sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Palhaços Assassinos

Título no Brasil: Palhaços Assassinos
Título Original: Killer Klowns from Outer Space
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Diamant Pictures
Direção: Stephen Chiodo
Roteiro: Charles Chiodo
Elenco: Grant Cramer, Suzanne Snyder, John Allen Nelson, John Vernon, Michael S. Siegel, Peter Licassi

Sinopse:
Também conhecido como "Palhaços Assassinos do Espaço Sideral" esse filme conta a história de um grupo de alienígenas que assumem a forma de palhaços de circo para aterrorizar os moradores de uma pequena cidade do interior.

Comentários:
Outro terror que foi campeão de reprises no SBT durante os anos 80 e 90. Hoje em dia esse terror com sabor trash já pode ser considerado uma pequena obra-prima do gênero lançado nos anos 80. O que mais surpreende é a qualidade da maquiagem do filme. Os tais palhaços vindos do espaço são extremamente bem feitos e realmente aterrorizaram muita gente que assistiu ao filme na época. O roteiro também acertou em misturar Sci-fi barata com personagens de puro terror. Além disso nem preciso lembrar que muitas pessoas sofrem mesmo de uma certa coulrofobia (medo de palhaços). Então o filme não precisou ir muito longe para assustar. No mais deixo a dica desse bom filme (por mais surpreendente que isso possa parecer!). Quem assistiu uma vez nunca mais esqueceu!

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Vidas em Jogo

Título no Brasil: Vidas em Jogo
Título Original: The Game
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Propaganda Films
Direção: David Fincher
Roteiro: John Brancato, Michael Ferris
Elenco: Michael Douglas, Sean Penn, Deborah Kara Unger, Carroll Baker
  
Sinopse:
Nicholas Van Orton (Michael Douglas) é um rico e solitário banqueiro que procura por algum sentido a mais em sua vida. Tendo conquistado sucesso profissional e riqueza, o que poderia lhe faltar? Para amenizar seu tédio existencial seu irmão lhe dá o convite para participar de um clube exclusivo de membros da alta sociedade. O que Nicholas nem desconfia é que está prestes a entrar em um jogo mortal.

Comentários:
Bom filme de ação e suspense que foi bem recebido (em termos) pela crítica na época de seu lançamento. Muitos críticos americanos chamaram a atenção para o fato do cineasta David Fincher ter realizado um filme bem irregular. Ele se mostra muito inteligente e bem roteirizado nas duas primeiras partes do enredo, porém quando chega ao seu terço final desaba para o puro clichê! Anos depois o diretor se defendeu dessas acusações dizendo que não tinha controle total sobre a produção, o que levou a ter que se submeter a escolhas pessoais do astro Michael Douglas, o que acabou prejudicando o filme como um todo. Visando sucesso comercial acima de tudo (afinal Douglas também assinou a produção desse filme) ele acabou cortando certos aspectos que poderiam transformar esse "The Game" em uma pequena obra prima. Optando pelo lado mais banal, que não fugisse muito do lugar comum, obviamente procurando por uma bilheteria maior, Douglas acabou prejudicando o filme. É a tal coisa, nem sempre atores bem sucedidos sabem escolher o que é melhor para um filme. Quando a função de astro de Hollywood se mescla a de produtor, as coisas geralmente desandam, como podemos ver nesse filme que poderia certamente ser bem melhor do que realmente é. 

Pablo Aluísio.

Formiguinhaz

Título no Brasil: Formiguinhaz
Título Original: Antz
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks
Direção: Eric Darnell, Tim Johnson
Roteiro: Todd Alcott, Chris Weitz
Elenco: Woody Allen, Sharon Stone, Gene Hackman, Sylvester Stallone
  
Sinopse:
A formiguinha Z (Woody Allen) é diferente. Ela faz parte um formigueiro onde todos precisam desempenhar suas funções sem reclamar. Z porém sonha com uma vida melhor, ele não consegue se adequar ao totalitarismo que impera dentro de sua comunidade. Pior do que isso, ele tem uma paixão por uma das princesas, algo impossível de acontecer por causa de sua posição na escala social do formigueiro. Filme indicado ao Annie Awards e ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Bielenberg e Philippe Gluckman).

