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terça-feira, 21 de junho de 2022

A Colina dos Homens Maus

Título no Brasil: A Colina dos Homens Maus
Título Original: La Collina Degli Stivali
Ano de Produção: 1969
País: Itália
Estúdio: San Marco
Direção: Giuseppe Colizzi
Roteiro: Giuseppe Colizzi
Elenco: Terence Hill, Woody Strode, Bud Spencer

Sinopse:
Em uma cidade próxima a uma rica região, farta em ouro, um grupo de bandoleiros comandados por Mel Fisher, impõe sua dominação através do terror e assassinato. Seu objetivo é se tornar dono das terras locais para se apropriar completamente da fortuna que está sob o solo daquela terra. Quem não estiver disposto a vender sua propriedade certamente morrerá. Seus planos vão muito bem, até a chegada na cidade de Cat Stevens (Terence Hill) e Arch Hutch Bessy (Bud Spencer), que estão dispostos a parar com aquela situação de injustiça e medo!

Comentários:
Outro bom exemplar da bem sucedida parceria entre Terence Hill e Bud Spencer. No Brasil ficaram extremamente conhecidos por causa dos filmes da série Trinity! O diretor desse filme, o especialista Giuseppe Colizzi, iria inclusive dirigir "Dá-lhe Duro, Trinity!" em 1972. Filmado praticamente todo no deserto de Almería, Andalucía, na Espanha, o filme segue o padrão que já havia dado muito certo antes na carreira do diretor, como em, por exemplo, "Os Quatro da Ave Maria" e "Deus Perdoa... Eu Não!". Embora os filmes de Terence Hill tenham se notabilizado pelo bom humor, esse aqui não é tão na linha mais pastelão como viria a acontecer anos depois. Há um tom bem mais sério, embora é claro, cenas divertidas surjam ao longo do filme. Mas sempre salientando que essa não é a tônica principal da produção. "A Colina dos Homens Maus" inclusive fecha a trilogia formada com os filmes anteriores já citados do diretor, todos tendo como enredo as aventuras do pistoleiro Cat Stevens pelo velho oeste. Terence Hill assim encerrava o ciclo desse seu personagem, que só seria superado mesmo em termos de popularidade por Trinity. Em suma, um faroeste italiano que certamente agradará em cheio aos fãs do Spaguetti Western.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Trinity e Seus Companheiros

Mais um Western Spaguetti que se apóia no carisma do ator Terence Hill. Aqui ele repete seu personagem “Nobody” (“Ninguém” nos EUA, Trinity no Brasil). Trinity é um cowboy sem eira, nem beira, que vaga pelas mais poeirentas cidades dos EUA em busca de aventuras. Jeito despreocupado, boa praça, consegue tirar seus cochilos nos lugares mais improváveis, seja no meio de uma rua de pura poeira de uma cidadezinha qualquer do velho oeste, seja em um pequeno vagão prestes a cair no despenhadeiro. Sempre com roupas surradas e uma sela a tiracolo, Trinity também se mostra extremamente rápido no gatilho, capaz de proezas que desafiam até mesmo as leis da física e da natureza. Aqui em “Trinity e Seus Companheiros” ele se une a uma trupe formada por um mestiço e uma garota cujo principal objetivo se torna colocar as mãos em um carregamento de ouro pertencente a um coronel corrupto do exército americano. Para isso Trinity tem a idéia de usar seu colega como um impostor, pois fazendo-se passar pelo oficial terá acesso ao ouro que tanto cobiçam.

Como em todos os filmes de Trinity o tom é nitidamente de humor e comédia (com algumas cenas que beiram o pastelão). Terence Hill era extremamente carismático o que faz o espectador manter o interesse. A produção é boa, com direito a várias cenas rodadas no cenário natural mais famoso do western americano, o Monumenty Valley em Utah, onde John Ford realizou alguns de seus maiores clássicos. E como todo western spaguetti há também cenas rodadas no deserto da Espanha. No elenco o destaque fica por conta da participação do ator Klaus Kinski na pele do personagem Doc Foster (uma óbvia paródia ao famoso Doc Holiday dos filmes de Wyatt Earp).

