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terça-feira, 23 de junho de 2020

Meu Nome é Ninguém

Não há como viver no auge da carreira para sempre. Mais cedo ou mais tarde, algum dia, mesmo os grandes atores e mitos do cinema precisam fazer grandes concessões em sua carreira. Mudar os rumos, ir atrás de algo diferente. Um caso bem exemplificativo disso é esse “Meu Nome é Ninguém”. Produção italiana cujo nome original, “Il mio nome è Nessuno”, foi traduzido ao pé da letra. O grande mito Henry Fonda, já com idade avançada, foi até a Europa para rodar esse western spaguetti ao lado de um dos mais populares atores do estilo, o carismático Terence Hill, que apesar do nome americano era na realidade de nacionalidade italiana. Seu nome real era Mario Girotti. Ele havia nascido na linda e histórica Veneza! Sua imagem de "gringo" se explicava porque ele descendia de alemães. Não era o tipo italiano padrão, mas sim parecia mais um estrangeiro.

Os mais jovens hoje em dia talvez não mais conheçam Terence Hill, mas quem tem mais de 40 anos sabe muito bem quem foi ele. Estrelou comédias e filmes de western muito populares, inclusive no Brasil. Como esquecer de Trinity, personagem imortal do cinema italiano de western Spaguetti? Ao lado do companheiro e amigo Bud Spencer também rodou inúmeros filmes pastelões que fizeram a alegria da garotada nas décadas de 1960, 70 e 80. Aqui Mario interpreta um verdadeiro “genérico” de Trinity, um personagem chamado “Nessuno” ou em bom português, “Ninguém”. Pegando nuances e características dos pistoleiros sem nome interpretados por Clint Eastwood, o ator faz na verdade uma grande paródia em cima desse tipo de personagem, que era muito popular nos filmes da época.

Aqui acompanhamos a estória de Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste que na velhice resolve ir para a Europa em busca de paz e tranqüilidade. Chegando lá começa a ser importunado por “Ninguém” (Terence Hill), um jovem pistoleiro que idolatra o passado glorioso de Jack. Sem muita noção, acaba colocando o americano em diversas situações complicadas, que vão do constrangedor ao perigo completo, ao ter que enfrentar um grupo de malfeitores, uma gangue de criminosos chamada The Wild Bunch. Apesar da sinopse bem ao velho estilo do faroeste, esse não é um filme para ser levado muito à sério, pois como não poderia deixar de ser em produções desse tipo, há também um acentuado tom cômico nas cenas. O humor sempre se mostra presente. Devo confessar que ver o grande mito Henry Fonda em filmes assim não me agradou completamente. Na verdade ele só fez o filme por pedido do amigo Sergio Leone (que assinou o roteiro). O interessante é que Fonda ficou doente logo no começo das filmagens na Espanha e o filme teve que ser terminado nos Estados Unidos, usando locações na Louisiana, Colorado e Novo México.

Isso até que foi bom pois tirou um pouco daquelas ambientações mais manjadas do cinema de western spaguetti. Além disso abriu portas para Terence Hill no cinema americano, que era o sonho de todo ator europeu da época. De qualquer modo o filme conseguiu virar um sucesso de bilheteria na Europa e no Brasil, talvez pelas forças dos nomes de Leone e Fonda. Também foi um dos últimos faroestes de Henry Fonda, pois naquela época já se sentia velho demais para o gênero. Então fica a dica desse western temporão com os mitos Fonda e Sergio Leone. Não é algo excepcional e nem uma obra-prima, mas pelos nomes envolvidos certamente merece ser redescoberto pelos admiradores do gênero. 

Meu Nome é Ninguém (Il mio nome è Nessuno, Itália, 1973) Direção: Tonino Valerii / Roteiro: Sergio Leone, Fulvio Morsella / Elenco: Terence Hill, Henry Fonda, Jean Martin / Sinopse: Jack Beauregard (Henry Fonda), um lendário pistoleiro do velho oeste decide mudar de ares agora que está chegando na sua velhice. Só que seu descanso acaba sendo interrompida por um sujeito que se chama "Ninguém" (Terence Hill). E isso vai acabar lhe trazendo muitos problemas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

O Preço do Poder

Título no Brasil: O Preço do Poder
Título Original: Il prezzo del potere
Ano de Produção: 1969
País: Itália, Espanha
Estúdio: Patry Film, Films Montana
Direção: Tonino Valerii
Roteiro: Massimo Patrizi
Elenco: Giuliano Gemma, Warren Vanders, María Cuadra, María Luisa Sala, Ángel Álvarez, Norma Jordan

Sinopse:
Bill Willer (Giuliano Gemma) é um agente especial da agência de detetives Pinkerton que é enviado para o deserto do Texas, numa região bem isolada e remota, para investigar a morte do presidente James Garfield em 1881. Depois das primeiras investigações ele descobre uma enorme teia de conspirações envolvendo assassinos profissionais e políticos desonestos e gananciosos.

Comentários:
Segundo os produtores desse western spaghetti o roteiro era baseado nos acontecimentos que levaram ao assassinato do presidente JFK em Dallas. Até aí tudo bem, o problema histórico porém é que o enredo da fita se passava no século XIX. Assim usou-se a morte de outro presidente norte-americano, James Garfield, para se fazer uma grande mistureba de eventos, fatos e conspirações históricas, tudo junto e misturado! Quem gosta de spaghetti western porém não haverá muito do que reclamar pois a receita e a fórmula desse tipo de produção é seguido à risca, inclusive com aquelas trilhas sonoras bem marcantes, muitos tiros e violência estilizada. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a atuação de Giuliano Gemma. Embora fosse um ator bem apessoado, sempre notei uma certa indiferença dele em cena. Seria pura omissão ou falta de um talento maior em termos dramáticos? Isso fica a critério de cada um descobrir.

Pablo Aluísio.