domingo, 8 de novembro de 2015
Segundas Intenções
Título Original: Cruel Intentions
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Roger Kumble
Roteiro: Roger Kumble
Elenco: Sarah Michelle Gellar, Ryan Phillippe, Reese Witherspoon, Tara Reid, Joshua Jackson, Selma Blair
Sinopse:
A jovem adolescente Annette Hargrove (Reese Witherspoon) escreve um artigo para uma conhecida revista teen defendendo a virgindade. Ela própria escreve que pretende se casar virgem, seguindo as antigas tradições de sua família. O texto chama a atenção de dois estudantes fúteis e ricos, Sebastian Valmont (Ryan Phillippe) e Kathryn Merteuil (Sarah Michelle Gellar) que decidem se aproximar de Annette para testar suas pretensas virtudes morais. Filme premiado pelo MTV Movie Awards e Teen Choice Awards.
Comentários:
Essa história você já assistiu antes em dois filmes bem conhecidos, "Ligações Perigosas" e "Valmont". Na verdade o roteiro era mais uma adaptação do famoso romance do século XVII escrito por Choderlos de Laclos. Aquele mesmo enredo de um grupo de pessoas fúteis e ricas que resolvem colocar em teste as virtudes tão propagadas de uma jovem inocente, pura e virgem. A diferença básica de "Cruel Intentions" para as demais adaptações cinematográficas é que o diretor e roteirista Roger Kumble resolveu inovar na adaptação, não colocando os personagens em seu contexto histórico original, mas trazendo a mesma história de intrigas para os Estados Unidos dos anos 1990. Como filmes de terror e suspense dessa época estavam em moda, ele resolveu trazer o velho romance para o mundo atual, escalando um grupo de jovens atores (alguns mais parecendo modelos do que atores) para seu filme. Como se sabe os filmes de terror e suspense dos anos 1990 apostavam muito nessa fórmula, levando um grupo de estrelinhas adolescentes para estrelar as fitas. O resultado final é até muito bom. O filme ganhou elogios da crítica, o que é de se admirar para esse tipo de filme. Particularmente ainda prefiro as versões mais fiéis, com tudo sendo passado no século XVII. De qualquer forma inegavelmente essa transposição temporal até que funcionou bem, para surpresa de muitos. O sucesso foi tão surpreendente que o filme ganhou uma sequência, essa porém bem mais inferior e sem o elenco original.
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de novembro de 2015
Vingadores: Era de Ultron
Sem a necessidade, muitas vezes enfadonha, de ter que sair apresentando personagem por personagem, o roteiro teve liberdade para contar um enredo com um melhor ritmo, sem se preocupar com bobagens desnecessárias. Além disso há um ótimo vilão em cena, o Ultron. Logo que ele começou a declamar suas falas em cena eu reconheci imediatamente aquela forma singular de falar. Não poderia ser outro ator a dublar que não fosse o ótimo James Spader. A sensação inconsciente que tive foi que aquele robô havia incorporado o personagem Raymond 'Red' Reddington da série "The Blacklist". O mesmo sentimento, a mesma maneira de se expressar. Até mesmo os técnicos de efeitos especiais se empenharam em trazer os trejeitos de Spader para aquela máquina. Sinceramente essa foi para mim a melhor coisa de todo o filme. Simplesmente impagável. Em relação aos demais Vingadores temos que reconhecer que aquele velho problema de filmes com muitos protagonistas se repete aqui. Há muitos heróis para explorar ao mesmo tempo, com isso todos eles acabam sendo mal aproveitados de uma forma ou outra. No fundo a ideia de uma equipe de super heróis só funciona mesmo nas cenas de ação quando eles se unem para combater o mal, aqui corporificado em um exército de robôs controlados remotamente por Ultron. Confesso que em relação a essas mesmas máquinas não senti muita credibilidade nos efeitos digitais. Eles não reagem à gravidade, não parecem ter massa ou peso algum e deixam a sensação que estamos vendo um videogame. Em um aspecto que não poderia haver falhas o filme realmente apresenta esse defeito. Os efeitos não são tão perfeitos como era de se esperar. Para os apaixonados por quadrinhos porém isso tem pouca importância. Eles querem mesmo é ver seus personagem preferidos em carne e osso, aqui com o bônus de encontrarem pela primeira vez uma nova galeria de heróis formado por personagens como Visão, Feiticeira Escarlate e Mercúrio. Provavelmente a Marvel vá aproveitar cada um deles em futuros filmes ou séries, afinal de contas se há algo lucrativo hoje em dia no mundo do cinema essa é a adaptação de quadrinhos em série para a sétima arte. Assim deixo a recomendação, mesmo que você não seja um leitor dessas histórias a diversão certamente estará garantida.
Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, Estados Unidos, 2015) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon, baseado nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby / Elenco: Robert Downey Jr., James Spader, Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Paul Bettany / Sinopse: Um novo vilão chamado Ultron (James Spader) decide destruir a humanidade para em seu lugar recomeçar a história da Terra com uma nova raça de seres evoluídos, inteligentes e racionais. Para evitar que seus planos sejam levados em frente um grupo de super-heróis que se denomina de Vingadores resolve combater essa nova ameaça. Filme indicado a vários prêmios do Australian Film Institute, Golden Trailer Awards e Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
RoboCop
Padilha porém não se aprofundou muito nesse aspecto. De certa maneira ele se rendeu ao sistema mais formulaico que os grandes estúdios impõe em filmes como esse. Não houve o menor espaço para Padilha ser minimamente autoral. Ele parece o tempo todo mais preocupado em ser aceito dentro da indústria americana de cinema do que desenvolver algo que venha a ser marcante. O discurso político foi devidamente varrido para debaixo do tapete, ou melhor dizendo, amenizado ao máximo. O que sobrou foi um filme de ação e violência até competente, mas que poderia ser muito mais do que realmente é. Afinal de contas qual seria a necessidade de refilmar algo que já foi tão bom sem acrescentar nada em troca? Deixando tudo isso de lado vale a pena ao menos elogiar a competência técnica que o filme apresenta e a boa atuação de Joel Kinnaman no papel principal. Um ator já bem conhecido dos fãs da série "The Killing" ele certamente surpreendeu positivamente no papel do policial Alex Murphy.
RoboCop (Estados Unidos, 2014) Direção: José Padilha / Roteiro: Joshua Zetumer, Edward Neumeier / Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton / Sinopse: Remake do clássico RoboCop de 1987. A história segue basicamente a mesma. Policial é ferido e acaba se tornando o protótipo de um novo programa que busca criar um novo tipo de homem da lei, unindo a racionalidade e a precisão de uma máquina com a consciência de um ser humano. Nasce assim RoboCop, meio homem, meio máquina, um tira total.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
O Último Caçador de Bruxas
Apesar de ser curto, o enredo desse filme é meio enrolado. Tentarei resumir da melhor maneira possível. Vin Diesel interpreta um caçador de bruxas chamado Kaulder. Ele nasceu no século XIII e após perder toda a sua família resolve se empenhar ainda mais na destruição dessas feiticeiras malignas. Durante um desses ataques ele se depara com a mais poderosa delas, tratada como a rainha por todas as demais. Essa lhe roga uma maldição: ele terá vida eterna, jamais morrerá e sofrerá muito por isso, passando os séculos remoendo as dores de seu trágico passado. O tempo passa e finalmente encontramos Kaulder nos tempos atuais. Ele continua caçando bruxas, mas agora faz parte de uma ordem religiosa secreta denominada "Machado e Cruz". Na sua luta para erradicar de vez com a magia negra no mundo ele conta sempre com a ajuda de um padre que recebe o título de Dolan. São membros da igreja designados justamente para essa função. O mais velho deles, interpretado por Michael Caine, está prestes a se aposentar. Antes que isso aconteça porém ele sofre um atentado à sua vida. Caberá a Kaulder descobrir quem matou seu antigo amigo. E isso tudo, acreditem, é apenas o começo da trama. Para não dizer que o filme só apresenta problemas e defeitos eu vou destacar dois aspectos positivos que encontrei. O primeiro vem do elenco. Além do veterano Michael Caine, que sempre vale ao menos uma espiada seja qual for o filme, temos também em cena a atriz Rose Leslie, a ruivinha guerreira Ygritte da série "Game of Thrones". Eu sempre considerei ela muito talentosa, pena que o seu personagem aqui, uma bruxinha do bem, não ajude muito. Mesmo assim ela garante os poucos e raros bons momentos do filme. Outro aspecto que merece uma certa dose de elogios é a direção de arte da produção. Tom Reta, o diretor de arte do filme, se baseou nas antigas crenças pagãs de culto à natureza para criar todo o visual estético da produção. Ficou diferente e bem interessante. Esse aspecto também passou para os efeitos especiais, todos baseados nessa premissa. Infelizmente nada disso serviu no final para salvar o filme como um todo já que inegavelmente é bem fraco realmente.
