segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
Sissi
Então surge um convite para visitar a corte em Viena. O jovem imperador Francisco José estava na idade de se casar, por isso todas as moças nobres do império eram potenciais candidatas a esse casamento imperial. No caso de Sissi ela era considerada muito nova. Por isso foi apenas como acompanhante de sua mãe e sua irmã mais velha, essa considerada a noiva ideal para o imperador. Porém é a tal coisa, o coração tem razões que a própria razão desconhece. O imperador ficou fascinado não pela irmã mais velha de Sissi, mas sim por ela, que acabou encontrando casualmente no meio da natureza (ela estava pescando na ocasião, vejam só!). O roteiro desse primeiro filme então se concentra na viagem de Sissi até Viena, no encontro casual com o jovem imperador, as primeiras impressões, o surgimento do amor entre eles e finalmente a grande cerimônia de casamento. Um bela filme, sem dúvida. E mais preciso historicamente do que muita gente pensa por aí.
Sissi (Sissi, Austria, 1955) Direção: Ernst Marischka / Roteiro: Ernst Marischka / Elenco: Romy Schneider, Karlheinz Böhm, Magda Schneider / Sinopse: Primeiro filme que conta a história da imperatriz da Austria Sissi (Elisabeth Amalie Eugenie von Bayern, 1837 - 1898). Na época uma mera adolescente que vai acompanhar sua irmã mais velha e sua mãe até a corte em Viena, onde acaba se apaixonando pelo jovem imperador Francisco José.
Pablo Aluísio.
domingo, 30 de janeiro de 2022
A Filha de Ryan
O cineasta David Lean sempre foi um gênio do cinema. Ele conseguia contar uma história que parecia banal, com pessoas comuns, mas que nas entrelinhas havia uma forte carga humanitária e emocional. Os personagens de "A Filha de Ryan" impressionaram a cabeça daquele quase menino que o viu porque eram pessoas reais, da vida cotidiana. E o clima daquela cidade costeira, um microcosmo da própria sociedade, era mais do que marcante. Posso dizer hoje em dia, puxando pelas minhas memórias afetivas, que esse foi um daqueles filmes que definitivamente me formaram como um fã de cinema, que me fizeram me apaixonar pela sétima arte. E depois de tantos anos ainda continuo um apaixonado sem arrependimentos. E esse segue sendo, ainda hoje, um dos melhores filmes que assisti em toda a minha vida.
A Filha de Ryan (Ryan's Daughter, Estados Unidos, Inglaterra, 1970) Direção: David Lean / Roteiro: Robert Bolt / Elenco: Robert Mitchum, Trevor Howard, John Mills / Sinopse: A história do filme se passa em uma pequena comunidade irlandesa, mostrando a vida de vários moradores do lugar, em especial o complicado relacionamento de uma mulher casada com com um oficial britânico problemático, que sofre de traumas psicológicos. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor ator coadjuvante (John Mills).
Pablo Aluísio.
sábado, 29 de janeiro de 2022
Da Terra Nascem os Homens
Esse é um roteiro que ressalta os bons valores americanos. E também glorifica a imensidão e a vastidão do oeste ainda um tanto selvagem. Com longas sequências em plano aberto, me lembrou muito de outro grande clássico, "Assim Caminha a Humanidade". A parte musical também foi escrita para deixar o público extasiado com a beleza natural capturada pelas câmeras. A trilha sonora, lançada na época, se tornou um grande sucesso de vendas. Com três horas de duração, esse western é um daqueles filmes feitos para impressionar e mostrar toda a qualidade técnica e cinematográfica que o cinema americano podia realizar. Um dos melhores filmes que já assisti em minha vida. Simplesmente magistral!
