quinta-feira, 14 de junho de 2012

Santuário

Quando foi lançado "Santuário" foi vendido pelo marketing promocional como o "novo filme de James Cameron de Titanic e Avatar". Bobagem. O problema é que James Cameron leva tanto tempo para lançar um filme novo que o estúdio tenta de todas as formas faturar em torno de seu nome, o usando sempre que possível, mesmo quando a sua participação no projeto seja mínima ou de menor importância. Um exemplo claro disso é esse filme. Muita gente foi ao cinema pensando reencontrar o famoso diretor. Bom, não encontraram nada. "Santuário" é um filme fraco em todos os aspectos. Não se salva nem naquilo que se esperava ser um ponto positivo certo: sua elegância técnica. Claro que muita gente não esperava um bom roteiro e nem tampouco grandes atuações (grandes falhas em praticamente todos os filmes anteriores de Cameron) mas pelo menos era de se esperar um filme com lindas imagens subaquáticas. Mas nem isso o filme cumpre de forma satistatória. Sinceramente esperava mais do aspecto visual do filme. Pensei que iria encontrar belas e lindas imagens de mergulho em cavernas (um dos esportes mais radicais que existem) mas ao invés disso vi muito mais cenas de escalada e espeleologia, o que foi bem frustrante. Nada contra estalactites e estalagmites, mas aquilo em certo momento começou a ficar aborrecido e chato. Se o filme foi vendido como uma produção de primeira linha abaixo da água onde foram parar essas tão prometidas cenas?! 

O fato do roteiro ser mal escrito prejudicou ainda mais o filme. A relação "pai e filho" dos dois personagens mais centrais nunca soa no tom certo. Os demais coadjuvantes não melhoram o quadro pois no fundo todos sabemos que eles estão ali somente para morrer em determinada cena e mais nada. Na verdade o diretor Alister Grierson é muito inexperiente em cinema. Ele já havia dirigido alguns documentários antes mas provou que não sabe dirigir atores em cena. Os personagens são totalmente vazios e desprovidos de personalidade. O cineasta parece preocupado apenas em captar grandes momentos da natureza (como em seus documentários) sem desenvolver o lado humano do filme. Como é um protegido de James Cameron, Grierson acabou sendo escalado para o filme errado, exercendo a função errada. Ele ficaria bem melhor como diretor de fotografia do que como diretor geral do filme. Em suma, "Santuário" é bem decepcionante. Não funciona como documentário de boas imagens e nem como cinema convencional. Uma decepção completa. 

Santuário (Sanctum, Estados Unidos, 2011) Direção: Alister Grierson / Roteiro: John Garvin, Andrew Wight / Elenco: Rhys Wakefield, Allison Cratchley, Christopher Baker / Sinopse: Pai e filho participam de uma exploração em uma caverna profunda. O que não contavam é que um acontecimento imprevisto irá mudar o destino de todos.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Muito Além do Jardim

Simplório jardineiro tem que deixar a casa onde morou durante toda a sua vida após a morte de seu patrão. Inocente e puro vai ter que enfrentar o desafio do mundo lá fora. Finalmente revi "Muito Além do Jardim" após vários anos. Interessante, o filme não envelheceu como eu pensava. Peter Sellers está muito bem no papel do jardineiro, um homem simples, que não sabe ler e nem escrever mas que por uma série de coincidências involuntárias acaba conhecendo o presidente dos EUA, se tornando a partir daí um formador de opinião apesar de que, no fundo, ele não tem opinião nenhuma. Não sei bem o termo médico para me referir ao personagem de Sellers. Sua personalidade é infantil, pueril, nada adequada à sua idade. De qualquer forma ele é uma pessoa que só conhece o mundo exterior pela TV e em essência é completamente alienado do que ocorre ao seu redor. A fábula nasce justamente disso, pois mesmo sem ter nada a dizer ou pensar acaba influenciando em assuntos dos quais não tem a menor ideia. 

