quarta-feira, 8 de maio de 2019

Maligno

Esse filme de terror e suspense foi lançado recentemente nos cinemas brasileiros, mas em poucas salas. O enredo vai parecer um pouco familiar para quem gosta do gênero, principalmente para os fãs de "A Profecia" e até mesmo de "O Brinquedo Assassino". Aqui temos o personagem do garotinho Miles (Jackson Robert Scott). A não ser por sua inteligência, que parece acima da média, ele parece ser um menino normal, como todos os outros de sua idade. Até que um dia ele começa a apresentar um comportamento sádico. Ele mata o cão da casa e depois é pego pela mãe sussurrando palavras de ódio em húngaro! O que estaria por trás desse seu estranho comportamento?

O roteiro revela tudo logo na primeira metade do filme, mas mesmo assim consegue manter o interesse do espectador. A figura de um menino que na verdade tem interesses maquiavélicos não é necessariamente uma novidade no cinema. A vingança por algo acontecido em vidas passadas também não. A originalidade vem da boa direção de Nicholas McCarthy, que conseguiu realizar um bom filme de terror mesmo com elementos já batidos, já bem velhos. Os personagens da mãe, do pai e do garotinho são bem desenvolvidos, fazendo com que o público entre na rotina deles, passe a se importar com a família. Mesmo quando surgem cenas mais fortes, diria sensacionalistas, ainda assim o roteiro consegue se segurar em um bom patamar de qualidade. Não há sustos gratuitos e nem apelações desnecessárias. No quadro geral gostei do resultado final. Obviamente os produtores deixaram uma porta aberta no final, para quem sabe dar continuidade a uma sequência, mas se isso não acontecer não fará grande diferença. O filme vale por si mesmo e pela interessante história que conta.

Maligno (The Prodigy, Estados Unidos, 2019) Direção: Nicholas McCarthy / Roteiro: Jeff Buhler / Elenco: Taylor Schilling, Jackson Robert Scott, Peter Mooney / Sinopse: Garoto aparentemente normal passa a desenvolver um estranho comportamento, supostamente relacionado a personalidade de um serial killer morto pela polícia no mesmo ano em que ele nasceu.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Rambo - Programado Para Matar

"Rambo - Programado Para Matar" ou "Rambo I", como acabou ficando conhecido, foi provavelmente o segundo filme mais importante da carreira de Sylvester Stallone. Não que fosse tão bem escrito como Rocky, mas seu sucesso popular e o fato de ter sido um ícone dos filmes de guerra dos anos 80 o colocam em um patamar impossível de ignorar.  Agora, o mais curioso de tudo é que esse filme não foi assim um estrondo espetacular em seu lançamento original. Claro, fez sucesso, mas não foi um marco absoluto. Apenas com a chegada de "Rambo II" nas telas é que o primeiro filme acabou sendo relançado nos cinemas, criando assim uma excelente bilheteria. O fato é que o filme também não pode ser encarado como pura ação. Há um subtexto importante em seu roteiro. A história mostra bem o preconceito que muitos veteranos do Vietnã enfrentaram quando voltaram para casa. Eles foram considerados derrotados, vagabundos, homens que decepcionaram sua pátria e o escudo de invencibilidade que cercava os militares americanos na época. Isso pegou muito mal dentro dos setores mais conservadores do país. De repente esses veteranos se tornaram párias!

O John Rambo interpretado por Stallone é assim um homem que não tem para aonde ir. Ele foi forjado na guerra e na vida civil se torna alguém sem valor ou utilidade. Quando chega numa cidadezinha passa logo a ser hostilizado pelo boçal chefe de polícia. Ele "não quer problemas" e por isso resolve dar um "corretivo" em Rambo. Ora, péssima ideia. Com seu treinamento ponta de linha o sujeito acaba se tornando uma máquina de combate, colocando a cidade sob seus pés. Nos filmes seguintes Rambo iria se tornar cada vez mais poderoso, um "exército de um homem só" imbatível. Ora, é bem isso mesmo que o cinema dos anos 80 estava esperando. Acabou virando um filão de ouro do cinema americano naquela década.

