sábado, 11 de junho de 2016
A Família Savage
Título Original: The Savages
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Tamara Jenkins
Roteiro: Tamara Jenkins
Elenco: Laura Linney, Philip Seymour Hoffman, Philip Bosco
Sinopse:
Wendy (Laura Linney) e Jon (Philip Seymour Hoffman) são dois irmãos que precisam lidar com uma situação mais do que complicada. Seu velho pai está senil, praticamente demente, e eles precisam tomar uma decisão sobre interná-lo ou não em um asilo. Como era de se esperar o problema desperta velhos traumas, antigas lembranças amargas, que só faz tornar tudo ainda mais sofrido e amargo. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Laura Linney) e Melhor Roteiro Original (Tamara Jenkins).
Comentários:
É realmente algo a se lamentar bastante a morte precoce do ator Philip Seymour Hoffman. Eu sempre o considerei um dos mais talentosos de sua geração. Ele faleceu em 2014, vítima de uma overdose de drogas. Tudo muito trágico. Uma boa oportunidade agora de rever seu trabalho vem nesse excelente drama familiar "The Savages". O roteiro com toques autobiográficos da diretora e roteirista Tamara Jenkins mostra dois irmãos precisando solucionar o terrível problema de como lidar com um pai com problemas de demência, após a morte de sua segunda esposa. Eles tiveram uma educação distante e até mesmo negligente por parte dele e agora precisam tomar a melhor decisão sobre ele, como por exemplo, o internar em um asilo de velhos. O personagem de Hoffman é a de um sujeito torturado, com seus próprios problemas pessoais, pois não consegue nunca terminar o livro que seria o mais importante de sua vida. Sua irmã Wendy não é melhor resolvida, cheia de traumas da infância e adolescência. Ao ter que lidar com seu pai tudo parece voltar, inclusive os anos de um passado bem distante. É um excelente drama, também muito triste por mostrar uma realidade que atinge muitas famílias. Assim se você se identifica de alguma forma com essa estória não deixe de assistir. Provavelmente aprenderá uma bela lição de vida.
Pablo Aluísio.
O Retorno de John Henry
O roteiro de "Forsaken" nem é tão original assim, na verdade ele se utiliza de velhas fórmulas que já eram comuns nos tempos de John Wayne e Randolph Scott. Isso porém não é um problema, pois ao final do filme você se sentirá plenamente satisfeito pelo que viu. Com uma duração enxuta (89 minutos) o filme tem ótima fluidez e o resultado final se mostra muito bom. Kiefer Sutherland convidou a amiga Demi Moore para interpretar seu velho amor da juventude. Ambos estavam apaixonados antes da guerra civil começar, porém o conflito os separou. Ela ainda ficou aguardando seu retorno por anos, mas como ele não parecia nunca mais voltar para casa resolveu se casar com um outro homem da região, uma pessoa que ela na verdade nem gostava muito, mas que poderia ser um bom marido. Assim deixo essa dica para você que é fã de faroestes. Um bom filme, bem produzido, com excelente elenco e um roteiro nostálgico. Tudo pareceu no lugar em uma boa fita que vai satisfazer todos aqueles que gostam desse tipo de filme.
O Retorno de John Henry (Forsaken, EUA, 2016) Direção: Jon Cassar / Roteiro: Brad Mirman / Elenco: Kiefer Sutherland, Donald Sutherland, Demi Moore, Brian Cox, Michael Wincott, Jonny Rees/ Sinopse: Após passar anos sem dar notícias, John Henry Clayton (Kiefer Sutherland) retorna para casa. Sua mãe está morta e ele deseja recomeçar sua vida ao lado de seu velho pai, o pastor William Clayton (Donald Sutherland). Durante sua ausência Henry fez fama como pistoleiro, mas agora deseja abandonar as armas, até que descobre que há uma quadrilha de facínoras aterrorizando os fazendeiros honestos da região, uma injustiça que ele não poderá deixar como está.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
John Wayne - A Primeira Vitória
E é justamente um dos eventos mais marcantes dessa guerra que marca a cena inicial do filme: o ataque japonês ao porto militar americano de Pearl Harbor. Até aquele momento os americanos mantinham uma postura de neutralidade em uma guerra que parecia se alastrar pelo mundo. Havia um sentimento de não se envolver na Guerra pois os americanos ainda amargavam as perdas provenientes da I Guerra Mundial. A neutralidade assim parecia ser um bom caminho a seguir. Essa posição diplomática porém não duraria muito. Sem aviso prévio e contando com um ataque surpresa arrasador a força aérea imperial japonesa arrasou a esquadra americana estacionada no Havaí. A partir daí não houve outra saída e os Estados Unidos entraram definitivamente na guerra, lutando uma feroz luta ilha a ilha no Pacífico Sul contra os japoneses.
