terça-feira, 8 de junho de 2021

Chá com Mussolini

Título no Brasil: Chá com Mussolini
Título Original: Un tè con Mussolini
Ano de Produção: 1999
País: Itália, Inglaterra
Estúdio: Medusa Films, Cattleya Cinema
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: John Mortimer, Franco Zeffirelli
Elenco: Maggie Smith, Cher, Judi Dench, Lily Tomlin, Joan Plowright, Baird Wallace, Baird Wallace

Sinopse:
Um grupo de senhoras inglesas, na terceira idade, vivendo em Florença na Itália nas vésperas da eclosão da II Guerra Mundial, acabam sendo vítimas do regime fascista de Mussolini, apenas por causa de sua nacionalidade. E algumas delas, por ironia do destino, tinham até grande apreço pela figura do Duce. Filme premiado pelo BAFTA Awards na categoria de melhor atriz coadjuvante (Maggie Smith).

Comentários:
Bom filme. O contexto histórico é dos mais interessantes, mostrando a Itália nas vésperas do pais entrar de vez na II Guerra Mundial como aliado dos nazistas de Hitler. Aqui o mais interessante é como os fascistas são mostrados. No começo do filme eles são vistos pelas senhoras inglesas como bons rapazes, patriotas, cristãos, que querem implantar a lei e a ordem no país. Só que não demora muito e a verdadeira face deles surge, com muita violência e perseguições, inclusive contra elas. Há um garoto que permeia toda a trama, um jovem que o pai tenta esconder da esposa porque ele é fruto de um caso extraconjugal. Acaba indo parar em um orfanato. E esse menino termina sendo adotado informalmente pelas senhoras britânicas. As características do cinema italiano também se fazem bem presentes, com aqueles temas incidentais bem melosos e piegas. A única coisa que não me convenceu muito nesse bom filme foi justamente o trabalho da cantora Cher. Ela interpreta uma americana rica e espalhafatosa. Sua atuação não ficou boa. Colocar Cher em filme de época, com todos aqueles figurinos antigos, definitivamente não funciona muito bem. Fica muito superficial e nada convincente. Fora isso, o filme pode ser considerado até muito bom.

Pablo Aluísio.

Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão

Título no Brasil: Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão
Título Original: A Midsummer Night's Sex Comedy
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, José Ferrer, Julie Hagerty, Tony Roberts, Mary Steenburgen

Sinopse:
Um inventor maluco e sua esposa convidam dois outros casais para uma festa de fim de semana em uma romântica casa de verão no interior.  E na casa de campo começam os jogos de sedução e também de humor, uma vez nem todos possuem o jeito certo para seduzir.

Comentários:
Esse é considerado um dos filmes fracos do Woody Allen. Nem os críticos que sempre parecem estar ao seu lado apreciaram muito esse filme. Há coisas bem diferentes aqui. Woody Allen deixou sua Nova Iorque querida, onde realizou praticamente todos os seus filmes, para rodar um filme em um lugar mais rural, no campo, longe da cidade grande. Sua intenção era fazer uma espécie de paródia em cima de duas obras de Shakespeare, "Sonho de uma noite de verão" e "A tempestade". Deu certo? Não muito. Eu fiquei com a impressão que ele não conseguiu passar todas as referências que queria nesse roteiro. Além disso o humor inteligente não se fez tão presente. Assim tudo o que sobra é um filme bem esquecível que não vai definitivamente agradar a todo mundo - e nem muito menos aos fãs mais exigentes de Woody Allen.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Agatha e a Maldição de Ishtar

Após se divorciar do marido, a famosa escritora Agatha Christie (Lyndsey Marshal) decide viajar, fazer turismo. O lugar escolhido é a antiga Mesopotâmia (atual Iraque) onde ela pretende visitar alguns amigos que estão participando de escavações de arqueologia de civilizações antigas. Acaba chegando no local, após uma longa viagem, justamente na mesma ocasião do assassinato de um dos ingleses que faziam parte da expedição. Assim ela decide participar das investigações e tal como o personagem mais famoso de seus livros, o inspetor belga Hercule Poirot, ela tenta decifrar o misterioso crime.

O que temos aqui é um filme que mistura fatos históricos reais e pura ficção. Sim, a escritora Agatha Christie realmente viajou até o Iraque na década de 1930 para fazer turismo, entretanto não se envolveu em uma trama de mistério e assassinato como vemos no filme. É puro realismo fantástico. Isso não significa que o filme em si seja ruim, longe disso. O roteiro é criativo, achei até bem original, muito embora o mistério não chegue nem perto das bem elaboradas tramas dos livros da verdadeira escritora. É a tal coisa, isso só seria possível se ela tivesse escrito o roteiro. Como isso obviamente não aconteceu, o que temos aqui é apenas uma pálida cópia de seus livros.