Rambo - Programado Para Matar (First Blood, Estados Unidos, 1982) Estúdio: Carolco Pictures / Direção: Ted Kotchef / Roteiro: Sylvester Stallone, Michael Kozoll, William Sackheim / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Brian Dennehy, David Caruso, Bill McKinney, Jack Starrett ; Sinopse: John Rambo (Stallone) é um veterano que volta para os Estados Unidos após o fim da guerra, mas só encontra violência e desrespeito por seu passado.

Pablo Aluísio.

Mad Max 2: A Caçada Continua

Então você gosta de filmes que se passam em um mundo pós-apocalíptico? Ora, então tem que necessariamente conhecer os filmes que deram origem a isso tudo. São os filmes do Louco Max, ou como conhecemos aqui no Brasil, Mad Max. São filmes violentos, pesados e com enredos simples. Cativaram o público por causa da originalidade de mostrar um mundo devastado, primitivo e novamente selvagem, mostrando o lado mais sórdido do ser humano, onde ele se torna capaz de tudo, matar, roubar, apenas para colocar as mãos em alguns litros de gasolina (afinal o que seria mais importante em um mundo destruído como aquele?)

Esse segundo filme da série é bem mais produzido do que o primeiro (que hoje em dia se parece mais com um filme amador!). Aqui há mais cuidados com figurinos, máquinas possantes (e mortais), além de maquiagem, efeitos especiais, etc. Claro, passados tantos anos algumas coisas ficaram datadas. O vilão, por exemplo, parece uma versão do Jason de "Sexta-feita 13", mas faça como os carros envenenados do mundo de Max e passe por cima desse tipo de coisa. Curta o filme não apenas pela ação desenfreada, como também por sua importância histórica. Afinal esses filmes que ainda hoje são lançados, com o mundo em ruínas, nada mais são do que novas versões para as boas e velhas aventuras violentas de Mad Max.

Mad Max 2 - A Caçada Continua (Mad Max 2, Austrália / EUA, 1982) Direção: George Miller / Roteiro: George Miller, Terry Hayes / Elenco: Mel Gibson, Vernon Wells, Bruce Spence, Michael Preston, Max Phipps / Sinopse: Mad Max (Mel Gibson) se vê envolvido numa luta pela sobrevivência em um deserto hostil pós apocalipse, onde todos lutam para colocar as mãos em uma refinaria isolada e perdida no meio do nada absoluto. Filme vencedor do prêmio da Australian Film Institute na categoria de Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

O Despertar de Um Assassino

É baseado em uma ótima graphic novel que por sua vez foi escrito através das recordações de um amigo de Jeff Dahmer. Quem foi ele? Um dos mais infames psicopatas dos Estados Unidos, um homem capaz de atos de pura selvageria alucinada, ao ponto inclusive de praticar canibalismo com restos mortais de suas vítimas. Seus crimes horrendos porém não estão no filme. O que encontramos aqui são flashs de sua adolescência, nos anos 70. Ele se parece com qualquer outro estudante de sua escola, um pouco diferente em pequenos aspectos que também por si só não explicariam o assassino cruel que se tornou. É apenas um jovem tentando ganhar aceitação entre colegas de sua idade. Nada diferente de outros jovens como ele.

No meio disso porém já começam a aparecer certos sintomas de sua psicopatia que iria lhe dominar dentro de alguns anos. A obsessão em recolher animais mortos, por exemplo, já era um claro sinal de que alguma coisa não ia bem em sua mente. Seu comportamento um pouco errático, que iria se agravar nos anos seguintes, também deixam pistas. Há uma cena, já no final, quando o próprio amigo de Dahmer percebe que há algo errado no ar, que mostra bem isso. Ele dá uma desculpa qualquer para se afastar dele, ou seja, seu sexto sentido indicou que ele estava de alguma forma em perigo. Escapou de se tornar uma de suas primeiras vítimas. Enfim, assista ao filme pelo que ele revela nas entrelinhas. Afinal um serial killer não nasce da noite para o dia. É, ao contrário disso, um longo processo que vai se criando com o passar dos anos. O começo da loucura assassina de Dahmer está aqui! É um filme assustador por contar uma história que realmente aconteceu.

