sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

O Mais Bandido dos Bandidos

Título no Brasil: O Mais Bandido dos Bandidos
Título Original: Dirty Dingus Magee
Ano de Lançamento: 1970
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Burt Kennedy
Roteiro: David Markson
Elenco: Frank Sinatra, George Kennedy, Anne Jackson, Lois Nettleton, Jack Elam, Harry Carey Jr

Sinopse:
Dirty Dingus Magee e seu antigo rival Hoke Birdsill se revezam em ser homem da lei ou fora da lei e rivais ou parceiros no crime, dependendo das circunstâncias, tudo acontecendo nos tempos do velho oeste. E no final de tudo, quem vai vencer esse duelo de vigaristas?

Comentários:
Frank Sinatra tinha que cumprir contrato com a MGM após ter trabalhado muito no estúdio durante os anos 60. A verdade é que nessa época ele estava mais empenhado em suas temporadas anuais em Las Vegas, onde se apresentava em cassinos luxuosos da cidade. Sinatra não estava muito interessado em voltar ao cinema, mas com medo de sofrer uma multa milionária, aceitou trabalhar nesse faroeste mais leve, quase em tom de comédia. O interessante é que Frank Sinatra tinha realmente um bom dedo para escolher roteiros. Apesar da leveza que não vai satisfazer muito aos fãs dos filmes de faroeste mais tradicionais, esse western tem muito charme e muito carisma. É uma produção para se encarar como puro divertimento, pura diversão. O estúdio queria que ele cantasse nas cenas, mas houve resistência por parte do cantor. Ele estava para lançar um novo disco e não queria que músicas de filmes atrapalhassem suas vendas nas lojas de discos. De qualquer forma, apesar das várias resistências, o resultado se mostra muito bom. É um faroeste divertido, acima de tudo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Trem-Bala

Esse filme teve uma certa repercussão quando chegou aos cinemas. A crítica, de modo em geral, até gostou. O público foi conferir, o que rendeu uma boa bilheteria. Brad Pitt ainda é um grande chamariz de bilheteria. De minha parte achei o filme apenas apropriado, regular, nada demais. O estilo tenta imitar Tarantino, mas fracassa monumentalmente nesse objetivo. O filme mostra um grupo de assassinos e criminosos disputando uma mala com milhões de dólares dentro de um trem-bala no Japão. Brad Pitt interpreta um criminoso que tem, pelo menos a primeira vista, um objetivo simples, roubar a tal mala e descer na próximo parada. Só que a mala está sendo protegida por dois assassinos profissionais. Então o jogo vira meio do avesso, se tornando um banho de sangue. 

O filme exagera nas cenas de ação e assume aquele tom excessivo, que eu muitas vezes não suporto muito bem. Os personagens são fracamente desenvolvidos, até porque o que importa aqui é ação. São tipos clichês apenas. Também há toques de humor, mas em piadas que eu não considerei particularmente engraçadas, só deslocadas no contexto do filme, de uma forma em geral. Brad Pitt está no controle remoto. Como parece ser o seu modo de operar e atuar nos seus últimos filmes. Parece que perdeu a vontade de fazer bons filmes ou se importar com o que está atuando. Parece estar sempre no controle remoto, o que é uma pena. Deixou de ser um ator em busca de desafios, de bons roteiros, de filmes relevantes. Hoje em dia, também atuando como produtor, só aposta no banal e no previsível. 

Trem-Bala (Bullet Train, Estados Unidos, 2022) Direção: David Leitch / Roteiro: Zak Olkewicz, Kôtarô Isaka / Elenco: Brad Pitt, Michael Shannon, Sandra Bullock, Joey King, Aaron Taylor-Johnson / Sinopse: O filme mostra um grupo de assassinos e criminosos disputando uma mala com milhões de dólares dentro de um trem-bala no Japão.

Pablo Aluísio.

Medieval

Este é um filme ruim. Isso me surpreendeu muito. Veja, aqui todos os elementos importantes para se fazer um bom filme estavam presentes, pelo menos em tese. Havia um elenco muito bom, acima da média. Uma história muito interessante para se contar e, além de tudo, o filme se passava na idade média. Filmes medievais costumam ser muito interessantes. Só que o resultado de tantos elementos certos deram origem a um filme errado. O problema maior vem de um roteiro truncado, que não explica direito as questões históricas que o filme desenvolve. O espectador fica com a impressão de que, na maioria das vezes, as situações não são plenamente justificadas porque o roteiro não as explica de forma adequada. Sabe-se, muito por cima, que há uma cisão entre dois papas, uma situado na França e outro em Roma. E que, para as coisas se equilibrarem, deve-se raptar uma nobre. 

