quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Elvis

Título no Brasil: Elvis
Título Original: Elvis
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann, Sam Bromell
Elenco: Tom Hanks, Austin Butler, Olivia DeJonge, Helen Thomson, Richard Roxburgh, Kelvin Harrison Jr.

Sinopse:
Em seus últimos momentos de vida, o Coronel Tom Parker (Tom Hanks) relembra seus anos ao lado de Elvis Presley (Austin Butler). Acima de tudo ele quer deixar claro que não foi um dos responsáveis pela morte do artista, mas que sim o levou ao sucesso que alcançou!

Comentários:
Finalmente assisti a esse filme que tem sido tão badalado e falado nas últimas semanas. Depois de conferir cheguei na conclusão de que não é tudo aquilo que se disse sobre ele. Não é um filme ruim, longe disso, mas também vamos convir que não é nenhuma maravilha da perfeição. O roteiro é superficial, apressado e se atropela em sua ansiedade. Eu até gostei da ideia de colocar o Coronel Tom Parker como um narrador não confiável, um homem envelhecido que através de suas memórias tenta se defender das acusações de que ele teria sido um dos responsáveis pela morte de Elvis. Esse roteiro baseado em lembranças, trazendo um longo flashback, justifica inclusive as omissões e erros na história e na cronologia. Um homem idoso, no final de sua vida, não iria lembrar tudo com perfeição. O problema vem mesmo da superficialidade de não se aprofundar em nada. A pressa é a inimiga da perfeição.

Baz Luhrmann, um diretor qie gosta de luxo e exageros estéticos, se mostra à vontade nas cenas de palco, já nos momentos mais dramáticos deixa a desejar. Profundidade emocional dos personagens não é o seu forte. Austin Butler segue no mesmo caminho, se saindo bem nos momentos em que interpreta o jovem Elvis no palco. Quando chega os anos 70, a maquiagem fica esquisita e ele apenas passa raspando nos momentos mais dramáticos. Em termos de atuação gostei muito mais de Tom Hanks. A experiência do veterano e talentoso ator fez a diferença, mesmo com o sotaque incomum. Entre aspectos positivos e negativos, o filme consegue segurar a atenção, sendo um interessante cartão de apresentação para o público mais jovem, justificando de certa maneira seu dinamismo. Já para quem é fã de longa data de Elvis não tem jeito, o filme vai soar bem superficial mesmo.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis (1956) - Parte 5

Na primeira vez que escrevi sobre "How Do You Think I Feel" eu afirmei que essa música tinha claros contornos latinos em sua harmonia. Há algum tempo li que seu autor, Webb Pierce, estava em férias no México quando a compôs. Assim tudo fica devidamente explicado. Quando o disco foi lançado originalmente em 1956 ninguém deu muita atenção para essa faixa. Nenhum crítico perdeu seu tempo em analisá-la devidamente, até porque o álbum já tinha tantos clássicos do rock para chamar a atenção.

Ficar na sombra foi uma vocação natural para essa gravação. De minha parte gosto de sua sonoridade. O arranjo é simples, nada parecido com o que se ouviria anos depois em trilhas sonoras como "Fun in Acapulco" (O Seresteiro de Acapulco de 1963), mas mantinha um arranjo agradável aos ouvidos. Também acabou se tornando uma música exclusiva de estúdio, nunca cantada por Elvis nos palcos.

O compositor Joe Thomas criou a ótima "Anyplace is Paradise". Essa faixa poderia ter sido melhor trabalhada pela RCA Victor pois em minha visão tinha muito potencial para se tornar um hit nos anos 50. Só que a gravadora de Elvis não pensou dessa forma e a música foi relegada a ser um autêntico "Lado B" da discografia do cantor. Isso porém não a desmereceu em nada. O grupo de Elvis aqui se destaca, em especial o guitarrista Scotty Moore, que teve uma excelente oportunidade para desfilar seu repertório de solos. Outro destaque é o piano de Marvin Hughes. Nos tempos da Sun Records não havia piano nas gravações. Quando Elvis foi para a RCA Victor o produtor Steve Sholes determinou que uma banda completa iria ficar à disposição de Elvis. Isso trouxe um conjunto de belos arranjos para seus discos. Ficou muito bom, mais encorpado, mais bem trabalhado.

