terça-feira, 10 de maio de 2016
As Profecias do Dr. Terror
Nessa fita temos um atrativo a mais, a presença de dois ícones em cena, Christopher Lee e Peter Cushing. Enquanto Lee interpreta um cético, um arrogante homem que vive como crítico de arte em Londres, Cushing dá vida (ou morte, dependendo do ponto de vista) ao protagonista. Ele se apresenta como o Dr. W. R. Schreck aos demais passageiros de um trem durante uma viagem noturna partindo de Londres. Ao cochilar acaba deixando cair ao chão sua bagagem que revela um baralho de cartas de tarot. Quem conhece esse tipo de filme sabe que nada acontece ao acaso. As cartas despertam a curiosidade dos demais passageiros que pedem ao sinistro doutor que leia o futuro de cada um deles.
Esse gancho narrativo assim abre a oportunidade do roteiro contar cinco contos de terror, cada um deles explorando algum tipo de estória clássica de horror. Há espaço para todos os gostos nesse menu. No primeiro conto um jovem arquiteto é contratado para ir até uma velha casa nos arredores da cidade. Sua dona deseja fazer reformas nela. Para verificar se isso seria possível ele desce até o porão e lá encontra uma velha tumba que reza a lenda pertenceu ao antigo morador que nas noites de lua cheia se transformava em uma criatura, metade homem, metade lobo (o nosso conhecido lobisomem dos filmes clássicos). Não é por outra razão que esse primeiro conto se chama "Werewolf".
Os dois seguintes são os mais fracos. O segundo, intitulado "Creeping Vine", é certamente o mais sem graça. Chegou a me lembrar de "A Pequena Loja de Horrores". Nele uma planta desconhecida começa a aterrorizar uma família quando começa a atacar todos os moradores (e até o cachorrinho de estimação) da região. Fraquinho realmente. O terceiro é um pouco melhor. Em "Voodoo" um trombonista inglês paga caro quando em turnê com sua banda numa ilha do Caribe resolve fazer chacota de uma velha divindade da religião vodu local. O quarto conto de terror se sobressai pois tem o excelente Christopher Lee no elenco. Ele é um crítico de arte boçal que paga caro por sua arrogância. Por fim em "Vampire" um jovem Donald Sutherland acaba descobrindo que seu casamento não é a maravilha que ele pensava já que sua própria esposa é uma vampira.
Pelas resenhas dos contos já deu para perceber que há muito humor negro inglês envolvido. O filme foi produzido pela Amicus Productions que concorria com a Hammer por esse mercado de produções de terror. Ambas se notabilizaram pela sofisticação, bom gosto e bons filmes. Certamente uma época de ouro para quem era fã de filmes desse estilo.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Brooklyn
Sua personagem é maravilhosa porque no final das contas é uma pessoa comum. De família humilde ela percebe que provavelmente morrerá trabalhando no mesmo empreguinho de sempre na sua pequena cidade na Irlanda. Por isso toma a corajosa decisão de cruzar o Atlântico, indo morar no bairro Nova Iorquino do Brooklyn. Logo arranja emprego numa loja de departamento, conhece um jovem trabalhador italiano, honesto e de boa índole, e se matricula em um curso noturno. Em poucas palavras, começa a lutar por uma vida melhor. Gostei bastante desse filme e não poderia deixar de recomendar ao todos. Brooklyn é uma ótima pedida para o fim de semana.
Brooklyn (Brooklyn, 2015) Direção: John Crowley - Direção de fotografia: Yves Bélanger - Estúdio: Wildgaze Films, Parallel Film Productions - País: Inglaterra, Canadá, Irlanda - Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro de Colm Tóibín - Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson - Sinopse: A história de uma garota, seus sonhos e amores.
Pablo Aluísio.
Capitão América: Guerra Civil
Não, eu não li nenhuma revista da saga Civil War nos quadrinhos. Sei porém de antemão que a trama desenvolvido foi infinitamente mais complexa, com dezenas de outros personagens que simplesmente foram ignorados no filme. É normal, como condensar uma trama extensa, cheia de detalhes, em apenas uma película cinematográfica de duas horas e meia de duração? É impossível. Por isso os roteiristas passaram a tesoura sem dó. Personagens foram descartados e a longa estória mostrada nos quadrinhos foi reduzida a uma fac-símile, um resumão do que foi usado nas revistas. É o preço a se pagar em toda adaptação, seja em relação a livros, seja em relação a HQs.