Comentários:
Nessa animação podemos nitidamente perceber o poder e o prestígio de Steven Spielberg. Ele produziu essa animação e conseguiu reunir uma constelação de astros e estrelas de Hollywood para dublarem o filme. O enredo é simpático, mas nada demais. Todas as personagens formiguinhas do filme são caricaturas ou estereótipos dos próprios atores. Assim, por exemplo, temos uma formiga intelectual, cheia de crises existenciais, interpretada por Woody Allen. Já o brutamontes Sylvester Stallone interpreta uma formiga que tem como função proteger o formigueiro. Os animadores copiaram a própria imagem do ator para criar seu personagem em animação. Sharon Stone é uma formiguinha gatinha e sensual e por aí vai... Cheio de referências ao mundo do cinema a pergunta que fica após o filme chegar ao final é simples: Será que a criançada vai mesmo se importar (ou entender) todas as referências à cultura pop, ao mundo de Hollywood? Claro que não! A garotada só deseja mesmo se divertir, assim complica um personagem como a formiga Allen, que passa o tempo todo refletindo, como se estivesse em um filme do próprio diretor. Claro que há muitas cenas de ação e tudo mais, porém esse tipo de animação é mais indicada mesmo para cinéfilos em geral, gente que gosta e conhece cinema. Para os pequenos será apenas levemente divertida, com um ou outro momento realmente legal para eles.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Negação

Título no Brasil: Negação
Título Original: Denial
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Mick Jackson
Roteiro: David Hare
Elenco: Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall, Andrew Scott
  
Sinopse:
David Irving (Timothy Spall) é um revisionista histórico que afirma em seus livros que o ditador alemão Adolf Hitler jamais teria autorizado o extermínio de judeus em campos de concentração durante a II Guerra Mundial. Ao ser chamado de nazista e racista por uma historiadora americana, a Dra Deborah Lipstadt (Rachel Weisz), ele acaba levando a questão para os tribunais ingleses, onde começa uma disputa sobre a questão histórica do holocausto judeu. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
Assim que tomei conhecimento do tema desse filme já soube de antemão que seria bom ou pelo menos muito interessante. A história é baseada em fatos reais e mostra a batalha jurídica que se trava entre uma professora e historiadora americana e um revisionista inglês. Como se sabe existem aqueles que negam o holocausto, assim como outros que afirmam que Hitler não autorizou a chamada solução final, o assassinato em massa do povo judeu. No tribunal ambas as partes discutem uma lide subjetiva, que envolve calúnia e difamação, porém logo a imprensa britânica lança a ideia de que o que realmente estaria em julgamento era a existência real ou não do próprio holocausto (o que do ponto de vista jurídico não era verdade). É um drama de tribunal com um excelente pano de fundo histórico. Baseado no próprio livro da Dra Deborah Lipstadt o filme vai desvendando a desonestidade intelectual de David Irving, um sujeito que começou estudando a biografia de Hitler até se apaixonar pelo biografado, se tornando assim um insuspeito admirador do Nacional Socialismo Alemão (mais conhecida como a ideologia nazista). Chamado de nazista e racista pela professora americana ele a leva aos tribunais, a processando por difamação e calúnia, cabendo agora a ela demonstrar perante o juiz que ele é sim aquilo que ela afirmou. É a chamada exceção da verdade. O filme também é interessante para estudantes e profissionais do Direito, uma vez que mostra detalhes do funcionamento do ordenamento jurídico inglês, suas nuances processuais e jurisprudenciais. Tudo muito instrutivo. A produção é igualmente e especialmente indicada para aqueles que apenas procuram por um bom filme que explore essa luta intelectual entre historiadores tradicionais e revisionistas sobre a questão do holocausto. Há provas históricas realmente consistentes? O que aconteceu de fato nos campos de concentração? Havia mesmo câmeras de gás em Auschwitz? Questões como essas são tratadas nesse excelente roteiro. Está muito bem recomendado. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

Os Miseráveis

Título no Brasil: Os Miseráveis
Título Original: Les Misérables
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Mandalay Entertainment, TriStar Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Rafael Yglesias
Elenco: Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman
  
Sinopse:

Filme adaptado da obra do escritor Victor-Marie Hugo, Les Misérables. Na história vemos a conturbada vida de Jean Valjean, um homem condenado que é colocado em liberdade durante um dos períodos mais agitados da história francesa. O enredo se passa no século XIX, mostrando a queda do regime do imperador Napoleão Bonaparte e a intensa miséria a que foi submetida grande parte da população da França naquele momento histórico. Filme indicado ao Cairo International Film Festival.