Da Terra Nascem os Homens (The Big Country, Estados Unidos, 1958) Direção: William Wyler / Roteiro: James R. Webb, Robert Wilder / Elenco: Gregory Peck, Jean Simmons, Carroll Baker, Charlton Heston, Burl Ives, Chuck Connors / Sinopse: O filme conta a história de um fino e refinado homem do Leste que vai morar no Oeste. E lá encontra outros valores, outras maneiras de resolver disputas internas, usando inclusive da violência, das armas de fogo. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor música (Jerome Moross). Premiado com o Oscar na categoria de melhor ator coadjuvante (Burl Ives).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2022
Butch Cassidy
O elenco não poderia ser melhor. Para interpretar os dois bandoleiros, o estúdio teve a sorte de conseguir dois grandes nomes de Hollywood, Paul Newman e Robert Redford. Amigos pessoais, eles se interessaram pelo roteiro justamente por esse fugir dos padrões da época. Apesar de ser um western, contando uma história clássica daqueles tempos, o texto inovava com certas liberdades, investindo também no lado psicológico dos dois personagens principais. O resultado se revelou maravilhoso. O filme é considerado até hoje um dos melhores filmes de faroeste já feitos. Com excelente trilha sonora e produção, além da direção segura e firme do veterano e especialista George Roy Hill, esse é um daqueles filmes que simplesmente não podem faltar na coleção de um admirador de filmes de western. Um dos dez mais desse gênero tão rico em termos de grandes filmes.
Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, Estados Unidos, 1969) Direção: George Roy Hill / Roteiro: William Goldman / Elenco: Paul Newman, Robert Redford, Katharine Ross, Strother Martin, Henry Jones / Sinopse: No ano de 1900, no estado americano do Wyoming, dois criminosos formam uma quadrilha de assaltantes de bancos e ferrovias. Logo se tornam procurados vivos ou mortos por todo o país. A caça se torna tão intensa que eles decidem fugir para o exterior, para sumir das pistas de seus perseguidores. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor direção de fotografia, melhor roteiro adaptado, melhor música e melhor trilha sonora original.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
O Outro Lado de Cary Grant
Nas telas o ator Cary Grant foi um dos galãs mais famosos e queridos pelo público na era de ouro do cinema clássico americano. Seu estilo mais sofisticado, elegante, em parte fruto de suas origens britânicas, se revelou perfeito para grandes diretores da época. Ao lado de sua imagem pública também surgiu uma série de curiosidades que foram surgindo ao longo dos anos, muitas delas reveladas por biografias que foram fundo em pesquisas minuciosas, entrevistando pessoas de sua intimidade, familiares e ex-namoradas.
Um dos casos de sua vida privada que mais chamaram atenção em Hollywood foi sua amizade muito próxima com o também ator Randolph Scott, ídolo do western americano. No começo da carreira, jovens e ainda aspirantes ao estrelado, Grant e Scott, que já eram muito amigos desde os primeiros tempos na capital do cinema, resolveram morar juntos numa bela mansão na cidade. A justificativa foi que seria mais barato dividir o aluguel de uma casa entre eles. Como eram solteiros também poderiam curtir melhor sua juventude, promovendo festas e eventos com amigos da indústria cinematográfica. Até aí tudo bem. O problema é que o estúdio resolveu que seria bom para ambos participarem de uma sessão de fotos juntos em sua casa, mostrando momentos mais íntimos e privados de seu cotidiano. Seria uma forma de promover os jovens atores. O tiro porém saiu pela culatra. Algumas fotos ficaram, digamos, sugestivas demais. Assim que foram publicadas logo surgiu o boato malicioso e totalmente maldoso que na verdade Grant e Scott eram gays... e amantes!
Até hoje o boato persiste e nunca foi devidamente esclarecido. O filho de Randolph Scott publicou uma biografia do pai onde tratou do assunto. Para ele seu pai era apenas um grande amigo de Grant. Ele teria ficado muito magoado com as fofocas, mas jamais deixou de ser amigo de Grant por essa razão. Quando Cary morreu, Scott não se importou com os fuxicos e expressou toda a sua dor pela perda do colega em seu funeral. O fato é que tirando esse suposto relacionamento gay nada mais parecia justificar que eles eram mesmo homossexuais. Ambos se casaram, tiveram filhos e casos amorosos duradouros com mulheres. Mesmo assim para alguns textos e matérias na net tudo é tratado como absoluta verdade - o que é um erro ético para quem escreve. Deve-se sempre saber as versões de todas as partes envolvidas antes de se tirar conclusões apressadas.