Como não sou expert em quadrinhos entrei no cinema sem saber de muita coisa a não ser que os Vingadores iriam rachar ao meio, sendo um grupo formado liderado pelo Homem de Ferro e outro pelo Capitão América. Esse formato de enredo onde os super-heróis acabam quebrando o pau entre si mesmos é indiscutivelmente bem sucedido nas bancas. E isso vale para as duas maiores editoras. Se o Superman pode sair no braço com o Batman, porque a turma da Marvel não pode fazer o mesmo? É uma ideia até muito simplista e diria até boba, coisa de adolescente, mas que no final das contas funciona muito bem. De quebra ainda traz a participação do Homem-Aranha numa canja. Assim tudo se torna mesmo irresistível para quem é fã desses personagens.
Dito isso devo dizer que o roteiro de "Captain America: Civil War" não é nenhuma maravilha e começa muito mal. Há excesso de personagens, situações e subtramas. A primeira meia hora do filme é dispersa demais, pouco objetiva, mal escrita, complicada e confusa (pelo menos para quem nunca leu os gibis). O roteiro se mostra vacilante, mal arranjado e sem rumo a seguir. As coisas só melhoram mesmo quando os roteiristas finalmente resolvem enxugar tudo o que vinha acontecendo de forma um tanto aleatória na trama. Sim, há um tratado internacional que quer colocar freios nos Vingadores. Sim, eles não concordam em assinar ou não o tal tratado e sim, eles quebram o pau por essa razão. Quem diria que uma questão de direito internacional público iria ser o estopim dessa guerra entre eles? O resto é curtir a briga entre Homem de Ferro e Capitão América e todos os demais super-heróis (com a sentida ausência do Hulk no meio da briga!).
Assim o filme se revela um pouco problemático, mas ao mesmo tempo divertido, bem pipoca. As lutas andam cada vez mais bem coreografadas e os efeitos especiais são classe A. Em termos de narrativa a única coisa que achei bem esquisito foi a ausência de um vilão melhor, mais bem resolvido. Filme de super-herói sem um vilão bacana - e igualmente espalhafatoso - quase nunca funciona muito bem. De qualquer maneira se você estiver em busca de pura diversão, daquelas bem escapistas, "Civil War" pode funcionar que é uma beleza. Só não vá esperar por cinema como sétima arte. Aqui o que vale mesmo são os sopapos e a pipoca. Uma overdose pop sem culpas. Todo o resto é mero detalhe secundário.
Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, EUA, 2016) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Don Cheadle, Jeremy Renner, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Emily VanCamp / Sinopse: O grupo de super-heróis dos Vingadores racha ao meio quando um tratado internacional é ratificado por centenas de países ao redor do mundo colocando um freio em suas atividades. O Homem de Ferro concorda com as novas medidas, mas o Capitão América se recusa a concordar com ele. Assim duas equipes antagônicas são formadas dentro dos Vingadores e elas logo entram em conflito.
Pablo Aluísio.
domingo, 8 de maio de 2016
Mombasa, a Selva Negra
É justamente o caso desse aqui. Dirigido por George Marshall, que era um cineasta especializado em faroestes como "A Conquista do Oeste" e "O Irresistível Forasteiro", a fita tinha a proposta de divertir o público e não se tornar uma obra de arte ou qualquer coisa parecida. É o que o público brasileiro da época costumava chamar de filme de selva ou filme de aventuras na África. Esse tipo de produção ficou tão popular que acabou se tornando um gênero próprio como os filmes de western, ficção ou terror. Infelizmente esse tipo de fita hoje em dia está em franca decadência, até porque a própria figura do caçador branco já não tem mais nenhum charme ou apelo. Ao invés disso os caçadores hoje em dia são vistos como figuras desprezíveis, justamente por causa da consciência ecológica que predomina nos dias atuais.
Pois bem, o filme é estrelado pela dupla Cornel Wilde e Donna Reed. Aqui temos um diferencial onde a "mocinha" era muito mais conhecida do que o "mocinho". De fato, Donna Reed era quase uma estrela da Columbia, enquanto Cornel nunca chegou a ser um astro de primeira grandeza. Na verdade hoje em dia, mesmo entre grupos de cinéfilos, poucos se lembram de seu nome. Falecido em 1989, Wilde se notabilizou em filmes B de aventuras, sejam eles passados na África, na II Guerra Mundial ou em um campo de prisioneiros. Ele geralmente interpretava protagonistas mais farofeiros, que eram quase anti-heróis. O exemplo vem até mesmo desse Mombasa onde ele desfila seu repertório de cantadas baratas (praticamente cantadas de pedreiro) para cima da inteligente, bela e equilibrada Donna Reed. No mundo real ele seria solenemente esnobado, mas os roteiristas deram uma colher de chá para seu personagem e no final ele conquista a garota (ficou meio forçado e falso, mas era algo da época).
