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sábado, 6 de agosto de 2022

Rei Charles III

Título no Brasil: Rei Charles III
Título Original: King Charles III
Ano de Lançamento: 2017
País: Inglaterra
Estúdio: Masterpiece
Direção: Rupert Goold
Roteiro: Mike Bartlett
Elenco: Tim Pigott-Smith, Oliver Chris, Richard Goulding, Charlotte Riley, Richard Goulding, Adam James

Sinopse:
Após várias décadas como rainha, Elizabeth II falece. Seu filho mais velho, Charles, assume o trono e não demora a entrar em rota de colisão com o parlamento inglês, criando uma verdadeira crise constitucional e institucional no sistema jurídico do Reino Unido. 

Comentários:
O roteiro desse filme faz um interessante jogo de futurologia ao tentar prever como será o reinado do príncipe Charles. Na história aqui contada ele não se conforma em ser apenas uma figura decorativa para turista ver, mas sim um monarca que realmente governa sua nação, o que o coloca em choque com o primeiro ministro e todo o sistema parlamentar de governo. E o roteiro teve a ousadia de explorar um fantasma da princesa Diana assombrando os corredores e salas luxuosas da família real. Um filme que é no mínimo curioso pelo tema que explora, o que certamente trouxe para si todas as antipatias dos verdadeiros membros da família real, o que não é de surpreender. Assim deixo a dica para quem gosta desse tema da monarquia inglesa, um filme certamente bem diferente do que se costuma ver por aí. 

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Judy: Muito Além do Arco-Íris

A atriz Renée Zellweger foi premiada com o Globo de Ouro por seu trabalho nesse filme. Ela interpreta Judy Garland. Não foi uma das coisas mais fáceis de se fazer. Judy era uma artista completa. Ela dançava, cantava e atuava. Foi uma das adolescentes mais famosas do mundo, principalmente após estrelar o clássico "O Mágico de Oz". Também foi uma das mais conhecidas vítimas do chamado Star System, onde os grandes estúdios de Hollywood controlavam todos os aspectos das vidas de suas estrelas. Os produtores transformavam essas jovens em grandes nomes do cinema, mas em troca exerciam uma pressão absurda sobre elas. O filme mostra, em vários flashbacks, como isso acontecia. A Metro, por exemplo, através de seu chefão, o implacável Louis B. Mayer, controlava as jovens starlets com humilhações, intimidações e abusos psicológicos.

A pequena Judy não escapou de nada disso. Ela passou a vida tentando superar seus traumas do passado. Até mesmo na hora de se alimentar ela sofria com isso. Extremamente magra, beirando a subnutrição, ela tinha medo até mesmo de comer uma fatia de bolo em seu aniversário. O uso de pílulas, também incentivado pelos estúdios por anos, a acompanhou até o fim da vida. Ela ficou viciada. Misturando tudo com bebidas, o resultado era desastroso. Mesmo assim, com tantas adversidades, ela procurava manter a dignidade. Afinal era um ser humano e merecia respeito por isso, mesmo quando tropeçava em suas apresentações.

No filme encontramos Judy já nos últimos meses de sua conturbada existência. Ela tinha perdido todo o glamour do passado. O fracasso arranhava seu prestígio e sua fama. Ela se apresentava em pequenas boates nos Estados Unidos, em troca de cachês medíocres. Para piorar não tinha onde morar e disputava com o ex-marido a guarda de seus dois filhos pequenos. Uma situação muito triste para uma grande estrela. E pensar que aquela Judy que havia estrelado um dos grandes filmes da história tinha que passar por todas aquelas humilhações. Um alívio acabou vindo da Inglaterra. Por lá ela ainda era valorizada, mesmo que por fãs saudosistas de seu passado. Assim acabou aceitando o convite para fazer uma série de shows em Londres. O problema é que nem todas as apresentações foram bem sucedidas. Em muitas ocasiões surgia no palco embriagada, drogada e sem noção do que estava acontecendo. Todos, de sua banda ao público presente, ficavam constrangidos.

Renée Zellweger, se entrega ao seu papel. Ela cortou os cabelos, pintou de preto e perdeu peso de forma impressionante. Para chegar na magreza de Judy Garland ela precisou passar por um regime radical. E o resultado ficou de impressionar. A Judy era uma mulher franzina, magra ao extremo. No final da vida tinha um aspecto doentio. A Renée Zellweger, no começo da sua carreira, era o oposto disso. Era uma loira texana, bochechuda, inclusive cheinha de corpo. Combinar esses dois tipos exigiu dela um esforço físico absurdo. Hollywood gosta desse tipo de coisa, então não é de se admirar que ela venha a ser premiada também no Oscar. Quem sabe. No geral é um bom filme, bem realizado. Só não espere por um final feliz. Essa é uma história triste, melancólica mesmo. A Judy teve uma vida extremamente complicada, com muitos momentos depressivos. Resgatar sua vida não foi uma tarefa simples. Espero que o filme também sirva de incentivo para que todos venham a conhecer seu trabalho. Ela foi muito talentosa e seus filmes clássicos acabaram imortalizando o seu lado mais importante, a da grande artista que um dia ela foi.

Judy: Muito Além do Arco-Íris (Judy, Inglaterra, 2019) Direção: Rupert Goold / Roteiro: Rupert Goold, baseado no livro "End of the Rainbow" de Peter Quilter / Elenco: Renée Zellweger, Jessie Buckley, Finn Wittrock, Richard Cordery / Sinopse: O filme recria os últimos meses de vida da atriz e cantora Judy Garland (Renée Zellweger). Ela vai até Londres, participar de uma série de shows e acaba se envolvendo com um homem mais jovem. Porém o abuso de bebidas e drogas acabam ofuscando o brilho de seu talento. Filme premiado no Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Renée Zellweger).

Pablo Aluísio.