Se a relação homossexual entre Grant e Scott até hoje é motivo de controvérsias, outros dois aspectos de sua personalidade parecem realmente ter sido confirmados pelos seus biógrafos. O primeiro é que Cary Grant era um pão duro quase obsessivo. Essa característica de sua personalidade foi confirmada por todos que viveram com o ator. Ele tinha pavor em gastar dinheiro e sua sovinice ficou conhecida. Mesmo ganhando muito dinheiro com os filmes, vivendo em belas mansões, Grant controlava cada centavo gasto em sua vida pessoal e familiar. Ele só se comprava uma meia nova ou um sapato quando os mais velhos estavam completamente imprestáveis. Vira e mexe surgia no camarim com suas meias furadas e seus sapatos surrados.
Outro problema de sua vida particular era ligado à bebida e cigarros. Cary Grant foi bom de copo. Era conhecido por beber até cair nas festas do estúdio. Como a bebida era de graça o ator aproveitava ao máximo (não escrevi que ele era pão duro?). Já com drogas pesadas Grant teve uma experiência perigosa nos anos 60. Na época a LSD foi vista como uma droga experimental, que ampliava o poder da mente. Grant caiu nessa história e começou a usar LSD com regularidade, sempre com supervisão médica. O problema é que estudos posteriores provaram que era de fato um alucinógeno perigoso e assim Grant passou por maus bocados para se livrar do vício. Um pequeno deslize na biografia de um ator que também ficou bem conhecido por seu profissionalismo em todos os filmes em que trabalhou.
O maior problema de Grant porém era o cigarro. Ele foi um fumante inveterado. Na época fumar fazia parte do charme de ser um galã de cinema. Não havia um estigma ruim em cima do ato de fumar, pelo contrário, era esperado que astros como ele fumassem não apenas nas festas, como também nos filmes. Certa vez confidenciou para um amigo próximo de Hollywood: "Acho que vou gastar todo o meu dinheiro com cigarros! Não é possível, estou sempre comprando uma nova cartela de cigarros!". Ele fumava tanto que seus dedos ficaram amarelados por causa da nicotina. De uma forma ou outra esse vício de fumar de forma compulsiva contribuiu para os problemas de sua saúde. Ao morrer aos 82 anos de idade, em 1986, ele já havia sido diagnosticado com um câncer de pulmão.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
Laura, a Voz de uma Estrela
Título Original: Little Voice
Ano de Produção: 1998
País: Inglaterra
Estúdio: Twickenham Film Studios
Direção: Mark Herman
Roteiro: Mark Herman, Jim Cartwright
Elenco: Michael Caine, Ewan McGregor, Brenda Blethyn, Philip Jackson, Annette Badland, Jim Broadbent
Sinopse:
Uma jovem muito tímida e introspectiva passa seus dias trancada em casa, ouvindo os velhos discos de vinil de seu pai. E assim acaba criando um estilo vocal próprio e muito talentoso. E não demora muito para que um empresário do ramo musical encontre grande potencial em sua voz. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Brenda Blethyn).
Comentários:
Bem, se tem uma coisa em que os ingleses são muito bons é essa tendência de sempre descobrir novos talentos musicais, muitas vezes das maneiras mais inesperadas. Esse "Little Voice" (Pequena voz, do título original) foi um filme bem badalado pela crítica nos anos 90. A história explora bem esse aspecto. Michael Caine interpreta o típico empresário que se interessa pelo talento alheio. Ele tem essa sorte de sempre estar no lugar certo, no tempo exato. É um faro invejável. E ele vê potencial na voz de uma jovem muito introvertida, muito fragilizada, tanto no aspecto físico como também no emocional. Ela nunca teve uma aula formal de canto na vida e aprendeu todo o seu estilo apenas ouvindo velhos discos de vinil. Pensando bem, não poderia haver aprendizado melhor do que passar horas e horas apenas ouvindo os grandes mestres do passado. O filme é humano e bem escrito. A trilha sonora é boa, mas não excelente. Em minha opinião para um filme com essa temática deveriam ter caprichado mais. De qualquer maneira esse não é um problema, até porque "Laura", hoje em dia, é considerado um dos melhores filmes produzidos no Reino Unidos durante os anos 90. Não deixe de conhecer.
Pablo Aluísio.
