quarta-feira, 5 de maio de 2021

Instinto Predador

Mais um filme B da carreira de Nicolas Cage; Aqui ele interpreta um caçador americano na selva amazônica brasileira. Ele vai caçar uma onça rara, branca, única no mundo. Sua intenção é capturar o animal para vender em zoológicos nos Estados Unidos. Pois é, além de caçador também é um traficante de animais. Depois de vários problemas ele finalmente consegue embarcar o precioso bicho em um velho cargueiro. A questão é que no mesmo navio um grupo de agentes do FBI vão escoltando um perigoso criminoso que estava na América do Sul. Junte as peças e você sabe muito bem o que vem pela frente.

Claro que o criminoso vai se soltar e tocar o terror dentro do navio. Mais do que isso, vai soltar todos os bichos do caçador. E aí os tripulantes vão tentar sobreviver, não apenas pelo fato de haver um criminoso solto dentro da embarcação, como também animais selvagens, inclusive cobras venenosas. É a tal coisa, poderia ser até um filme pipoca para pura diversão. O problema são os efeitos digitais, todos muito ruins. Ao invés de trazer animais de verdade para o filme os produtores decidiram fazer tudo por computação gráfica, muito mal feita. Aí a coisa toda desanda. A onça não parece uma onça. Parece qualquer coisa, menos uma onça. Até os macacos são digitais. Impressionante como estragaram o filme por isso.

Instinto Predador (Primal, Estados Unidos, 2019) Direção: Nick Powell / Roteiro: Richard Leder / Elenco:  Nicolas Cage, Famke Janssen, Kevin Durand, LaMonica Garrett / Sinopse: Frank Walsh (Nicolas Cage) é um caçador americano que está levando animais raros para venda nos Estados Unidos, quando o navio onde viaja cai nas mãos de um perigoso criminoso internacional. Agora começa uma verdadeira luta pela sobrevivência.

Pablo Aluísio.

Floresta das Esmeraldas

John Boorman sempre foi um ótimo cineasta. Tirando alguns tropeços como "O Exorcista II", sua filmografia é bem regular, com bons filmes. Entre os meus preferidos poderia citar "Inferno no Pacífico!", "Esperança e Glória", "Excalibur" e "Amargo Pesadelo". Esse "The Emerald Forest" foi lançado em uma época em que Hollywood estava apostando em filmes de aventura passados em lugares exóticos como "A Joia do Nilo". Só que esse filme passava muito longe do longa estrelado por Michael Douglas. Não era aventura pela aventura, tinha um toque mais dramático, mais sério. Procurava ser cinema de qualidade, longe do espírito das matinês descompromissadas.

A história, parcialmente inspirada em fatos reais, mostrava o desaparecimento do filho de um engenheiro americano que estava trabalhando na floresta amazônica. O menino foi levado por índios. Depois de seu desaparecimento o pai embarca em uma obsessiva busca por ele, adentrando os lugares mais inóspitos da floresta. E quando finalmente o encontra, quase uma década depois, acaba tendo uma desagradável surpresa. Penso que é um dos bons filmes de Boorman embora se perceba uma certa interferência dos estúdios no filme. Enquanto o diretor queria fazer um drama, os produtores queriam uma aventura na selva. O resultado ficou no meio do caminho entre os dois extremos.

Floresta das Esmeraldas (The Emerald Forest, Inglaterra, 1985) Direção: John Boorman / Roteiro: Rospo Pallenberg / Elenco: Powers Boothe, Meg Foster, Yara Vaneau / Sinopse: Engenheiro americano trabalhando em uma floresta tropical da América do Sul vê seu filho desaparecer. Ele foi levado por nativos selvagens. Pelos próximos dez anos de sua vida fará de tudo para encontrar seu filho desaparecido. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor direção de fotografia (Philippe Rousselot).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de maio de 2021

A Fórmula

Título no Brasil: A Fórmula
Título Original: The Formula
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio:  Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John G. Avildsen
Roteiro: Steve Shagan
Elenco: George C. Scott, Marlon Brando, Marthe Keller, John Gielgud, Beatrice Straight, Richard Lynch

Sinopse:
A fórmula de produção de combustível sintético, inventada pelos nazistas no final da Segunda Guerra Mundial, é procurada por alguns homens de negócios que pretendem vendê-la e por outros que desejam destruí-la. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (James Crabe).

