terça-feira, 5 de agosto de 2025

Sangue de Pistoleiro

Título no Brasil: Sangue de Pistoleiro
Título Original: Gunman's Walk
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Phil Karlson
Roteiro: Frank S. Nugent, Ric Hardman
Elenco: Van Heflin, Tab Hunter, Kathryn Grant, James Darren, Mickey Shaughnessy, Robert F. Simon

Sinopse:
Um fazendeiro poderoso procura proteger seu filho, um sujeito incontrolável, irresponsável e cruel, de atitudes selvagens e condenáveis. Para livrar ele da cadeia não mede esforços, pagando subornos, coagindo testemunhas e acobertando seu erros até o dia que seus crimes se tornam fora de controle, sérios demais para corrigir.

Comentários:
Viúvo, Lee Hackett (Van Heflin), um criador de gado, típico homem forjado no velho oeste, tenta fazer de seus dois filhos, Ed (Tab Hunter) e Davy (James Darren), uma imagem de si mesmo, afinal eles herdarão sua propriedade rural e a criação de gado, a mais bonita da região. O problema é que seu filho Ed é selvagem e desregrado, além de possuir uma péssima índole pessoal. Assim Ed decide ir por outro caminho e resolve se tornar um pistoleiro, numa atitude tomada justamente para afrontar seu velho pai e o irmão, que se revela um modelo para cuidar dos negócios da família. Bom faroeste da Columbia que mostra os problemas familiares enfrentados por um velho e justo criador de gado que acaba tendo muitos aborrecimentos pessoais com seu filho rebelde e fora de controle. Curiosamente o roteiro aposta bastante no conturbado relacionamento entre pai e filho, fruto da época, pois fitas como "Juventude Transviada" com James Dean estavam na ordem do dia. Obviamente Tab Hunter passava longe de ser um novo James Dean, mas até que não se sai mal interpretando seu personagem selvagem e hostil. Anos depois veria sua carreira desmoronar após uma revista de fofocas revelar sua homossexualidade. De qualquer maneira esqueça isso e se divirta pois é um western que sem dúvida vale muito a pena.

Pablo Aluísio.

Sanha Diabólica

Título no Brasil: Sanha Diabólica
Título Original: Curse of the Undead
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Edward Dein
Roteiro: Edward Dein, Mildred Dein
Elenco: Eric Fleming, Michael Pate, Kathleen Crowley, John Hoyt, Bruce Gordon, Edward Binns

Sinopse:
Primeiro filme que mistura os gêneros western e terror. No enredo uma pequena cidade do velho oeste é abalada por uma sucessão inexplicável de mortes de jovens mulheres. Todas surgem sem um pingo de sangue em seus corpos atacados. Os crimes surgem justamente após a chegada na cidade de um pistoleiro misterioso, um sujeito que se veste completamente de preto e que apresenta uma grande aversão à luz do sol.

Comentários:
Considerado por muitos o primeiro "Western de terror" da história! A ideia é bem criativa, mostrar um pistoleiro vampiro em uma produção realizada em plenos anos 50. A Universal era especialista em fitas de terror ao estilo Drácula, Frankestein então era natural que tentasse sempre reciclar esse tipo de produção. Como estava também interessada em entrar no lucrativo ramo dos filmes de faroeste o estúdio resolveu unir o útil ao agradável nessa produção que por via das dúvidas foi realizada com orçamento bem modesto. A crítica na época não soube muito bem como reagir a essa mistura de gêneros mas de forma em geral elogiaram a coragem da Universal em realizar um projeto tão fora do comum como esse. Revendo hoje em dia a ideia nem se mostra muito impactante - fruto do advento dos filmes trashs que sempre misturaram todos os gêneros sem muito pudor. Mesmo assim é uma curiosidade e tanto para os filmes de western (e de quebra para os amantes de filmes de vampiros também, pois não é muito comum ver um pistoleiro errante em pleno velho oeste que também é um ser da noite).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

O Imigrante

Título no Brasil: O Imigrante
Título Original: The Immigrant
Ano de Lançamento: 1917
País: Estados Unidos
Estúdio: Mutual Film
Direção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Eric Campbell, Albert Austin, Henry Bergman, Kitty Bradbury

Sinopse:
Em busca de uma vida melhor, Carlitos (Chaplin) decide viajar até os Estados Unidos. Ele deseja seguir novos rumos e prosperar, embarcando no sonho americano. Durante a viagem de navio, é acusado de um furto, um crime que ele jamais cometeu. E para lhe ajudar nessa situação complicada e delicada, ele encontra ajuda em uma alma bondosa, na pessoa de uma garota pelo qual irá apaixonar. 