Wilde interpreta basicamente um americano que vai à África para trabalhar ao lado de seu irmão numa mina de ouro. Chegando lá vem o choque. Ele foi assassinado. Rezava a lenda na região de que guerreiros leopardos o teriam matado, mas Wilde não acredita nessa versão. A ganância por ouro não era algo que interessasse aos selvagens, aos nativos, mas sim ao homem branco ocidental. Dessa maneira o roteiro explora a real identidade do assassino que poderia ser qualquer um ali, visando justamente colocar as mãos na fortuna. É curiosa essa associação entre fazer fortuna em regiões selvagens. Isso é do centro mesmo desse tipo de filme, haja vista que há quase sempre nesses roteiros um tesouro perdido ou algo semelhante. No geral é um filme bom, divertido e com boas cenas. Exatamente como desejou o diretor George Marshall. Não é como "Uma Aventura na África" ou "Entre Dois Amores", filmes conceituados e premiados. É uma aventura B, típica dos anos 50. Bem ao estilo pura diversão realmente. No meu caso gostei e me diverti. Então está valendo.
Pablo Aluísio.
As Neves do Kilimanjaro
Enquanto fica prostrado numa maca, vendo a morte de perto, cercado por animais selvagens como hienas e abutres esperando por sua carcaça, ele começa a fazer um balanço de sua vida. Embora tenha tido relativo sucesso com seus romances isso passa longe de ser considerado um alívio para ele. Muito autocrítico considera-se um fracassado que levou toda a sua vida em vão. O único pensamento que lhe consola é um velho amor do passado, a exuberante Cynthia (Ava Gardner). Eles tiveram um belo romance no passado que resultou inclusive em uma gravidez. Street (Peck) porém não soube dar o devido valor ao que acontecia em sua vida naquele momento. Mais preocupado em fazer sucesso como escritor acabou negligenciando aquela que seria o grande amor de sua vida. Agora, à beira da morte, ele relembra e lamenta. O sucesso com os livros nada significou pois o fracasso na vida pessoal é o que mais pesa nesse momento final.
O roteiro assim se desdobra em duas linhas narrativas básicas. Uma no presente, onde o personagem de Gregory Peck agoniza em um acampamento aos pés da montanha do Kilimanjaro (a mais alta da África) e outra em diferentes passagens de seu passado, focando principalmente em amores que não deram certo. O uso de flashback situa assim o espectador sobre tudo o que aconteceu nos anos anteriores da vida do protagonista. Além de Cynthia (Gardner), o grande amor de sua vida, ainda há lembranças referentes à Condessa Liz (Hildegard Knef), uma bonita, mas frívola, nobre europeia com quem ele passou bons momentos no começo de sua carreira. É justamente o tio de Liz que resolve deixar uma fortuna para Street com um enigma para decifrar referente inclusive ao Kilimanjaro.
O elenco tem três grandes estrelas. Gregory Peck interpreta o personagem principal. É curioso ver esse trabalho do ator porque ele era muito diferente de Ernest Hemingway (cuja personalidade foi transportada para as páginas da literatura em seu personagem). Enquanto o escritor era uma explosão de sentimentos, fúria e vontade de experimentar todos os aspectos da vida, Peck sempre se caracterizou como um homem fino e elegante, bastante discreto. Mesmo assim ele conseguiu convencer plenamente em cena. Já Ava Gardner era pura sensualidade. Aqui ela curiosamente apresenta um aspecto mais vulnerável, o que a diferencia bem de outros trabalhos no cinema. Por fim há a presença de Susan Hayward como a esposa de Peck. Uma mulher paciente e muito dedicada ao marido, ainda mais agora que ele passa por uma situação extrema no coração do continente africano. Enfim, um belo filme que resgata a obra de Ernest Hemingway, especialmente indicado para neófitos em sua literatura.