Comentários:
Em sua autobiografia o ator Marlon Brando explica que só decidiu fazer esse filme por causa do roteiro, que explorava essa questão corporativa do mundo sórdido dos negócios escusos. Ele queria explorar o mal que existia por trás de certas indústrias. E também deixa claro que não fez o filme por dinheiro, recebendo o cachê mínimo do sindicato de atores. Também contribuiu o fato do filme ter George C. Scott no elenco que era amigo pessoal de Brando, seu vizinho em um bairro de Los Angeles. E também um dos melhores atores de sua geração. E não havia apenas ele. Tinha também o shakesperiano John Gielgud, ou seja, três monstros vivos do mundo da arte dramática. Pena que esse foi um caso de filme menor para elenco grandioso. Inegavelmente "A Fórmula" é um filme que não está à altura desse elenco fenomenal e primoroso. A direção também soa um tanto preguiçosa, deixando o filme cair em um certo marasmo.

Pablo Aluísio.

Never Grow Old

O imigrante irlandês Patrick Tate (Emile Hirsch) vive com sua família em um pequeno rancho numa cidadezinha do velho oeste. O lugar é dominado por um pastor evangélico que impõe uma rígida disciplina aos moradores, sendo proibido o consumo de álcool. Não há saloons abertos. Também não há prostituição. Tudo de acordo com a moralidade cristã. Isso muda quando o caçador de recompensas e pistoleiro Dutch Albert (John Cusack) chega no lugar. Ele está atrás de um assassino foragido. Liderando um bando de criminosos, ele decide se apoderar de um dos estabelecimentos comerciais do lugar e abre ali um saloon. Quebra as regras de moralidade sem a menor cerimônia.

Como Dutch é um sujeito violento, com fama de psicopata, ninguém ousa enfrentá-lo. Em pouco tempo retorna a prostituição na cidade, assim como o consumo de bebidas e os jogos de cartas, que quase sempre acabam com um dos jogadores baleado ou morto. O irlandês Tate trabalha também como agente funerário e vai levando sua vida, até que um dos capangas de Dutch decide mexer com sua mulher no rancho. A partir daí vem o confronto pois Tate precisa se posicionar, abrindo uma caixa de Pandora de violência e mortes na cidade.

Gostei bastante desse western. Há um clima sombrio, soturno que permeia o filme do começo ao fim. As cenas são bem escuras, geralmente iluminadas apenas por tochas. Tudo para combinar com a tensão que desce sobre aquela comunidade com a presença pecaminosa do vilão Dutch. O grande destaque do elenco vem com John Cusack. Ele está perfeito como o vilão. Um sujeito com fala mansa, típica de psicopatas, como se estivesse na véspera de cometer algum crime, alguma atrocidade. È um faroeste que me surpreendeu em diversos níveis. Meu veredito não poderia ser outro: É um filmão!

Never Grow Old (Estados Unidos, 2019) Direção: Ivan Kavanagh / Roteiro: Ivan Kavanagh / Elenco: Stars: Emile Hirsch, John Cusack, Déborah François, Molly McCann / Sinopse: Pequena e pacata cidade do velho oeste é abalada com a chegada de um pistoleiro e caçador de recompensas conhecido como Dutch, o Holandês. E ele parece disposto a trazer violência e morte para aquele vilarejo, antes devoto com a moralidade cristã.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

O Som do Silêncio

Imagine perder setenta por cento de sua audição de repente. Em um minuto tudo está bem, em questão de segundos você não consegue mais ouvir praticamente nada. As pessoas falam com você, mas não há como entender. Apenas ruídos e sons abafados. É justamente isso que acontece com o protagonista desse excelente filme "O Som do Silêncio". Ele é baterista em um grupo de rock pesado ao lado da namorada, guitarrista e vocalista. Numa tarde que antecede o show sua audição simplesmente deixa de existir. Assim, do nada, ele fica praticamente surdo.

