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quinta-feira, 17 de junho de 2021

Ainda Muito Loucos

Título no Brasil: Ainda Muito Loucos
Título Original: Still Crazy
Ano de Produção:
País: Inglaterra
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Brian Gibson
Roteiro: Dick Clement, Ian La Frenais
Elenco: Stephen Rea, Billy Connolly, Jimmy Nail, Timothy Spall, Bill Nighy, Juliet Aubrey

Sinopse:
Na década de 1970 um grupo de rock chamado "Strange Fruit" teve seu auge de sucesso. Eles tiveram tudo o que era possível alcançar, fama, sucesso, notoriedade. Porém o tempo passou e eles caíram na ruína. Agora tentam um retorno, mas não vai ser fácil.

Comentários:
Uma vez li um artigo onde se afirmava que uma das coisas mais ridículas que existem é um velho roqueiro, tentando posar de jovem rebelde. Acontece muito. O tempo passa, os grupos acabam, esses senhores ficam sem dinheiro na terceira idade e aí surgem essas reuniões de antigos grupos de rock, na maioria das vezes mera tentativa de ganhar alguns trocados com a fama alcançada no passado distante. Esse filme retrata isso, mas procura tirar o pé do drama para investir um pouco no humor, na situação da graça. Bill Nighy está impecável com uma espécie de "Sergei" britânico. Ninguém mais sabe quem ele é, mas em sua mente ele pensa que ainda está arrasando. Ator talentoso, com ótimo feeling para a comédia. Em alguns momentos lembra até mesmo Keith Richards, com aquela combinação muito bizarra de figurino metal com rugas e cabelos brancos. Afinal era de se esperar que a idade trouxesse algum tipo de maturidade. Já o tecladista do grupo, interpretado bem pelo ator Stephen Rea, já é um homem que se comporta e se veste com o padrão de sua idade, apenas quer reviver os bons tempos da juventude, numa vibe de nostalgia mesmo. Enfim, filme divertido, que tira diversão desse tipo de "comeback" de bandas de rock que fizeram sucesso em uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Negação

Título no Brasil: Negação
Título Original: Denial
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Mick Jackson
Roteiro: David Hare
Elenco: Rachel Weisz, Tom Wilkinson, Timothy Spall, Andrew Scott
  
Sinopse:
David Irving (Timothy Spall) é um revisionista histórico que afirma em seus livros que o ditador alemão Adolf Hitler jamais teria autorizado o extermínio de judeus em campos de concentração durante a II Guerra Mundial. Ao ser chamado de nazista e racista por uma historiadora americana, a Dra Deborah Lipstadt (Rachel Weisz), ele acaba levando a questão para os tribunais ingleses, onde começa uma disputa sobre a questão histórica do holocausto judeu. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
Assim que tomei conhecimento do tema desse filme já soube de antemão que seria bom ou pelo menos muito interessante. A história é baseada em fatos reais e mostra a batalha jurídica que se trava entre uma professora e historiadora americana e um revisionista inglês. Como se sabe existem aqueles que negam o holocausto, assim como outros que afirmam que Hitler não autorizou a chamada solução final, o assassinato em massa do povo judeu. No tribunal ambas as partes discutem uma lide subjetiva, que envolve calúnia e difamação, porém logo a imprensa britânica lança a ideia de que o que realmente estaria em julgamento era a existência real ou não do próprio holocausto (o que do ponto de vista jurídico não era verdade). É um drama de tribunal com um excelente pano de fundo histórico. Baseado no próprio livro da Dra Deborah Lipstadt o filme vai desvendando a desonestidade intelectual de David Irving, um sujeito que começou estudando a biografia de Hitler até se apaixonar pelo biografado, se tornando assim um insuspeito admirador do Nacional Socialismo Alemão (mais conhecida como a ideologia nazista). Chamado de nazista e racista pela professora americana ele a leva aos tribunais, a processando por difamação e calúnia, cabendo agora a ela demonstrar perante o juiz que ele é sim aquilo que ela afirmou. É a chamada exceção da verdade. O filme também é interessante para estudantes e profissionais do Direito, uma vez que mostra detalhes do funcionamento do ordenamento jurídico inglês, suas nuances processuais e jurisprudenciais. Tudo muito instrutivo. A produção é igualmente e especialmente indicada para aqueles que apenas procuram por um bom filme que explore essa luta intelectual entre historiadores tradicionais e revisionistas sobre a questão do holocausto. Há provas históricas realmente consistentes? O que aconteceu de fato nos campos de concentração? Havia mesmo câmeras de gás em Auschwitz? Questões como essas são tratadas nesse excelente roteiro. Está muito bem recomendado. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sr. Turner

Título no Brasil: Sr. Turner
Título Original: Mr. Turner
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, França, Alemanha
Estúdio: Film4, Focus International (FFI), France 3 Cinéma
Direção: Mike Leigh
Roteiro: Mike Leigh
Elenco: Timothy Spall, Paul Jesson, Dorothy Atkinson
  
Sinopse:
Mr. Turner (Timothy Spall) retorna para a casa paterna após passar alguns anos fora, percorrendo a Inglaterra em busca de paisagens maravilhosas para suas pinturas. De volta ao antigo lar ele reencontra seu velho pai já um tanto abalado pelo peso da idade. Ele mantém um desarrumado atelier em sua própria casa, onde vende os quadros do filho. Esse acaba descobrindo surpreso que para o amor não há mesmo tempo e nem idade. Mesmo cinquentão acaba se apaixonando por uma viúva que mantém uma antiga hospedaria no cais do porto. Teria ainda tempo de viver finalmente uma relação amorosa realmente gratificante em sua vida? Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Dick Pope), Melhor Figurino (Jacqueline Durran), Melhor Trilha Sonora Incidental (Gary Yershon) e Melhor Design de Produção (Suzie Davies e Charlotte Watts).

