Título no Brasil: Assassinato Sob Custódia
Título Original: A Dry White Season
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Davros Films, Star Partners
Direção: Euzhan Palcy
Roteiro: Colin Welland
Elenco: Donald Sutherland, Marlon Brando, Susan Sarandon, Janet Suzman, Gerard Thoolen, Susannah Harker
Sinopse:
Baseado no livro escrito por André P. Brink, o filme "Assassinato Sob Custódia" conta a história de um homem comum que decide ajudar seu ajudante negro a encontrar seu filho desaparecido. Isso serve para lhe mostrar os horrores do regime racista da África do Sul, seu sistema político e as atrocidades cometidas em nome de uma ideologia de segregação racial. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator (Marlon Brando).
Comentários:
Em um momento que se fala tanto em racismo estrutural, um filme como esse, que retrata o racismo como política de Estado, é mais do que providencial. Esse foi um dos últimos filmes da carreira de Marlon Brando. Ele só aceitou o convite para participar do filme por causa de seu tema. Não é segredo para ninguém que Marlon Brando defendeu ao longo de toda a sua vida uma agenda progressista. O tema do racismo lhe era muito caro. Ele participou de inúmeros movimentos em favor dos direitos sociais dos negros americanos durante a década de 1960 e não ia deixar passar em brancas nuvens um roteiro como esse. Para Brando não havia nada de mais infame do que o regime do Apartheid na África do Sul, onde negros e brancos eram separados por leis do próprio Estado. Havia áreas nobres que eram exclusivas para brancos, as melhores terras, as melhores plantações. Nenhum negro africano poderia colocar os pés nessas regiões pois seriam mortos. Caso um nativo entrasse nessas fazendas sem autorização levaria um tiro sem piedade. E ninguém seria preso por isso. Era direito dos brancos matar negros que entrassem em sua propriedade sem aviso ou autorização. Para os negros sobravam as favelas, as regiões sem condições de habitação, sem saneamento básico, segurança, nada! Para o branco colonizador vindo da Europa havia o melhor do país. Para os negros nativos, apenas a escória. Então, mesmo que esse filme seja considerado não tão bom por muitos, sua mensagem já prova o valor de sua existência. Em tempos atuais, quando o racismo volta a ganhar força, não deixa de ser relevante rever uma produção como essa.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de junho de 2020
Meu Nome é Ninguém
Não há como viver no auge da carreira para sempre. Mais cedo ou mais tarde, algum dia, mesmo os grandes atores e mitos do cinema precisam fazer grandes concessões em sua carreira. Mudar os rumos, ir atrás de algo diferente. Um caso bem exemplificativo disso é esse “Meu Nome é Ninguém”. Produção italiana cujo nome original, “Il mio nome è Nessuno”, foi traduzido ao pé da letra. O grande mito Henry Fonda, já com idade avançada, foi até a Europa para rodar esse western spaguetti ao lado de um dos mais populares atores do estilo, o carismático Terence Hill, que apesar do nome americano era na realidade de nacionalidade italiana. Seu nome real era Mario Girotti. Ele havia nascido na linda e histórica Veneza! Sua imagem de "gringo" se explicava porque ele descendia de alemães. Não era o tipo italiano padrão, mas sim parecia mais um estrangeiro.
Os mais jovens hoje em dia talvez não mais conheçam Terence Hill, mas quem tem mais de 40 anos sabe muito bem quem foi ele. Estrelou comédias e filmes de western muito populares, inclusive no Brasil. Como esquecer de Trinity, personagem imortal do cinema italiano de western Spaguetti? Ao lado do companheiro e amigo Bud Spencer também rodou inúmeros filmes pastelões que fizeram a alegria da garotada nas décadas de 1960, 70 e 80. Aqui Mario interpreta um verdadeiro “genérico” de Trinity, um personagem chamado “Nessuno” ou em bom português, “Ninguém”. Pegando nuances e características dos pistoleiros sem nome interpretados por Clint Eastwood, o ator faz na verdade uma grande paródia em cima desse tipo de personagem, que era muito popular nos filmes da época.
Aqui acompanhamos a estória de Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste que na velhice resolve ir para a Europa em busca de paz e tranqüilidade. Chegando lá começa a ser importunado por “Ninguém” (Terence Hill), um jovem pistoleiro que idolatra o passado glorioso de Jack. Sem muita noção, acaba colocando o americano em diversas situações complicadas, que vão do constrangedor ao perigo completo, ao ter que enfrentar um grupo de malfeitores, uma gangue de criminosos chamada The Wild Bunch. Apesar da sinopse bem ao velho estilo do faroeste, esse não é um filme para ser levado muito à sério, pois como não poderia deixar de ser em produções desse tipo, há também um acentuado tom cômico nas cenas. O humor sempre se mostra presente. Devo confessar que ver o grande mito Henry Fonda em filmes assim não me agradou completamente. Na verdade ele só fez o filme por pedido do amigo Sergio Leone (que assinou o roteiro). O interessante é que Fonda ficou doente logo no começo das filmagens na Espanha e o filme teve que ser terminado nos Estados Unidos, usando locações na Louisiana, Colorado e Novo México.
Isso até que foi bom pois tirou um pouco daquelas ambientações mais manjadas do cinema de western spaguetti. Além disso abriu portas para Terence Hill no cinema americano, que era o sonho de todo ator europeu da época. De qualquer modo o filme conseguiu virar um sucesso de bilheteria na Europa e no Brasil, talvez pelas forças dos nomes de Leone e Fonda. Também foi um dos últimos faroestes de Henry Fonda, pois naquela época já se sentia velho demais para o gênero. Então fica a dica desse western temporão com os mitos Fonda e Sergio Leone. Não é algo excepcional e nem uma obra-prima, mas pelos nomes envolvidos certamente merece ser redescoberto pelos admiradores do gênero.