Uma relação delicada. Tudo isso é muito mal passado para quem assiste ao filme. A impressão que eu tive ao assistir essa produção é que se trata de uma versão editada de uma versão maior, que deve ter sido a escolhida pelo diretor. Realmente, essa versão deve ter ficado muito longa e comercialmente não pouco agradável ao estúdio. Então, tudo foi pessimamente editado. Uma daquelas situações em que usam um machado pesado para editar o filme. O resultado é um filme sem graça, sem explicação adequada, sem rumo e sem contexto histórico devidamente exposto a quem assiste. E para piorar o que já era ruim, as cenas de ação não empolgam. Com tudo isso, não existe outro veredito para Medieval. É um filme ruim e ponto final.

Medieval (Medieval, República Tcheca, 2022) Direção: Petr Jákl / Roteiro: Petr Jákl, Marek Dobes / Elenco: Ben Foster, Sophie Lowe, Michael Caine / Sinopse: O filme se passa na idade média, quando Nobres e soldados se unem para evitar que haja um golpe de estado contra um rei que está fraco e vulnerável. E sua deposição também vai influir no cisma papai. Com dois papas sentados em um suposto trono de Pedro.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

M3gan

Quando eu soube da existência desse filme, realmente não fiquei nada ansioso para assistir. Essa coisa de um brinquedo que sai do controle é antiga. Basta lembrar de Brinquedo Assassino. Entretanto, esse filme traz boas surpresas. Não apenas do conceito inicial, mas também do uso e da discussão sobre a perigosa Inteligência artificial. Um ser robótico, com inteligência artificial, poderia tomar suas próprias decisões e, mesmo que fossem tomadas por pura lógica, elas não deixariam de ser perigosas. Então o roteiro do filme aproveita essa premissa muito bem. Deveria ser um brinquedo para servir de companhia para crianças que ficam muitas horas longe dos pais. Só que esse brinquedo é, na realidade, um robô com inteligência artificial. Conforme ele vai reunindo dados e informações sobre a humanidade, as coisas podem sair facilmente de controle. 

M3gan foi um tremendo sucesso nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, a bilheteria já está chegando na marca dos 200 milhões de dólares! Para um filme de terror com uma protagonista que é uma boneca / brinquedo, não deixe de ser um número fenomenal. E para falar a verdade, eu gostei bastante do filme. A atriz mirim Amie Donald que interpreta a M3gan, é um tremendo achado. E os efeitos digitais que surgem no filme são muito bem realizados. São pontuais e eficazes em detalhes mínimos, como os olhos da boneca e suas mãos. O filme já virou franquia, pois os produtores já anunciaram a continuação para breve. O cinema tem uma nova máquina de fazer dinheiro no gênero terror. O primeiro filme é bom, então pode ser que os próximos venham a complementar o que já era bem satisfatório nesse filme original.

M3gan (M3GAN, Estados Unidos, 2022) Direção: Gerard Johnstone / Roteiro: Akela Cooper, James Wan / Elenco: Amie Donald, Allison Williams, Violet McGraw, Jenna Davis, Ronny Chieng / Sinopse: Especialista em alta tecnologia, acaba criando uma boneca, um brinquedo para ser vendido nas lojas e se tornar um grande sucesso comercial. Só que o produto é, na realidade, um robô com inteligência artificial. Algo que logo se revela ser muito perigoso para todos.

Pablo Aluísio.

Halloween Ends

Mais um filme da franquia Halloween. Nos últimos anos os produtores dessa série de filmes andam exagerando na quantidade de produções lançadas. Nos últimos 4 anos, saíram 3 filmes novos!. É um pouco demais, até mesmo para filmes de terror caça-níqueis como esse. E os filmes de modo em geral, são bem fracos e derivativos sem nenhuma novidade digna de nota. Tudo pela bilheteria fácil mesmo. Afinal, o feriado de Dia das Bruxas é muito popular nos Estados Unidos, então nada mais conveniente do que um filme dessa marca sendo lançado nos cinemas nessas datas. O aspecto artistico, obviamente, fica em segundo plano. O importante é faturar ao máximo com a marca registrada nos cinemas. Algo que vem de longe. Desde os anos 70, com o primeiro filme. 