Certa vez, durante uma entrevista, Raul Seixas citou "Paralyzed" como uma de suas músicas preferidas de Elvis. O roqueiro brasileiro entendia mesmo da discografia de seu ídolo, pois só quem era familiarizado muito bem com seus discos dos anos 50 poderia citar essa faixa com tamanha convicção. O que podemos ainda dizer sobre essa canção? È uma das letras mais maliciosas de Elvis, isso numa época em que estavam pegando em seu pé por causa de seus rebolados na TV. Ela foi gravada nos estúdios logo depois da baladona "Old Shep". Depois de todo aquele drama nostálgico Elvis procurou por algo mais relaxante, para deixar o stress de lado. E a música serviu perfeitamente aos seus propósitos. O Elvis que ouvimos aqui parece completamente à vontade para cantá-la.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Audie Murphy e o Western - Parte 4

"Caminho da Perdição", o último filme de Audie Murphy na década de 1940, era um drama sobre delinquentes juvenis dirigido por Kurt Neumann. O elenco era formado praticamente todo por jovens desconhecidos, a única exceção era a presença de Jane Wyatt. Passava longe de ser um grande filme, indo mais para o lado do cinema B, porém serviu como mais um teste para Murphy como ator. De quebra ele conseguiu mais publicidade, mesmo que esse drama não fosse grande coisa. O simples fato de trazê-lo no poster já era um bom começo.

A década de 1950 começou e finalmente Audie Murphy encontrou seu caminho em Hollywood. O filme se chamava "Duelo Sangrento" e era a produção ideal que Murphy tanto esperava. Nesse western que tinha o título original de "The Kid from Texas", Murphy interpretava nada mais, nada menos do que um dos personagens históricos mais famosos da mitologia do velho oeste, o pistoleiro William Bonney, mais conhecido como 'Billy the Kid'. É curioso que quando a Universal contratou o diretor Kurt Neumann para dirigir o faroeste esse indicou ao estúdio o próprio Audie Murphy com quem havia trabalhado no filme anterior. Não haveria ninguém melhor para atuar como Kid.

A crítica de um modo geral gostou do filme. Para muitos seria um "bom pequeno filme". Outra atração é que ele foi lançado em cores, considerado ainda na época como um sinal de capricho, de que a produção era realmente boa e que o estúdio confiava no sucesso. Historicamente o filme não era muito preciso. Billy The Kid não nasceu no Texas, como fazia supor o roteiro, ele havia nascido em Nova Iorque. Porém de uma maneira em geral aspectos históricos da história de Kid foram mantidos, como seu envolvimento na guerra do condado de Lincoln.

Nesse mesmo ano Audie Murphy surgiria nas telas com mais um western intitulado no Brasil de "Serras Sangrentas". Originalmente o filme se chamava "Sierra" e era dirigido por Alfred E. Green. Baseado na novela escrita por Stuart Hardy, a estória mostrava a luta de pai e filho tentando sobreviver nas montanhas em uma época em que a lei e a ordem eram apenas esperanças vãs de surgir naquelas regiões perdidas do velho oeste. Curiosamente esse faroeste era estrelado por uma atriz, a bela Wanda Hendrix. Audie Murphy era apenas o segundo nome do elenco, mostrando que ele estava disposto a ceder espaço em prol de atuar em bons filmes, com roteiros mais bem escritos.

Pablo Aluísio.