É de certa forma uma alegoria sobre o fato de que no fundo a opinião de uma pessoa simples como ele tem mais peso e importância do que a de muitos políticos que vemos por aí. O tom é de fábula e curiosamente a estrutura da narrativa dá margem a muitas interpretações. Pode se olhar o ângulo do jardineiro, uma pessoa de bom coração, pura, com QI abaixo da normalidade, mas que mesmo assim tem mais a dizer ou pensar do que o alto escalão do governo. Também se pode analisar o filme sob outra perspectiva, a que coloca todos os demais personagens do filme como "idiotas", sendo o único com um certo equilibrio justamente o Chance Garden. Ou então pode se olhar o filme sob um ótica filosofal, ao qual a felicidade não depende de riqueza material ou luxo mas sim do fato de ser feliz com os pequenos detalhes da vida, por mais limitada que ela seja. Enfim, o que tirei de conclusão sobre a mensagem subliminar desse filme é que cada um deve tirar suas próprias conclusões - pois "Muito Além do Jardim" tem essa peculiaridade de se comunicar de forma diferenciada com cada espectador. É um roteiro de nuances, detalhes, que se leva a uma reflexão muito particular de cada um. Cada pessoa vai criar seu próprio toque de identificação com a mensagem que o filme tenta passar. "Muito Além do Jardim" é um clássico e recomendá-lo seria desnecessário. É o tipo de filme que você tem que assistir algum dia, pelo menos uma vez na vida. É uma obra prima.  

Muito Além do Jardim (Being There, Estados Unidos, 1979) Direção: Hal Ashby / Roteiro: Jerzy Kosinski baseado no livro de Jerzy Kosinski / Elenco: Peter Sellers, Shirley MacLaine, Melvyn Douglas / Sinopse: Simplório jardineiro tem que deixar a casa onde morou durante toda a sua vida após a morte de seu patrão. Inocente e puro vai ter que enfrentar o desafio do mundo lá fora.  

Pablo Aluísio.

A.C.A.B. - All Cops Are Bastards

Excelente filme italiano que mostra um grupo de policiais da tropa de choque daquele país. Os tiras são mostrados como pessoas com vários problemas não só na profissão como também em suas vidas pessoais. Tudo de forma extremamente bem roteirizada - realmente o filme é muito bem escrito. Nesse ponto me lembrou bastante do nosso "Tropa de Elite" pois somos introduzidos nas vidas dos policiais, sem medo de mostrar uma realidade nua, crua e dura! A.C.A.B. é uma sigla usada por torcedores europeus de futebol em relação aos policiais das tropas de contenção que são justamente os que enfrentam os Hooligans durante as partidas de futebol. Como se sabe as torcidas européias são bem conhecidas por sua violência e truculência. Batalhas campais são comuns (inclusive aconteceram recentemente na última Eurocopa). "All Cops Are Bastards" (em português "Todos os Tiras São Bastardos") mostra bem o clima que impera entre torcedores e policiais nesses eventos esportivos. Mas não é só. 

A.C.A.B. também mexe numa ferida profunda pelo qual passa a sociedade europeia nesse momento. A questão da imigração desenfreada e o crescente aumento do sentimento nacionalista nesses países. Em crise os europeus, principalmente jovens e desempregados, sentem grande sentimento de ressentimento e ódio racial em relação aos imigrantes de países mais pobres como Tunísia e Romênia. Para esses grupos neo nazistas o que se vê hoje na Europa é uma inversão de valores aonde o imigrante é protegido pela lei e o nacional é colocado para escanteio. No filme isso é retratado na estória de um jovem policial que vê sua pobre mãe ser despejada pelas autoridades italianas para ser colocada em seu lugar uma família de Tunisianos, imigrantes ilegais. Além disso o filho do comandante do esquadrão de choque se torna adepto de um grupo de Skinheads. Enfim, muitos subtextos interessantíssimos em um filme extremamente atual, inteligente e instigante. A.C.A.B. é sem dúvida um dos melhores filmes europeus do ano.  

A.C.A.B - All Cops Are Bastards (Idem, Itália, 2012) Direção: Stefano Sollima / Roteiro: Daniele Cesarano baseado no livro de Carlo Bonini / Elenco: Pierfrancesco Favino, Filippo Nigro, Marco Giallini / Sinopse: Um grupo de policiais da tropa de choque italiana precisa enfrentar os problemas de sua profissão. Salários baixos, violência e atritos com a população e Hooligans de times italianos.

Pablo Aluísio.