Meu Nome é Ninguém (Il mio nome è Nessuno, Itália, 1973) Direção: Tonino Valerii / Roteiro: Sergio Leone, Fulvio Morsella / Elenco: Terence Hill, Henry Fonda, Jean Martin / Sinopse: Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste decide mudar de ares agora que está chegando na sua velhice. Só que seu descanso acaba sendo interrompida por um sujeito que se chama "Ninguém" (Terence Hill). E isso vai acabar lhe trazendo muitos problemas.
Pablo Aluísio.
Os mais jovens hoje em dia talvez não mais conheçam Terence Hill, mas quem tem mais de 40 anos sabe muito bem quem foi ele. Estrelou comédias e filmes de western muito populares, inclusive no Brasil. Como esquecer de Trinity, personagem imortal do cinema italiano de western Spaguetti? Ao lado do companheiro e amigo Bud Spencer também rodou inúmeros filmes pastelões que fizeram a alegria da garotada nas décadas de 1960, 70 e 80. Aqui Mario interpreta um verdadeiro “genérico” de Trinity, um personagem chamado “Nessuno” ou em bom português, “Ninguém”. Pegando nuances e características dos pistoleiros sem nome interpretados por Clint Eastwood, o ator faz na verdade uma grande paródia em cima desse tipo de personagem, que era muito popular nos filmes da época.
Aqui acompanhamos a estória de Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste que na velhice resolve ir para a Europa em busca de paz e tranqüilidade. Chegando lá começa a ser importunado por “Ninguém” (Terence Hill), um jovem pistoleiro que idolatra o passado glorioso de Jack. Sem muita noção, acaba colocando o americano em diversas situações complicadas, que vão do constrangedor ao perigo completo, ao ter que enfrentar um grupo de malfeitores, uma gangue de criminosos chamada The Wild Bunch. Apesar da sinopse bem ao velho estilo do faroeste, esse não é um filme para ser levado muito à sério, pois como não poderia deixar de ser em produções desse tipo, há também um acentuado tom cômico nas cenas. O humor sempre se mostra presente. Devo confessar que ver o grande mito Henry Fonda em filmes assim não me agradou completamente. Na verdade ele só fez o filme por pedido do amigo Sergio Leone (que assinou o roteiro). O interessante é que Fonda ficou doente logo no começo das filmagens na Espanha e o filme teve que ser terminado nos Estados Unidos, usando locações na Louisiana, Colorado e Novo México.
Isso até que foi bom pois tirou um pouco daquelas ambientações mais manjadas do cinema de western spaguetti. Além disso abriu portas para Terence Hill no cinema americano, que era o sonho de todo ator europeu da época. De qualquer modo o filme conseguiu virar um sucesso de bilheteria na Europa e no Brasil, talvez pelas forças dos nomes de Leone e Fonda. Também foi um dos últimos faroestes de Henry Fonda, pois naquela época já se sentia velho demais para o gênero. Então fica a dica desse western temporão com os mitos Fonda e Sergio Leone. Não é algo excepcional e nem uma obra-prima, mas pelos nomes envolvidos certamente merece ser redescoberto pelos admiradores do gênero.
Meu Nome é Ninguém (Il mio nome è Nessuno, Itália, 1973) Direção: Tonino Valerii / Roteiro: Sergio Leone, Fulvio Morsella / Elenco: Terence Hill, Henry Fonda, Jean Martin / Sinopse: Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste decide mudar de ares agora que está chegando na sua velhice. Só que seu descanso acaba sendo interrompida por um sujeito que se chama "Ninguém" (Terence Hill). E isso vai acabar lhe trazendo muitos problemas.
Pablo Aluísio.
O Soldado de Cristo
Esse filme de orçamento modesto se propõe a contar a história do legionário romano Longinus. E quem foi ele? Segundo a tradição oral dos primeiros cristãos ele teria sido o soldado romano que na crucificação de Jesus teria dado o chamado "golpe de misericórdia" contra o peito do Messias. Com sua lança ele teria matado definitivamente o líder daquele movimento religioso que crescia em Jerusalém no ano I. O evangelho cita esse momento, cita o soldado romano, mas nada vai muito além disso. Seu nome real nunca é citado. Esse termo Longinus é equivocado. Esse nome se refere a um tipo de arma usada pelos soldados romanos, a própria lança, mas não era um nome próprio para um romano daqueles tempos.
Pois bem, feita essa pequena introdução histórica, vamos ao filme em si. Praticamente tudo o que se vê nesse roteiro é meramente ficcional. Tirando a morte de Cristo na cruz, a lança do soldado, nada mais existe em termos de escritura. A partir daí criou-se todo um romance, vamos colocar nesses termos. O Longinus desse filme é cego. Naturalmente ele nunca poderia ser um legionário se fosse cego, mas o roteiro tenta explicar isso o colocando como o filho de um importante político romano. Ele participa da crucificação de Jesus e depois desiste do exército romano. Decide voltar para a terra de sua mãe e no meio do caminho conhece um homem que se diz chamar João.
João não é quem diz ser. Na verdade esse João é nada mais, nada menos, do que o próprio Jesus ressuscitado. Ele vem para trazer perdão e graça ao homem que o perfurou com uma lança de guerra na cruz. Esse filme, é bom frisar, é um filme com roteiro feito para pessoas religiosas. É um filme religioso por definição. Só achei que apesar de tudo ser meramente ficcional os roteiristas deveriam ter caprichado um pouco mais nas falas do Cristo. Deveriam ter usado inclusive suas mensagens que estão no Novo Testamento. Seria instrutivo, ideal para um espectador de crença cristã. De qualquer forma o núcleo duro da mensagem cristã é válida. É a mensagem do perdão de Deus, acima de tudo. Nesse aspecto o roteiro acaba sendo bem adequado.
O Soldado de Cristo (The Christ Slayer, Estados Unidos, 2019) Direção: Nathaniel Nose / Roteiro: DJ Perry / Elenco: Carl Weyant, Josh Perry, DJ Perry / Sinopse: Depois de morrer na cruz, Jesus decide andar ao lado do legionário romano Longinus, que participou de sua crucificação. Ele quer levar o perdão de Deus ao soldado.
