certo pelos produtores. A própria Doris Day tinha adorado ter trabalhado ao lado de Rock e ao final das filmagens havia lhe dito que eles deveriam fazer outros filmes juntos. Afinal se o público havia gostado tanto por que não retornar para um novo filme? "Volta Meu Amor" foi o segundo filme de Rock Hudson e Doris Day. O roteiro seguia basicamente a mesma estrutura do primeiro filme. Um playboy chamado Jerry Webster (Rock Hudson) se fazia passar por outro homem para conquistar o coração da bela Carol Templeton (Doris Day). A ideia seguia as linhas básicas do primeiro filme, mostrando um jogo de sedução que acabava virando contra o sedutor mal intencionado. O roteiro era muito parecido também, a mesma ideia central que havia sido utilizada em "Confidências à Meia Noite". Nem por isso o filme deixou de ser um bom passatempo, dos mais agradáveis, até mesmo nos dias de hoje.

Apesar dos diálogos "ousados" para os anos 60 a produção era divertida, leve e recomendada para todos os públicos, mas principalmente casais. A sociedade americana passava por profundas mudanças sociais e de costumes na época em que esses filmes eram lançados nos cinemas. As mulheres finalmente tinham conquistado seu espaço no mercado de trabalho. Eram agora independentes, profissionais e não usavam mais o casamento como único meio de vida. Ter ou não um companheiro tinha se tornado apenas uma opção e não uma obrigação. O roteiro, com todo o seu bom humor, mostrava esses aspectos, principalmente em relação à personagem de Doris Day.

Rock Hudson geralmente interpretava homens incorrigíveis, playboys e conquistadores inveterados. Já Doris Day trazia para as telas a nova mulher, dona de seu destino, com pleno controle de sua própria vida. O choque entre esses dois estilos de vida é que criava o fino humor para esse tipo de produção. Quando foi lançado "Volta Meu Amor" se tornou um sucesso de bilheteria ainda maior do que "Confidências à Meia Noite", o que deixou todos surpresos. Ninguém esperava que o filme original fosse superado. Por causa do sucesso a dupla voltaria ainda a atuar junto pela terceira e última vez em "Não Me Mandem Flores". De qualquer forma fica a dica para os fãs de Rock Hudson e Doris Day. "Volta Meu Amor" é uma delícia de filme. Não envelheceu e mesmo revisto nos dias de hoje, ainda é uma ótima diversão.

Volta Meu Amor (Lover Come Back, Estados Unidos, 1961) Direção: Delbert Mann / Roteiro: Stanley Shapiro, Paul Henning / Elenco: Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall / Sinopse: Jerry Webster (Rock Hudson) é um publicitário que tem que promover um produto novo chamado VIP que se tornará um grande sucesso de vendas para e empresa em que trabalha. O problema é o tal produto simplesmente não existe! Para completar suas dores de cabeça ele ainda tem que lidar com uma outra publicitária rival, Carol Templeton (Doris Day), que luta para que sua licença de publicitário seja cassada. Para vencer Carol, Jerry acaba fazendo se passar por outra pessoa, pelo suposto inventor de VIP. E os dois acabam se apaixonando nessa confusão toda! Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Stanley Shapiro e Paul Henning). Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Tony Randall).

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Vera Cruz

O filme já começa à toda mostrando o encontro da dupla central, Cooper e Lancaster, numa cena com diálogos totalmente cínicos e dúbios. De certa forma isso se repetirá em todo o restante da fita. Curioso porque até mesmo o personagem de Gary Cooper parece não ter muitos escrúpulos. Coronel do exército confederado ele agora vaga pelo deserto mexicano para vender sua mão de obra ao grupo que lhe pagar melhor, ou seja, é um mercenário. Já o personagem de Burt Lancaster é bem pior, ladrão de cavalos, mentiroso e trapaceiro, desde o começo do filme já sabemos que não há nada o que esperar dele em termos éticos. Algo que se confirma no final quando teremos o tradicional duelo no meio das ruínas de uma cidade mexicana! "Vera Cruz" foi um dos primeiros filmes de western em que a ação foi colocada em primeiro plano, superando até mesmo os cânones dos faroestes mais tradicionais. Muitos especialistas inclusive qualificam "Vera Cruz" como uma espécie de predecessor do que seria feito no chamado Western Spaguetti. Não chegaria a tanto mas não há como negar que os faroestes italianos iriam utilizar de vários elementos que estão presentes aqui.