Comentários:
Poucos lembram desse aspecto, mas o inglês Charles Chaplin também foi um imigrante nos Estados Unidos. E como tal, ele conhecia, por experiência própria, as dificuldades e as lutas para sobreviver em terra estrangeira. Quando escreveu o roteiro desse filme, um dos grandes sucessos de sua carreira, ele queria não apenas fazer humor, mas também trazer aspectos de consciência social para o público que ia ao cinema assistir aos seus filmes. De certa maneira foi uma guinada na linha das histórias que apresentava. Fazer rir sempre, mas também mandar uma mensagem de teor social para todos. No caso aqui a mensagem era simples: tratem melhor e respeitem os imigrantes! Respeitem suas dignidades pessoais. Pena que passados tantos anos essa simples lição de humanidade básica ainda não tenha sido aprendida. Vide o que acontece atualmente nos Estados Undios em relação aos seus imigrantes. 

Pablo Aluísio.

A Companheira de Tarzan

Título no Brasil: A Companheira de Tarzan
Título Original: Tarzan and His Mate
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Cedric Gibbons, James C. McKay
Roteiro: James Kevin McGuinness
Elenco: Johnny Weissmuller, Maureen O'Sullivan, Neil Hamilton, Paul Cavanagh, Forrester Harvey, Nathan Curry

Sinopse:
Baseado nos personagens criados pelo escritor Edgar Rice Burroughs, o filme mostrava as aventuras de Tarzan (Weissmuller). Após viver longos anos na selva ele finalmente encontra a mulher de seus sonhos, na presença da bela e adorável Jane (O'Sullivan).

Comentários:

Esse foi o segundo filme de Tarzan interpretado pelo atleta olímpico, o campeão de natação Johnny Weissmuller. O primeiro filme havia se tornado um grande sucesso de bilheteria, então a MGM decidiu repetir a dose, trazendo praticamente a mesma equipe do primeiro filme "Tarzan, o Filho da Selva", lançado dois anos antes. Esse aqui tinha um roteiro bem mais sentimental, mostrando o romance entre Tarzan e Jane. Curiosamente o filme acabou tendo problemas com a censura etária na época. Algumas cenas com a atriz Maureen O'Sullivan foram consideradas inadequadas, já que ela aparecia em trajes sumários, nadando em uma lagoa. Coisas do puritanismo americano. De qualquer maneira o sucesso se repetiu o que criou uma verdadeira franquia de filmes. No ano seguinte a aventura continuaria em "A Fuga de Tarzan", sendo acompanhada de "O Filho de Tarzan", onde surgiria Boy, o filho de Tarzan e Jane. Todos esses filmes foram lançados em VHS e em DVD no Brasil, mas infelizmente sempre com qualidade ruim de imagem e som. Melhor ficar com os importados americanos que foram copiados diretamente dos fonogramas originais, o que garantiu uma qualidade excelente para o espectador.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de agosto de 2025

Coração Louco

Eu sempre gostei do mundo musical e mais ainda dos bastidores da música; Sempre me interessei sobre a biografia dos cantores e bandas de que admiro e como todos podem ver em meus textos sobre música, sempre tive grande prazer em tratar sobre o tema. Por isso fui com grandes expectativas assistir Coração Louco, o filme que deu o Oscar de Melhor ator para o carismático Jeff Bridges. Embora o filme seja dirigido por Scott Cooper a verdade é que em tudo se aparenta como um projeto bem pessoal tocado por Bridges e seu amigo de longa data Robert Duvall (ambos são produtores creditados). Esse fato, de ser um filme tocado com paixão e carinho pelos dois amigos, é um ponto extremamente positivo.

Jeff Bridges nos entrega uma atuação perfeita. Fazendo o decadente astro de outrora da música country ele está simplesmente impecável. Suas cenas de bebedeiras e consequentes ressacas (algumas homéricas) valem o filme. Seu prêmio da Academia foi mais do que merecido. Também era altamente previsível que ele levantasse a estatueta já que o Oscar adora personagens assim, que encontram a redenção de alguma forma (no caso do filme a mola propulsora da mudança vem através do amor que ele encontra em uma jornalista). Maggie Gyllenhaal, sua partner romântica, está muito bem, fazendo um belíssimo trabalho de apoio para Bridges esbanjar seu talento em cena. O filme nesse quesito de atuação é muito bom, acima da média, inclusive posso afirmar que todo o elenco se destaca de uma ou outra forma, menos Colin Farrell que achei bem inadequado no papel de um cantor country da nova geração (ele é irlandês, tem jeito de irlandês, canta mal e não se sai nem um pouco bem interpretando um redneck da country music).