Pablo Aluísio.
Pois bem, feita essa pequena introdução histórica, vamos ao filme em si. Praticamente tudo o que se vê nesse roteiro é meramente ficcional. Tirando a morte de Cristo na cruz, a lança do soldado, nada mais existe em termos de escritura. A partir daí criou-se todo um romance, vamos colocar nesses termos. O Longinus desse filme é cego. Naturalmente ele nunca poderia ser um legionário se fosse cego, mas o roteiro tenta explicar isso o colocando como o filho de um importante político romano. Ele participa da crucificação de Jesus e depois desiste do exército romano. Decide voltar para a terra de sua mãe e no meio do caminho conhece um homem que se diz chamar João.
João não é quem diz ser. Na verdade esse João é nada mais, nada menos, do que o próprio Jesus ressuscitado. Ele vem para trazer perdão e graça ao homem que o perfurou com uma lança de guerra na cruz. Esse filme, é bom frisar, é um filme com roteiro feito para pessoas religiosas. É um filme religioso por definição. Só achei que apesar de tudo ser meramente ficcional os roteiristas deveriam ter caprichado um pouco mais nas falas do Cristo. Deveriam ter usado inclusive suas mensagens que estão no Novo Testamento. Seria instrutivo, ideal para um espectador de crença cristã. De qualquer forma o núcleo duro da mensagem cristã é válida. É a mensagem do perdão de Deus, acima de tudo. Nesse aspecto o roteiro acaba sendo bem adequado.
O Soldado de Cristo (The Christ Slayer, Estados Unidos, 2019) Direção: Nathaniel Nose / Roteiro: DJ Perry / Elenco: Carl Weyant, Josh Perry, DJ Perry / Sinopse: Depois de morrer na cruz, Jesus decide andar ao lado do legionário romano Longinus, que participou de sua crucificação. Ele quer levar o perdão de Deus ao soldado.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de junho de 2020
Vidas à Deriva
A ex-estrelinha teen Shailene Woodley (agora já não mais adolescente) interpreta essa personagem Tami Oldham, que inclusive é baseada em uma escritora americana. Após terminar o ensino médio ela decidiu pegar sua mochila e ganhar o mundo. Planejou que iria viajar pelos países ao estilo mochilão. Arranjava um emprego aqui e outro acolá, apenas para bancar suas despesas pessoais. Assim vai parar longe, mais precisamente na Polinésia Francesa, no Pacífico Sul. Numa das ilhas dessa região remota acabou conhecendo outro americano aventureiro como ela. O tal sujeito tinha um veleiro e após um breve namoro com Tami decidiu convidá-la para uma viagem especial.
Péssima ideia. Veleiros como aquele nunca foram adequados para longas jornadas, ainda mais no Pacífico, um oceano conturbado, dado a tempestades ferozes. E foi justamente o que aconteceu. Enquanto viajavam pelos mares do sul foram pegos em cheio por uma tempestade enorme. O pequeno barco, claro, não conseguiu superar essa adversidade da natureza. Uma onda gigante acabou pegando o veleiro de Tami e seu namorado em cheio, quebrando os mastros, rasgando as velas e destruindo os equipamento de navegação. A partir desse ponto o filme então passa a mostrar a luta pela sobrevivência dos jovens namorados, em uma embarcação completamente à deriva, longe de rotas de outros navios, perdidos no oceano sem fim.
Pois é, meus caros. Não foi o primeiro filme com veleiros perdidos no oceano que assisti. Em certos aspectos me lembrou de um filme recente com Robert Redford que conta uma história bem parecida. Embora eu não seja um especialista em navegação, já sei depois de assistir a esses filmes que entrar em alto-mar com veleiro, esperando fazer longas viagens, é algo estúpido de se fazer. E com a popularização na venda desse tipo de embarcação a coisa só piora a cada ano. Todos que compram um veleiro pensam que já podem ir até o Havaí de barco. Nada mais imprudente do que isso. Esse filme é bom, bem interessante. A Shailene Woodley, praticamente sem maquiagem, com o rosto muito queimado de sol, me pareceu bem envelhecida. isso apesar de ter apenas 28 anos. Ela tentou recuperar o mesmo sucesso do hit de sua carreira, "A Culpa é das Estrelas", com um roteiro que repete romances maravilhosos interrompidos por grandes tragédias. No caso desse filme, apesar de quase naufragar, até que ainda funcionou bem, para minha surpresa.
Vidas à Deriva (Adrift, Estados Unidos, Irlanda, Islândia, Hong Kong, 2018) Direção: Baltasar Kormákur / Roteiro: Aaron Kandell, Jordan Kandell / Elenco: Shailene Woodley, Sam Claflin, Jeffrey Thomas / Sinopse: Jovem garota americana que vive como mochileira, viajando pelo mundo, embarca com o namorado para uma viagem de veleiro no Pacífico Sul, mas acaba sendo atingida por uma enorme tempestade em alto-mar, ficando à deriva, tentando sobreviver até a chegada de um resgate. Filme indicado ao Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
Péssima ideia. Veleiros como aquele nunca foram adequados para longas jornadas, ainda mais no Pacífico, um oceano conturbado, dado a tempestades ferozes. E foi justamente o que aconteceu. Enquanto viajavam pelos mares do sul foram pegos em cheio por uma tempestade enorme. O pequeno barco, claro, não conseguiu superar essa adversidade da natureza. Uma onda gigante acabou pegando o veleiro de Tami e seu namorado em cheio, quebrando os mastros, rasgando as velas e destruindo os equipamento de navegação. A partir desse ponto o filme então passa a mostrar a luta pela sobrevivência dos jovens namorados, em uma embarcação completamente à deriva, longe de rotas de outros navios, perdidos no oceano sem fim.