O Despertar de Um Assassino (My Friend Dahmer, Estados Unidos, 2017) Direção: Marc Meyers / Roteiro: Marc Meyers, John Backderf / Elenco: Ross Lynch, Alex Wolff, Anne Heche  / Sinopse: O filme conta a adolescência do assassino serial Jeff Dahmer. Sua história antes dos terríveis crimes que iria cometer em sua fase adulta.

Pablo Aluísio.

I Am the Night

Terminei de assistir a essa minissérie. Ela é baseada nas memórias de Fauna Hodel, neta de George Hodel, o principal suspeito da morte de Elizabeth Short, no caso da Dália Negra. Ela era uma atriz que também fazia programas com homens mais velhos em Los Angeles. Seu corpo foi encontrado brutalmente mutilado em uma das ruas da cidade. O Dr. George Hodel era conhecido por sua clínica de abortos clandestinos, onde atendia figurões de Hollywood. Um homem rico e obcecado pelo mundo das artes, ele parecia sofrer de sérios transtornos psiquiátricos, entre eles uma insuspeita psicopatia. Embora nunca tenha sido condenado pelo assassinato, tudo leva a crer que ele foi mesmo o autor do horrível crime, uma vez que a forma como o corpo de Short foi colocado no chão, serrado ao meio, sugeria um quadro de arte surrealista. Algo completamente bizarro!

A série porém não entra diretamente nos eventos do famoso crime e sim na figura de Fauna, uma mocinha criada por uma mãe adotiva negra que passa a procurar por seus pais verdadeiros. Acaba indo parar no covil de George Hodel, que era seu avô. A partir de certo ponto ela se une ao repórter investigativo Jay Singletary (Chris Pine). Eu gostei dos episódios, achei todos bem produzidos, porém devo antecipar que quem for atraído pelo famoso caso da Dália Negra vai ficar um pouco decepcionado. Acontece que aquele crime nada mais é do que um ponto secundário na trama, um evento apenas mencionado algumas vezes. No geral o que temos é Pike apanhando em todos os episódios (seja de bandidos, seja da polícia) e a estranha e conturbada vida familiar de Fauna. Nada mais. Não me arrependo em ter assistido a todos os episódios, achei tudo de bom gosto, porém ainda falta uma série bem focada em Elizabeth Short, quem sabe contando um pouco de sua vida antes do horrível crime de que foi vítima. Também seria muito interessante uma série assim.

I Am the Night (Estados Unidos, 2019) Direção: Carl Franklin, Patty Jenkins, Victoria Mahoney / Roteiro: Sam Sheridan, Monica Beletsky / Elenco: Chris Pine, India Eisley, Jefferson Mays, Connie Nielsen / Sinopse: Minissérie baseada nas memórias de Fauna Hodel, neta do Dr. George Hodel, principal acusado de ter assassinado a jovem atriz Dália Negra em Los Angeles, na década de 1940.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de maio de 2019

Vingadores: Ultimato

Esse filme chegou mais cedo do que eu esperava. Pensei que ainda iria demorar uns dois anos para chegar nas telas. Pelo visto a Marvel tem pressa mesmo, lançando seus filmes em ritmo industrial. De qualquer forma deu certo. A produção já acumulou mais de 2.5 bilhões de dólares nas bilheterias. É o maior sucesso do ano, lutando agora para passar "Avatar" que está ainda na sua frente na lista das maiores bilheterias dos últimos anos. Resta esperar para ver o que vai acontecer nas próximas semanas. Bom, deixando esse aspecto comercial de lado o que mais me intrigava era saber como os roteiristas iriam desfazer o nó do filme anterior, onde muitos personagens importantes tinham virado pó, isso literalmente falando. Confesso que não achei grande coisa a solução encontrada. O roteiro parte para o bom e velho argumento da volta no tempo. A coisa fica tão evidente que os próprios roteiristas colocaram duas piadinhas com "De Volta Para o Futuro", já sabendo de antemão que iriam fazer uma ligação com esse famoso filme dos anos 80. A lógica é muito parecida realmente, apesar do papo furado da física quântica, algo que também já está virando uma muleta narrativa recorrente em roteiros mais recentes.