Os membros da equipe técnica desse filme fizeram um trabalho de som, edição de som e efeitos sonoros dignos de todos os aplausos. O espectador mergulha na surdez junto com o personagem. Os ruídos e sons abafados que ele passa a sentir são os mesmos que são colocados no filme, como se o espectador também tivesse perdido sua audição. O efeito disso é devastador para quem assiste o filme. Você se coloca na pele do personagem, sentindo exatamente o mesmo drama que ele está vivenciando. Algo que realmente perturba e abala.

Dos que estavam concorrendo ao Oscar de melhor filme desse ano esse era o único que me faltava assistir. Fiquei realmente impressionado com seu rigor técnico. A história é obviamente triste, mas mantém uma certa dose de esperança. O jovem baterista que fica surdo encontra uma comunidade de deficientes auditivos para se socializar, aprender a linguagem dos sinais, inclusive ao lado de crianças. Não é algo fácil se recolocar em uma nova realidade, mas ele tenta. Também vende tudo o que tem para bancar uma cirurgia, com a colocação de um implante, para melhorar a percepção sonora do mundo ao redor. Enfim, essa é uma daquelas histórias que fazem refletir e agradecer. Agradecer aquilo que temos e muitas vezes não percebemos. Esse é um filme que realmente não o deixará indiferente.

O Som do Silêncio (Sound of Metal, Estados Unidos, 2019) Direção: Darius Marder / Roteiro: Darius Marder, Abraham Marder / Elenco: Riz Ahmed, Olivia Cooke, Paul Raci, Lauren Ridloff, Mathieu Amalric / Sinopse: O filme conta a história de Ruben (Riz Ahmed), o baterista de um grupo de rock pesado que fica surdo. De repente, perde grande parte de sua audição e precisa de forma desesperada se moldar a uma nova realidade em sua vida. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor som e melhor edição. Também indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator (Riz Ahmed), melhor ator coadjuvante (Paul Raci) e melhor roteiro original.

Pablo Aluísio.

Aprendiz de Feiticeiro

Título no Brasil: Aprendiz de Feiticeiro
Título Original: The Hard Way
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Lem Dobbs, Michael Kozoll
Elenco: Michael J. Fox, James Woods, Stephen Lang, Annabella Sciorra, John Capodice, Luis Guzmán

Sinopse:
Nick Lang (Michael J. Fox) é um jovem astro de sucesso em Hollywood. Um ator popular entre o público juvenil. Entretanto ele quer mudar sua carreira, interpretar um tira durão em seu próximo filme. Assim passa a acompanhar John Moss (James Woods), um policial verdadeiro de Nova Iorque, em suas ações. Claro que Moss acha péssimo ter que acompanhar aquele ator de cinema.

Comentários:
O filme foi uma aposta da Universal naquele verão. Foi uma produção cara, com campanha de marketing agressivo nos cinemas. Era um filme estrelado pelo astro do momento, Michael J. Fox, no auge de sua popularidade por causa do filme "De Volta Para o Futuro". Porém, mesmo com tudo a favor, o filme não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. O que deu errado? O roteiro era sem novidades, cheio de clichês. Afinal pense bem, quantos filmes você não já assistiu usando desse mesmo enredo? Muitos, certamente. A velha coisa de termos dois parceiros com personalidades diferentes em um filme policial. Isso já foi usado à exaustão, vamos ser sinceros. E se falha no gênero policial, erra ainda mais na questão do humor. É um filme sem graça, que ficou muito datado com os anos. Olhando para o passado parece que J. Fox só conseguiu acertar mesmo com o filme de Zemeckis e Spielberg. Todo o restante de sua filmografia não foi muito marcante. Essa é a verdade.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de maio de 2021

Bela Vingança

Cassie (Carey Mulligan) era uma garota promissora. Estudante de medicina, estudiosa e inteligente, tinha tudo para se destacar. Porém agora trabalha em uma lanchonete, em um subemprego. O que deu errado em sua vida? Quando era estudante viu sua melhor amiga ser estuprada por um bando de estudantes universitários em uma fraternidade. Nenhum dos envolvidos foi punido. Isso destruiu a vida da amiga e dela mesma. E quando descobre que o principal envolvido no caso vai se casar, ela decide fazer alguma coisa, partir para uma vingança pessoal.