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de maio de 2016
Chocolate
Título Original: Chocolat
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Miramax
Direção: Lasse Hallström
Roteiro: Robert Nelson Jacobs, baseado no romance de Joanne Harris
Elenco: Juliette Binoche, Johnny Depp, Judi Dench, Alfred Molina, Carrie-Anne Moss
Sinopse:
Vianne Rocher (Juliette Binoche) resolve abrir uma pequena loja de doces numa cidadezinha do interior da França. Para sua surpresa a sua presença e seu modo de vida acaba chocando os padrões morais da comunidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Juliette Binoche), Melhor Atriz Coadjuvante (Judi Dench), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Música (Rachel Portman). Indicado ao Globo de Ouro em quatro categorias, entre elas a de Melhor Filme - Comédia ou Musical.
Comentários:
Nunca considerei um grande filme. Na verdade era um típico filme da Miramax na época. E o que isso exatamente significava? Bom, basicamente uma produção com jeitão de filme europeu, roteiro que se propunha a ser cult, mas tudo embalado com um rótulo mais comercial. Não é um produto autêntico ou original, mas uma imitação para consumo popular do americano médio. Um dos problemas desse filme é que seu enredo não vai para lugar nenhum. Depp obviamente deve ter adorado seu personagem, meio cigano, meio andarilho, que nos remete ao velho ideal do herói romântico sem passado e sem destino pela frente. O que vale realmente a pena nessa produção meio fake é o elenco - cheio de atores e atrizes talentosos - e os belos cenários naturais pois o filme foi rodado numa região bem bucólica da França. Aquelas pequenas comunidades, algumas delas fundadas na Idade Média, ainda mantém um charme irresistível, ainda mais para quem adora história em geral. Então é isso, o filme é bonito, mas um pouco vazio. Vale conhecer uma vez e é só.
Pablo Aluísio.
Além da Vida
Título Original: Hereafter
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Matt Damon, Cécile De France, Bryce Dallas Howard
Sinopse e comentários:
Com base no excelente roteiro de Peter Morgan, o octagenário e genial Clint Eastwood, ergueu um filme excelente e que por pouco não se tornou uma obra prima. Mesmo com um título ruim, "Além da Vida" (Hereafter - 2010), uma espécie de drama-paranormal, extrapola as expectativas e nos brinda, não só com um roteiro de primeira grandeza, mas também com uma atuação soberba do ótimo Matt Damon, além é claro da direção impecável de um diretor, quase perfeito, Clint Eastwood. O viés espiritualista do longa está calcado basicamente em duas histórias ligadas à morte. Na primeira, a jornalista Marie LeLay (Cécile de France) uma famosa âncora de um jornal da TV francesa, passa férias na Indonésia com o namorado, quando, arrastada por uma terrível tsunâmi, fica desacordada e vive uma experiência de "quase-morte".
Enquanto isto, quase simultaneamente, num bairro pobre de Londres, o menino Marcus, experimenta uma situação de morte na família. Mesmo sem qualquer ligação afetiva e com endereços bem diferentes e distantes, o destino dessas pessoas irá se cruzar com o do médium, George, personagem de Matt Damon, que mora na cidade de São Francisco e possui uma enorme capacidade paranormal de falar com os mortos. George porém, já está cansado de trabalhar como médium, pois ele considera as comunicações com o mundo espiritual uma maldição que o afasta de uma vida comum e de um amor de verdade. Sendo assim, passa a trabalhar numa fábrica, num emprego comum, como operador de empilhadeira elétrica. No entanto ele não poderá fugir por muito tempo da sua vocação mediúnica, pois esses três destinos podem estar intimamente interligados.
Telmo Vilela Jr.
sexta-feira, 6 de maio de 2016
Operação França II
Essa parte do enredo dá ao ator Gene Hackman a oportunidade de atuar em ótimas cenas de torpor químico seguido de uma grave crise de abstinência. Ótimo trabalho físico e dramático de Hackman que se sai extremamente bem em todos os momentos. Depois de recuperado ele finalmente parte para o acerto de contas e não deixa barato - em um dos melhores momentos resolve tocar fogo em um hotel barato onde ficou refém da quadrilha de Charnier. O diretor John Frankenheimer deixou um pouco as sutilezas do primeiro filme para investir em ação, muita ação. A sequência no cais é um exemplo perfeito disso. Optando por um filme mais movimentado a continuação de "Operação França" acabou sendo ignorada pela Oscar, mas isso não fez muita diferença. Posso dizer que esse filme tem melhor ritmo e melhor desenvolvimento do que o original que é tão elogiado pela crítica. Provavelmente por ter sido uma fita policial de ação poucos tenham reconhecido seu valor, porém nunca é tarde para corrigir uma injustiça. Não se engane sobre isso, "Operação França II" é muito melhor do que dizem.