O Rebelde

Título no Brasil: O Rebelde
Título Original: The Rebel
Ano de Produção: 1959 - 1961
País: Estados Unidos
Estúdio: American Broadcasting Company (ABC)
Direção: Irvin Kershner, Bernard L. Kowalski
Roteiro: Andrew J. Fenady, Nick Adams
Elenco: Nick Adams, Ross Sturlin, Chuck Hamilton

Sinopse:
Johnny Yuma (Nick Adams) é um bravo jovem, ex-soldado do Exército Confederado, à deriva através de uma existência aparentemente sem sentido na década de 1860, no velho oeste. A guerra civil chegou ao final e ele ainda não encontrou seu lugar no mundo. Para sobreviver começa a trabalhar como segurança de caravanas contra ataques de tribos selvagens hostis e cowboy de aluguel para fazendeiros da região. Seu grande sonho é um dia comprar um rancho para criar gado e viver dele até o fim de seus dias.

Comentários:
O ator Nick Adams (1931 - 1968) ficou mais famoso em Hollywood por suas amizades do que propriamente por seu talento dramático. Ele inicialmente fez parte da turminha de Jimmy Dean nos anos 1950 e após sua morte ficou muito próximo e amigo de outro mito, só que dessa vez da música, o rei do rock Elvis Presley. Para esse último serviu não apenas de colega de profissão mas também como guia orientador de atuação, uma vez que Elvis não tinha nenhuma experiência como ator e precisava de alguém que lhe desse dicas de como atuar bem. Dentro de sua carreira o auge para Nick Adams veio quando foi indicado ao Oscar por sua atuação em "O Crime é Homicídio". Depois disso infelizmente as ofertas foram ficando cada vez mais raras e para não ficar sem trabalho Adams resolveu aderir à televisão. O problema é que havia uma mentalidade preconceituosa entre astros de cinema daquela época que dizia que quando um ator ia para a TV ele estava acabado no cinema. Nick também pensava assim e sentia-se frustrado por ter que aparecer em um seriado de faroeste transmitido pela ABC no horário vespertino (visando obviamente ganhar a audiência do público mais jovem). 

De fato ele até chegou a se empolgar durante um certo período, colaborando na criação e nos roteiros dos episódios, mas isso era pouco para suas ambições profissionais. Uma bobagem sem tamanho mas que retratava a forma de pensar dos atores daquele tempo. O seriado fez sucesso, tanto que ficou três temporadas no ar, mas em 1961 Adams achou que era de voltar para o cinema. Seu retorno porém não deu certo e o ator ficou sem a série e nem bons filmes para estrelar (para se ter uma ideia chegou até mesmo a aparecer em produções trash de terror para sobreviver). Talvez a queda tenha sido demais para ele e sete anos depois o ator seria encontrado morto por uma overdose de drogas em seu apartamento. Um triste fim para esse cowboy das matinês que embalou e levou diversão para a garotada no começo dos anos 1960 nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

A Ponte do Rio Kwai

"A Ponte do Rio Kwai" é considerado um dos maiores clássicos de guerra da história de Hollywood. Dirigido pelo mestre David Lean, o filme mantém seu status de grande obra cinematográfica mesmo após tantos anos de seu lançamento original. O enredo (parcialmente inspirado em fatos reais) mostra um regimento do exército inglês que é feito prisioneiro pelos japoneses durante a II Guerra Mundial. Os soldados e oficiais passam então a servir como mão de obra escrava para a construção de pontes e estradas de ferro para o Japão imperial. Quando um novo grupo de prisioneiros ingleses é enviado para o Rio Kwai com o objetivo de construir uma ponte para passagem férrea, um corajoso e orgulhoso coronel britânico, Mr. Nicholson (interpretado pelo ótimo Alec Guiness), começa a criar problemas para o Coronel japonês Saito (Sessue Hayakawa), responsável pela obra. O oficial inglês exige que a convenção de Genebra seja cumprida à risca, enquanto Saito não está disposto a abrir mão de seus métodos violentos e até sádicos de lidar com prisioneiros inimigos de guerra. Após o primeiro conflito de opiniões o Coronel inglês é enviado para o "buraco", uma minúscula caixa exposta ao sol ardente da região. Apesar da tortura ele não dá o braço a torcer. Ao mesmo tempo seus homens deixam claro que não irão se submeter a nenhum tipo de ordem enquanto os seus próprios termos não forem aceitos. Começa então um jogo psicológico entre ingleses e japoneses pelo controle da situação.