Agatha e a Maldição de Ishtar (Agatha and the Curse of Ishtar, Inglaterra, 2019) Direção: Sam Yates / Roteiro: Tom Dalton / Elenco: Lyndsey Marshal, Bronagh Waugh, Jonah Hauer-King / Sinopse: A escritora Agatha Christie se envolve em um mistério de assassinato durante uma viagem de turismo pelo Iraque, numa situação que lembra demais seus próprios livros de romances policiais.

Pablo Aluísio.

A Fogueira das Vaidades

Título no Brasil: A Fogueira das Vaidades
Título Original: The Bonfire of the Vanities
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Michael Cristofer
Elenco: Tom Hanks, Bruce Willis, Melanie Griffith, Morgan Freeman, Kim Cattrall, Kevin Dunn

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Tom Wolfe, o filme "A Fogueira das Vaidades" conta a história de um choque violento de classes sociais. Depois que sua amante atropela um jovem adolescente negro, um figurão de Wall Street vê sua vida se desfazer sob os holofotes da imprensa sensacionalista

Comentários:
Tinha tudo para ser um grande filme, um grande sucesso. Elenco recheado de astros e estrelas de Hollywood, um bom diretor e um livro de sucesso como base do roteiro. Só que ao invés disso "A Fogueira das Vaidades" se tornou um dos grandes fracassos do cinema americano nos anos 90. O que deu errado? Acredito que o problema principal veio do roteiro mal escrito. Perceba que a fina ironia do texto original escrito pelo autor Tom Wolfe simplesmente se perdeu nessa adaptação. Tudo ficou truncado, resultando em um filme realmente ruim de se assistir. Além disso o elenco não pareceu se encaixar bem, nem mesmo Tom Hanks parece bem. Inclusive considero esse seu pior filme. E assim o que era para ser um sucesso, uma obra-prima, afundou de forma absoluta. Pena que um livro tão interessante tenha resultado em um filme tão fraco. E o pior de tudo é que como o filme foi malhado pela crítica e o público não se interessou em assistir, provavelmente não haverá uma tentativa de adaptação do livro mais uma vez para o cinema. Bom material que se perdeu de forma definitiva na sétima arte.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de junho de 2021

A Gata e o Rato

Título no Brasil: A Gata e o Rato
Título Original: Moonlighting
Ano de Produção: 1985 - 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: ABC Circle Films
Direção: Allan Arkush, Peter Werner
Roteiro: Glenn Gordon Caron, Roger Director
Elenco: Cybill Shepherd, Bruce Willis, Allyce Beasley, Curtis Armstrong, Kristine Kauffman, Jonathan Ames

Sinopse:
A série "Moonlighting" contava a história de dois investigadores privados, Maddie Hayes (Cybill Shepher) e  David Addison Jr (Bruce Willis). Juntos eles investigam os mais interessantes e misteriosos casos. Série premiada seis vezes no Primetime Emmy Awards.

Comentários:
Essa foi uma das séries que mais curti nos anos 80. Se a minha memória não está falhando nesse momento, acredito que era exibida nas noites de terça-feira na Rede Globo. Isso em um tempo em que essa emissora exibia com regularidade diversas séries americanas em sua programação. Foi a primeira vez que conheci Bruce Willis. Naquele momento ele não era famoso e nem um astro do cinema. Essa transição só ocorreria algum tempo depois e seria justamente o motivo da série ser cancelada após cinco bem sucedidas temporadas. Como Bruce fez sucesso nos cinemas ele decidiu que não iria mais renovar seu contrato com a ABC. Cybill Shepherd também era um dos bons motivos para assistir a série. Ela era a alma dos episódios. Seu caminho curiosamente foi o extremo oposto de Bruce, afinal ela já tinha uma carreira no cinema quando decidiu ir para a TV. Enfim, mesmo com alguns episódios até bem bobinhos, "A Gata e o Rato" marcou época na TV, tanto nos Estados Unidos como aqui no Brasil.

Pablo Aluísio.