Os Mercenários

Stallone não desiste. Já prestes a entrar na terceira idade o ator não se rende ao peso dos anos, sempre procurando se reinventar. Quem diria que nessa altura de sua vida ele conseguiria emplacar uma nova franquia de sucesso? Pois é, ele conseguiu. Se não já bastassem as franquias Rocky e Rambo, o idoso astro emplaca agora mais esse "Os Mercenários". De certa forma o grande problema aqui é o atraso. Essa produção deveria ter estreado há 25 anos pelo menos, em pleno anos 80. Se tivesse sido lançado naquela época seria um estouro certamente. Maior do que foi agora. Claro que na época seria impossível reunir tantos astros de ação em apenas um filme pois na década de 80 eles ganhavam cachês milionários (algo que hoje em dia não se repete mais). Lançado agora o filme soa apenas como uma aventura retrô, com muita testosterona mas pouquíssima qualidade cinematográfica. De certa forma ele só funciona como produto de nostalgia para quem era jovem ou criança na década de 80 e cresceu assistindo aqueles filmes violentos de ação de Stallone e cia. É curioso porque naqueles tempos Stallone lutava muito para trazer melhores roteiros para seus filmes que sempre eram criticados severamente nesse aspecto. Em uma atitude quase de mea culpa Stallone literalmente jogou o balde aqui e resolveu assumir esse tipo de defeito em "Os Mercenários" pois o roteiro é tão fraquinho! 

Basicamente se trata de uma premissa bem básica para servir de estopim para a pancadaria e as pirotecnias habituais. Praticamente não há atuação ou qualquer argumento mais trabalhado. O ùnico ator que traz alguma coisa próxima de uma "atuação" é Mickey Rourke (em determinada cena ele mostra seu grande talento e declama o texto mais longo do filme enquanto Stallone fica olhando com cara de bobão). Há ainda a reunião tão falada dos três maiores ícones dos filmes de ação dos anos 80: Sylvester Stallone, Arnold Scharzenegger e Bruce Willis. Para quem é fã do estilo isso era algo esperado há muitos anos. A cena em si é até bacaninha mas menos engraçada ou marcante do que poderia ser. O resto do filme é pura action movie ao estilo anos 80 (muito tiro, chute, explosões e inimigos morrendo a atacado). Quando o personagem de Stallone resolve matar ele detona uns 400 caras de uma vez só! Me lembrou até de "Comando Para Matar" o mais exagerado filme daquela década. É aquele tipo de coisa que todo já viu e reviu muitas e muitas vezes, então sem surpresas. Senti falta também de vilões melhores. Eric Roberts é muito sem expressão e o general do terceiro mundo (obviamente uma caricatura) não consegue ser marcante. No mais uma curiosidade: nos últimos 25 minutos de filme quase não há diálogos - só porrada. É isso, "Os Mercenários" é um filme da década de 80 que não foi produzido nos anos 80. Vale como nostalgia mas com cara de prato requentado. E que venha a continuação agora, com o Chuck Norris! Pelo menos promete ser bem mais divertido do que esse primeiro. 

Os Mercenários (Expendables, Estados Unidos, 2010) Direção: Sylvester Stallone / Roteiro: Dave Callaham, Sylvester Stallone / Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Eric Roberts, Steve Austin, Mickey Rourke, Bruce Willis, Arnold Scharzenegger / Sinopse: Um grupo de mercenários são contratados para derrubar um corrupto governo militar numa ilha do terceiro mundo.  

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Fúria de Titãs 2

"Fúria de Titãs 2" segue as mesmas linhas do primeiro filme. Roteiro mínimo, atuações pouco memoráveis, duração curta e um monstro terrível no clímax final. É a velha máxima: "Em time que se está ganhando não se mexe". Como o primeiro foi um tremendo sucesso nas bilheterias os produtores resolveram repetir a dose fazendo um novo filme "igual, mas diferente". A premissa é basicamente a mesma: Perseu (Sam Wortington) tenta levar uma vida normal de mortal mas é impedido pelo pedido de ajuda dos deuses Zeus (Liam Neeson) e Poseidon (Danny Huston). O problema é que os humanos deixaram de rezar para seus deuses e esses estão cada dia mais fracos por isso. Em vista dessa situação o deus Hades (Ralph Fiennes) planeja libertar o terrível titã Kronos para varrer a humanidade do mapa. Esse é um colossal monstro há muito aprisionado numa prisão especial criada pelo deus caído Hephaestus (Bill Nighy).