Pois é, meus caros. Não foi o primeiro filme com veleiros perdidos no oceano que assisti. Em certos aspectos me lembrou de um filme recente com Robert Redford que conta uma história bem parecida. Embora eu não seja um especialista em navegação, já sei depois de assistir a esses filmes que entrar em alto-mar com veleiro, esperando fazer longas viagens, é algo estúpido de se fazer. E com a popularização na venda desse tipo de embarcação a coisa só piora a cada ano. Todos que compram um veleiro pensam que já podem ir até o Havaí de barco. Nada mais imprudente do que isso. Esse filme é bom, bem interessante. A Shailene Woodley, praticamente sem maquiagem, com o rosto muito queimado de sol, me pareceu bem envelhecida. isso apesar de ter apenas 28 anos. Ela tentou recuperar o mesmo sucesso do hit de sua carreira, "A Culpa é das Estrelas", com um roteiro que repete romances maravilhosos interrompidos por grandes tragédias. No caso desse filme, apesar de quase naufragar, até que ainda funcionou bem, para minha surpresa.
Vidas à Deriva (Adrift, Estados Unidos, Irlanda, Islândia, Hong Kong, 2018) Direção: Baltasar Kormákur / Roteiro: Aaron Kandell, Jordan Kandell / Elenco: Shailene Woodley, Sam Claflin, Jeffrey Thomas / Sinopse: Jovem garota americana que vive como mochileira, viajando pelo mundo, embarca com o namorado para uma viagem de veleiro no Pacífico Sul, mas acaba sendo atingida por uma enorme tempestade em alto-mar, ficando à deriva, tentando sobreviver até a chegada de um resgate. Filme indicado ao Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
domingo, 21 de junho de 2020
O Último Reino
Outra série da BBC que merece menção. A história se passa no ano de 866, na Inglaterra da Idade Média. Naqueles tempos distantes a grande ilha era dividida politicamente em vários reinos e feudos independentes, sendo a maioria deles pertencentes ao povo chamado Saxão. Viviam basicamente da terra em uma cultura de subsistência. Embora houvesse rivalidades entre os clãs, essas não eram tão sérias e graves a ponto de colocar em risco aquela civilização. As coisas começaram a mudar com a chegada dos povos vikings, vindos das terras do norte. Eram guerreiros cujo objetivo máximo era a conquista, pilhagem e domínio dos povos invadidos.
O roteiro dessa série assim acompanha a vida de Uhtred de Bebbanburg (Alexander Dreymon), o jovem filho de um Rei Saxão que é morto durante uma dessas invasões. Levado ainda criança para ser criado pelos inimigos como escravo, ele acaba se adaptando ao novo mundo, se tornando muito querido na família que o acolheu. Enquanto isso seu tio usurpa seu trono, impondo uma tirania que deseja eliminar o único herdeiro de direito ao poder, ou seja, ele mesmo. O primeiro episódio tem mais de uma hora de duração e me pareceu muito bom, embora tenha também achado um pouco expansivo demais por contar muito em um tempo relativamente curto. Para bem entender isso é interessante escrever que a história contada nesse piloto agrega mais de vinte anos na vida do protagonista.
O elenco é muito bom e dois nomes de destacam. O primeiro é o de Matthew Macfadyen, que os fãs de séries inglesas reconhecerão de imediato pois ele é bem conhecido por interpretar o inspetor Edmund Reid da série "Ripper Street". Macfadyen tem esse jeito todo próprio de trabalho que nos remete aos antigos atores britânicos, com aquela postura impecável e dicção perfeita. O segundo nome que chama a atenção no elenco é o do veterano Rutger Hauer (de "Blade Runner, o Caçador de Androides", "O Feitiço de Áquila" e tantos outros filmes conhecidos). Ele interpreta um velho monarca normando chamado Ravn, cego e incapacitado para o campo de batalha, o que o deixa em segundo plano dentro de seu clã. A lamentar apenas o fato de que esses dois atores não vão seguir na série nos próximos episódios em decorrência do que acontece com seus personagens dentro da história. De qualquer maneira deixo a dica desse "The Last Kingdom". São quatro temporadas que certamente vão agradar aos fãs de séries medievais como essa.
O Último Reino (The Last Kingdom, Inglaterra, 2015) Direção: Edward Bazalgette, Peter Hoar, entre outros / Roteiro: Stephen Butchard, Bernard Cornwell, entre outros / Elenco:Alexander Dreymon, Matthew Macfadyen, Ian Hart, Rutger Hauer / Sinopse: A série "O Ùltimo Reino" conta a história de um clã poderoso e guerreira em uma Inglaterra medieval, assolada por invasões de navios do grupo Viking, em um momento histórico de violência e barbárie.
Pablo Aluísio.
O roteiro dessa série assim acompanha a vida de Uhtred de Bebbanburg (Alexander Dreymon), o jovem filho de um Rei Saxão que é morto durante uma dessas invasões. Levado ainda criança para ser criado pelos inimigos como escravo, ele acaba se adaptando ao novo mundo, se tornando muito querido na família que o acolheu. Enquanto isso seu tio usurpa seu trono, impondo uma tirania que deseja eliminar o único herdeiro de direito ao poder, ou seja, ele mesmo. O primeiro episódio tem mais de uma hora de duração e me pareceu muito bom, embora tenha também achado um pouco expansivo demais por contar muito em um tempo relativamente curto. Para bem entender isso é interessante escrever que a história contada nesse piloto agrega mais de vinte anos na vida do protagonista.
O elenco é muito bom e dois nomes de destacam. O primeiro é o de Matthew Macfadyen, que os fãs de séries inglesas reconhecerão de imediato pois ele é bem conhecido por interpretar o inspetor Edmund Reid da série "Ripper Street". Macfadyen tem esse jeito todo próprio de trabalho que nos remete aos antigos atores britânicos, com aquela postura impecável e dicção perfeita. O segundo nome que chama a atenção no elenco é o do veterano Rutger Hauer (de "Blade Runner, o Caçador de Androides", "O Feitiço de Áquila" e tantos outros filmes conhecidos). Ele interpreta um velho monarca normando chamado Ravn, cego e incapacitado para o campo de batalha, o que o deixa em segundo plano dentro de seu clã. A lamentar apenas o fato de que esses dois atores não vão seguir na série nos próximos episódios em decorrência do que acontece com seus personagens dentro da história. De qualquer maneira deixo a dica desse "The Last Kingdom". São quatro temporadas que certamente vão agradar aos fãs de séries medievais como essa.