Essa produção foi mais uma que concorreu ao Oscar de melhor filme nesse ano de 2021. Não é um filme com "cara de Oscar". Passa muito longe disso. Começa quase como uma peça de humor negro, mas depois de um tempo vai se revelando mais amargurada do que o normal. A protagonista é uma mulher torturada pelo passado. Ela finge estar embriagada em clubes e boates só para ter o gostinho de se vingar dos homens que tentam abusar dela. É uma (ainda) jovem que não encontrou bem o rumo de sua vida. O desejo de se vingar dos homens parece ser seu único objetivo de vida.

Carey Mulligan domina o filme. Ela continua esse atriz cheia de talento, mas achei sua aparência física bem diferente. Não é mais aquela garota bonita e jovial dos filmes do passado. Agora é uma mulher madura, já com as primeiras rugas aparecendo. As marcas do tempo estão em seu rosto. O que combinou muito bem com sua personagem, que sofre de um trauma que não parece ir embora jamais. Carey inclusive foi indicada ao Oscar, mas não venceu. Acredito que a mera indicação já tenha sido um reconhecimento por seu trabalho. Está realmente acima da média. Por fim, apesar de ter gostado do filme de uma maneira geral, não consegui apreciar seu final. Achei muito trágico e melancólico, apesar dos roteiristas criaram uma "última vingança" da personagem dela. Terminar tudo em uma fogueira no meio da floresta foi um pouco demais em meu ponto de vista.

Bela Vingança (Promising Young Woman, Estados Unidos, 2020) Direção: Emerald Fennell / Roteiro: Emerald Fennell / Elenco: Carey Mulligan, Chris Lowell, Bo Burnham, Alison Brie, Austin Talynn Carpenter, Jennifer Coolidge / Sinopse: No passado Cassie sofreu um pesado trauma quando sua amiga foi estuprada por um grupo de jovens universitários numa festa. Ela então largou a faculdade de medicina e agora, anos depois, tenta encontrar um jeito de se vingar de todos eles. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro original (Emerald Fennell). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz ( Carey Mulligan), Melhor Direção (Emerald Fennell) e Melhor Edição (Frédéric Thoraval).

Pablo Aluísio.

Chorus Line

Recentemente tivemos uma adaptação desastrosa de um musical da Broadway para o cinema. Estou me referindo ao péssimo "Cats". Esse fracasso me fez lembrar de adaptações extremamente bem sucedidas do passado que se tornaram grandes filmes. Um dos maiores exemplos que temos é esse belo musical chamado "Chorus Line". O interessante é que esse filme foi dirigido por um não especialista em filmes musicais. Estou falando de  Richard Attenborough, que havia se notabilizado pelo drama histórico "Gandhi". Quem poderia imaginar que ele se daria tão bem em um estilo cinematográfico tão diferente e específico?

A história de "Chorus Line" tem muitas semelhanças com "Fama", lançado alguns anos antes e que inclusive já escrevi sobre aqui em nosso blog. O protagonista desse filme tenta passar em um teste extremamente importante para seu futuro. Ele é um dançarino e tenta ser aprovado para participar de um musical da Broadway, algo que poderá mudar sua vida dali para frente.  O diretor da peça é conhecido por ser extremamente exigente, um daqueles profissionais do mundo da dança que só aceitam a perfeição. Será que ele conseguirã essa aprovação? Enfim, belo filme com ótimas cenas de coreografia. Para que aprecia a arta da dança é um filme obrigatório.

Chorus Line: Em Busca da Fama (A Chorus Line, Estados Unidos, 1985) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: Arnold Schulman, Michael Bennett / Elenco: Michael Douglas, Terrence Mann, Michael Blevins, Sharon Brown / Sinopse: Jovem dançarino sonha em ser aprovado em um teste para a produção de um grande musical da Broadway. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor som, melhor edição e melhor música ( "Surprise, Surprise").