Minha Terra, Minha Vida
Título Original: Country
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Richard Pearce
Roteiro: William D. Wittliff
Elenco: Jessica Lange, Sam Shepard, Wilford Brimley, Matt Clark, Jim Haynie, Sandra Seacat
Sinopse:
Um casal, pequenos produtores rurais, passam todos os tipos de dificuldades financeiras para manter sua fazenda ainda produtiva e em atividade. Os bancos querem executar as dívidas, tomando o lugar para si. O marido parece arrasado pelas circunstâncias, mas a esposa, de forma corajosa, decide lutar por suas terras. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Jessica Lange).
Comentários:
Não assisti nos anos 80, quando o filme foi originalmente lançado nos cinemas, inclusive aqui no Brasil. Só muitos anos depois, na TV a cabo, é que finalmente conferi esse filme. O enredo gira em torno da vida de um casal que vive no campo nos Estados Unidos. Quem pensa que esse tipo de vida é um mar de rosas precisa dar uma conferida nessa produção. Muitas dificuldades, sendo a maior delas conseguir crédito para bancar a próxima temporada de produção de alimentos. E uma das coisas mais comuns nos Estados Unidos é ver propriedades rurais sendo tomadas por bancos, por falta de pagamento de algum empréstimo. Alguns dessas pessoas que vivem da agricultura acabam indo para as grandes cidades, aumentando o número de sem-tetos que vagam pela América. O resultado desse enredo dramático é um bom filme, com história séria, mostrando mais um lado perverso do capitalismo selvagem americano. Para quem acha que na América tudo é uma maravilha... Por fim, Jessica Lange foi indicada ao Oscar, merecidamente. O filme é dela, interpretando a mulher que decide lutar com toda as suas forças para manter suas terras. Uma bela lição de vida. Nunca desista de seus sonhos.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 25 de janeiro de 2022
Crepúsculo de uma Raça
Título Original: Cheyenne Autumn
Ano de Produção: 1964
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Ford
Roteiro: Mari Sandoz, James R. Webb
Elenco: James Stewart, Richard Widmark, Karl Malden, Sal Mineo, Edward G. Robinson, Ricardo Montalban
Sinopse:
No ano de 1878, o governo decide deixar de doar os suprimentos e alimentos necessários para a sobrevivência da nação indígena Cheyenne, levando centenas de milhares de índios a saírem da reserva em Oklahoma até o Wyoming, local onde sempre viveram. Thomas Archer, Capitão da Cavalaria, recebe a tormentosa missão de vigiar e conter os anseios de guerra dos índios, mas durante esse processo de convivência durante o percurso, passa a nutrir um grande respeito pelos nativos americanos.
Comentários:
Foi um dos últimos filmes da carreira do diretor John Ford. Nessa produção ele novamente decidiu reunir um grande elenco para contar esse lado menos heroico da conquista do velho oeste dos Estados Unidos. Ao lado de grandes cenas, explorando novamente a beleza natural de lugares como o Monument Valley, o mestre do cinema também cometeu alguns erros. Não é um filme perfeito, tem suas falhas. Uma delas é a longa duração. Esse faroeste assim acaba parecendo mais longo do que deveria ser, com excesso de tramas secundárias que não adicionam muito ao resultado final. Há uma longa parte no meio do filme com James Stewart que exagera nas doses de humor, quebrando o ritmo de um filme que deveria ter um tom mais sério. John Ford sempre tentou trazer algum tipo de alívio cômico em seus filmes, mas aqui ele definitivamente errou a mão. De qualquer forma esse último western assinado por Ford se mantém relevante por causa do teor de seu roteiro que procurou trazer uma visão mais consciente e humana em relação aos nativos americanos. Salvo por suas boas intenções, prejudicado um pouco por alguns deslizes de seu diretor, o filme ainda é um marco importante nesse gênero cinematográfico tão importante dentro do cinema americano. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (William H. Clothier).
Pablo Aluísio.
O Último Matador
Título Original: The Law vs. Billy the Kid
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: William Castle
Roteiro: Janet Stevenson, Philip Stevenson
Elenco: Scott Brady, Betta St. John, James Griffith, Alan Hale Jr, Paul Cavanagh, William 'Bill' Phillips
Sinopse:
O filme narra as aventuras do lendário pistoleiro e fora-da-lei William Henry Bonney, mais conhecido como "Billy the Kid"! Ele é um jovem cowboy que se torna amigo de Pat Garrett, um caçador de recompensas. Billy tem um passado de confrontos violentos com homens da lei, mas Pat acredita que ele ainda pode trilhar um bom caminho. Para isso lhe ajuda a arranjar um emprego com o bondoso rancheiro John Tunstall. Após esse ser morto por um grupo de bandidos e facínoras, Billy decide se vingar de todos eles. Pat Garrett, agora um homem da lei, terá que ir atrás de seu grande amigo, Billy, para seu grande desprazer pessoal.