O Último Reino (The Last Kingdom, Inglaterra, 2015) Direção: Edward Bazalgette, Peter Hoar, entre outros / Roteiro: Stephen Butchard, Bernard Cornwell, entre outros / Elenco:Alexander Dreymon, Matthew Macfadyen, Ian Hart, Rutger Hauer / Sinopse: A série "O Ùltimo Reino" conta a história de um clã poderoso e guerreira em uma Inglaterra medieval, assolada por invasões de navios do grupo Viking, em um momento histórico de violência e barbárie.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de junho de 2020
Tempo de Glória
A guerra civil americana foi uma das mais devastadoras da história daquele país. Mais americanos morreram nessa guerra do que na I e na II Guerra Mundial juntas. Como se cantava numa famosa canção da época,aquele era um conflito onde irmão matava irmão, sem perdão. “Tempo de Glória” é um dos melhores filmes que retrataram aquele momento histórico. Como se sabe, um dos motivos que levaram o Sul a se rebelar contra a federação americana foi a abolição da escravidão. Naquela época os Estados Unidos estavam divididos não apenas politicamente, mas ideologicamente também. Havia o norte urbano e industrial, baseado na mão de obra operária livre e o sul rural, atrasado, dependente das extensas plantações de algodão, onde imperava a mão de obra escrava negra. Quando a abolição da escravidão foi proclamada, o sul procurou romper com a federação para a formação de estados independentes, confederados, que tivessem a liberdade de continuar ou não unidos de acordo com seus interesses políticos. Com a recusa do norte em aceitar essa situação, a guerra explodiu. “Tempo de Glória” se passa durante a Guerra Civil e mostra um dos primeiros batalhões formados exclusivamente por soldados negros, comandados por oficiais brancos. É a história daqueles que lutavam não apenas pela União, mas também por sua própria liberdade. É um filme historicamente bastante correto e humano que merece ser revisto sempre que possível. Além disso traz uma história real que merece ser conhecida pelas novas gerações.
O elenco é surpreendentemente excepcional. Matthew Broderick abandona seus personagens adolescentes em comédias juvenis (como "Curtindo a vida adoidado") para viver o primeiro grande papel adulto de sua carreira. Aqui ele interpreta o Coronel Robert Gould Shaw, o comandante do primeiro regimento formado por homens negros na Guerra da Secessão. O curioso em sua personalidade é que Shaw se sente bastante confuso com a incumbência de liderar os negros, sem se definir se isso era uma grande honra ou um tipo de punição por algo que tenha desagradado seus superiores. Porém conforme a guerra avança, ele vai descobrindo o real valor de todos aqueles homens que eram tão bravos quanto os melhores soldados brancos. Percebe-se nitidamente sua luta interna contra seus próprios preconceitos. E o fato dele superar isso e crescer como ser humano é um dos grandes méritos desse roteiro.
Outro destaque de peso do elenco é a presença do sempre competente e talentoso Denzel Washington. Esse faz parte daquele seleto grupo de atores que conseguem passar uma dignidade acima da média. Basta adentrar o set para percebermos que ali está um homem de valor, acima de tudo. É isso é basicamente o que seu personagem pede dentro do roteiro. Seu trabalho foi devidamente reconhecido e ele foi premiado com o Oscar de melhor ator coadjuvante. Morgan Freeman é outro ator excepcional em cena. Só o fato de termos esses dois grandes talentos já justificaria a importância do filme em si. Dois grandes profissionais da arte de representar. No final a conclusão que chegamos sobre tudo o que aconteceu durante a Guerra Civil americana é a de que não se pode parar os progressos da humanidade. A roda da história gira para frente e esse movimento não pode ser detido. A escravidão era um absurdo dentro daquele momento histórico em que os Estados Unidos viviam e qualquer um que a defendesse seria derrotado. “Tempo de Glória” mostra esse aspecto excepcionalmente bem. Um filme histórico que entretém e ensina ao mesmo tempo. Simplesmente obrigatório a todos que queiram entender os mecanismos e os preconceitos de todos aqueles homens que lutaram dentro daquela terrível guerra.
Tempo de Glória (Glory, Estados Unidos, 1989) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, Kevin Jarre / Elenco: Matthew Broderick, Denzel Washington, Morgan Freeman, Cary Elwes, Cliff De Young, Jane Alexander./ Sinopse: "Tempo de Glória" conta a história real do 54º Regimento de Massachusets, o primeiro batalhão do exército americano formado apenas por soldados negros. Sob o comando do Coronel Robert Gould Shaw (Matthew Broderick) o regimento lutou na Guerra Civil americana. Filme premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Denzel Washington), Melhor Direção de Fotografia (Freddie Francis) e Melhos Som (Donald O. Mitchell, Gregg Rudloff).
Pablo Aluísio.
O elenco é surpreendentemente excepcional. Matthew Broderick abandona seus personagens adolescentes em comédias juvenis (como "Curtindo a vida adoidado") para viver o primeiro grande papel adulto de sua carreira. Aqui ele interpreta o Coronel Robert Gould Shaw, o comandante do primeiro regimento formado por homens negros na Guerra da Secessão. O curioso em sua personalidade é que Shaw se sente bastante confuso com a incumbência de liderar os negros, sem se definir se isso era uma grande honra ou um tipo de punição por algo que tenha desagradado seus superiores. Porém conforme a guerra avança, ele vai descobrindo o real valor de todos aqueles homens que eram tão bravos quanto os melhores soldados brancos. Percebe-se nitidamente sua luta interna contra seus próprios preconceitos. E o fato dele superar isso e crescer como ser humano é um dos grandes méritos desse roteiro.