Comentários:
Tantas adaptações já foram feitas para o cinema da famosa obra de Victor Hugo que fica realmente complicado ao cinéfilo escolher a melhor de todas. Na realidade não existe "a melhor", mas sim aquelas que são mais fiéis ao texto original ou mais bem realizadas do ponto de vista da produção, reconstituição histórica, elenco, figurinos, etc. Essa versão de 1998 de "Les Misérables" se enquadra nessa segunda categoria. É uma produção realmente de requinte, com excelentes aspectos técnicos. O roteiro pode até não ser tão fiel ao livro de Victor Hugo, mas isso se torna secundário diante de um filme tão bem realizado. O elenco é composto por astros do cinema americano que unem suas forças a atores realmente brilhantes do ponto de vista da arte dramática. Na época de seu lançamento o filme foi acusado, entre outras coisas, de ser um produto pop demais, feito para consumo das massas. Além de bem preconceituosa essa visão não é inteiramente verdadeira. Mesmo sob uma análise literária e histórica o filme convence. Na trama vemos os perigos de se confiar cegamente em um líder populista e ditatorial como Bonaparte e as consequências nefastas que se abatem sobre o povo francês naquele momento histórico de muita agitação política e social. Por essa razão deixo a recomendação dessa versão que certamente foi uma porta de entrada muito eficaz para os interessados na literatura de Victor Hugo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Moby Dick

Título no Brasil: Moby Dick 
Título Original: Moby Dick 
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: American Zoetrope
Direção: Franc Roddam
Roteiro: Anton Diether
Elenco: Patrick Stewart, Henry Thomas, Bruce Spence, Hugh Keays-Byrne
  
Sinopse:
Moby Dick não é apenas uma baleia alpina do gênero cachalote. Na verdade é o próprio símbolo das forças da natureza, dos mares. Anos após o ataque quase mortal a um velho capitão ele descobre que terá a chance de reencontrar o feroz predador que arrancou uma de suas pernas em um ataque sangrento. Agora, obcecado em novamente reencontrar Moby Dick, ele percebe que o dia da sua vingança está chegando! Filme indicado pelo Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Minissérie de TV (Patrick Stewart).

Comentários:
Trata-se na realidade de uma minissérie que foi exibida nos Estados Unidos e Europa em dois grandes episódios. No Brasil tudo foi reunido em apenas um filme e lançado no mercado de vídeo. Sempre gostei dessa versão do clássico livro escrito por Herman Melville por uma simples razão: a presença do ator Patrick Stewart interpretando a vigorosa figura do capitão Ahab. Eu me recordo bem que quando foi lançado o filme foi criticado por alguns por não ter bom ritmo, de tudo se desenvolver de forma muito lenta e coisas do tipo. Bobagem, qualquer adaptação de "Moby Dick" precisa contar com o devido respeito ao texto original e isso significa dar um espaço para que os atores declamem os ótimos diálogos escritos originalmente pelo autor do livro. Não adianta simplesmente realizar um filme de ação, com matança de baleias assassinas. Isso, nos dias de hoje, soaria até meio ofensivo. O que vale mesmo é explorar a luta de um homem contra seus traumas e demônios interiores, mesmo que eles acabem sendo personificados por um animal irracional que apenas luta pela sua sobrevivência. Com boa reconstituição história e elenco acima da média esse "Moby Dick" dos anos 90 feito para a TV se mostra, de forma surpreendente, como uma das melhores adaptações já produzidas. Ah e antes que me esqueça aqui vai outra informação preciosa: a série foi produzida por Francis Ford Coppola. Vale conferir.

Pablo Aluísio.