O personagem de John Wayne é um comandante de cruzador da marinha americana chamado Rockwell 'Rock' Torrey. Durante o ataque em Pearl Harbor ele, por pura sorte, não estava ancorado no porto atacado, mas sim em alto-mar. Tentando dar uma resposta ao ataque acabou sendo encurralado por um submarino japonês. Sua manobra é considerada temerária pelo comando da marinha e ele é afastado do comando, indo parar em um serviço burocrático atrás de uma escrivaninha. Para um velho marinheiro não poderia ser pior. Seu homem de confiança, o tenente Paul Eddington (Kirk Douglas) também é colocado para escanteio.
Aproveitando sua estadia forçada em terra firme, Rock acaba resolvendo colocar alguns assuntos pessoais em dia. Procura finalmente por seu filho que não vê há anos (e que também está servindo na Marinha) e acaba tendo um caso amoroso tardio com uma enfermeira pelo qual acaba sentindo atração. Seus problemas privados porém são colocados de lado quando é chamado novamente para o comando. A guerra precisa de homens experientes e Rock acaba sendo designado para uma importante missão. O filme é longo, com quase três horas de duração, e isso se deve ao fato de que Otto Preminger priorizou o desenvolvimento de cada personagem da estória (que inspirada em fatos reais teve seu roteiro baseado no livro escrito por James Bassett). È um ótimo filme histórico de guerra, mostrando não apenas o lado combativo dos militares americanos na chamada guerra do Pacífico, como também valorizando o lado mais humano desses homens. Um clássico do cinema mais do que recomendado.
Pablo Aluísio.
Kirk Douglas - A Primeira Vitória
Quando começa o ataque a Pearl Harbor ela acaba morrendo numa estrada. Isso faz com que Eddington fique devastado. Ele não era feliz no casamento, sua jovem esposa, muitos anos mais jovem, não lhe dava o devido respeito e nem parecia gostar muito dele, mas a sua morte prematura torna sua lembrança praticamente imaculada. Depois disso o Capitão começa a ter um comportamento bem fora dos padrões o que o levará à cena crucial quando resolve estuprar uma jovem enfermeira que também está no Havaí durante a II Guerra Mundial. A garota vindo do interior acaba sendo agarrada na praia e violentada. Essa cena, forte sob muitos aspectos, também é bem incômoda quando descobrimos que o próprio Kirk Douglas foi acusado de ter estuprado a atriz Natalie Wood nos anos 50. Isso foi bem antes da realização dessa cena o que me faz pensar que Kirk quis dar sua resposta na tela, atuando em algo que certamente seria bem comentado nos bastidores de Hollywood.
Depois disso, como numa espécie de redenção moral, o roteiro o coloca numa missão suicida, onde ele deixa bem claro que não está muito disposto a voltar para a base para enfrentar uma corte marcial. O diretor Otto Preminger acabou ficando numa encruzilhada pois não poderia dar um final feliz a um estuprador no enredo, nem mesmo se ele fosse interpretado pelo astro Kirk Douglas. John Wayne, interpretando seu oficial superior, certamente o puniria e isso fica bem claro depois que ele descobre que seu subordinado está morto. Perguntado se ele daria seu nome para a recomendação de uma medalha de honra, a sua resposta é um taxativo "não"!