Assim o resultado, ao meu ver, ficou um pouco prejudicado, pois a viagem no tempo não deixa de ser algo bem manjando no universo pop. A despeito disso porém não posso deixar de admitir que em suas quase 3 horas de duração o filme diverte e funciona muito bem como aquilo que sempre foi, uma mera transposição bem realizada do universo dos quadrinhos para o cinema. Os elementos são bem trabalhados, encaixados na trama. Pode ser que se você perdeu algum filme da Marvel nesses últimos anos venha a se perder com tantas idas e vindas no tempo. Porém isso é o de menos. A estrutura narrativa funciona bem, tem bom ritmo e desenvolvimento.

Não é a maior maravilha cinematográfica do mundo como querem fazer crer alguns fãs de quadrinhos, mas funciona perfeitamente bem. É um produto pop de qualidade. Agora, temos que admitir também que um velho problema se repete aqui. Desde sempre qualquer filme com muitos personagens e muitos atores em cena acaba criando um subaproveitamento deles - tantos dos atores como dos heróis. Isso se repete nesse filme. É tanto super-herói em cena que poucos são desenvolvidos com cuidado. Fica aquela sensação de que muitos são apenas coadjuvantes de luxo. Mesmo assim repito que o filme agrada e diverte. Nesse mundo de tantos heróis da Marvel já está de bom tamanho.

Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, Estados Unidos, 2019) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro:  Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, Josh Brolin, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Paul Rudd, Benedict Cumberbatch, Brie Larson, Tom Holland, Chris Pratt, Michael Douglas, Robert Redford, Samuel L. Jackson / Sinopse: Para desfazer o mal causado pelo vilão Thanos, os vingadores decidem voltar no tempo para impedir que ele consiga as Joias do infinito que lhe dará um poder supremo sobre todo o universo.

Pablo Aluísio.

Cemitério Maldito

Eu tive o privilégio de assistir no cinema ao primeiro filme baseado nesse livro de Stephen King. Ao contrário do que muitos disseram na época, eu gostei do resultado final. Agora temos esse novo remake. Para os fãs de King é importante salientar que o roteiro toma várias liberdades ao livro que lhe deu origem. Nenhuma dessas mudanças atrapalha o filme em nada. São bem pontuais e em minha opinião bem colocadas. O mais radical foi mesmo a mudança do final, que é bem diferente, um tanto pessimista e sinistro, nada condizente com o que foi pensado por Stephen King nas páginas de seu livro de terror. Mesmo essa mudança achei adequada. Muita gente não vai gostar, mas fugindo do que é convencional, do clichê "final feliz", temos aqui uma novidade que já vale o ingresso do cinema.

No mais, temos mais fidelidade ao livro de King. A premissa básica segue a mesma. Uma família (pai, mãe e dois filhos) decide se mudar para uma cidadezinha do Maine em busca de uma qualidade de vida melhor. A nova casa fica dentro de um vasto bosque. Nele há, quase no quintal da casa, um cemitério de animais. Acima desse lugar não muito bem-vindo, há ainda uma região pouco visitada, dita como maldita desde os tempos em que nativos passaram por lá. É nesse campo que as melhores cenas do filme vão se desenvolver. Quando o gatinho da família é atropelado na rodovia o vizinho leva o animal para esse lugar. E eis que após passar uma noite por lá ele retorna. Agora imaginem quando a garotinha, que o pai tanto ama, também morre atropelada! Como diz o cartaz do filme "Muitas vezes estar morto é melhor".