Santo Homem

Título no Brasil: Santo Homem
Título Original: Holy Man
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Caravan Pictures
Direção: Stephen Herek
Roteiro: Tom Schulman
Elenco: Eddie Murphy, Jeff Goldblum, Kelly Preston, Robert Loggia
  
Sinopse:
Dois executivos de TV, Ricky (Jeff Goldblum) e Kate (Kelly Preston), prestes a serem demitidos do canal onde trabalham, acabam tirando a sorte grande ao encontrar G (Eddie Murphy), um sujeito religioso e místico que consegue convencer qualquer pessoa a cerca de suas ideias. Assim Ricky e Kate resolvem dar um emprego para G, para ele anunciar produtos à venda na TV. E não é que G acaba se tornando uma grande sensação televisiva!

Comentários:
Mais um filme da fase em que Eddie Murphy procurava desesperadamente por um sucesso no cinema. Esse "Holy Man" (literalmente Santo Homem) é uma fita bem inofensiva, cheia de boas intenções, mas que a despeito disso não conseguiu ter sucesso de bilheteria. No Brasil só foi lançado discretamente no mercado de vídeo, sem qualquer repercussão maior. E vamos ser bem sinceros,  realmente o filme não ajuda, apesar de ter um bom elenco que conta com, além de Murphy, os simpáticos  Jeff Goldblum e Kelly Preston. Goldblum, de "A Mosca" e "Parque dos Dinossauros", com seus olhos esbugalhados, acabou se saindo muito bem nesse tipo de comédia leve e despretensiosa. Já Preston sempre foi uma das atrizes mais bonitas de Hollywood, mesmo após se casar com John Travolta. Então é isso, se você estiver em busca de uma comediazinha muito soft, que brinca um pouco com o mundo da TV e das seitas esotéricas que se multiplicam na Califórnia, eis aqui uma opção. Não mudará sua vida em nada, mas pelo menos, quem sabe, servirá para passar o tempo...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A Chegada

O filme recebeu algumas das melhores críticas quando foi lançado no final do ano passado. Depois de assisti-lo pude compreender que toda a boa receptividade não foi em vão. Realmente essa nova ficção "Arrival" faz jus a tudo o que de bom foi escrita sobre ela. Há bastante tempo Hollywood não vinha lançando boas fitas sci-fi como esse "A Chegada". A lembrança mais óbvia vem de "2001" do mestre Kubrick. A comparação não é gratuita. Desde que chegou aos cinemas o diretor Denis Villeneuve tem repetido que aquele clássico serviu como inspiração e modelo para seu filme. E o que isso significaria exatamente? Bom, significa que o roteiro foge dos clichês, procurando desenvolver um argumento mais intelectual, diria até psicológico, entre todos os personagens. Nada de apelar para saídas facéis. O enredo começa mostrando uma sala de aula numa universidade onde leciona a Dra. Louise Banks (Amy Adams). Ela é especialista em linguagem e línguas. Curiosamente sua aula mostrada no filme é sobre a nossa língua, a língua portuguesa, que ela explica aos seus alunos ser bem diferente de todas as outras! Em breve momento até elogia o português, explicando sobre sua riqueza linguística, um idioma nascido em uma época em que havia uma simbiose entre as línguas faladas e a poesia! Ponto para nós! Pois bem, sua aula é interrompida por um evento extraordinário: a chegada no planeta Terra de doze naves alienígenas, em diversos pontos do mundo. Elas chegam e ficam paradas, estáticas, sem qualquer sinal de ação. Isso intriga os governos que começam a recrutar seus melhores especialistas em comunicação e linguagem. Afinal é necessário abrir um canal de contato com essa suposta civilização alien.

Assim a Dra. Banks é levada por um coronel, interpretado pelo sempre ótimo Forest Whitaker, para o lugar onde uma dessas naves está pousada. Os seres alienígenas em nada lembram os seres humanos, mais se parecendo com algum tipo de criatura marinha, de sete pés (daí o nome que os cientistas colocam neles, Heptaporos). E assim segue o filme com a professora tentando entrar em comunicação com os seres vindos do espaço. O curioso é que ao mesmo tempo começa uma espécie de ligação sensorial entre a Dra. Banks e os seres espaciais, uma ligação que guarda algo maior, desvendando um sentido muito mais profundo, revelando a verdadeira intenção dos visitantes. Obviamente esqueça filmes como "Guerra dos Mundos" ou até mesmo as bobagens da franquia "Independence Day". Não é por aí. O filme apresenta um roteiro sofisticado e muito mais inteligente. Não se trata de um choque, uma uma guerra de civilizações, nada disso, pois seria banal demais. O roteiro ao invés disso se apoia em algo mais profundo, mais sensitivo. É um filme, como já escrevi, com as matizes de um "2001", algo mais intelectualizado. Sem dúvida uma das melhores obras cinematográficas de 2016. Não deixe passar em branco.