Por fim, vale também destacar a grande cena final do filme. O clímax é a reconstituição de uma batalha real ocorrida no Pacífico Sul entre a Marinha americana e a japonesa. Os japoneses contavam com o colossal Yamato, de 72 mil toneladas. Esse navio era considerado uma das joias do poderio naval militar japonês. O comandante interpretado por John Wayne é o responsável em destruir essa armada dos mares. No saldo final, apesar de todas as baixas, ele acaba vencendo, o que foi considerado na época a primeira vitória americana sobre o Japão no Pacífico.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 9 de junho de 2016
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
Basicamente o que temos aqui é a invasão dos reinos humanos pelos Orcs, figuras criadas totalmente pela computação gráfica, com dentes de javali e força bruta. Falou em Orc eu tenho certeza que você lembrou de "O Senhor dos Anéis", a imortal obra de J.R.R. Tolkien. É bem por aí mesmo. Aquele tipo de universo de fantasia, com várias raças diferentes, magia e monstros.
Claro que "Warcraft" não passa de um subproduto da obra de Tolkien, mas mesmo assim está valendo pela pura e simples diversão. Tecnicamente achei o filme bem realizado. As criaturas - com destaque para os Orcs - são bem feitas e até mesmo convincentes. A parte de efeitos especiais só se perde um pouco mesmo durante as batalhas quando há muitos personagens juntos lutando. Nesses momentos o filme ficou com jeitão de videogame, mas não penso que o público que acompanhe esse universo vá reclamar de algo assim.
Por falar em criar ambientes virtuais próprios, essa é justamente a especialidade do cineasta Duncan Jones. Ele já havia trabalhado em algo parecido em seus filmes anteriores como "Lunar" (muito bom, merece ser redescoberto) e "Contra o Tempo" (bem bolada ficção estrelada pelo ator Jake Gyllenhaal). Aqui ele tem a primeira oportunidade de dirigir um filme com grande orçamento e pretensão de ser uma nova franquia blockbuster. Aliás fica claro no desfecho desse filme que é justamente essa a intenção dos produtores. Não há propriamente um clímax, ficando praticamente tudo em aberto para as sequências que poderão vir ou não, dependendo da bilheteria desse primeiro. Eu particularmente penso que haverá continuações, não tão bem sucedidas como "O Hobbit" ou até mesmo "O Senhor dos Anéis", mas pelo andar da carruagem esse certamente será o pontapé inicial de uma nova trilogia de fantasia. É esperar para ver.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Warcraft
Título Original: Warcraft
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Legendary Pictures
Direção: Duncan Jones
Roteiro: Duncan Jones, Charles Leavitt
Elenco: Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Foster
Sinopse:
Após a destruição de seu mundo, os Orcs liderados por um feiticeiro maligno resolvem atravessar um portal mágico para invadir os reinos dos humanos em Azeroth, Eles planejam aniquilar todos os reinos dos homens, para tomar suas terras e seus territórios. O Rei e o Guardião Medivh (Ben Foster) então se unem para destruir a nova ameaça contra seus vastos domínios.
Comentários:
Esse universo "Warcraft" é bem amplo, indo desde livros de RPGs, romances, livros, games a álbuns de figurinhas. A inspiração é até bem óbvia, nos fazendo lembrar imediatamente dos livros de J.R.R.Tolkien (de "O Senhor dos Anéis), passando pelos mundos de "Dungeons & Dragons" e "Warhammer". É um universo de fantasia, com raças diversas (Orcs, Homens, Elfos e Anões) brigando entre si por poder e territórios. O roteiro explora tanto as intrigas e motivações dentro dos Orcs, como dos humanos. Há assim protagonistas de ambos os lados. É de se admirar que algo assim tão popular no universo nerd ainda não tivesse ganho sua adaptação para o cinema. De maneira em geral é uma produção realmente muito bem realizada (mais de cem milhões de dólares foram gastos em sua realização), com farto uso de computação gráfica. Por falar em efeitos especiais pouca coisa do que você verá em cena é real. Praticamente tudo é virtual, principalmente em relação aos Orcs (que parecem javalis brutamontes selvagens). Por essa razão muitos críticos reclamaram, afirmando que o filme mais parecia um videogame turbinado do que qualquer outra coisa. Resta saber se o público jovem vai encarar esse tipo de crítica como algo positivo ou negativo. Para uma geração que cresceu jogando games não vejo como alguém que sempre fez parte desse universo irá reclamar. E se você não conhece nada de "Warcraft" também não precisa se preocupar muito. O roteiro é simples, de fácil acesso. Pode até se tornar uma boa diversão se você aprecia esse tipo de filme mais voltado para a fantasia à la J.R.R.Tolkien, mas claro sem o conteúdo e a complexidade desse autor. Como entretenimento puro está valendo.