Operação França II (French Connection II, EUA, 1975) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Alexander Jacobs, Robert Dillon / Elenco: Gene Hackman, Fernando Rey, Bernard Fresson, Philippe Léotard / Sinopse: O policial americano Popeye Doyle (Hackman) vai até a França para colocar as mãos no traficante internacional Alain Charnier (Fernando Rey). Não será uma missão fácil de cumprir. Filme indicado ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Gene Hackman).
Pablo Aluísio.
O Homem que Burlou a Máfia
Don Siegel era genial. Exagero? Basta conferir esse filme para entender como esse cineasta era talentoso. Ele conta com maestria a estória de um assalto a banco que acabou saindo muito do controle. O roteiro é muito bem escrito (baseado no romance policial de John Reese). Praticamente não há mocinhos nesse enredo, mas apenas bandidos tentando passar a perna em outros bandidos. O protagonista Varrick é um mestre em se safar da piores armadilhas. Inicialmente ele desconfia que tal montante de dinheiro só poderia vir do mundo do crime pois o assalto que realizam foi feito numa pequena agência de interior, onde geralmente circula um pequeno valor em seus cofres. Por um ato de sorte eles assaltam o lugar logo no dia em que uma fortuna da máfia está por lá, pronto para ser enviada ao exterior numa típica manobra de lavagem de dinheiro. Agora é lutar para sobreviver pois com os mafiosos não existirá julgamento e nem negociação. Todos os envolvidos são caçados para serem mortos sem piedade. Varrick só conta assim com sua esperteza e sua capacidade de se sair das piores situações. Além de Siegel outro que merece todos os elogios é o ator Walter Matthau. Ele era aquele tipo de ator que conseguia se sair bem tanto em comédias, dramas ou filmes policiais como esse. Ao seu modo o velho Matthau também era um gênio, só que da atuação.
O Homem que Burlou a Máfia (Charley Varrick, EUA, 1973) Direção: Don Siegel / Roteiro: Howard Rodman, baseado no romance de Howard Rodman / Elenco: Walter Matthau, Joe Don Baker, Andrew Robinson, Felicia Farr, Woodrow Parfrey / Sinopse: Um bando de assaltantes de bancos assalta uma agência e rouba uma pequena fortuna, para sua completa surpresa pois eles não estavam esperando colocar as mãos em tanto dinheiro como aquele. Acontece que o dinheiro roubado pertenceria na verdade à Máfia que não definitivamente não deixaria barato aquele crime. Filme premiado no BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Walter Matthau).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Terremoto - A Falha de San Andreas
O filme, como era de esperar, é extremamente bem feito. A computação gráfica atingiu um nível de veracidade absurdo onde em muitos momentos não conseguimos mais distinguir o que é real e o que é digital do que vemos na tela. O ator Dwayne Johnson, vulgo The Rock, se sai bem, tanto em termos de ação - quando seu preparo físico é levado ao extremo - como nos momentos em que ele tenta trazer alguma humanidade para seu personagem, principalmente em relação à sua filha. Eu considero Johnson um ator carismático. No começo não o achava nada mais do que um halterofilista em cena, mas agora ele vem desenvolvendo bem seu carisma em cada filme, em cada nova produção que estrela. O roteiro é básico, não muito bom e nem original. Há situações em que se força muito a barra. Porém temos que entender que essa é uma característica desse tipo de produção. É preciso dar um desconto. Agora o que realmente faltou mesmo foi um desfecho melhor pois achei o final e a conclusão não muito bem bolados. De qualquer maneira, como pura diversão chiclete, até que San Andreas cumpre seus objetivos.
Terremoto - A Falha de San Andreas (San Andreas, Estados Unidos, Austrália, 2015) Direção: Brad Peyton / Roteiro: Carlton Cuse, Andre Fabrizio / Elenco: Dwayne Johnson, Carla Gugino, Paul Giamatti / Sinopse: Pai que trabalha como piloto de helicópteros de salvamento tenta salvar sua própria filha quando um enorme terremoto se instala em cidades da Califórnia, nos Estados Unidos, em decorrência de uma falha natural chamada San Andreas.
Pablo Aluísio.