Um dos elementos é justamente a simplificação dos roteiros em detrimento da ação incessante. A trama da produção na realidade se desenvolve praticamente toda em torno de uma diligência com carregamento de ouro que tenta chegar até o porto de Vera Cruz. No meio do caminho Cooper e Lancaster, que estão protegendo o carregamento ao lado de um pelotão do exército mexicano, vão enfrentando todo tipo de desafios, conflitos e traições (sim, todos querem no final ficar com a fortuna e para isso não medem esforços em trair qualquer um). A produção é muito boa - bem acima da média dos faroestes da época. O figurino dos mexicanos na fita pode até ser considerada exagerado, mas é fiel no final das contas uma vez que eles realmente se vestiam daquela maneira. Em conclusão Vera Cruz é um bom western, talvez um pouco prejudicado pelo excesso de personagens e pirotecnia. Vale pelo carisma de Lancaster e pela presença sempre muito digna do grande mito Gary Cooper.

Vera Cruz (Vera Cruz, EUA, 1954) Direção: Robert Aldrich / Roteiro: Roland Kibbee, James R. Webb / Elenco: Gary Cooper, Burt Lancaster, Denise Darcel / Sinopse: Durante a revolução mexicana de 1866 um grupo de pistoleiros e aventureiros americanos são contratados pelo Imperador Maximiliano para escoltar uma condessa mexicana até o porto de Vera Cruz.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

It: Capítulo Dois

O primeiro filme foi um grande sucesso de bilheteria. Custou apenas 35 milhões de dólares e faturou nas bilheterias mais de 75o milhões. Um lucro fantástico. Por isso era esperado que uma continuação fosse realizada. E assim chegamos nesse segundo capítulo. Essa sequência foi criticada por dois aspectos básicos. O filme seria muito longo e cansativo e seu roteiro seria repetitivo. Eu tenho uma visão diferente. Sim, o filme é longo. Quase três horas de duração. Porém não me soou cansativo. As pessoas esquecem que o livro original de Stephen King tem mais de mil páginas! Adaptar um livro desse tamanho para o cinema só poderia resultar mesmo em um filme longo. Cansativo porém não achei. Os roteiristas trouxeram o que era essencial para o filme. Como há vários personagens seria mesmo necessário ter espaço para cada um deles demonstrar sua personalidade no filme. Foi isso o que aconteceu. O palhaço Pennywise aparece a cada um deles em cenas individuais onde ele trabalha o lado psicológico dos garotos, seus traumas, seus complexos. Isso está no livro e era necessário trazer também para o filme. Não havia como retirar do roteiro. 

Com isso o segundo filme ficou mesmo longo, não tinha outra saída. Porem cada um desses momentos não é gratuito. O uso de vários flashbacks também foi criticado de forma indevida. Essa é a estrutura do livro, com passagens do passado e presente se intercalando. É uma ferramenta narrativa do próprio Stephen King que os roteiristas utilizaram também aqui. Ficou adequado. A edição é inteligente, mesclando em uma só sequência com passado e presente, tudo feito de forma bem eficaz. O resultado final me agradou bastante. O roteiro brinca até com o fato de que muitos criticam os finais dos livros de Stephen King. Ele inclusive está no filme, numa ponta, como um vendedor de coisas velhas. Pois bem, há que tenha odiado o final, achando simplista demais como os personagens deram fim ao Pennywise. Na minha opinião tudo foi válido e tem seu lugar no filme. A luta entre o palhaço e os protagonistas é no fundo psicológica e uma solução dessa natureza seria o mais adequado para o desfecho do enredo. Do jeito que ficou me agradou bastante. E se você gosta mesmo de Stephen King, então o filme se torna essencial.