A Chegada (Arrival, Estados Unidos, 2016) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Eric Heisserer, Ted Chiang / Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg / Sinopse: Especialista em línguas e linguagens é levada pelo governo americano para uma região remota onde aterrisou uma nave espacial de origem desconhecida. Ela terá que tentar abrir um canal de comunicação com os estranhos seres alienígenas que vieram do espaço.

Pablo Aluísio.

O Oposto do Sexo

Título no Brasil: O Oposto do Sexo
Título Original: The Opposite of Sex
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Rysher Entertainment
Direção: Don Roos
Roteiro: Don Roos
Elenco: Christina Ricci, Martin Donovan, Lisa Kudrow, Lyle Lovett
  
Sinopse:
Cansada de sua tediosa vida a adolescente Dede Truitt (Ricci) decide fugir de casa para ir morar com seu irmão Bill (Martin Donovan). Ele é gay e tem um namorado que vive ao seu lado. Dede então decide seduzir o companheiro de seu irmão, o levando para uma fuga insana de crimes e traições. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Christina Ricci).

Comentários:
Foi muito badalado quando lançado, mas sinceramente falando nunca vi nada demais nessa fita que em vários momentos apela aos sentimentos e desejos mais primitivos do ser humano. Explico. No roteiro temos uma Christina Ricci ainda muito jovem, tentando fazer a complicada transição entre sua carreira mirim e o mundo adulto. Sua personagem procura esbanjar sensualidade de todas as maneiras. Geralmente a atriz está de biquíni em cena, fazendo caras e bocas. Quando o filme foi rodado ela ainda tinha apenas 17 anos! Assim ainda era uma garota menor de idade. Achei um pouco abusivo as escolhas do diretor em explorar demais o lado sensual de Ricci, justamente por causa desse fato. O roteiro também não é tão maravilhoso como muitos chegaram a dizer na época. Há um clima de "Lolita" criminosa no ar que não se sustenta por muito tempo. Talvez o único grande crédito cinematográfico válido desse filme seja a direção de fotografia a cargo do talentoso Hubert Taczanowski. Abusando de cores fortes e invasivas ela acabou criando um visual bem interessante e marcante ao filme como um todo. De resto nada demais. Só seria indicado mesmo para quem tem interesse especial em Ricci nessa fase de transição em sua carreira e, é claro, para quem tem atração doentia por garotinhas na puberdade.   

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Papa Vs Hitler

Título no Brasil: Papa Vs Hitler
Título Original: Pope Vs. Hitler
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: National Geographic
Direção: Christopher Cassel
Roteiro: Christopher Cassel
Elenco: Michael Deffert, Dan Nachtrab, Andrius Brazas
  
Sinopse:
Documentário que resgata a posição do Papa Pio XII (1876 - 1958) durante a II Guerra Mundial. Com a ascensão de Hitler e os nazistas ao poder começa uma verdadeira era de destruição e morte por toda a Europa. O Holocausto é implantado como uma verdadeira máquina de assassinatos em larga escala. Teria o Papa em Roma se omitido diante de tamanho genocídio? Qual era a sua posição perante o horror nazista?

Comentários:
O Papa Pio XII foi certamente um dos líderes religiosos mais difamados e caluniados da história. Em certos livros ele chegou a ser chamado de "O Papa de Hitler". Para muitos o Papa não cumpriu sua função, denunciando os crimes de genocídio do povo judeu implantado nos campos de concentração. Apesar dessas ideias serem bem difundidas esse novo documentário da National Geographic procura olhar com maior imparcialidade sobre aquele período histórico tão importante para a humanidade. O Papa realmente se omitiu? Foi um omisso em relação a tudo o que estava acontecendo? Baseado em livros mais recentes, alguns frutos de intensa pesquisa, esse documentário exibido recentemente na Europa e Estados Unidos demonstra que nem tudo aconteceu como muitos pensavam. Na verdade o Papa Pio XII foi um inimigo de Hitler desde o começo de seu regime. Com uma complexa rede de espiões e informantes por todo o continente o Papa soube em primeira mão sobre os absurdos que estavam ocorrendo.