Esse aqui é bem ruim. Não traz nada de muito relevante. O assassino Michael Myers agora vive escondido nos esgotos da cidade. E um improvável seguidor de seus métodos cruéis e violentos surge. Nada mais do que o namorado da filha da personagem interpretada por Jamie Lee Curtis. É um gancho narrativo bobo e forçado para tentar trazer alguma novidade para essa história que já deveria ter terminado há muitos anos. Para se ter uma ideia, o assassino, se fosse uma pessoa real, estaria com mais de 80 anos de idade. Não iria conseguir matar mais ninguém! Então esse Mike Myers dos filmes virou uma espécie de super-vilão imortal. Enfim, várias ideas ruins em um filme igualmente muito ruim.

Halloween Ends (Estados Unidos, 2022) Direção: David Gordon Green / Roteiro: David Gordon Green / Elenco: Jamie Lee Curtis, Andi Matichak, Blaque Fowler / Sinopse: Após anos desaparecido, o assassino Mike Myers retorna para mais uma série de matanças na noite do Dia das Bruxas. E ele agora tem um seguidor. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O Mensageiro da Morte

Nesse faroeste clássico dos anos 50, o ator Robert Taylor interpreta um delegado federal. Como Marshall, ele deve ir atrás de fugitivos da lei. Encontrar os criminosos para levá-los a julgamento. Seu próximo alvo é um desertor da cavalaria americana. Um soldado que, após deixar o exército, se envolveu em um grande assalto com vítimas fatais. O sujeito está desaparecido há algum tempo e fica complicado achá lo, pois o Marshall não consegue colaboração de testemunhas. Os próprios militares que serviram ao seu lado não querem colaborar na sua busca. Acaba encontrando uma velha conhecida do foragido, que pode lhe reconhecer. O delegado acredita que o procurado esteja trabalhando como condutor de carroças no interior de uma pequena cidade do velho Oeste. Para prendê-lo, será preciso reconhecimento. E essa jovem vai fazer esse trabalho sujo. 

A primeira coisa que chama atenção nesse western é a direção do aclamado Michael Curtiz. Ele foi um grande cineasta da era de ouro de Hollywood. Tendo dirigido alguns dos grandes clássicos do cinema americano, como Casablanca. Aqui ele fez um filme mais convencional, não tão marcante, mas ainda muito bom em méritos cinematográficos. Há uma certa nuance psicológica entre os personagens principais. O delegado federal quer prender o criminoso que dentro de sua comunidade é um sujeito até bem visto, cheio de amigos. A única maior crítica que teria para fazer ao filme seria o desfecho da história. Acredito que o personagem de Robert Taylor deveria ter ido até o fim, sem medir consequências. Só que os roteiristas não pensaram dessa maneira. Foi uma escolha narrativa que eu não faria, mas tudo bem, tudo faz parte dentro de seu contexto histórico.

O Mensageiro da Morte (The Hangman, Estados Unidos, 1959) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: W.R. Burnett, Dudley Nichols / Elenco: Robert Taylor, Tina Louise, Fess Parker / Sinopse: O delegado federal Bovard chega em uma pequena cidade fronteiriça para identificar e prender um fugitivo, mas toda a cidade parece determinada a impedir que o Marshal faça seu trabalho.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Terremoto

Título no Brasil: Terremoto
Título Original: Earthquake
Ano de Lançamento: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Mark Robson
Roteiro: Mario Puzo, George Fox
Elenco: Charlton Heston, Ava Gardner, George Kennedy, 
Geneviève Bujold, Victoria Principal, Walter Matthau

Sinopse:
Um grande terremoto atinge a Califórnia, em especial a cidade de Los Angeles. Enquanto a destruição se amplia e os moradores tentam sobreviver de todas as formas na grande calamidade, a maior represa da região começa a se romper. Tudo acaba se transformando em um desesperado jogo de sobrevivência.

Comentários:
Um dos filmes mais conhecidos do chamado cinema catástrofe, subgênero cinematográfico que foi muito popular na década de 1970. Aqui, o diferencial realmente é o roteiro, assinado por Mario Puzo, o mesmo autor de O Poderoso Chefão. Ele procurou desenvolver os personagens principais, mostrando seus dramas e seus problemas de relacionamento no dia a dia. Tudo com o objetivo de fazer o espectador se importar com o destino deles quando o grande terremoto começa. Outro aspecto completamente positivo do filme é o seu elenco formado por veteranos da era de ouro do cinema americano. Charlton Heston, por exemplo, é o engenheiro que tem problemas em seu casamento. Ava Gardner interpreta sua esposa, que descobre que ele tem um caso extraconjugal, ou pelo menos está prestes a ter. Já Walter Matthau tem um personagem muito engraçado, um bebum de bar que fica na mesa tomando suas doses, mesmo quando a cidade está desmoronando ao seu redor. No geral, o filme mostra que o cinema norte-americano dos anos 70 tinha classe. Mesmo em temas como esse, que são de destruição total. Tudo é muito bem desenvolvido, tem seu próprio tempo, sem pressa de acontecer. E os efeitos especiais, apesar de ter passado quase 50 anos do lançamento do filme, não se tornaram datados ou ridículos. Pelo contrário, ainda são muito eficientes.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de janeiro de 2023