Casal 20

Essa série fez muito sucesso, ali por volta do começo dos anos 80. No Brasil teve tanta audiência que a Rede Globo chegou a exibi-la por vários anos no horário nobre da emissora. Realmente era uma série campeã de audiência da emissora, ao lado de Magnum e A Ilha da Fantasia. No total foram 5 temporadas, exibidas entre os anos de 1979 a 1984. totalizando 111 episódios. O sucesso parecia garantido, tudo corria bem até que... a morte da esposa do ator Robert Wagner, a também atriz Natalie Wood, em circunstâncias mal explicadas, começaram a minar a audiência do programa.

Revistas de fofocas e tabloides sensacionalistas começaram a levantar teorias (nunca comprovadas) de que Wagner teria algo a ver com a morte da atriz. A coisa bateu forte e parte do público acreditou nas acusações - que no fundo jamais foram provadas. Com isso a cada ano a série Casal 20 ia perdendo cada vez mais audiência, até ser finalmente cancelada em 1984. Robert Wagner caiu em depressão e levou alguns anos para se recuperar, afinal além do cancelamento da série ele precisou enfrentar todo tipo de calúnia e difamação por anos e anos. Quem disse que o mundo era justo?

Casal 20 (Hart to Hart, Estados Unidos, 1979 - 1984) Direção: Tom Mankiewicz, Earl Bellamy / Roteiro: Sidney Sheldon / Elenco: Robert Wagner, Stefanie Powers, Lionel Stander / Sinopse: Jonathan e Jennifer Hart formam um casal que viaja pelo mundo e desvenda os mais intrigados casos de romance e assassinato. E esse casal de detetives amadores jamais perde a pose da elegância e da sofisticação nas festas de alta classe que frequentam.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de junho de 2021

Infiltrado

Para quem acha que filmes de ação não podem ser também inteligentes e bem roteirizados, eu indico esse novo "Infiltrado" do diretor Guy Ritchie. O roteiro se baseia em torno de uma situação básica, onde um grupo fortemente armado tenta roubar um carro forte. As coisas não saem exatamente como planejado e um jovem morre de forma inocente. E esse fato vai dar origem a uma série de eventos que o roteiro vai explorar de forma muito eficiente. Quando o filme começa tudo o que acompanhamos é a chegada de um inglês de poucas palavras em busca de um emprego numa empresa de transporte de valores. Essa empresa transporta diariamente milhões de dólares pelas ruas da cidade. Verdadeiras fortunas.

Acontece que H (Jason Statham) tem ótimo currículo e é logo admitido para trabalhar. Ele então passa a trabalhar em um daqueles carros fortes. Caladão, jeito de poucos amigos, ele mostra que é um segurança diferenciado. Logo na primeira tentativa de assalto, sai do carro e encara os criminosos face a face. Pior para todos eles. A coisa toda não parece natural. Todos começam a se perguntar, quem seria aquele sujeito? De onde ele vinha? Teria algum tipo de treinamento especial? São perguntas que vão ser respondidas pelo ótimo roteiro. Só não espere por banalidades, porque tudo nesse filme é bem construído, com destaque para a linha narrativa que vai e vem no tempo. Aos poucos tudo vai se encaixando. Não disse que Guy Ritchie não subestimava a inteligência do público? Pois é, não subestima mesmo. E nesse processo faz grande cinema.

Infiltrado (Wrath of Man, Estados Unidos, 2021) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Nicolas Boukhrief, Éric Besnard / Elenco: Jason Statham, Andy Garcia, Holt McCallany, Josh Hartnett, Scott Eastwood, Chris Reilly / Sinopse: Jason Statham interpreta H. Ele é contratado por uma empresa de segurança de valores, ao mesmo tempo que parece ter uma ligação com um assalto, ocorrido alguns meses antes, quando dois seguranças dessa mesma empresa foram mortos. Haveria mesmo alguma ligação entre os eventos criminosos?

Pablo Aluísio.

Por Volta da Meia-Noite

Título no Brasil: Por Volta da Meia-Noite
Título Original: Round Midnight
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bertrand Tavernier
Roteiro: David Rayfiel, Bertrand Tavernier
Elenco: Dexter Gordon, Herbie Hancock, François Cluzet, Gabrielle Haker, Frédérique Meininger, Liliane Rovère

Sinopse:
Na década de 1950, o músico de jazz Dale Turner (Dexter Gordon) decide formar um grupo musical para tocar em Paris, na França, onde os músicos negros americanos são muito mais valorizados por sua arte. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator (Dexter Gordon). Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor música (Herbie Hancock).