Confesso que esperava mais do roteiro pois estava convencido que ele iria mostrar mais detalhes da vida artística do personagem de Bridges. Mas isso não aconteceu. Ao invés disso ele procurou se concentrar muito mais no romance com sua nova namorada e em sua tumultuada vida pessoal. Dessa forma os bastidores e o universo do mundo country foram de certa forma colocados de lado, principalmente na terça parte final do filme. Não faz mal. Em tempos de poucos filmes realmente inspirados foi um bom programa assistir a um filme como esse, que tem alma e coração, mesmo que seja louco.

Coração Louco (Crazy Heart, EUA, 2009) Direção: Scott Cooper / Roteiro de Scott Cooper baseado na novela de Thomas Cobb / Elenco: Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell / Sinopse: Cantor country decadente (Jeff Bridges) tena redimir sua vida pelo amor de uma mulher (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.

Uma Vida Sem Limites

Quem não considera o ator Kevin Spacey um artista extremamente talentoso tem que assistir a esse filme urgentemente. Nele Spacey atua, canta, dança, dirige, e ainda por cima ainda é um dos produtores. Ou seja - ele simplesmente fez tudo no filme, que por si só é uma delícia de assistir! Conta, misturando fatos reais com dramaturgia musical, a história de Bobby Darin (um cantor que provavelmente você não saiba direito quem é mas que certamente conhece um de seus maiores sucessos, "Splish Splash", sim, aquela canção mesmo que já foi interpretada por Roberto Carlos no começo de sua carreira). Para os fãs de cinema o filme ainda traz outro aspecto curioso, seu longo e conturbado relacionamento com a atriz Sandra Dee (uma espécie de Sandy americana dos anos 60, a típica atriz pura e virgem das telas). Eles se conheceram no set de filmagens de um filme estrelado por Rock Hudson chamado "Quando Setembro Vier" e bem de acordo com a caretice daquele época resolveram se casar meio de forma impensada. O resultado de um enlace amoroso prematuro como esse não era complicado de se prever: muitas brigas, atritos e problemas com bebidas.

O filme narra com muita música a ascensão, o apogeu e a queda do cantor. Spacey adota uma postura de respeito com o retratado. Embora seja bem mais velho que Bobby Darin (que morreu muito jovem, com apenas 37 anos) Spacey consegue compensar essa diferença com muita garra e talento em cena. Eu sinceramente acho que ele deveria ter sido bem mais reconhecido por seu trabalho nesse filme, infelizmente "Uma Vida Sem Limites" meio que passou em brancas nuvens no Brasil, muito por causa da falta de divulgação e promoção. Ficou em grande parte desconhecido para o grande público. Uma grande injustiça com o ator e com todos que gostam de biografias de grandes ídolos do passado. De qualquer forma fica a dica. Se ainda não assistiu não deixe de conferir o trabalho desse ótimo showman dos nossos dias.

Uma Vida Sem Limites (Beyond The Sea, Estados Unidos, 2004) Direção: Kevin Spacey / Roteiro de Kevin Spacey e Lewis Colick / Elenco: Kevin Spacey, Kate Bosworth, John Goodman / Sinopse: Cinebiografia do cantor americano Bobby Darin desde seu surgimento passando pelo seu sucesso fugaz até sua decadência e morte.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de agosto de 2025

Bridget Jones: Louca pelo Garoto

Bridget Jones: Louca pelo Garoto 
Esse é o quarto e provavelmente último filme com a personagem Bridget Jones, que era tão popular no mundo dos livros lá por volta dos anos 90. Pois é, o tempo passou, Jones já não é tão badalada como um dia foi, mas a atriz Renée Zellweger decidiu que iria trazer ela de volta ao cinema, a tal ponto que tirou dinheiro do próprio bolso para a produção. Ela assim assina o filme também como produtora executiva. Dessa maneira teve maior controle sobre tudo, inclusive tendo direito de demitir diretores, membros do elenco e da equipe técnica, etc. Até aí tudo bem, é um direito que lhe assiste. Pagando os direitos autorais, ela teve carta branca sobre todos os aspectos do filme. Tudo bem.

O que me levou ao questionamento se tudo isso seria necessário mesmo. Quando esse filme acabou, eu fiquei com aquela sensação de que pouca coisa valia a pena por aqui. A história é tão banal, fraca, sem graça. Nada de muito interessante acontece. Também destrói de certo modo a própria personagem porque a Bridget Jones era charmosa e carismática justamente por ser fora dos padrões, nada convencional. Era símbolo de uma mulher que vivia de acordo com suas próprias vontades, não a dos outros. E aqui a reencontramos como a mãe de dois filhos, vivendo uma vida pra lá de chatinha, tendo que ligar com todas aquelas chatices de uma vida assim. Jones virou tudo aquilo que sempre criticou! Gente, que coisa chata...