O Diabo na Encruzilhada

O Diabo na Encruzilhada
A não ser que você seja um estudioso da história da música, você muito provavelmente nunca ouviu falar de Robert Johnson. Porém, se você gosta de lendas ou de mitologia, certamente você conhece a lenda que foi criada em torno deste músico de blues da década de 1930. E qual era essa lenda? Imagine um músico sem muito talento para tocar e cantar. Seu sonho sempre foi vencer na vida como artista. Viver de sua música, ganhar fama e sucesso com seu trabalho. Só que a falta de habilidade e talento, obviamente, vai colocar um problema em seu caminho. Inspirado pela religião e pelos fundamentos do misticismo que existiam na época, ele decide ir numa encruzilhada isolada na madrugada. Um lugar deserto, onde invoca o próprio diabo. E o ser maligno aparece. Ele propõe um pacto. Ele lhe dará fama e sucesso em troca de sua alma. Surgiu assim uma das lendas mais duradoras da música em todo o mundo. 

Esse documentário conta a história de Robert Johnson e também da lenda que foi criada em torno de sua figura. Ele realmente foi um músico singular. Seu estilo de tocar violão era sublime, a tal ponto que até hoje instrumentistas da música o elogiam. E também era ousado e provocador em suas composições, que sempre se referiam ao diabo andando ao seu lado, seguindo seus passos e coisas do gênero. Imagine como era cantar esse tipo de letra no meio social evangélico, fanático e fundamentalista, onde ele vivia, na década de 1930. Ele certamente alimentou o mito em torno de si mesmo. Muitos anos após sua morte, tudo o que sobrou foram poucas gravações registradas, quase amadoras. E isso certamente também serve para alimentar a lenda. No fundo, assistindo ao documentário, descobrimos que Robert Johnson, na realidade, foi apenas um homem negro que sonhou em viver de sua música. Rejeitou o destino de se trabalhar duramente nas grandes plantações de algodão do sul dos Estados Unidos, como havia feito seus antepassados escravos. Ele lutou como pôde por sua música e sua arte. E isso sim é uma lenda digna de admiração e inspiração. É algo a se respeitar.

O Diabo na Encruzilhada (ReMastered: Devil at the Crossroads, Estados Unidos, 2019) Direção: Brian Oakes / Roteiro: William Wheeler, Jeff Zimbalist / Elenco: Terry Harmonica Bean, Rory Block, Yvonne Chireau / Sinopse: Documentário sobre o cantor e compositor de blues Robert Johnson e a lenda que foi criada em torno de si, a do músico que faz um pacto com demônio numa encruzilhada durante a madrugada para ter fama e sucesso.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de janeiro de 2023

O Amante de Lady Chatterley

O Amante de Lady Chatterley
Lord Chatterley vai para a guerra e retorna para casa com sequelas físicas. Por causa dos ferimentos no campo de Batalha, ele se torna impotente e incapaz de satisfazer sexualmente uma mulher. O problema maior é que a sua esposa ainda é uma jovem com plenas necessidades sexuais a serem satisfeitas. Ela está na flor da idade com muito desejo. No começo, tenta encarar a situação de forma mais natural possível. Entretanto, não é fácil se tornar cuidadora do próprio marido naquela idade. Ainda mais na fase inicial de um casamento que está prestes a naufragar. Ela então conhece um empregado que trabalha em uma pequena cabana nos fundos da propriedade de seu marido. Ela se sente atraída por aquele homem. Em pouco tempo, começa um ardoroso caso sexual com ele. Inicialmente a atração com seu amante se resume a uma relação carnal, pois ela estava ansiando por isso há tempos. Porém, logo surge uma grande paixão entre ela e o homem. E ambos se tornam verdadeiramente apaixonados e dispostos a lutar contra todos os preconceitos sociais vigentes naquela época.