Diante disso ele tinha dois caminhos a seguir: denunciar publicamente o regime nazista por suas atrocidades (o que poderia dar início a uma nova onda de perseguições e mortes contra católicos) ou agir nos bastidores, com espiões do Vaticano, apoiando grupos de resistência contra Hitler e seus vassalos. Assim o documentário esmiúça o papel desempenhado por Pio XII durante a guerra, mostrando que ele ativamente participou de inúmeras tentativas de derrubada do tirano alemão. Também agiu diplomaticamente, servindo de ponte ou elo de comunicação entre os países ocidentais (em especial Inglaterra e Estados Unidos) e os grupos que dentro do III Reich tentavam liquidar Hitler, para derrubar seu regime, abrindo assim uma nova era de paz, terminando com aquela guerra que custou a vida de milhões de seres humanos. A decisão de Pio XII até hoje causa controvérsias entre historiadores e especialistas em política internacional. Agiu bem Pio XII? Com o documentário todos os prós e contras são colocados numa balança, para que o próprio espectador tire suas conclusões. No saldo geral temos um excelente documentário, onde em 90 minutos de duração, tudo é discutido com a máxima isenção. Um programa obrigatório para quem procura conhecer melhor a história da Igreja Católica em nosso tempo.

Pablo Aluísio.

Tudo Por Dinheiro

Título no Brasil: Tudo Por Dinheiro
Título Original: Money Talks
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Brett Ratner
Roteiro: Joel Cohen, Alec Sokolow
Elenco: Charlie Sheen, Chris Tucker, Heather Locklear
  
Sinopse:    
James Russell (Charlie Sheen) é um jornalista sem brilho e sucesso que acaba encontrando uma estória bem sensacionalista para explorar. Um veículo transportando prisioneiros é cercado por uma quadrilha e libertado. Todos fogem, dando origem assim a uma verdadeira caçada humana. Todos pensam que o responsável pela fuga espetacular é Franklin Hatchett (Chris Tucker), mas ele na realidade é um bandidinho pé de chinelo. O verdadeiro mentor de tudo é um contrabandista perigoso, illard (Gérard Ismaël). Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de Pior Ator do Ano (Chris Tucker).

Comentários:
O que fazer quando a carreira no cinema vai por água abaixo? No caso do Charlie Sheen a saída foi estrelar uma comédia de quinta categoria ao lado do ator e comediante Chris Tucker. Nem precisa dizer que o filme é uma grande porcaria, totalmente sem graça. Essa coisa toda de duplas (geralmente envolvendo um branco e um negro e as diferenças culturais entre eles) já deu o que tinha que dar. Desde o primeiro "Máquina Mortífera" já sabíamos que era uma roubada. O curioso é que Sheen acabou arranjando um jeito de ainda trabalhar no cinema, atuando em filmes como esse, que beiravam o pastelão. Mais estranho ainda é saber que ele nunca se assumiu como comediante, na verdade a graça em Sheen era justamente esse: ele não atuava como se estivesse em uma comédia, mas sim em um filme normal, como qualquer outro. As palhaçadas assim ficaram todas a cargo de Chris Tucker e sua vozinha da gazela! Como a bobagem que é, a única coisa boa (e visualmente válida) vem da presença da linda Heather Locklear, seguramente uma das atrizes mais bonitas que já passaram por Hollywood. Fora ela todo o resto é uma grande, enorme, perda de tempo! Fuja!

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Fugindo do Passado

Título no Brasil: Fugindo do Passado 
Título Original: Twilight
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Benton
Roteiro: Robert Benton, Richard Russo
Elenco: Paul Newman, Susan Sarandon, Gene Hackman, Reese Witherspoon, James Garner
  
Sinopse:
Ex-policial, agora aposentado, o detetive particular Harry Ross (Paul Newman) ganha a vida fazendo pequenos serviços, muitos deles sem grande importãncia. Tudo muda quando ele é contratado para entregar uma mala cheia de dinheiro a um chantagista. Seu cliente decide pagar uma alta soma em razão de uma chantagem que vem sofrendo, cujos detalhes Harry não tem pleno conhecimento. O problema é que há algo muito maior por trás, inclusive uma conspiração envolvendo um assassinato.