Comentários:
Belo filme de época enfocando a vida do pintor inglês J.M.W. Turner (1775 - 1851). O interessante desse roteiro é que ele mostra Turner em um momento já crepuscular de sua vida, quando foi abalado pela morte de seu querido pai. Ele próprio havia se transformado em um velho ranzinza e mal humorado que tinha que lidar com vários problemas profissionais e pessoais. Embora fosse um artista respeitado em seu tempo suas obras começaram a sofrer críticas por causa do uso considerado ultrapassado de cores e formas em seus quadros. Especialista em Marinhas (pinturas que mostravam barcos históricos em momentos marcantes da história britânica), Turner começava a entender que seu talento estava cada vez mais se tornando coisa do passado. Para piorar sua vida pessoal era uma grande bagunça emocional. Pai de duas filhas que mal chegou a conhecer, ele tinha que lidar com a mãe das garotas, uma senhora de modos rudes e violentos, com personalidade dramática e propensa a dar escândalos públicos. Quando tudo parecia caminhar fora dos trilhos Turner acaba conhecendo casualmente uma viúva, dona de uma modesta hospedaria, que acaba aceitando seus tímidos e relutantes galanteios.

O cineasta Mike Leigh mostra o tempo todo que tem grande carinho por Turner, mas sabiamente não procura esconder seus pequenos e grandes defeitos. O roteiro aliás é sofisticado o suficiente para explorar a grande contradição existente entre o modo de ser de Turner, muitas vezes rude e sem classe alguma, com a beleza imortal de sua arte. Nem é necessário salientar também que o filme é visualmente muito bonito, com planos que muitas vezes procuram imitar até mesmo o senso estético das obras de arte desse grande pintor. A trilha sonora também é outro deleite, com várias peças de música erudita. A duração que poderá soar até excessiva para alguns passa despercebida por causa do enredo cativante e sereno. Não é um filme para quem tem pressa, pelo contrário, é uma obra cinematográfica de contemplação e esse aspecto é sem dúvida alguma seu maior mérito. "Mr. Turner" mostra acima de tudo que o cinema de bom gosto ainda não morreu.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de abril de 2013

O Lavador de Almas

Todos os dias pela manhã Albert Pierrepoint (Timothy Spall) acorda, toma o seu café, lê o jornal diário, se despede de sua querida esposa e vai ao trabalho. Com chapéu, sobretudo e uma pequena pasta ele parece ser igual a todos os demais trabalhadores ingleses que vão ao seus trabalhos todos os dias cumprir mais uma jornada. A verdade porém é que as aparências enganam. Pierrepoint não é um trabalhador normal. Na verdade ele exerce uma função que seria inaceitável para a maioria dos empregados comuns. Ele na realidade é um carrasco do sistema prisional britânico e se orgulha disso. Para suas mãos vão parar todos os dias os piores criminosos, assassinos, estupradores, latrocidas, a escória da sociedade. Condenados à pena de morte eles são enviados para a ala onde Pierrepoint trabalha todas as manhãs. Seu sistema de execução é limpo e rápido. Em poucos segundos ele consegue enviar o condenado ao cadafalso de enforcamento em um procedimento rígido que não admite falhas. Nada pessoal, apenas um serviço a se cumprir.
   
O filme “O Lavador de Almas” conta a história real daquele que foi considerado o maior executor de penas de morte da história da Inglaterra. A experiência que acumulou durante décadas o fez criar um sistema impecável onde a meta era enforcar o criminoso de forma eficaz, rápida e humana. Pelas mãos desse carrasco mais de seiscentos sentenciados foram enforcados. Ele se tornou tão bom naquilo que fazia que começou a disputar com outros carrascos da Inglaterra o recorde de menor tempo gasto em cada enforcamento. Sua melhor marca de sete segundos e meio ainda hoje não foi batida.  Albert Pierrepoint ficou mundialmente conhecido quando foi escolhido pelo General Montgomery para executar os principais criminosos de guerra nazistas. O roteiro de “O Lavador de Almas” é muito bom pois mostra um homem pacato, tímido, simples em seus modos, que conseguiu cumprir aquilo que lhe era determinado pelo governo inglês da melhor forma possível. Um curioso retrato de uma pessoa que a despeito do serviço que fazia conseguiu também fazer parte da história da Inglaterra.

O Lavador de Almas (The Last Hangman, Estados Unidos, Inglaterra, 2005) Direção: Adrian Shergold / Roteiro: Bob Mills, Jeff Pope / Elenco: Timothy Spall, Juliet Stevenson, Eddie Marsan / Sinopse: História real de Albert Pierrepoint (Timothy Spall), famoso executor de enforcamentos do sistema prisional inglês que se tornou famoso ao levar para o cadafalso alguns dos maiores criminosos nazistas de guerra.

Pablo Aluísio.