Por falar em garotinha, aqui temos outra mudança que vai ser sentida pelos leitores do livro de Stephen King. Aqui a menina é que é morta na estrada, não seu irmãozinho mais jovem. Solução mais adequada para o mundo de hoje. A pequena atriz Jeté Laurence trabalha muito bem e convence na tela. Eu pessoalmente achei uma opção muito melhor. No filme dos anos 80 os roteiristas seguiram mais de perto ao livro, porém o resultado cinematográfico ficou pior. Aliás devo dizer que esse filme é muito melhor do que o primeiro, o original. O roteiro tem mais elementos, que são bem mais trabalhados pelo texto. Até mesmo detalhes, como a procissão dos meninos levando um animal morto, acrescentam muito ao resultado final. A dupla de diretores está de parabéns. Some isso tudo ao fato de termos um gênio da literatura como fonte primária do filme e você terá uma ótima diversão do gênero. Assista sem receios, vai valer bastante a pena.

Cemitério Maldito (Pet Sematary, Estados Unidos, 2019) Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer / Roteiro: Matt Greenberg, baseado no livro de Stephen King / Elenco: Jason Clarke, Jeté Laurence, Amy Seimetz, John Lithgow / Sinopse: Após a morte da filha numa rodovia, um pai desesperado decide trazê-la de volta à vida. Isso se dará levando a garotinha até um lugar maldito, localizado além do cemitério de animais. Uma região amaldiçoada, que trará violência e desespero para toda a família.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de maio de 2019

Noite Sem Fim

Mais um bom filme da safra de produções de ação estreladas por Liam Neeson. Aqui ele interpreta um assassino profissional que durante anos prestou serviços para a máfia irlandesa de Nova Iorque. Agora bem mais velho, pai de um jovem, ele pensa em se aposentar, deixando para trás seu passado de crimes. O equilíbrio se vai quando o seu próprio filho vira alvo da máfia. Os membros da organização criminosa querem matar o jovem, o que os coloca em rota de colisão com o pai, Jimmy Conlon (Liam Neeson). O rapaz viu o que não devia, virou testemunha em um caso importante e como é praxe dentro da máfia, testemunhas que podem colocar tudo a perder devem ser eliminadas sumariamente.

O diretor espanhol  Jaume Collet-Serra rodou um filme visualmente muito bem realizado. Tiros não são apenas tiros, mas também uma oportunidade de explorar verdadeiros quadros de imagens visuais na tela. O roteiro também explora bastante a dualidade do protagonista. Um assassino contratado para fazer o serviço sujo da máfia, eliminando pessoas inconvenientes, ele de repente se mostra em dúvida sobre os rumos que sua vida tomou. Além do excelente visual e do bom roteiro (que tira leite de pedra ao desenvolver um tema até batido nesse tipo de fita), ainda temos um elenco de apoio invejável. Ed Harris interpreta o chefão mafioso e Nick Nolte dá vida a um outro assassino profissional que quer justamente a cabeça de Neeson, algo como um prêmio a mais em sua carreira no mundo do crime. Afinal enviar para a cova um dos mais respeitados matadores da máfia o colocaria em um patamar invejável entre seus pares criminosos. Então é isso, um filme de ação realmente acima da média, uma boa indicação para quem curte o estilo.

Noite Sem Fim (Run All Night, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Vertigo Entertainment / Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Brad Ingelsby / Elenco: Liam Neeson, Ed Harris, Joel Kinnaman, Vincent D'Onofrio, Boyd Holbrook, Common, Nick Nolte / Sinopse: Jimmy Conlon (Liam Neeson) é um veterano assassino profissional da máfia irlandesa que de repente se vê no outro lado da moeda, ao descobrir que seu filho agora é alvo dos mafiosos. Ele se tornou testemunha de algo importante e por isso precisa ser sumariamente executado pela mesma organização criminosa a que pertence Jimmy.

Pablo Aluísio. 