Comentários:
Bom filme policial cujo maior atrativo é a presença do veterano Paul Newman. Apesa da idade, o astro da era do cinema clássico americano esbanja carisma e versatilidade nesse bom roteiro, cheio de reviravoltas, que prende a atenção do espectador da primeira à última cena. Como se não bastasse toda a riqueza de nuances da trama principal, ainda temos um elenco de apoio excelente, de primeira linha, cheio de grandes nomes de Hollywood como Susan Sarandon, Gene Hackman, James Garner e Reese Witherspoon! O grande Gene Hackman (hoje aposentado das telas definitivamente) interpreta um velho ator que ficou milionário com sua carreira de sucesso. Os tempos de fama e glória porém ficaram no passado pois ele está morrendo de um agressivo tipo de câncer. Susan Sarandon interpreta sua esposa, uma atriz que não teve o mesmo êxito profissional. Ela parece esconder algo em seu passado, principalmente em relação ao desaparecimento de seu primeiro marido, um homem que simplesmente nunca mais foi visto, não deixando quaisquer pistas sobre o seu paradeiro. Teria ela algo a ver com o sumiço dele? Para Harry tudo pode ser investigado e encaixado em algo mais misterioso e nebuloso do que muitos pensam. Com essa boa trama, personagens bem desenvolvidos e um roteiro acima da média esse filme é sem dúvida muito bom. Enfim, eis aqui mais um grande momento na carreira de Paul Newman, cuja filmografia sempre foi uma das mais ricas da história de Hollywood. Ele foi um ator cuja simples presença já tornava obrigatório qualquer filme.

Pablo Aluísio.

Basil - Amor e Ódio

Título no Brasil: Basil - Amor e Ódio
Título Original: Basil
Ano de Produção: 1998
País: Inglaterra
Estúdio: Showcareer Limited Production
Direção: Radha Bharadwaj
Roteiro: Radha Bharadwaj
Elenco: Christian Slater, Jared Leto, Claire Forlani, Crispin Bonham-Carter
  
Sinopse:
Romântico e gentil, o jovem Basil (Jared Leto) finalmente consegue se casar com a garota de seus sonhos, a bela Julia Sherwin (Claire Forlani). Idealizando sua amada, mal sabe ele que sua noiva teve um longo relacionamento com John Mannion (Christian Slater). Pior do que isso, ela parece ainda gostar dele. John é um sujeito de má índole, sem valores morais, que pensa se vingar do irmão de Basil, Ralph (Crispin Bonham-Carter), por causa de uma antiga rixa. Logo a combinação entre amores, rivalidades e ódios se torna explosiva.

Comentários:
O roteiro desse filme foi baseado na novela romântica escrita por Wilkie Collin (1824 - 1889). Seus textos tiveram muitas adaptações para o cinema e TV, principalmente durante a década de 1940, mas o público brasileiro pouca familiaridade tem com esse romancista, dramaturgo e contista inglês. Ele foi muito popular em sua época por explorar em seus textos os conflitos românticos de pessoas comuns, da sociedade em que viveu. Obviamente seus romances se tornaram campeões de vendas pois eram consumidos por jovens britânicas românticas sonhando com seus primeiros amores. Embora dentro da academia Wilkie Collin seja considerado um autor menor (talvez por ter sido bem comercial em seu tempo), poucos ainda dão o devido valor ao escritor nos dias de hoje. Na década de 90 tivemos essa adaptação de um de seus livros, um filme até interessante cujo maior mérito foi ter apresentado a obra de Collin a um público mais jovem, dos dias atuais. Não é uma grande produção, de encher os olhos, mas é correta e eficiente. Além disso traz um ainda bem novo Jared Leto, aqui no papel pouco inspirado de um galã romântico idealista, um tipo de personagem sempre presente nesses romances do século 19. Então é isso. Um resgate cinematográfico bem-vindo de um dos mais populares romancistas ingleses da era Vitoriana.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Cidade das Sombras

Título no Brasil: Cidade das Sombras
Título Original: Dark City
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Alex Proyas
Roteiro: Alex Proyas
Elenco: Kiefer Sutherland, Jennifer Connelly, Rufus Sewel, William Hurt
  
Sinopse:
Vivendo em uma cidade eternamente coberta pelas sombras da noite, John Murdoch (Rufus Sewell) acorda repentinamente sem lembrar de absolutamente nada do que aconteceu. Pior do que isso, ele vira suspeito de ter cometido vários assassinatos violentos, com requintes de crueldade! Seria verdade? Ele simplesmente não sabe responder. Para o inspetor de polícia Frank Bumstead (William Hurt) ele é o culpado.