Pablo Aluísio.
O Reino Proibido
Título Original: The Forbidden Kingdom
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Entertainment
Direção: Rob Minkoff
Roteiro: John Fusco
Elenco: Jackie Chan, Jet Li, Michael Angarano
Sinopse:
Jason Tripitikas (Michael Angarano), um jovem americano comum, encontra um velho artefato, numa loja de Chinatown. É um cajado que teria pertencido ao Rei Macaco, mestre em artes marciais. De posse desse objeto ele acaba sendo transportado para um novo universo, onde viverá grandes aventuras em um reino proibido no oriente próximo. Lá entra em contato com um novo mundo, onde clãs lutam entre si pelo poder supremo. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Filme de Ação.
Comentários:
Um filme com Jackie Chan e Jet Li já seria motivo suficiente para atrair a atenção dos fãs de filmes de lutas marciais orientais. Infelizmente esse "The Forbidden Kingdom" é irregular, possuindo pontos positivos e negativos. Do lado ruim o fã terá que aguentar aquele estilo de filme mais juvenil, realizado para o público médio americano, tendo que engolir um personagem criado apenas para criar identificação com esse tipo de público. No caso se trata do jovem Jason (Angarano), que com seu jeito um tanto desajeitado (diria até mesmo meio idiota), só atrapalha o resultado final. Não consegui achá-lo nem divertido, nem carismático, nem nada. Assim sobra o trabalho pesado para a dupla Jackie Chan e Jet Li, só que eles estão um pouco à margem de tudo o que acontece. Isso prejudica. Os pontos positivos vem da boa produção, onde tudo parece ser muito bem requintado e bem produzido (principalmente cenários e coreografias) e, como não poderia deixar de existir nesse tipo de filme, também boas cenas de lutas. Não é o caso de indicar o filme para todos os tipos de público porque como já escrevi ele segue uma linha mais infanto-juvenil do estilo mais comercial. De qualquer forma, na dúvida e usando um pouco de boa vontade, arrisque-se a conferir.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 7 de junho de 2016
Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro
Título no Brasil: Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro
Título Original: Mad Money
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Big City Pictures, Granada Entertainment
Direção: Callie Khouri
Roteiro: Glenn Gers, John Mister
Elenco: Diane Keaton, Queen Latifah, Katie Holmes
Sinopse:
Bridget Cardigan (Diane Keaton) é surpreendida ao saber que está prestes a perder sua confortável vida e casa, quando seu marido é demitido. Ela sai, então, em busca de um emprego. Após ter ficado anos sem trabalhar, ela consegue uma vaga no banco da reserva federal americana. Aos poucos, descobre que tem muito em comum com suas novas companheiras de trabalho.
Comentários:
Definitivamente não deu muito certo esse "Mad Money". A ideia era fazer uma comédia sobre três mulheres que resolvem fazer uma loucura para finalmente mudarem suas vidas de uma vez por todas. Obviamente o marketing da produção se apoiava completamente na presença de Katie Holmes, que de estrelinha de TV passou a celebridade por causa de seu casamento com o galã Tom Cruise. Mas ela não tem vocação para ser uma estrela de primeira grandeza, essa é a simples verdade. Até mesmo a sempre fina e elegante Diane Keaton perde a compostura nesse roteiro vulgar que fica mais adequado para a verve cômica de Queen Latifah, essa sim bem mais á vontade com a proposta do filme em si. Assim o resultado final é bem decepcionante e não vale a pena. Melhor perder tempo lendo as fofocas do casal Holmes / Cruise do que ver esse filme muito fraquinho e sem relevância.