Outro destaque de peso do elenco é a presença do sempre competente e talentoso Denzel Washington. Esse faz parte daquele seleto grupo de atores que conseguem passar uma dignidade acima da média. Basta adentrar o set para percebermos que ali está um homem de valor, acima de tudo. É isso é basicamente o que seu personagem pede dentro do roteiro. Seu trabalho foi devidamente reconhecido e ele foi premiado com o Oscar de melhor ator coadjuvante. Morgan Freeman é outro ator excepcional em cena. Só o fato de termos esses dois grandes talentos já justificaria a importância do filme em si. Dois grandes profissionais da arte de representar. No final a conclusão que chegamos sobre tudo o que aconteceu durante a Guerra Civil americana é a de que não se pode parar os progressos da humanidade. A roda da história gira para frente e esse movimento não pode ser detido. A escravidão era um absurdo dentro daquele momento histórico em que os Estados Unidos viviam e qualquer um que a defendesse seria derrotado. “Tempo de Glória” mostra esse aspecto excepcionalmente bem. Um filme histórico que entretém e ensina ao mesmo tempo. Simplesmente obrigatório a todos que queiram entender os mecanismos e os preconceitos de todos aqueles homens que lutaram dentro daquela terrível guerra.
Tempo de Glória (Glory, Estados Unidos, 1989) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Marshall Herskovitz, Kevin Jarre / Elenco: Matthew Broderick, Denzel Washington, Morgan Freeman, Cary Elwes, Cliff De Young, Jane Alexander./ Sinopse: "Tempo de Glória" conta a história real do 54º Regimento de Massachusets, o primeiro batalhão do exército americano formado apenas por soldados negros. Sob o comando do Coronel Robert Gould Shaw (Matthew Broderick) o regimento lutou na Guerra Civil americana. Filme premiado com o Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Denzel Washington), Melhor Direção de Fotografia (Freddie Francis) e Melhos Som (Donald O. Mitchell, Gregg Rudloff).
Pablo Aluísio.
Gatilho Relâmpago
O longa "Gatilho Relâmpago" (The Fastest Gun Alive) foi construído em cima do excelente roteiro de Frank Gilroy e dirigido por Russell Rouse. O ótimo Glenn Ford encarna George Temple, um pistoleiro aposentado que leva uma vida pacata como comerciante ao lado de sua esposa, a bela Dora (Jeanne Crain). Tudo parece correr normalmente até o dia em que Temple fica sabendo da existência de Vinnie Harold (Broderick Crawford), um rápido pistoleiro, assassino e falastrão. Afetado emocionalmente pela incrível fama de Vinnie, o até então pacato Temple resolve beber demais e sair do anonimato. Mesmo contra a vontade de sua mulher, Temple pega sua velha pistola e diante de todos da cidade mostra uma incrível habilidade e rapidez, dando várias demonstrações dignas de um exímio pistoleiro. Depois do show diante de seus amigos ainda embevecidos e incrédulos, Temple, ciente de que sua fama de pistoleiro em breve se espalhará pelas cidades, resolve fugir com a mulher para evitar problemas maiores com a iminente chegada de Vinnie. Dora porém se nega a sair da cidade.
Num dos pontos altos do filme - Temple, já de partida - chega à igreja para despedir-se de sua mulher e de seus amigos. Diante de todos que o imploram para ficar, Temple resolve abrir o coração e mostrar que por trás do magnífico pistoleiro, existe um homem comum, complexado, atormentado e que carrega dentro de si uma enorme culpa ligada ao falecimento de seu pai e que pode ser decisiva no duelo final contra Vinnie. Aliás, um final fantástico e absolutamente surpreendente. Destaque também para a performance solo do ator e dançarino Russ Tamblyn que dois anos antes brilhara no clássico dos musicais: "Sete Noivas para Sete Irmãos" de 1954.
Gatilho Relâmpago (The Fastest Gun Alive, Estados Unidos, 1956) Direção: Russell Rouse / Roteiro: Frank D. Gilroy , Russell Rouse / Elenco: Glenn Ford, Jeanne Crain, Broderick Crawford / Sinopse: Após um falastrão se vangloriar de suas habilidades no gatilho, um pacato e modesto morador de uma cidade do velho oeste resolve mostrar, em um impulso impensado, o que é realmente ser bom no uso de armas de fogo. Sua façanha porém acaba revelando um lado de sua vida que ele preferia que ficasse em segredo. No passado ele tinha sido um habilidoso pistoleiro.
Telmo Vilela Jr.
Num dos pontos altos do filme - Temple, já de partida - chega à igreja para despedir-se de sua mulher e de seus amigos. Diante de todos que o imploram para ficar, Temple resolve abrir o coração e mostrar que por trás do magnífico pistoleiro, existe um homem comum, complexado, atormentado e que carrega dentro de si uma enorme culpa ligada ao falecimento de seu pai e que pode ser decisiva no duelo final contra Vinnie. Aliás, um final fantástico e absolutamente surpreendente. Destaque também para a performance solo do ator e dançarino Russ Tamblyn que dois anos antes brilhara no clássico dos musicais: "Sete Noivas para Sete Irmãos" de 1954.
Gatilho Relâmpago (The Fastest Gun Alive, Estados Unidos, 1956) Direção: Russell Rouse / Roteiro: Frank D. Gilroy , Russell Rouse / Elenco: Glenn Ford, Jeanne Crain, Broderick Crawford / Sinopse: Após um falastrão se vangloriar de suas habilidades no gatilho, um pacato e modesto morador de uma cidade do velho oeste resolve mostrar, em um impulso impensado, o que é realmente ser bom no uso de armas de fogo. Sua façanha porém acaba revelando um lado de sua vida que ele preferia que ficasse em segredo. No passado ele tinha sido um habilidoso pistoleiro.
Telmo Vilela Jr.