"Fúrias de Titãs 2" assim como o primeiro filme da franquia prefere ignorar os acontecimentos da mitologia original novamente. Alguns seres mitológicos bem conhecidos como Minotauro finalmente surgem em cena mas apenas como coadjuvantes sem maior importância, bem distante do espaço de destaque que tinha nos textos milenares. Estão lá também os Ciclopes, o cavalo voador Pegasus e claro Kronos, que aqui surge como um monstro colossal feito de fogo e larvas incandescentes. Infelizmente como tudo é muito ligeiro e sem profundidade nenhum personagem é minimamente desenvolvido. Nem a tensa relação entre Zeus e Hades é desenvolvida e explorada. Perseu então praticamente não tem personalidade, surgindo apenas em ação e combate, sem qualquer trabalho realizado em cima de sua persona. Uma pena. Personagens tão ricos em história e mitologia viram meros bonequinhos para uma tonelada de efeitos digitais. Diante de tudo isso o melhor a fazer é ler a mitologia grega original mesmo.

Fúria de Titãs 2 (Wrath of the Titans, Estados Unidos, 2010) Direção: Jonathan Liebesman / Roteiro: Dan Mazeau, David Johnson / Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes / Sinopse: Perseu (Sam Worthington) é o filho bastardo do grande Zeus (Liam Neeson) que tenta levar uma vida normal de mortal mas é chamado novamente para a batalha para enfrentar o terrível Kronos, um titã colossal que está prestes a fugir de sua prisão.

Pablo Aluísio.

Fúria de Titãs

Vamos aos fatos. Fui assistir hoje Fúria de Titãs. Pensei que iria ser horrível mas para minha surpresa não foi. Esse filme é um blockbuster que se assume como tal. Os produtores sabiam bem disso e fizeram sim um filme pipoca mas pelo menos tiveram o bom senso de não torrar nossa paciência com um filme enorme e sem fim (como Avatar). A duração é rápida (pouco mais de uma hora e meia de duração) e vai logo direto ao ponto. Assim não chega a aborrecer. A produção tem bons efeitos especiais, um roteiro que faz uma mistureba de mitologia grega e nórdica, atuações sem importância e um final com um monstro colossal. Bem ao gosto do público adolescente de hoje. É um produto de consumo rápido e descartável, não há como negar, mas pelo menos não é pretensioso e nem tenta ser o que efetivamente não é. Fica muito longe do charme do filme original que foi lançado no começo da década de 80 e não tem nenhum grande nome no elenco como aquele. Em essência é quase um videogame para falar a verdade, só faltando mesmo a interação com o jogador / espectador. 

Como cinema ele tem vários outros pontos fracos que podem ser citados. O principal foi não terem sido fiéis à mitologia grega. De posse desses efeitos especiais o filme seria muito interessante se tivesse seguido à risca a mitologia original, principalmente para quem gosta do tema como eu. O design da Medusa não me agradou totalmente. Parece uma serpente mas curiosamente mantém a beleza de seu rosto, tal como era antes de ser amaldiçoada pelos deuses (um dos poucos pontos do roteiro que segue mais de perto com a mitologia original). Por falar em deuses todos estão fracos nesse filme: Zeus e Hades são decepções, principalmente em termos de atuação (todo mundo no controle remoto). E cadê o meu querídissimo Poseidon? Esqueceram dele. Hermes também foi ignorado, logo ele que é vital na mitologia de Perseu. Mas isso seria pedir demais dos executivos de Hollywood. Diverte sim, mas só se você for com expectativas baixas (como foi o meu caso). 

Fúria de Titãs (Clash of the Titans, Estados Unidos, 2010) Direção: Louis Leterrier / Roteiro: Travis Beacham, Phil Hay / Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes / Sinopse: Perseu (Sam Worthington) é o filho bastardo do grande Zeus (Liam Neeson) e terá que provar toda sua força e poder contra um terrível monstro mitológico.  

Pablo Aluísio.