Não deixa de ser curioso vê-lo em cenas de pura comédia como quando cai de um hotelzinho em cima de um pangaré que sai em disparada! O diretor do filme, Damiano Damiani, faleceu recentemente, no último dia 7 de março, aos 90 anos. Era um cineasta eclético que transitava por todos os gêneros. Para o grande público ele era mais conhecido pela sequência “Amityville 2 - A Possessão”, considerado até hoje um dos melhores filmes dessa franquia de terror. Enfim, fica a dica se você quiser matar as saudades de Trinity e seus filmes Spaguetti com muito bom humor e diversão.

Trinity e Seus Companheiros (Un Genio, Due Compari, Un Pollo, Itália, 1975) Direção: Damiano Damiani / Roteiro: Damiano Damiani, Ernesto Gastaldi / Elenco: Terence Hill, Miou-Miou, Robert Charlebois / Sinopse: Trinity (Terence Hill) se une a uma trupe para tentar colocar as mãos em um carregamento de ouro pertencente a um coronel corrupto do exército americano.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Meu Nome é Ninguém

Não há como viver no auge da carreira para sempre. Mais cedo ou mais tarde, algum dia, mesmo os grandes atores e mitos do cinema precisam fazer grandes concessões em sua carreira. Mudar os rumos, ir atrás de algo diferente. Um caso bem exemplificativo disso é esse “Meu Nome é Ninguém”. Produção italiana cujo nome original, “Il mio nome è Nessuno”, foi traduzido ao pé da letra. O grande mito Henry Fonda, já com idade avançada, foi até a Europa para rodar esse western spaguetti ao lado de um dos mais populares atores do estilo, o carismático Terence Hill, que apesar do nome americano era na realidade de nacionalidade italiana. Seu nome real era Mario Girotti. Ele havia nascido na linda e histórica Veneza! Sua imagem de "gringo" se explicava porque ele descendia de alemães. Não era o tipo italiano padrão, mas sim parecia mais um estrangeiro.

Os mais jovens hoje em dia talvez não mais conheçam Terence Hill, mas quem tem mais de 40 anos sabe muito bem quem foi ele. Estrelou comédias e filmes de western muito populares, inclusive no Brasil. Como esquecer de Trinity, personagem imortal do cinema italiano de western Spaguetti? Ao lado do companheiro e amigo Bud Spencer também rodou inúmeros filmes pastelões que fizeram a alegria da garotada nas décadas de 1960, 70 e 80. Aqui Mario interpreta um verdadeiro “genérico” de Trinity, um personagem chamado “Nessuno” ou em bom português, “Ninguém”. Pegando nuances e características dos pistoleiros sem nome interpretados por Clint Eastwood, o ator faz na verdade uma grande paródia em cima desse tipo de personagem, que era muito popular nos filmes da época.

Aqui acompanhamos a estória de Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste que na velhice resolve ir para a Europa em busca de paz e tranqüilidade. Chegando lá começa a ser importunado por “Ninguém” (Terence Hill), um jovem pistoleiro que idolatra o passado glorioso de Jack. Sem muita noção, acaba colocando o americano em diversas situações complicadas, que vão do constrangedor ao perigo completo, ao ter que enfrentar um grupo de malfeitores, uma gangue de criminosos chamada The Wild Bunch. Apesar da sinopse bem ao velho estilo do faroeste, esse não é um filme para ser levado muito à sério, pois como não poderia deixar de ser em produções desse tipo, há também um acentuado tom cômico nas cenas. O humor sempre se mostra presente. Devo confessar que ver o grande mito Henry Fonda em filmes assim não me agradou completamente. Na verdade ele só fez o filme por pedido do amigo Sergio Leone (que assinou o roteiro). O interessante é que Fonda ficou doente logo no começo das filmagens na Espanha e o filme teve que ser terminado nos Estados Unidos, usando locações na Louisiana, Colorado e Novo México.

Isso até que foi bom pois tirou um pouco daquelas ambientações mais manjadas do cinema de western spaguetti. Além disso abriu portas para Terence Hill no cinema americano, que era o sonho de todo ator europeu da época. De qualquer modo o filme conseguiu virar um sucesso de bilheteria na Europa e no Brasil, talvez pelas forças dos nomes de Leone e Fonda. Também foi um dos últimos faroestes de Henry Fonda, pois naquela época já se sentia velho demais para o gênero. Então fica a dica desse western temporão com os mitos Fonda e Sergio Leone. Não é algo excepcional e nem uma obra-prima, mas pelos nomes envolvidos certamente merece ser redescoberto pelos admiradores do gênero. 