O livro original que deu suporte ao roteiro desse filme já nasceu polêmico. Escrito por D.H. Lawrence e publicado em 1928, O Amante de Lady Chatterley despertou várias reações extremadas. Existem aqueles que consideram um livro de tendências eróticas extremamente acentuadas, vulgares, e há outros que consideram um romance perfeito. Em meu ponto de vista é um bom romance com acentuadas tintas de erotismo, mas isso não depõe contra a obra. É, acima de tudo, uma história bem humana e mostra que as mulheres também tinham suas necessidades de viver sua sexualidade sem as amarras de um moralismo fora de época e já sendo ultrapassado naquela época. Cada pessoa deve procurar a sua felicidade ao seu modo. Esse filme, que foi produzido pela Netflix, tem boa qualidade e conta sua história de forma correta. Está mais do que recomendado para quem quer conhecer a história do livro original e também para aqueles que apreciam um bom filme de drama e romance.

O Amante de Lady Chatterley (Lady Chatterley's Lover, Reino Unido, Estados Unidos, 2022) Direção: Laure de Clermont-Tonnerre / Roteiro: David Magee / Elenco: Emma Corrin, Jack O'Connell, Matthew Duckett / Sinopse: O filme conta a história da jovem esposa de um Lorde inglês que se torna amante de um de seus empregados em uma grande propriedade rural no interior da Inglaterra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Dança Com Lobos

Dança Com Lobos
“Dança Com Lobos” foi um grande vencedor dos prêmios da Academia em seu ano de lançamento. Foi premiado com os Oscars de Melhor Filme, Fotografia, Direção, Edição, Trilha Sonora, Som e Roteiro Adaptado. Além disso acabou se tornando sucesso absoluto de público e crítica. A verdade pura e simples é que Dança com Lobos é realmente uma grande produção, que até hoje sempre é relembrada e citada com frequência demonstrando que também venceu o teste do tempo. 

O filme narra a história do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado, bem próximo do território onde vive a comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco, ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos. O enredo foi baseado na novela de Michael Blake (que também assina o roteiro). 

A produção mistura diversos elementos, desde os mitos dos antigos filmes de western até uma visão mais moderna que enfoca o papel do índio americano na conquista do oeste de uma forma diferenciada (e mais justa). No fundo “Dança com Lobos” retrata uma dos mais sangrentos choques de civilizações da história. A luta entre a sobrevivência das nações indígenas em face do avanço do homem branco pelas pradarias indomáveis de outrora. A tecnologia versus a tradição, o apogeu e o ocaso de civilizações em conflito.

Kevin Costner acertou em cheio na sua visão. Havia todo um clima de revisionismo histórico quando o filme foi lançado. Os povos indígenas, quase sempre retratados como selvagens e bárbaros nos antigos filmes de faroeste aqui ganham uma nova postura dentro do cinema americano. Seu lado mais humano foi levado ao centro da questão. Durante a produção muito se falou de falta de experiência de Kevin Costner para dirigir o filme. De fato ele não tinha nenhuma experiência anterior. Porém como ele estava no auge de sua carreira e popularidade o estúdio resolveu arriscar. Tentativas de intervenção foram feitas nas filmagens mas em vão. O que não contavam é que Costner tinha muita personalidade, não abrindo mão de sua visão criativa em nenhum momento.

Ele certamente acertou pois fez uma obra grandiosa, sem concessões, calcada na velha escola dos grandes clássicos do passado. Fotografia grandiosa, trilha sonora evocativa e muitas tomadas de extremo bom gosto fizeram o diferencial. Costner conseguiu realizar o filme de acordo com o que desejava. O curioso é que essa mesma teimosia acabaria levando Costner ao outro lado da moeda anos depois quando amargou o fracasso de “Waterworld”, superprodução que se revelou desastrosa em termos de público e crítica. De qualquer modo após passar alguns anos em baixa Costner ressurgiu no faroeste em 2012 com “Hatfields and McCoys”, um grande sucesso televisivo nos EUA. A série provou que a ligação de Kevin Costner com os filmes de western é forte e duradoura. Seu ápice surgiu justamente aqui em “Dança com Lobos”. Se não conhece ou não assistiu ainda, não perca mais tempo pois é um produção do tipo que não se faz mais. Simplesmente Imperdível.

Dança Com Lobos (Dances With Wolves, Estados Unidos, 1990) Direção: Kevin Costner / Roteiro: Michael Blake / Elenco: Kevin Costner, Mary McDonnell, Graham Greene / Sinopse: O filme narra a estória do tenente Dunbar (Kevin Costner) um herói da guerra civil americana que é enviado para um posto de fronteira distante e isolado bem próximo da comunidade indígena Sioux. Distante da civilização do homem branco ele acaba se aproximando dos costumes e modo de viver dos índios, criando rapidamente laços de amizade e afeição com os nativos.

Pablo Aluísio.