O Gênio e o Louco

O filme é baseado em fatos históricos reais. O ator Sean Penn interpreta um médico americano, veterano da guerra civil, que começa a sofrer surtos psicóticos. Numa dessas crises ele acaba matando um homem inocente.  Preso, é condenado a viver em um manicômio judicial. Fica isolado numa cela, muitas vezes surtado, pensando estar sendo perseguido por seres que se escondem nas dobras do piso. Anos depois ele seria diagnosticado com esquizofrenia. Já Mel Gibson é um professor autodidata, que fala várias línguas, contratado por uma comissão da universidade de Oxford para ajudar na elaboração de um novo dicionário de língua inglesa. O caminho desses dois homens se cruza quando o personagem de Gibson solta um panfleto "recrutando" voluntários para a elaboração do novo dicionário. O louco interpretado por Sean Penn responde a convocação e acaba se tornando um dos principais nomes nesse novo trabalho que durou anos e gerou frutos importantes dentro da academia inglesa.

O filme tem um tema que muito provavelmente não irá despertar a atenção de muitos espectadores. É obviamente algo mais intelectual, situado em um mundo não muito agradável, a das pessoas com problemas mentais, capazes de atos insanos de auto mutilação. De todos os personagens em cena, aquele interpretado por Sean Penn é o que desperta mais compaixão. Aqui temos um médico, um homem brilhante, que acaba sucumbindo à sua própria loucura, enquanto tenta se agarrar de alguma forma ao mundo da razão. Pelo brilhante trabalho de atuação, Penn acabou ofuscando Gibson, que afinal tem um papel secundário, embora importante, dentro da trama. O roteiro também revela um quadro de pouca ética entre os acadêmicos de Oxford, até porque eles começaram simplesmente a delegar suas funções, numa máxima de pouco esforço e trabalho. Quem acaba assim fazendo o trabalho árduo é um pobre coitado esquizofrênico, preso em uma prisão e na sua própria mente deteriorada. Quem poderia imaginar...

O Gênio e o Louco (The Professor and the Madman, Irlanda, 2019) Direção: Farhad Safinia / Roteiro: John Boorman, Todd Komarnicki / Elenco: Mel Gibson, Sean Penn, Natalie Dormer, Stephen Dillane / Sinopse: Dr. William Chester Minor (Sean Penn) é um médico americano que após um surto de esquizofrenia acaba matando uma pessoa inocente, que andava pelas ruas de Londres à noite. Condenado, é enviado para um manicômio psiquiátrico. James Murray (Mel Gibson) é um autodidata que passa a trabalhar no novo dicionário da universidade de Oxford. O destino acaba unindo a vida desses dois homens tão diferentes entre si.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

As Loucuras de Dick & Jane

Título no Brasil: As Loucuras de Dick & Jane
Título Original: Fun with Dick and Jane
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Dean Parisot
Roteiro: Judd Apatow, Nicholas Stoller
Elenco: Jim Carrey, Téa Leoni, Alec Baldwin, Richard Jenkins, Angie Harmon, John Michael Higgins

Sinopse:
Depois de ter um vidão, com muito luxo e conforto, um casal perde tudo na vida! Para sobreviver eles decidem tomar uma decisão radical, ir para o mundo do crime, só que os dois não possuem o menor jeito para esse tipo de coisa!

Comentários:
Em se tratando de Jim Carrey a gente já sabe! Ele é aquele tipo de comediante do tipo "ame ou odeie", já que seu humor bem exagerado, cheio de maneirismos e caretas, não consegue agradar todo mundo. Porém para quem é fã não existe nada mais divertido do que um filme com ele. De minha parte o que vale a pena é ver uma comédia bem feita, com piadas e situações engraçadas. Esse filme aqui não é dos melhores de Carrey, mas passa longe de ser ruim. O curioso é que é praticamente um retorno ao seu velho estilo pois Carrey vinha numa levada mais dramática, apostando em filmes mais sérios, etc. Depois de tentar por alguns anos ele decidiu voltar ao seu estilo habitual, que o tornou rico e famoso. Assim se você curte o ator em seu modo mais pastelão, com muito humor físico, cheio de trapalhadas, assista sem receios. Já para quem torce o nariz para seu jeitão mais transloucado, obviamente não recomendaria.

Pablo Aluísio.