O outro personagem central do filme é interpretado pelo ator William Holden. Ele dá vida a um oficial da Marinha americana que também está feito prisioneiro de Saito. Ao contrário do Coronel Nicholson porém ele quer mesmo é colocar em prática um ousado plano de fuga para escapar daquele inferno. O Rio Kwai se situava na Birmânia, um pequeno país do sudeste asiático, assolado por doenças tropicais. A maioria dos prisioneiros acabavam morrendo de doenças típicas daquelas florestas, o que aumentava ainda mais o desespero de ser um prisioneiro de guerra do Japão. David Lean não mostra impaciência e nem pressa em desenvolver a trama de seu filme. Esse cineasta se caracterizou por tecer uma narrativa bem sofisticada para todos os filmes que dirigiu. Esse aqui não é exceção.

O curioso é que o personagem de Guiness acaba desenvolvendo um sentimento dúbio para com os japoneses. demonstrando a eles não apenas a fibra do soldado inglês como também sua capacidade de vencer desafios nos momentos mais conturbados. Em suas próprias palavras ele quer humilhar os japoneses construindo uma ponte firme e forte que dure gerações. Isso acaba deixando seus colegas oficiais meio que surpresos, já que construir uma ponte tecnicamente perfeita seria também ajudar, mesmo que de forma indireta, o inimigo! O clímax, a cena final, explora excepcionalmente bem essa dualidade pois o Coronel de Guiness fica dividido em cumprir as ordens de destruir a ponte ou ao contrário disso preservar aquela obra que para ele se torna motivo de orgulho pessoal. Como se pode perceber Lean nunca era óbvio com seus personagens, procurando sempre extrair uma personalidade complexa de cada um deles. Coisa de gênio da sétima arte realmente. "The Bridge on the River Kwai" é mais uma prova de seu talento e legado inigualáveis.

A Ponte do Rio Kwai (The Bridge on the River Kwai, Estados Unidos, Inglaterra, 1957) Direção: David Lean / Roteiro: Carl Foreman, baseado no livro de Pierre Boulle / Elenco: William Holden, Alec Guinness, Sessue Hayakawa, Jack Hawkins / Sinopse: Um grupo de prisioneiros ingleses durante a II Guerra Mundial é levado pelos japoneses até uma floresta da Birmânia com o objetivo de construir uma ponte que será usada pelas tropas imperiais. Logo começa a haver um choque de personalidades entre o Coronel Inglês Nicholson (Guiness) e o Coronel japonês, o disciplinador Saito (Hayakawa). Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Alec Guinness), Melhor Direção (David Lean), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (Jack Hildyard), Melhor Edição (Peter Taylor) e Melhor Música (Malcolm Arnold). Indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Sessue Hayakawa). Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Fiime - Drama, Melhor Ator (Alec Guinness) e Melhor Direção (David Lean).

Pablo Aluísio. 

Balas ou Votos

Título no Brasil: Balas ou Votos
Título Original: Bullets or Ballots
Ano de Produção: 1936
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Brothers
Direção: William Keighley
Roteiro: Seton I. Miller, Martin Mooney
Elenco: Edward G. Robinson, Humphrey Bogart, Joan Blondell, Barton MacLane, Frank McHugh, Joe King

Sinopse:
Após a nomeação do novo comissário de polícia de Nova Iorque, o ex-detetive Johnny Blake (Edward G. Robinson) afirma ter provas que ele no passado foi corrompido pelo gângster 'Bugs' Fenner (Humphrey Bogart), causando tensão e violência pelas ruas da cidade.