Meu Nome é Ninguém (Il mio nome è Nessuno, Itália, 1973) Direção: Tonino Valerii / Roteiro: Sergio Leone, Fulvio Morsella / Elenco: Terence Hill, Henry Fonda, Jean Martin / Sinopse: Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste decide mudar de ares agora que está chegando na sua velhice. Só que seu descanso acaba sendo interrompida por um sujeito que se chama "Ninguém" (Terence Hill). E isso vai acabar lhe trazendo muitos problemas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Dá-lhe Duro, Trinity!

Título no Brasil: Dá-lhe Duro, Trinity!
Título Original: ...Più forte ragazzi!
Ano de Produção: 1972
País: Itália
Estúdio: AVCO Embassy Pictures
Direção: Giuseppe Colizzi
Roteiro: Barbara Alberti, Giuseppe Colizzi
Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, Reinhard Kolldehoff
  
Sinopse:
Dois aventureiros, Plata (Terence Hill) e Salud (Bud Spencer) acabam parando na América do Sul, onde se metem em todos os tipos de confusões envolvendo contrabandistas de diamantes e pedras preciosas. Em seu caminho estão todos os tipos de vilões e malfeitores, que também pretendem colocar as mãos naquelas fortunas que brotam das terras da região.

Comentários:
A recente morte do ator Bud Spencer reacendeu o interesse em seus filmes de faroeste spaghetti. Não é para menos, o ator protagonizou (ao lado do parceiro mais constante, Terence Hill) alguns dos filmes mais divertidos dos anos 60 e 70. No Brasil aconteceu um aspecto curioso: os distribuidores nacionais usaram quase sempre o nome do personagem Trinity, muito embora nem todos os filmes eram com esse pistoleiro fanfarrão. A questão era obviamente puramente comercial e deu certo, fazendo com que o público brasileiro sempre pensasse que estava assistindo a um novo filme com Trinity. Só para ressaltar bem isso o nome do personagem interpretado por Terence Hill nesse filme era Plata e não Trinity como todos pensavam. Já o bom e velho Bud Spencer dava vida a Salud, um sujeito grandão, bom de briga, explosivo, mas também de bom coração. Essas características aliás estavam presentes em praticamente todos os filmes estrelados pelo gigante (não tão gentil) Bud Spencer. O diretor Giuseppe Colizzi era um dos especialistas dos filmes ao estilo western spaghetti, basta lembrar de outros sucessos assinados por ele como "Deus Perdoa... Eu Não!", "Os Quatro da Ave Maria" e "A Colina dos Homens Maus". Ele morreu ainda bastante jovem e sua filmografia não foi muito extensa, o que não significa que foi destituída de importância dentro desse popular mercado italiano de filmes de bang-bang. Filme indicado ao prêmio da Italian National Syndicate of Film Journalists.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Os Dois Super-Tiras em Miami

Título no Brasil: Os Dois Super-Tiras em Miami
Título Original: Miami Supercops
Ano de Produção: 1985
País: Itália
Estúdio: Trans-Cinema TV, El Pico S.A.
Direção: Bruno Corbucci
Roteiro: Bruno Corbucci, Luciano Vincenzoni
Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, C.B. Seay, William 'Bo' Jim, Buffy Dee, Michael Warren

Sinopse:
Usando disfarces, dois agentes do FBI se passam por policiais de Miami para resolver finalmente um caso que ficou em aberto por anos e anos. E no meio de tudo está uma pequena fortuna envolvendo um roubo a bancos.