It: Capítulo Dois (It Chapter Two, Estados Unidos, 2019) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Gary Dauberman / Elenco: Jessica Chastain, James McAvoy, Bill Hader, Bill Skarsgård / Sinopse: Vinte e sete anos após os acontecimentos do primeiro filme o palhaço Pennywise está de volta. Crianças começam a desaparecer novamente. Com isso os garotos do primeiro filme (agora todos adultos) resolvem se unir mais uma vez para acabar com as monstruosidades do palhaço.

Pablo Aluísio. 

domingo, 6 de outubro de 2019

Robin Hood, o Herói dos Ladrões

Título no Brasil: Robin Hood, o Herói dos Ladrões
Título Original: Robin Hood
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: John Irvin
Roteiro: Sam Resnick
Elenco: Patrick Bergin, Uma Thurman, Jürgen Prochnow, Edward Fox, Jeroen Krabbé, Danny Webb

Sinopse:
Durante o reinado de Ricardo Coração de Leão, um usurpador tenta colocar as mãos na coroa já que o rei se encontra longe, participando de uma cruzada. Sir Robert Hode tenta impedir, mas acaba caindo em desgraça, se tornando assim um bandoleiro nas florestas de Sherwood.

Comentários:
Dois filmes sobre Robin Hood foram lançados quase simultaneamente. O primeiro foi "Robin Hood" com Kevin Costner no papel principal. O segundo foi esse "Robin Hood, o Herói dos Ladrões" que trazia o menos conhecido Patrick Bergin interpretando o famoso personagem que roubava dos ricos para dar aos pobres. O filme de Kevin Costner, como era de se esperar, fez muito mais sucesso. Esse aqui chegou a ser lançado em VHS no Brasil, mas sem muita badalação. O curioso é que a Fox para promovê-lo fez uma campanha de marketing afirmando que esse seu filme de Robin Hood era bem mais realista, mais de acordo com o que os historiadores levantaram sobre o Robin Hood da história. Será mesmo? Penso que não. O filme só pode ser considerado mais realista se for comparado com o de Costner, esse sim com mais elementos de fantasia. Mesmo assim ainda há muita lenda nessa roteiro. Patrick Bergin que havia se destacado ao lado de Julia Roberts em "Dormindo com o Inimigo" não decepciona no papel. Tampouco empolga. Quem no final acaba roubando as atenções é a bela e exótica Uma Thurman. Na época original do lançamento do filme poucos sabiam quem ela era. Enfim deixo a dica, principalmente se você gosta do Robin Hood. Esse aqui é um de seus filmes menos conhecidos.

Pablo Aluísio.

Dormindo com o Inimigo

Título no Brasil: Dormindo com o Inimigo
Título Original: Sleeping with the Enemy
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joseph Ruben
Roteiro: Ronald Bass
Elenco: Julia Roberts, Patrick Bergin, Kevin Anderson, Elizabeth Lawrence, Kyle Secor, Claudette Nevins

Sinopse:
Para Laura Burney (Roberts) a vida se torna um inferno após ela se relacionar com o homem errado. Seu casamento é completamente abusivo, seu marido tem traços de psicopatia. Para escapar dessa realidade ela então busca uma saída definitiva dessa situação aflitiva e perigosa.

Comentários:
Esse thriller de suspense foi lançado em um dos melhores momentos da carreira da atriz Julia Roberts. Ela ainda colhia o sucesso de "Uma Linda Mulher" e todo filme que participava chamava logo a atenção do público. O tema aqui é o relacionamento abusivo que pode nascer dentro de um casamento completamente fracassado. A mulher quer ir embora, mas o marido não admite o fim, fazendo todo tipo de jogo sujo para ainda manter a dominação sobre a esposa. Julia Roberts foi bem elogiada pela crítica da época, mas o filme de certo modo tem um roteiro que não saía da média do que era feito nos anos 90 nesse tipo de thriller. As situações começam bem, o suspense é bem tecido, mas logo começam os exageros. Claro, em termos de abuso de relacionamentos muitos excessos são cometidos, mas o roteiro desse filme inegavelmente exagera um pouco nas tintas. De qualquer forma temos que reconhecer que apesar de alguns erros pontuais esse é um bom filme dos anos 90. De bônus ainda traz uma jovem Julia Roberts, com longos cabelos encaracolados, na época se tornando uma das grandes estrelas de Hollywood.

Pablo Aluísio.