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme com muito estilo em seu visual, cenários e direção de arte, mas sem um grande roteiro por trás de tudo. Na época de seu lançamento foi bem elogiado nos aspectos técnicos, mas também criticado por tentar ser um filme noir moderno, onde se mistura uma trama de assassinato com uma tendência neo-punk futurista. Realmente, da estória você provavelmente esquecerá em pouco tempo, porém esse estilo visual ficará em sua mente por um bom tempo. Chego até mesmo a ficar surpreso que esse filme nunca tenha inspirado as histórias em quadrinhos (se virou graphic novel, desconheço). Até porque, pense bem, o diretor e roteirista Alex Proyas usou muito da linguagem de HQs. É no fundo uma mistura de Blade Runner com velhos filmes de detetives estrelados por Robert Mitchum. Uma mistura bem estranha, ainda mais acentuada pela extrema escuridão da fotografia do filme (não é brincadeira, em muitos momentos você não vai conseguir enxergar absolutamente nada na tela!). Do elenco o ator que mais se saiu bem nos anos seguintes foi Kiefer Sutherland. Seu personagem aqui porém é apenas secundário, um médico que decide ajudar o protagonista a encontrar a verdade dos fatos. Já Jennifer Connelly está muito atraente com esse figurino escuro, sombrio, o que por si só já é bastante sensual.

Pablo Aluísio.

O Amanhecer do Quarto Reich

Título no Brasil: O Amanhecer do Quarto Reich
Título Original: Beyond Valkyrie - Dawn of the 4th Reich
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Stage 6 Films
Direção: Claudio Fäh
Roteiro: Robert Henny, Don Michael Paul
Elenco: Sean Patrick Flanery, Tom Sizemore, Stephen Lang, Rutger Hauer
  
Sinopse:
Um grupo de soldados e espiões aliados são enviados além das linhas inimigas para encontrar um importante oficial do exército alemão que faz parte da Operação Valquíria. Esse era um plano para matar o líder nazista Adolf Hitler, assumir o controle do Estado e entrar em negociações de paz com as forças aliadas durante a II Guerra Mundial. O grupo porém enfrentará vários desafios, entre eles sobreviver dentro do território inimigo.

Comentários:

A conclusão a que se chega após assistir a filmes como esse é simples: Já não se fazem mais bons filmes de guerra como antigamente. Tudo bem que se trata de uma produção B, feita para ser lançada diretamente no mercado de venda direta ao consumidor, mas por que não capricharam um pouco mais? O elenco tem até bons atores, em especial Stephen Lang, que sempre considerei um excelente ator que nunca teve uma chance de verdade em sua carreira. O mesmo vale para Rutger Hauer, que infelizmente é mais uma vez desperdiçado. A premissa do roteiro até que é muito boa, mostrando uma missão de agentes do OSS (a agência de espionagem que seria substituída pela CIA) em território alemão. O problema é que o roteiro parece querer imitar alguns filmes de guerra dos anos 70 que primavam mais pela ação do que propriamente por desenvolver uma boa trama. Dessa maneira muito potencial é perdido. A produção, apesar de fraca, ainda consegue tirar leite de pedra, sendo aceitável, mas tudo desanda mesmo nessa falta de maior cuidado ao se contar essa estória. No final os roteiristas ainda encaixaram algumas informações históricas da guerra em seus momentos finais, porém sem grande ligação com o enredo que se viu no filme (que é em parte meramente ficcional). Em suma, precisam melhorar mais nessas produções atuais sobre a II Guerra Mundial. Muitos clássicos sobre o tema foram realizados no passado e por isso a responsabilidade aumenta. Fazer filmes fracos explorando esse nicho cinematográfico não me parece ser, por essa razão, uma boa ideia.

Pablo Aluísio.