Comentários:
Um filme de gângster dos anos 30 com Edward G. Robinson e Humphrey Bogart já é motivo suficiente para qualquer cinéfilo se interessar. Afinal os dois atores foram os mais expressivos astros desse subgênero policial cinematográfico. Some-se a isso o fato de que o criminoso (da vida real) Bugsy Siegel ter ficado muito incomodado com o personagem de Bogart chamado 'Bugs' Fenner e você terá o cardápio completo. Na verdade o gângster retratado nas telas era mesmo uma provocação, uma paródia de Bugsy, naquele período organizando a jogatina do que seria Las Vegas nos anos seguintes. Membro da máfia, ele era conhecido por subornar autoridades públicas, principalmente policiais. Por isso era no mínimo constrangedor ter um filme o retratando fazendo nas telas o que fazia em sua vida de crimes. Boatos na época diziam que ele iria explodir os cinemas onde estava sendo exibido o filme, mas provavelmente recuou por causa das reações indignadas do público. Já Bogart diria anos depois que depois que o filme chegou nos cinemas ele passou a ser mais cuidadoso em sua vida pessoal. Afinal aquela era a era em que os gângsters reinavam e um passo em falso poderia significar a morte certa.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de agosto de 2022

Minions 2

Título no Brasil: Minions 2 - A Origem de Gru
Título Original: Minions - The Rise of Gru
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Kyle Balda, Brad Ableson, Jonathan del Val
Roteiro: Matthew Fogel, Brian Lynch
Elenco: Steve Carell, Pierre Coffin, Alan Arkin, Julie Andrews, Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Danny Trejo

Sinopse:
O sonho do garotinho Gru é de se tornar algum dia um grande vilão e ele percebe que sua hora chegou ao ser convidado para fazer um teste como novo integrante de um sexteto de vilões, só que a coisa toda da errado quando ele rouba um amuleto especial e passa a ser seguido por esses mesmos vilões!

Comentários:
O mundo da animação vai muito bem, obrigado. Veja o caso desse novo filme dos Minions. Tudo começou com a animação "Meu Malvado Favorito" e desde então vários filmes foram lançados. Muitos achavam que essa franquia estava esgotada. Ledo engano. Esse filme foi um tremendo sucesso de bilheteria esse ano, já tendo faturado mais de 700 milhões de dólares mundo afora. É muita grana mesmo, realmente de impressionar. E isso sem contar o quanto vão ganhar com a venda de brinquedos, licenças de produtos e tudo mais. Os Minions se tornaram uma máquina de fazer dinheiro, tornando multimilionários os seus criadores! Em termos artísticos o que eu achei interessante foi que a história se passa nos anos 1970, dando oportunidade para o roteiro tirar uma onda com a época, com as roupas, com o estilo daqueles tempos da discoteca. Diante disso, a trilha sonora se destaca, trazendo de volta músicas antigas que vão ser referência para os pais que vão levar suas crianças ao cinema. No geral temos aqui uma diversão muito boa, que a criançada certamente vai adorar.

Pablo Aluísio.

Men

Título no Brasil: Men
Título Original: Men
Ano de Lançamento: 2022
País: Reino Unido
Estúdio: DNA Films
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Jessie Buckley, Rory Kinnear, Paapa Essiedu, Gayle Rankin, Sarah Twomey, Zak Rothera-Oxley

Sinopse:
Após a morte trágica de seu marido que cometeu suicídio, uma jovem viúva decide alugar uma casa isolada no campo do interior da Inglaterra. Uma vez lá, começa a perceber que está sendo observada por tipos estranhos, figuras completamente bizarras.