Comentários:
Quem foi criança nos anos 80 sabe muito bem quem foi Terence Hill e Bud Spencer. Essa dupla italiana primeiro fez sucesso em filmes de faroeste spaghetti. Depois ampliaram seu estilo para outros gêneros cinematográficos. E como sempre usavam o mesmo jeito de fazer filmes, com humor pastelão, brigas divertidas (sempre com Bud Spencer dando seu famoso tapa de mão aberta) e muitas confusões. Uma coisa que levou alegria e diversão para muitos jovens e a criançada naquela década. Durante anos esse filme passou na Sessão da Tarde e depois foi exibido nas sessões matinês do canal SBT. Por isso sempre foi muito conhecido e popular. Nostaliga pura dos anos 80.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de dezembro de 2006

Terence Hill


Terence Hill - Ator, diretor, produtor e roteirista, Mario Girotti se tornou um dos mais populares astros do chamado Western Spaguetti. Nascido em Veneza em 1939, filho de mãe alemã e pai italiano, o eterno Trinity fez fama e fortuna estrelando faroestes rodados na Itália, com atores usando nomes falsos que lembravam os mitos do western americano. Longe da grandiosidade das produções Made in Hollywood esses eram filmes baratos e lucrativos, que sempre apelavam para o humor mais popular. Embora tenha se consagrado com seu personagem mais famoso, o pistoleiro sem eira nem beira Trinity, atuou nos mais diversos gêneros que iam dos filmes de guerra às aventuras de capa e espada. Ao se unir ao comediante Bud Spencer criou uma dupla das mais lucrativas do cinema europeu. Muitas vezes seguindo o estilo pastelão conseguiu emplacar inúmeros sucessos de bilheteria, inclusive no Brasil onde seus filmes conseguiam grandes êxitos tanto nas salas de cinema como nas boas audiências das reprises na TV. Ainda atuante nos dias de hoje Terence Hill coleciona uma invejável marca de 81 filmes ao longo da carreira. Sem dúvida um dos mais populares e queridos atores do cinema italiano.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

10 curiosidades sobre Terence Hill

1. Seu nome real é Mario Girotti. Ele nasceu em Veneza, na Itália. O nome artístico Terence Hill foi adotado em homenagem ao seu pai adotivo, Ross Hill. O Hill acabou sendo adotado também pelo filho de Terence, o também ator Jess Hill. Antes de adotar o nome artístico de Terence Hill, Mario tentou usar Hildegard Thieme, mas os produtores acharam péssimo. Sem outra alternativa ele o trocou.

2. A mãe de Terence Hill era alemã e seu pai italiano. Seus marcantes olhos azuis são uma herança de sua mãe que também foi modelo de moda na juventude. Sua origem germânica explica em termos o horrível primeiro nome artístico que usou, Hildegard Thieme!

3. O grande parceiro de Terence Hill no cinema foi o ator e comediante Bud Spencer. Juntos realizaram dezoito filmes. Eram campeões de bilheteria, sempre com Hill fazendo o papel do bom malandro e Spencer do gigante gentil que nas horas de necessidade se transformava numa máquina de brigar e derrotar seus adversários.

4. Terence Hill sempre sonhou em voltar para a terra de sua mãe, a Alemanha. Para isso ele aprendeu a falar alemão fluentemente. Hoje vive períodos entre Berlim e Veneza, onde mantém casas.

5. Seu primeiro filme foi produzido em 1953 e se chamava "Il viale della speranza" onde usou seu nome real nos créditos, Mario Girotti. O filme foi filmado nos famosos Cinecittà Studios em Roma. Sua última atuação foi na série "Don Matteo" onde interpreta o papel título. No total Terence Hill atuou em 80 trabalhos, entre filmes e séries para a TV.

6. Terence Hill também foi diretor. Ele dirigiu episódios de séries e filmes. Seu primeiro trabalho como cineasta foi "Don Camillo" em 1984. Em 1991 dirigiu "Lucky Luke", adaptação dos quadrinhos criados pelos cartunistas René Goscinny e Morris.

7. No Brasil Terence Hill é bastante associado a Trinity. Foram vários os filmes que usaram o nome Trinity em seu título como chamariz de bilheteria em nosso país, começando por "Trinity Vai à Guerra" de 1967, passando por "A Cólera de Trinity", "Chamam-me Trinity", "Trinity Ainda é Meu Nome", "Dá-lhe Duro, Trinity!", "Trinity e Seus Companheiros" e "A Volta de Trinity" de 1994, o último a usar esse nome. Curiosamente o nome do personagem em italiano era Trinità e Terence Hill só o interpretou mesmo em "Chamam-me Trinity" e "Trinity Ainda é Meu Nome", todos os demais eram outros personagens, pistoleiros que foram chamados de Trinity no Brasil por causa da força comercial do nome.