Colocaram ela tendo um caso com um garotão, mas o tal relacionamento nunca chega a funcionar. Nada convincente, com zero química entre a Bridget Jones e esse jovem. Ruim mesmo. A atriz Renée Zellweger até passou por uma nova cirurgia plástica para ajeitar seu rosto, para que ela voltasse a se parecer com aquela Jones gracinha do primeiro filme, mas sinceramente falando, nem era preciso tanto esforço assim. Esse filme simplesmente não vale a pena. Nem deveria existir, para ser bem sincero. 

Bridget Jones: Louca pelo Garoto (Bridget Jones: Mad About the Boy, Estados Unidos, 2025) Direção: Michael Morris / Roteiro: Helen Fielding, Dan Mazer, Abi Morgan / Elenco: Renée Zellweger, Hugh Grant, Colin Firth, Chiwetel Ejiofor, Leo Woodall / Sinopse: Agora viúva, Bridget Jones (Zellweger) precisa se virar para criar seus dois filhos pequenos. E no meio de tantas obrigações cotidianas familiares, ela encontra um jeito de se apaixonar de novo, por um jovem garotão que conhece no parque. 

Pablo Aluísio. 

Julie & Julia

Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). "Julie & Julia" como se percebe pela sinopse é um filme leve, divertido, bem escrito, redondinho e que tem um charme e um clima de nostalgia à prova de falhas. O único problema é que ao assisti-lo o espectador certamente vai terminar com um apetite daqueles, com água na boca, já que saborosos pratos vão passeando pela tela ao longo de toda sua duração. Achei muito bem bolado o argumento do filme que conta ao mesmo tempo duas histórias reais, de duas "Julias" diferentes, que tem em comum um livro clássico de receitas culinárias.

A primeira personagem é a Julia Child, brilhantemente interpretada pela Mery Streep, uma americana esposa de diplomata que se atreve a entrar no restrito mundo da alta gastronomia francesa. Além de aprender ela ainda tenta levar todos aqueles pratos sofisticadas para os EUA, escrevendo um livro de receitas que deveria ser lido e usado por donas de casa simples de seu país. Seu objetivo era levar os segredos dos grandes pratos franceses para o cotidiano suburbano norte-americano. No começo até achei a caracterização da Meryl Streep um pouquinho caricatural mas depois olhando no Youtube a verdadeira Julia Child (ela também tinha um popular programa de TV) pude perceber como estava fiel o trabalho desenvolvido pela Meryl (que sinceramente é um atriz que dispensa maiores comentários).

A outra Julia, a blogueira Julie Powell cuja sua história se passa em 2002 no filme, também é outro ponto forte. Não sou particularmente fã da Amy Adams mas aqui ela está muito bem, nada exagerada, bem na medida certa, sem ofuscar a Meryl mas também sem perigo de estragar o filme com uma interpretação fraca. O resto do elenco de apoio também é todo bom, de Stanley Tucci (que já gosto há muito tempo) até Jane Lynch (a treinadora de Glee, aqui sob pesada maquiagem).

Ponto positivo também para a diretora Nora Ephron que vinha de um tremendo fracasso, "A Feiticeira", mas que felizmente aqui demonstra sinais de estar voltando ao caminho certo. Tomara que reencontre mesmo pois ela costuma fazer bons filmes, como esse. Foi bastante acertada a decisão de entregar a direção para uma mulher já que esse tipo de produção exige um tipo de sensibilidade que dificilmente seria encontrado em um cineasta do sexo masculino. Em conclusão "Julie & Julia" é uma boa pedida para quem deseja encontrar um entretenimento leve mas bem realizado que traz como bônus mais uma bela interpretação da grande Meryl Streep.

Julie & Julia (Idem, EUA, 2009) Direção de Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron baseado no livro de Julie Powell / Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Stanley Tucci, Chris Messina / Sinopse: Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meryl Streep). Também indicado ao prêmio de Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

O Último Amor de Mr. Morgan

O Último Amor de Mr. Morgan 
O cinema americano tem perdido a mão para filmes humanos como esse, o que é uma grande lástima. Em um mundo onde apenas filmes de super-heróis de quadrinhos parecem fazer sucesso é sempre muito bom assistir a uma história terna como essa. No enredo temos esse senhor chamado Mr. Morgan (Caine). Já idoso e agora tentando superar a morte de sua esposa querida, companheira de tantos anos, ele vai perdendo o gosto pela vida. É a solidão da velhice que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo, não importando seu grau social. Então ele vai procurando algum sentido na vida, para continuar se interessando por sua própria existência em um mundo cada vez mais sem graça e cinza. 