Comentários:
Filme que foi bastante elogiado pela crítica em seu lançamento original. A grande qualidade do filme resultou da boa ideia de se mesclar em seu elenco atores profissionais com músicos de verdade. Assim quando a banda sobe no palco o espectador logo vai perceber que ali há músicos reais, talentosos e alguns até mesmo mestres do jazz. Nada de atores fingindo saber tocar instrumentos musicais. Por essa razão também a trilha sonora é uma das maiores forças do filme. E o roteiro também explora a vida pessoal de alguns músicos dos anos 50, muitos deles com problemas envolvendo bebidas e drogas. Essa parte garante o lado da dramaturgia do filme. Embalado pelo alto padrão do jazz americano, resgatando um cenário musical e artístico que já não existe mais, esse "Por Volta da Meia-Noite" é especialmente indicado aos admiradores do jazz dos Estados Unidos, em um de seus momentos mais inspirados.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Christine, o Carro Assassino

Título no Brasil: Christine, o Carro Assassino
Título Original: Christine
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures,
Direção: John Carpenter
Roteiro: Bill Phillips
Elenco: Keith Gordon, John Stockwell, Alexandra Paul, Robert Prosky, Harry Dean Stanton, Christine Belford

Sinopse:
Filme baseado em livro de Stephen King. Um garoto nerd compra um carro estranho com uma mente maligna própria e sua natureza começa a mudar para refletir isso. O varro começa a ganhar vida própria, fazendo e procurando vingança como se fosse dominado por uma força maior.

Comentários:
Eu sempre gostei muito das adaptações dos livros do Stephen King para o cinema. Até mesmo os filmes menores me deixavam satisfeito (e vi muitos deles nos cinemas ao longo de todos esses anos). Porém devo confessar que nunca gostei muito desse "Christine, o Carro Assassino". Sempre fiquei me perguntando quando via esse filme sobre o que o King tinha na cabeça para criar um conto tão bobo e com argumento tão rasteiro. Aliás sempre que o autor se mete a escrever sobre carros a coisa perde o rumo. Basta lembrar de "Comboio do Terror" e coisas parecidas. Não dá certo, simplesmente não dá. Talvez forçando um pouco a barra e dando desconto podemos até relevar esse tom mais crítico, afirmando que nos anos 80 esse tipo de coisa até funcionava bem. Porém já naquela época, quando vi o filme pela primeira vez, simplesmente não gostei. Assim minha opinião é a de que embora esse filme tenha seus fãs, é um dos mais fracos da longa lista do King na sétima arte. Esse é o meu veredito final sobre essa produção.

Pablo Aluísio.

A Garota de Rosa-Shocking

Título no Brasil: A Garota de Rosa-Shocking
Título Original: Pretty in Pink
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Howard Deutch
Roteiro: John Hughes
Elenco: Molly Ringwald, James Spader, Andrew McCarthy, Jon Cryer, Harry Dean Stanton, Annie Potts,

Sinopse:
A adolescente Andie (Molly Ringwald) precisa decidir se vai dar uma chance ao seu amigo de infância Duckie (Jon Cryer), que sempre foi louco por ela ou se vai namorar o riquinho e bonito Blane (Andrew McCarthy), um dos melhores partidos da sua escola. Filme premiado pelo BMI Film & TV Awards.

Comentários:
Ser um adolescente nos anos 80 poderia ser bem problemático, como bem podemos observar nesse clássico jovem daquela década, chamado "A Garota de Rosa-Shocking". E aqui temos um fato curioso. O filme não foi dirigido por John Hughes como muitos ainda hoje se confundem. Ele apenas produziu o filme e escreveu o roteiro. Imprimiu sua marca de uma maneira tão forte que todos que lembram desse filme logo lembram do nome de John Hughes. O diretor de verdade nem é citado. Ecos da genialidade de Hughes, sem dúvida. E o elenco é puro anos 80. Quem viveu a época vai sentir enorme nostalgia. Molly Ringwald, a ruivinha, era uma das musas dos filmes adolescentes dos anos 80. Andrew McCarthy era ídolo teen, com sua cara de baby face e James Spader sempre interpretava o riquinho nojentinho com cara de esnobe. Funcionava como vilão na maioria das vezes. Curiosamente o jovem Jon Cryer só encontraria o merecido sucesso anos depois, na TV, na série de humor "Dois Homens e Meio" ao lado de outro ídolo dos anos 80, Charile Sheen. Aqui ele dá show, principalmente nas cenas em que dublava grandes hits do passado. Enfim, uma amostra do que de melhor o cinema americano produziu em termos de filmes para jovens naquela década.

Pablo Aluísio.