8. Além de Trinity, Terence Hill fez sucesso interpretando outro cowboy do velho oeste, Lucky Luke, em 1991. A ideia deu tão certo que virou série de TV. O seriado "Lucky Luke" durou uma temporada que foi ao ar um ano depois, em oito episódios.

9. Além dos famosos faroestes spaghettis, Terence Hill também atuou em diversos outros gêneros cinematográficos, fazendo parte inclusive de alguns filmes bem conceituados pela crítica como "O Leopardo", clássico do cinema dirigido pelo talentoso cineasta Luchino Visconti e estrelado pelos atores Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale.

10. Terence Hill tem sido homenageado bastante nos últimos anos pelo conjunto da obra, sua carreira como um todo, em premiações importantes do cinema italiano, entre eles David di Donatello Awards, Roseto First Work Festival e Bambi Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de maio de 2006

Deus Perdoa... Eu Não!

Título no Brasil: Deus Perdoa... Eu Não!
Título Original: Dio perdona... Io no!
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Cronocinematografica Productores Films
Direção: Giuseppe Colizzi
Roteiro: Giuseppe Colizzi
Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, Frank Wolff, Bruno Ariè, Francisco Sanz, Antonio Decembrino

Sinopse:
Um trem chega na estação com todos os passageiros mortos. Havia um carregamento de ouro no valor de 200 mil dólares que simplesmente sumiu. Tudo leva a crer que foi um roubo bem planejado e executado com requintes de crueldade, mas quem teria sido o autor de tal crime? E o mais importante de tudo, onde foi parar aquela pequena fortuna? É justamente para responder essas perguntas que Cat Stevens (Terence Hill) e Hutch Bessy (Bud Spencer) se unem para procurar pelo ouro. Ambos acreditam que o roubo foi cometido pela quadrilha liderada pelo bandoleiro Bill San Antonio (Frank Wolff). O problema é que Bill é dado como morto desde que enfrentou Stevens no passado! Mas será mesmo que ele morreu?

Comentários:
Esse é um Western Spaghetti dos mais interessantes, não apenas por reunir a boa dupla Terence Hill e Bud Spencer mas também por apresentar um roteiro até bem feito, com idas e vindas no tempo, para encaixar todas as peças sobre o desaparecimento (ou teria sido morte?) do bandoleiro e assassino Bill San Antonio! Esse é um personagem bem curioso pois tem jeito de afeminado, meio louco e com ares de megalomania. Imaginem um pistoleiro como esse em pleno anos 60! Como sempre acontecia em Spaghettis dessa época temos todo aquele desfile de sujeitos barbudos, suados e mal encarados. O personagem de Terence Hill é um jogador inveterado que está sempre envolvido em jogos e tiroteios, não necessariamente nessa ordem. Como sempre seu carisma se mostra à prova de falhas. O filme tem sua dose de brigas caricatas - com todos aqueles sopapos bem característicos dos filmes italianos - mas a despeito disso consegue manter um tom bem mais sério do que o habitual. No final a única dúvida que fica sem resposta é como o Bud Spencer conseguia aguentar aquele pesado casaco de peles em pleno deserto? Haja preparo físico para isso!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Assim Começou Trinity

Filme de faroeste com a dupla Terence Hill e Bud Spencer. Na história dois caçadores de recompensas (interpretados pelos próprios Hill e Spencer) chegam numa cidadezinha do velho oeste em busca de seu prêmio. Para provar que capturaram o famoso pistoleiro procurado vivo ou morto, porém, só possuem suas botas pois o sujeito foi literalmente pelo ares após ser atacado com bananas de dinamite. O proprietário do banco que oferece a recompensa não fica convencido sobre o que eles contam. Na verdade ele decide não pagar a recompensa. Para se livrar da dupla, o banqueiro resolve então libertar o condenado à forca Cacopoulos (Eli Wallach) para "resolver" o problema. E isso só aumenta a confusão com os caçadores de recompensas. O título nacional, "Assim Começou Trinity", é enganoso. Na verdade não temos nesse filme o personagem Trinity. O personagem interpretado por Terence Hill na verdade se chamava Cat Stevens. Assim o nome Trinity só foi usado por questões comerciais, para atrair público aos cinemas. Originalmente, sem suas primeiras sessões, o filme foi lançado com o nome de "Os Quatro da Ave Maria" e só depois que os filmes com Trinity viraram febre é que finalmente se mudou mais uma vez o título do filme por óbvias razões comerciais.