O Vizinho

O filme não tem nada demais porém duas coisas me chamaram a atenção. Primeiro foi a inversão de papéis. Geralmente o que se vê nas telas e no cotidiano dos EUA é o abuso de autoridade partir de policiais brancos contra negros. No filme temos situação oposta: um policial negro que abusa de sua autoridade contra um cidadão branco. Acredito que para não configurar o argumento como um simples atrito "branco x negro" os roteiristas encaixaram propositalmente uma esposa negra para o vizinho para atenuar esse conflito. Na minha opinião não ajudou muito, pois a questão racial sempre está em voga durante todo o filme, mesmo que de forma disfarçada. A segunda coisa que me chamou atenção no roteiro do filme foi sua preocupação em desenvolver mais os personagens (tanto do lado do policial como do casal que mora vizinho a ele). Essa falta de pressa me recordou de antigos filmes - bem diferente do que vemos atualmente onde os produtores parecem ter déficit de atenção, colocando uma explosão a cada cinco minutos com medo dos espectadores de shopping center perderem o interesse pelo filme. Em "O Vizinho" isso não acontece. Gostei do ritmo em que se desenvolve a estória.

O grande destaque do elenco, como não poderia deixar de ser, é de Samuel L. Jackson. Dando uma pausa em seus personagens "motherfuckers" que falam um palavrão atrás do outro, Jackson faz um cara que a despeito de ser abusivo em seu trabalho policial, tenta à sua maneira, colocar uma certa ordem no caos reinante em que vive. Impõe regras e limites aos filhos adolescentes após a morte da mãe deles numa educação severa. Obviamente que em certo momento do filme há uma guinada para transformar esse personagem em um psicopata perigoso mas isso é apenas pontual. O diretor Neil LaBute nunca fez nada de muito importante. Sua filmografia é formada basicamente por filmes medianos. Seu único trabalho de maior projeção é "A Enfermeira Betty" com Renee Zellwegger e só. Aqui ele fica na média do que sempre dirigiu, um bom passatempo apenas, sem nada de muito relevante a acrescentar a não ser as duas coisas que citei no começo do texto. Em falta de filmes melhores a assistir vale a espiada.

O Vizinho (Lakeview Terrace, Estados Unidos, 2009) Direção: Neil LaBute / Roteiro: David Loughery), Howard Korder / Elenco: Samuel L. Jackson, Patrick Wilson, Kerry Washington / Sinopse: Policial negro (Samuel L. Jackson) começa a ter vários atritos com seu vizinho. Usando de meios ilegais ele fará da vida do sujeito um verdadeiro inferno.

Pablo Aluísio.

Gamer

Esse é o tipo de produto que se consome em cinemas de shopping center. Tudo muito rápido, ágil, ultra acelerado. Não é bem um filme mas sim um fast food. A edição corre a mil e o roteiro foi escrito por e para fãs de videogame... pena que o conteúdo é zero! Eu na verdade já tinha assistido esse filme antes. Seu nome é "The Running Man - O Sobrevivente". O argumento é o mesmo, a única diferença é que algumas coisas foram acrescentadas nesse remake disfarçado, como por exemplo, o fato das pessoas que estão lutando na arena desse reality show violento são na verdade controladas por gamers, jogadores de video game. Curioso mas um deles é retratado como um gordo glutão que tem como avatar no jogo uma loira sensual (que na verdade é a esposa do personagem de Gerard Butler no filme). Esse aliás está mais inexpressivo do que nunca, eu nunca o considerei um bom ator mas aqui ele está bem pior do que costume! Totalmente sem expressão em cena. 

Do elenco do filme aliás só destaco Michael C. Hall (ele mesmo, o Dexter do famoso seriado). Fazendo um vilão baseado nesses milionários da internet ao estilo Bill Gates, Hall consegue fazer milagre em um papel bem rasinho, sem expressividade. O filme é curtinho, quase um média metragem (uma hora e vinte de duração), o que é um alívio já que não há mesmo muita estória para contar. A dupla de diretores nunca fez nada de muito relevante e parecem pensar entender o que os jovens querem ver no cinema atualmente - pouco conteúdo, muita pirotecnia e enredos de games. Para não dizer que desgostei de tudo vou terminar essa resenha elogiando a edição (não poderia ser diferente numa produção como essa) e a trilha sonora que adapta velhas canções com arranjos mais modernos. Enfim é isso. Se você é fã de games pode até vir a se divertir, caso contrário não, definitivamente não vai gostar!  

Gamer (Gamer, Estados Unidos, 2009) Direção: Direção: Mark Neveldine, Brian Taylor / Roteiro: Mark Neveldine, Brian Taylor / Elenco: Gerard Butler, Michael C. Hall, Ludacris / Sinopse: Em um futuro violento competidores entram em um reality show aonde são dirigidos por jogadores de videogames.

Pablo Aluísio.