Pablo Aluísio.
Em Qualquer Outro Lugar
Título Original: Anywhere But Here
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Wayne Wang
Roteiro: Mona Simpson, Alvin Sargent
Elenco: Susan Sarandon, Natalie Portman, Bonnie Bedelia
Sinopse:
Adele August (Susan Sarandon) e sua filha Ann (Natalie Portman) mudam de uma cidade interiorana para a grande cidade, indo morar em um bairro novo, chique, dando origem a uma nova realidade em suas vidas. Para a mãe Adele a mudança significa um novo recomeço em sua vida, com grande potencial de futuro. Já sua filha Ann se sente deslocada, infeliz por ter deixado todos os seus amigos para trás. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Natalie Portman).
Comentários:
Um bom filme com toques de drama (e até humor) sobre as dificuldades de relacionamento entre mãe e filha. O maior interesse para os cinéfilos vem do elenco. É uma dupla muito interessante, formada pela veterana Susan Sarandon e uma ainda bem jovem Natalie Portman, aqui procurando se consolidar na carreira. Não é um exagero dizer que apesar da experiência de Sarandon ela foi superada pela jovem Portman em cena. A garota, mesmo ainda com pouca idade, já demonstrava que tinha um talento nato, diria até mesmo surpreendente. Suas emoções na realidade implodem, quando ela sai de sua vida cotidiana para uma nova realidade, novos costumes, uma nova forma de viver. Tudo valorizado pelo bom trabalho do cineasta oriental Wayne Wang. Importado de Hong Kong ele demonstra ter muito feeling para esse tipo de produção, algo que já havia demonstrado em seu filme mais conhecido, "O Clube da Felicidade e da Sorte", que também se tratava do delicado relacionamento entre mães e filhas. Vale a pena assistir, principalmente por causa do trabalho dessas atrizes, que fazem a diferença.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
X-Men: Apocalypse
Os séculos passam e eis que o tal mutante milenar retorna à vida. Seu grande poder é conseguir transferir sua consciência para outros corpos, o que o praticamente lhe torna imortal. Aliás ele próprio acredita ser uma divindade. A humanidade dos tempos modernos (na verdade o enredo do filme se passa na década de 1980) porém o deixa completamente enojado em seu retorno. Em sua mente doentia só há um caminho a seguir: a destruição dos fracos para que os seres ditos superiores promovam um novo recomeço para o planeta. Claro que em seus caminhos de megalomania - ele literalmente deseja dar início a um apocalipse - surgem os X-Men.
Como se trata de um filme ao estilo Prequel (onde o passado da franquia anterior é contado), todos os mutantes estão jovens e ainda inexperientes, com exceção de Wolverine (em rápida sequência com o ator Hugh Jackman, ainda se recuperando de um câncer de pele que quase acabou com sua vida e carreira). Com excelentes efeitos visuais e produção o destaque em minha opinião vai para o roteiro escrito por Bryan Singer. A estória é redondinha, sem firulas e eficiente. Quem não assistiu ao filme anterior nem precisa se preocupar (algo que não acontece, por exemplo, com os filmes dos Vingadores). Tudo tem começo, meio e fim e não há nenhum sinal de pontas soltas e a finalizar. Singer é mestre nesse tipo de adaptação.
Por fim um fato que merece pelo menos algumas observações. O vilão Apocalypse (a tal falsa divindade do Egito antigo que retorna) tem muitas similaridades com o próprio livro bíblico do apocalipse. Aliás fica óbvio desde o começo que a principal fonte desse enredo vem justamente da escritura, muito embora tudo sob um enfoque puramente pop. Ao lado de Magneto ele promove um verdadeiro caos para varrer tudo aquilo que ele considera impuro e não merecedor de continuar com sua existência. Um destruidor de mundos, literalmente. Como porém ele não é Deus, apenas pensa que é, acaba encontrando uma adversário à altura, a mutante Jean Gray (Sophie Turner) que diga-se de passagem sempre resolve no final das contas quando tudo parece estar perdido. Em suma, "X-Men: Apocalypse" é pura diversão pop. Muito competente por sinal.
Pablo Aluísio.