Comentários:
Para quem acha que William Castle só se destacou mesmo em filmes de terror como "A Casa dos Maus Espíritos" (1959), "Força Diabólica" (1959) ou "13 Fantasmas" (1960), eis aqui um faroeste dirigido por ele. O interessante é que Castle queria Vincent Price para o papel do xerife Pat Garrett, mas problemas de saúde o afastaram de última hora das filmagens. James Griffith então tomou o seu lugar. "The Law vs. Billy the Kid" (em tradução literal, "A Lei versus Billy the Kid") investe novamente na lenda do famoso pistoleiro do velho oeste. Obviamente que você não deve assistir a esse filme procurando por veracidade histórica. O Billy the Kid que vemos aqui é aquele mesmo saído das estorinhas fantasiosas da literatura de bolso que moldaram sua lenda no western. Tudo é tão romanceado que Billy em pouco se parece com o criminoso que foi na vida real. Biilly The Kid aqui surge na verdade como um dândi romântico, vítima de um triste realidade que o deixa sem escolhas, tendo que entrar mesmo no mundo do crime. Algo fora do ponto de vista histórico. Deixando isso de lado posso dizer que esse faroeste B da Columbia (o mais modesto dos grandes estúdios de Hollywood) ainda consegue servir como diversão de matinê. A fita é ágil e não perde tempo com amenidades e embora tenha sido realizada com orçamento pequeno consegue agradar e divertir. Até mesmo Scott Brady, que já tinha passado da idade certa para interpretar Billy, consegue convencer em seu papel. Assim fica mais essa recomendação para os fãs de faroestes mais antigos pois "The Law vs. Billy the Kid" é pura diversão saudosista.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2022
Matrix Resurrections
"Matrix Resurrections" é o quarto filme da franquia "Matrix". Mais uma sequência tardia, fora de época. O filme não chegou a fazer muito sucesso, na realidade até deu certo prejuízo, o que deve enterrar de vez a série para o cinema. As críticas foram muitas e a mais recorrente dizia que o filme não tem originalidade e que apenas tenta requentar as boas ideias da trilogia original. Eu concordo plenamente com esse ponto de vista. Nada nesse "Matrix 4" surpreende ou inova. No fundo me pareceu apenas uma tentativa dos envolvidos em faturar algum lucro com antigas boas ideias. O final deixa a porta aberta, como se pretendesse dar um reboot em uma nova linha de filmes. Pela bilheteria fraca acho que isso não vai acontecer.
A trilogia original já havia fechado muito bem a história que pretendia contar. Esse quarto filme realmente não tinha nada de novo a dizer. Tirando uma ou outra boa cena de ação tudo o mais é repetitivo de um passado de glórias que não volta mais. Ressuscitaram Neo e Trinity com uma desculpa esfarrapada qualquer, o que distoa completamente do roteiro e da mensagem do terceiro filme que deveria ser o último. E para piorar o roteiro desse "Matrix 4" ainda investe em umas piadinhas cretinas, como a cena final depois dos créditos. Era para fazer rir? Só ficou constrangedor de tão sem graça! Enfim, realmente esse quarto filme não tinha razão de existir. É mais uma continuação mais do que tardia que nada acrescenta aos filmes originais. Perda de tempo.
Matrix Resurrections (Estados Unidos, 2021) Direção: Lana Wachowski / Roteiro: Lana Wachowski, David Mitchell / Elenco: Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Yahya Abdul-Mateen II, Jonathan Groff, Neil Patrick Harris / Sinopse: Programador e criador de um game de sucesso do passado chamado "Matrix" descobre que ele vive em uma realidade criada por máquinas que escravizaram a humanidade. Agora ele tentará retornar ao mundo real para mudar esse estado de coisas.
Pablo Aluísio.