Um dia, por mero acaso, puxa conversa com uma simpática jovem e descobre que ela é professora de dança. Já que ele não tem nada para fazer em seu dia a dia, ele resolve ir lá na classe de sua nova amiga. Quem sabe dançar um pouquinho não vá trazer algum tipo de graça e suavidade em seu cotidiano que pode ser muito duro e enervante. E a amizade deles vai seguindo em frente. Claro que Mr. Morgan (em excelente interpretação de Michael Caine em um de seus últimos papéis no cinema) começa a pensar nela com intenções românticas, mas a despeito disso não dá um passo à frente. Tem receios de estragar sua amizade com aquela pessoa que passa a ser muito importante em sua vida. É isso, um filme humano, sensível, bem conduzido, com ótimo elenco. Tudo que você procura em um bom drama encontrará por aqui. Eu adorei! Espero que nunca deixem de produzir filmes como esse! Os cinéfilos em busca de maior conteúdo e relevância temática agradecem!

O Último Amor de Mr. Morgan (Mr. Morgan's Last Love, Estados Unidos, França, Bélgica, 2013) Direção: Sandra Nettelbeck / Roteiro: Sandra Nettelbeck, Françoise Dorner / Elenco: Michael Caine, Michelle Goddet, Jane Alexander / Sinopse: Idoso, viúvo e solitário, Mr. Morgan (Caine) não encontra mais um sentido em sua vida. Sua tristeza porém logo chega ao fim quando ele conhece uma simpática e carismática jovem, professora de dança. Ela acaba trazendo o brilho que andava em falta na sua vida. 

Pablo Aluísio. 

A Difícil Arte de Amar

Revi recentemente esse "A Difícil Arte de Amar". Me recordo que na primeira vez que vi não me deixou muito impressionado. Revendo me pareceu bem melhor agora. A verdade é que quando assisti pela primeira vez era muito jovem, tinha outros interesses e o tema do filme realmente não iria me atrair muito. Aqui temos basicamente uma estória de amor adulta, sem romantismos exacerbados, com clara intenção de retratar um relacionamento tal como na vida real. Os protagonistas Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são sim apaixonados entre si mas ao mesmo tempo têm que lidar com a dureza da vida cotidiana (problemas de reforma na casa recém comprada após o casamento, dificuldades de grana, filhos chorando e enchendo o saco). O grande atrativo é justamente esse. Nem ele é um dândi romântico (pelo contrário é infiel, barrigudo e nada atraente) e nem ela é uma diva (anda mal arrumada, tem problemas com envelhecimento, filhos e tudo mais que conhecemos bem). No meio de tudo isso tentam manter um casamento meio falido e cambaleante. Igual a provavelmente 90% dos casais no mundo real.

Além do bom roteiro e argumento "Heartburn" tem como maior atrativo ver em cena dois dos grandes intérpretes do cinema americano: Meryl Streep e Jack Nicholson. Embora ambos estejam em grande forma deve-se reconhecer que o filme é de Meryl. Sem sinais de vaidade ela se entregou de corpo e alma a uma personagem sem nenhum glamour. Já Jack está ali como mera escada para Streep. Isso não é demérito e nem significa que ele esteja ruim em cena, pelo contrário, é uma consequência do próprio roteiro que foi concebido assim mesmo. Por fim, para os nostálgicos, o filme traz a famosa trilha sonora escrita e cantada por Carly Simon. A música tema foi um tremendo hit dos anos 80 e certamente todos vão se lembrar dela na primeira audição. Enfim, bom filme, com ótimas atuações mostrando a "vida como ela é".

A Difícil Arte de Amar (Heartburn, Estados Unidos, 1986) Diretor: Mike Nichols / Roteiro: Nora Ephron / Elenco: Meryl Streep, Jack Nicholson, Jeff Daniels, Maureen Stapleton, Milos Forman, Kevin Spacey / Sinopse: Rachel (Meryl Streep) e Mark (Jack Nicholson) são dois jornalistas que se conhecem em um casamento e, pouco tempo depois, se casam. Quando ela está na sua segunda gravidez, descobre que o marido tem um caso. O roteiro é uma visão autobiográfica da separação do casamento da roteirista Nora Ephron com Carl Bernstein (autor de Todos os Homens do Presidente) e foi baseado no best-seller da escritora.

Pablo Aluísio.