Dito isso é bom frisar que se trata de um Macaroni Western muito divertido, bem de acordo com o que seria no futuro os filmes estrelados pela dupla Terence e Bud. O primeiro sempre fazendo o papel do pistoleiro cuca fresca e o segundo sempre encarnando o tipo brutamontes de bom coração. Eles fizeram tanto sucesso juntos que acabaram indo para outros gêneros, sempre com o mesmo sucesso. A fórmula se baseava em um estilo de humor bem fanfarrão, pastelão até. O público, é claro, adorava pois havia um certo feeling circense neles. O curioso é que esse "Assim Começou Trinity" nem era tão escrachado quanto os filmes que viriam, mas tampouco também deixava de ter um pezinho na chanchada burlesca. O interessante é que a dupla central acabou passando por apuros e quase foi ofuscada no filme pelo ótimo ator Eli Wallach, em interpretação mais cômica e bem humorada. O seu personagem estava sempre passando a perna em Terence Hill e Bud Spencer ao longo do filme. Enfim, temos um filme divertido, engraçado, diria até mesmo ingênuo para os padrões atuais, mas que no final das contas agradava e divertia muito o público em sua época de lançamento original.
 
Assim Começou Trinity / Os Quatro da Ave Maria (I quattro dell'Ave Maria, Itália, 1968) Estúdio: Crono Cinematografica, Finanzia San Marco / Direção: Giuseppe Colizzi / Roteiro: Bino Cicogna, Giuseppe Colizzi / Elenco: Terence Hill, Bud Spencer, Eli Wallach / Sinopse: Cat Stevens (Terence Hill) e Hutch Bessy (Bud Spencer) são dois caçadores de recompensas no velho oeste que acabam tendo que brigar ainda mais pelo dinheiro prometido pela captura de um criminoso procurado vivo ou morto.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de fevereiro de 2006

...E Agora Me Chamam 'O Magnífico'

Título no Brasil: ...E Agora Me Chamam 'O Magnífico'
Título Original: E poi lo chiamarono il magnifico
Ano de Produção: 1972
País: Itália, França
Estúdio: Produzioni Europee Associate (PEA)
Direção: Enzo Barboni
Roteiro: Enzo Barboni
Elenco: Terence Hill, Gregory Walcott, Yanti Somer, Dominic Barto, Harry Carey Jr, Enzo Fiermonte

Sinopse:
No velho oeste um inglês chega para ajudar nos negócios do seu pai. O ambiente é de violência e brutalidade, o que faz com que ele logo deixe os bons modos de homem educado na Inglaterra para se tornar um verdadeiro homem da fronteira.

Comentários:
Terence Hill (nome real: Mario Girotti) foi um dos mais populares astros do faroeste italiano. Carismático, descendente de alemães e ingleses, esse italiano era sinônimo de boas bilheterias, inclusive no Brasil, onde a maioria de seus filmes levavam o nome de seu personagem mais famoso, Trinity, nos títulos. Os distribuidores nacionais sabiam que ter esse nome nas marquises dos cinemas era garantia de sucesso comercial. Pois bem, aqui temos uma exceção onde Hill interpreta um pistoleiro de nome pomposo - Sir Thomas Fitzpatrick Phillip Moore! Ora vejam só! O diretor italiano Enzo Barboni assinou o filme como E.B. Clucher. Isso era até comum dentro da estética do western spaghetti. O filme, como não poderia deixar de ser, tem suas doses de humor e exageros, Era exatamente isso que as pessoas queriam ver no cinema, já que o ator cativava seu público na época justamente apelando para essa mistura. Enfim, um faroeste europeu (produção entre italianos e franceses) que certamente não decepcionou os fãs de Terence Hill, o eterno Trinity.

Pablo Aluísio.