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de maio de 2021

Tuff Turf: O Rebelde

Quem é mais jovem provavelmente só conhece o ator James Spader por causa da série "Lista Negra". Porém quem é fã veterano de cinema lembra de outra fase da carreira desse ator. Lembra dos anos 80 quando ele se especializou em fazer papéis de jovens riquinhos e malvados, principalmente nos filmes memoráveis de adolescentes dirigidos pelo genial John Hughes. Pois bem, esse filme "Tuff Turf: O Rebelde" é justamente dessa época. Claro que os melhores filmes sobre rebeldes foram feitos nos anos 1950, mas é aquela coisa, certos nichos cinematográficos resistem ao passar dos anos. Nunca morrem e estão sempre se renovando, de uma maneira ou outra.

Não é dos melhores filmes do Spader nessa fase de sua vida, temos que reconhecer bem isso. Entretanto fez um sucesso considerável no Brasil por ter sido lançado em VHS por aqui pelo selo SBT Vídeos. Isso mesmo, o Silvio Santos entrou no mercado das locadoras de vídeos nos anos 80 e promoveu demais essa fita em seu canal de TV. Talvez justamente por essa razão esse filme tenha ficado tão conhecido entre os jovens brasileiros. No geral é uma fita B que até tem seus bons momentos, mas certamente durante a década de 1980 o James Spader fez coisa muito, mas muito melhor.

Tuff Turf: O Rebelde (Tuff Turf, Estados Unidos, 1985) Direção: Fritz Kiersch / Roteiro: Jette Rinck, Greg Collins O'Neill / Elenco: James Spader, Kim Richards, Paul Mones, Matt Clark / Sinopse: O novo garoto da escola, o novato, deve lutar contra uma gangue de jovens valentões do bairro depois de roubar a garota do líder dasse grupo de delinquentes.

Pablo Aluísio.

Passageiro Acidental

O filme mostra uma missão rumo a Marte. A nave tem apenas três tripulantes. Uma comandante, uma médica e um especialista em reino vegetal. Eles serão os primeiros a chegarem em Marte. Só que logo no começo da jornada surge um problema inesperado. Um engenheiro de lançamento é encontrado dentro da nave. Ele não sabe como foi parar ali. Ninguém sabe. Só que agora serão quatro pessoas na nave e não apenas três. E tudo o que diz respeito ao planejamento da missão foi organizado para dar suporte de vida a três tripulantes apenas. E para piorar o equipamento de produção de oxigênio se quebra.

Assim surge o principal conflito dentro da nave. Não há oxigênio para todos. Uma pessoa precisa ser eliminada, mas como isso seria eticamente possível? No desespero de causa dois astronautas são lançados ao exterior com o objetivo de alcançar uma das partes da nave, no espaço, para tentar captar mais oxigênio. Sò que são surpreendidos por uma tempestade solar, o que certamente causaria suas mortes instantaneamente, por causa da radiação, caso estivessem fora da nave.

A premissa inicial desse filme "Passageiro Acidental" é até interessante, mas falando sinceramente o roteiro tem pontas soltas nunca explicadas de forma satisfatória. Por exemplo, e só para ficar no básico, como esse quarto tripulante realmente foi aparecer na nave? O que aconteceu de verdade no lançamento? Isso nunca é explicado pelo roteiro. Ele simplesmente surge ali, caindo de dentro de uma das paredes da nave. Como uma missão enviada para Marte iria deixar passar um absurdo desses? Esqueceram de explicar. Enfim, de qualquer forma não chega a ser um filme ruim. Até tem bons efeitos especiais do lado de fora da nave, com os astronautas. Só não leve muito à sério tudo que assistir.

Passageiro Acidental (Stowaway, Alemanha, Estados Unidos, 2021) Direção: Joe Penna / Roteiro: Joe Penna, Ryan Morrison / Elenco: Toni Collette, Anna Kendrick, Daniel Dae Kim, Shamier Anderson / Sinopse: Missão espacial rumo ao planeta Marte entra em dificuldades após surgir, de forma inesperada, um quarto tripulante dentro da nave. A viagem, que deverá durar 2 anos terrestres, se torna impossível pela falta de oxigênio para todos os que estão dentro na nave espacial.

Pablo Aluísio.