Comentários:
Esse é um novo filme de terror inglês recentemente lançado. Aliás uma primeira observação seria sobre sua classificação, uma vez que não é um terror convencional, seria melhor defini-lo como um filme de suspense psicológico. A protagonista tenta superar um trauma após a morte do seu marido que se suicidou. No vilarejo de campo ela encontra pessoas estranhas, os tais homens do título original inglês. São tipos variados de pura esquisitice, como um padre que tortura psicologicamente quem lhe pede conselhos e um zelador que por trás de um sorriso amigável esconde algo sinistro. E o que dizer do homem nu que insiste em invadir seu jardim? O que mais vai chocar as pessoas no filme é o final dessa história. Uma cena praticamente irracional e escatológica. O que essa cena final significa? Em meu ponto de vista ela traz o verdadeiro renascimento psicológico da personagem principal, algo muito visceral, o que para muitas pessoas vai soar de muito mau gosto.  Esse no final das contas se revela ser um filme bem interessante, justamente por fugir de convencional. A estranheza também tem seu valor.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de agosto de 2022

Agente Oculto

Título no Brasil: Agente Oculto
Título Original: The Gray Man
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Joe Russo, Chistopher Marcus
Elenco: Ryan Gosling, Chris Evans, Ana de Armas, Billy Bob Thornton, Jessica Henwick, Alfre Woodard

Sinopse:
A CIA retira da prisão um assassino condenado para atuar em missões não oficiais, para fazer o serviço sujo que seus agentes não podem realizar. Quando isso foge de controle é hora de eliminar o tal agente oculto antes que ele cause mais problemas. Apenas os mais fortes vão sobreviver.

Comentários:
No marketing de lançamento desse filme se promoveu que ele seria a mais cara produção da história da Netflix. Realmente temos aqui uma produção classe A, filmada em diversas cidades da Europa de cartão postal. Os dois atores principais são carismáticos e estão no topo da cadeia alimentar em Hollywood. As cenas de ação são bem realizadas, inclusive em suas bem inspiradas coreografias. O filme é realmente um símbolo do poder atual das grandes plataformas de streaming, um passo a mais, um outro nível. Com tudo isso a favor por que não gostei plenamente do que assisti? Em meu ponto de vista faltou um roteiro melhor escrito. A história contada é muito genérica, mais do mesmo, um jogo previsível de gato e rato envolvendo dois assassinos profissionais. Quantas vezes você ja não viu isso antes? Com essa falha central todos os demais elementos cinematográficos do filme se perdem no lugar comum. E o que sobra no final desse menu já tão bem manjado? Apenas um entretenimento passageiro, meramente descartável. 

Pablo Aluísio.

Rei Charles III

Título no Brasil: Rei Charles III
Título Original: King Charles III
Ano de Lançamento: 2017
País: Inglaterra
Estúdio: Masterpiece
Direção: Rupert Goold
Roteiro: Mike Bartlett
Elenco: Tim Pigott-Smith, Oliver Chris, Richard Goulding, Charlotte Riley, Richard Goulding, Adam James

Sinopse:
Após várias décadas como rainha, Elizabeth II falece. Seu filho mais velho, Charles, assume o trono e não demora a entrar em rota de colisão com o parlamento inglês, criando uma verdadeira crise constitucional e institucional no sistema jurídico do Reino Unido. 

Comentários:
O roteiro desse filme faz um interessante jogo de futurologia ao tentar prever como será o reinado do príncipe Charles. Na história aqui contada ele não se conforma em ser apenas uma figura decorativa para turista ver, mas sim um monarca que realmente governa sua nação, o que o coloca em choque com o primeiro ministro e todo o sistema parlamentar de governo. E o roteiro teve a ousadia de explorar um fantasma da princesa Diana assombrando os corredores e salas luxuosas da família real. Um filme que é no mínimo curioso pelo tema que explora, o que certamente trouxe para si todas as antipatias dos verdadeiros membros da família real, o que não é de surpreender. Assim deixo a dica para quem gosta desse tema da monarquia inglesa, um filme certamente bem diferente do que se costuma ver por aí. 

Pablo Aluísio.