O Capitão Corelli
Título no Brasil: O Capitão Corelli
Título Original: Captain Corelli's Mandolin
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Madden
Roteiro: Shawn Slovo, Louis de Bernières
Elenco: Nicolas Cage, Penélope Cruz, John Hurt, Christian Bale, Irene Papas, Gerasimos Skiadaressis
Sinopse:
Baseado na novela romântica escrita por Louis de Bernières, o filme conta a história de paixão vivida pela jovem Pelagia (Penélope Cruz) e um militar italiano, o Capitão Antonio Corelli (Nicolas Cage). Eles vivem um grande caso de amor nas ilhas gregas.
Comentários:
Esse filme até tem uma bonita fotografia, com cenas realmente aproveitando a beleza natural da Grécia (onde ele foi filmado), porém não posso deixar de dizer também que é uma daquelas produções históricas que nunca convencem muito o espectador. Em vários momentos fiquei com a impressão ruim de estar assistindo algo muito superficial e nada convincente. Isso é particularmente percebível na falta de química entre o casal Nicolas Cage e Penélope Cruz. Aliás se tem um tipo de papel que o Cage não encaixa muito bem é o de galã romântico. Ele é ótimo para interpretar sujeitos esquisitos e valentões de filmes de ação, mas como parceiro romantizado, não dá certo. Pior se sai Penélope Cruz que "venceu" o Framboesa de Ouro naquele ano. Ela também não convence como mocinha apaixonada. Em termos de elenco o interessante mesmo é conferir um trabalho de Christian Bale,ainda bem jovem e distante alguns anos de se consagrar comercialmente no cinema com a trilogia do Nolan sobre o Batman. Curioso que o jogo virou com os anos. Aqui Bale era mero coadjuvante de Cage. Depois virou um astro em Hollywood, enquanto Nicolas Cage ia afundando numa sucessão de filmes ruins. Pois é meu caro, o mundo dá voltas.
Pablo Aluísio.
Título Original: Captain Corelli's Mandolin
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Madden
Roteiro: Shawn Slovo, Louis de Bernières
Elenco: Nicolas Cage, Penélope Cruz, John Hurt, Christian Bale, Irene Papas, Gerasimos Skiadaressis
Sinopse:
Baseado na novela romântica escrita por Louis de Bernières, o filme conta a história de paixão vivida pela jovem Pelagia (Penélope Cruz) e um militar italiano, o Capitão Antonio Corelli (Nicolas Cage). Eles vivem um grande caso de amor nas ilhas gregas.
Comentários:
Esse filme até tem uma bonita fotografia, com cenas realmente aproveitando a beleza natural da Grécia (onde ele foi filmado), porém não posso deixar de dizer também que é uma daquelas produções históricas que nunca convencem muito o espectador. Em vários momentos fiquei com a impressão ruim de estar assistindo algo muito superficial e nada convincente. Isso é particularmente percebível na falta de química entre o casal Nicolas Cage e Penélope Cruz. Aliás se tem um tipo de papel que o Cage não encaixa muito bem é o de galã romântico. Ele é ótimo para interpretar sujeitos esquisitos e valentões de filmes de ação, mas como parceiro romantizado, não dá certo. Pior se sai Penélope Cruz que "venceu" o Framboesa de Ouro naquele ano. Ela também não convence como mocinha apaixonada. Em termos de elenco o interessante mesmo é conferir um trabalho de Christian Bale,ainda bem jovem e distante alguns anos de se consagrar comercialmente no cinema com a trilogia do Nolan sobre o Batman. Curioso que o jogo virou com os anos. Aqui Bale era mero coadjuvante de Cage. Depois virou um astro em Hollywood, enquanto Nicolas Cage ia afundando numa sucessão de filmes ruins. Pois é meu caro, o mundo dá voltas.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de junho de 2020
Meu Pé Esquerdo
Título no Brasil: Meu Pé Esquerdo
Título Original: My Left Foot
Ano de Produção: 1989
País: Irlanda, Inglaterra
Estúdio: Ferndale Films
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: Shane Connaughton, Jim Sheridan
Elenco: Daniel Day-Lewis, Brenda Fricker, Alison Whelan, Kirsten Sheridan, Declan Croghan, Eanna MacLiam
Sinopse:
Filme baseado em uma história real. Christy Brown (Daniel Day-Lewis) é um jovem com necessidades especiais. Ele é diagnosticado com paralisia cerebral, o que o torna cadeirante, mas sua mãe decide incentivar a inteligência e o talento para as artes do filho. Apesar de só poder usar o pé esquerdo para pintar e escrever, ele acaba se tornando um grande artista de seu tempo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme e melhor roteiro adaptado.
Comentários:
Filme maravilhoso e uma grande lição de vida. Especialmente indicado para as pessoas que vivem reclamando da vida, se lamentando e se fazendo de vítimas. A história de Christy Brown mostra acima de tudo que não há limites para a grandeza da alma humana. O roteiro também segue na mesma linha, mostrando o protagonista como alguém de uma sensibilidade ímpar, que queria acima de tudo se expressar através da arte que produzia, mesmo com todas as limitações físicas a que era submetido. Além da bonita história que conta, o filme ainda tem um elenco excepcional. O que dizer da interpretação de Daniel Day-Lewis? Essa é uma daquelas atuações que faz o espectador bater palmas ao final do filme. Ele se transformou completamente, mostrando não apenas sua versatilidade como grande ator, mas também pela sensibilidade poética que dá vida ao seu personagem. Não foi por acaso que acabou vencendo o Oscar de melhor ator naquele ano. Inclusive foi uma daquelas premiações que todos já sabiam quem iria vencer. Não havia nenhum concorrente à altura. Brenda Fricker também foi premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Uma atuação de puro coração, porém Daniel Day-Lewis foi mesmo o grande destaque. Uma performance realmente sobrenatural.
Pablo Aluísio.
Título Original: My Left Foot
Ano de Produção: 1989
País: Irlanda, Inglaterra
Estúdio: Ferndale Films
Direção: Jim Sheridan
Roteiro: Shane Connaughton, Jim Sheridan
Elenco: Daniel Day-Lewis, Brenda Fricker, Alison Whelan, Kirsten Sheridan, Declan Croghan, Eanna MacLiam
Sinopse:
Filme baseado em uma história real. Christy Brown (Daniel Day-Lewis) é um jovem com necessidades especiais. Ele é diagnosticado com paralisia cerebral, o que o torna cadeirante, mas sua mãe decide incentivar a inteligência e o talento para as artes do filho. Apesar de só poder usar o pé esquerdo para pintar e escrever, ele acaba se tornando um grande artista de seu tempo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme e melhor roteiro adaptado.
Comentários:
Filme maravilhoso e uma grande lição de vida. Especialmente indicado para as pessoas que vivem reclamando da vida, se lamentando e se fazendo de vítimas. A história de Christy Brown mostra acima de tudo que não há limites para a grandeza da alma humana. O roteiro também segue na mesma linha, mostrando o protagonista como alguém de uma sensibilidade ímpar, que queria acima de tudo se expressar através da arte que produzia, mesmo com todas as limitações físicas a que era submetido. Além da bonita história que conta, o filme ainda tem um elenco excepcional. O que dizer da interpretação de Daniel Day-Lewis? Essa é uma daquelas atuações que faz o espectador bater palmas ao final do filme. Ele se transformou completamente, mostrando não apenas sua versatilidade como grande ator, mas também pela sensibilidade poética que dá vida ao seu personagem. Não foi por acaso que acabou vencendo o Oscar de melhor ator naquele ano. Inclusive foi uma daquelas premiações que todos já sabiam quem iria vencer. Não havia nenhum concorrente à altura. Brenda Fricker também foi premiada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Uma atuação de puro coração, porém Daniel Day-Lewis foi mesmo o grande destaque. Uma performance realmente sobrenatural.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de junho de 2020
O Siciliano
Título no Brasil: O Siciliano
Título Original: The Sicilian
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Michael Cimino
Roteiro: Steve Shagan, baseado na obra de Mario Puzo
Elenco: Christopher Lambert, Terence Stamp, John Turturro, Joss Ackland, Barbara Sukowa, Giulia Boschi
Sinopse:
O filme conta a história de Salvatore Giuliano (Christopher Lambert). Uma figura histórica real e controversa que fez parte da história italiana. Ele era considerado um criminoso, um bandido, pela elite, pela igreja e pelos donos de terras. Já para o povo ele era visto como um herói revolucionário, um homem corajoso que se destacou na luta pela independência da Sicília
Comentários:
O roteiro desse filme foi inspirado no livro escrito por Mario Puzo, o mesmo autor de "O Poderoso Chefão". O talentoso cineasta Michael Cimino foi escolhido para dirigir a boa produção, que contou inclusive com um belo orçamento. Além disso o elenco trazia Christopher Lambert, um ator badalado na Europa por causa do sucesso de seus filmes recentes. Então por que com todos esses elementos o filme não deu certo como tantos esperavam? Em meu ponto de vista quem errou foi Michael Cimino. Ao longo de toda a sua carreira ele repetiu um erro em seus filmes. O corte final errado. Sempre Cimino se enrolava quando ia para a sala de edição para comandar o corte final de seus filmes. Geralmente ele deixava cenas desnecessárias e cortava momentos mais importantes do filme. E o pior é que quase sempre seus filmes ficavam longos demais... e muitas vezes bem chatos. O mesmo aconteceu aqui. Ele brigou com o estúdio, tentou lançar sua versão (que durava mais de 3 horas!) e no final acabou tendo que ceder. O que chegou ao público da época foi um filme picotado, para ser comercial. Alguns momentos ficaram sem sentido... a edição se tornou um desatre. Por isso se for assistir agora prefira uma versão mais modesta que o próprio Cimino montou, denominada Director's Cut. Essa, de todas as que asssiti, foi certamente a mais equilibrada.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Sicilian
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Michael Cimino
Roteiro: Steve Shagan, baseado na obra de Mario Puzo
Elenco: Christopher Lambert, Terence Stamp, John Turturro, Joss Ackland, Barbara Sukowa, Giulia Boschi
Sinopse:
O filme conta a história de Salvatore Giuliano (Christopher Lambert). Uma figura histórica real e controversa que fez parte da história italiana. Ele era considerado um criminoso, um bandido, pela elite, pela igreja e pelos donos de terras. Já para o povo ele era visto como um herói revolucionário, um homem corajoso que se destacou na luta pela independência da Sicília
Comentários:
O roteiro desse filme foi inspirado no livro escrito por Mario Puzo, o mesmo autor de "O Poderoso Chefão". O talentoso cineasta Michael Cimino foi escolhido para dirigir a boa produção, que contou inclusive com um belo orçamento. Além disso o elenco trazia Christopher Lambert, um ator badalado na Europa por causa do sucesso de seus filmes recentes. Então por que com todos esses elementos o filme não deu certo como tantos esperavam? Em meu ponto de vista quem errou foi Michael Cimino. Ao longo de toda a sua carreira ele repetiu um erro em seus filmes. O corte final errado. Sempre Cimino se enrolava quando ia para a sala de edição para comandar o corte final de seus filmes. Geralmente ele deixava cenas desnecessárias e cortava momentos mais importantes do filme. E o pior é que quase sempre seus filmes ficavam longos demais... e muitas vezes bem chatos. O mesmo aconteceu aqui. Ele brigou com o estúdio, tentou lançar sua versão (que durava mais de 3 horas!) e no final acabou tendo que ceder. O que chegou ao público da época foi um filme picotado, para ser comercial. Alguns momentos ficaram sem sentido... a edição se tornou um desatre. Por isso se for assistir agora prefira uma versão mais modesta que o próprio Cimino montou, denominada Director's Cut. Essa, de todas as que asssiti, foi certamente a mais equilibrada.
Pablo Aluísio.
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