O Último Caçador de Bruxas (The Last Witch Hunter, Estados Unidos, 2015) Direção: Breck Eisner / Roteiro: Cory Goodman, Matt Sazama / Elenco: Vin Diesel, Michael Caine, Rose Leslie, Elijah Wood, Ólafur Darri Ólafsson, Julie Engelbrecht / Sinopse: Durante a idade das trevas o caçador de bruxas Kaulder (Vin Diesel) é amaldiçoado por uma feiticeira. Ele jamais morrerá, para sofrer pelos séculos seguintes a dor psicológica pela morte de toda a sua família. 800 anos depois Kaulder está em Nova Iorque, fazendo parte de uma ordem religiosa chamada "Machado e Cruz" para caçar as bruxas que ainda vivem. O que ele não esperava era reencontrar nessa altura de sua vida os velhos inimigos do passado agindo novamente nas ruas da grande cidade.
Pablo Aluísio.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
Como era de esperar essa primeira parte de "Jogos Vorazes: A Esperança" é também bem inconclusiva. Praticamente nenhum evento tem um desfecho, ficando tudo para o fim da saga. Apesar disso há coisas interessantes no filme. A direção de arte, bem diferente dos exageros dos filmes anteriores, deixou tudo mais clean, resultando em um visual mais equilibrado e menos agressivo. Uma das coisas que me incomodou bastante nos dois primeiros filmes foi exatamente o exagero nos figurinos. cabelos e nos cenários. Tudo era de uma breguice futurista difícil de engolir. Agora tudo surge mais sóbrio. Os cenários mais lembram países como a Síria, onde cidades inteiras acabam se transformando em escombros e ruínas de prédios que foram ao chão por causa das bombas. A desilusão impera e não apenas nas imagens, mas também no psicológico da protagonista. Katniss está muito vulnerável, se revelando corajosa e firme praticamente apenas nos vídeos de propaganda. Por dentro ela parece desmoronar. Ainda bem que Jennifer Lawrence é uma boa atriz para transmitir esse furacão de emoções ao espectador, caso contrário tudo passaria despercebido. Infelizmente o filme também vai marcando o adeus do grande ator Philip Seymour Hoffman que morreu em 2014 vítima de uma overdose. Seu trabalho nem aparece muito dentro da trama, mas ele era tão talentoso que conseguia se sobressair até mesmo em personagens mais secundários como esse. Os produtores lhe prestaram uma pequena homenagem nos letreiros finais. Assim, no geral, o que temos aqui é mais uma produção sanduíche que apenas prepara tudo para a conclusão do filme seguinte. Por essa razão não espere por nada muito marcante. É um bom filme, bem produzido, com tudo nos lugares, porém realmente apresenta esse pequenino problema.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 1, Estados Unidos, 2014) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra "Mockingjay" de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci / Sinopse: A jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um símbolo da luta contra a opressão e tirania da Capital contra todos os distritos. A líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) resolve transformá-la numa espécie de garota propaganda da causa dos revoltosos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Yellow Flicker Beat" de Joel Little e Lorde). Vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor sequência musical e Melhor Figurino.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
O Hobbit: A Desolação de Smaug
Nesse fim de semana resolvi assistir aos dois últimos filmes dessa nova trilogia de Peter Jackson, "O Hobbit". O primeiro filme tive oportunidade de ver em seu lançamento. Sendo bem sincero não chegou a me empolgar completamente embora ficasse muito longe de ser ruim. Ao contrário da trilogia original de "O Senhor dos Anéis", o fato é que dessa vez Jackson não contou com um material original tão rico como da primeira vez. O livro "O Hobbit" escrito por J.R.R. Tolkien em 1937 é claramente uma obra infantil, sem a riqueza de detalhes de seus romances posteriores. Por essa razão o enredo é bem simples e sem maiores desdobramentos. Basicamente é a jornada de Bilbo Baggins e um grupo de anões em direção à montanha do antigo reino de Erebor, que marcou o auge da era de ouro daquele povo. Dentro há um imenso tesouro, inigualável dentro da Terra Média. O problema é que essa riqueza está sendo guardada pelo dragão Smaug, que no passado causou destruição e morte por onde passou. O objetivo do hobbit não é enfrentar e matar aquele monstro, mas sim roubar uma pedra que dará ao seu dono o poder real sobre os sete reinos dos anões. Assim Bilbo, que tem fama de ser um ladrão talentoso (por mais estranho que isso possa parecer), deverá entrar na montanha tirando de lá a preciosa pedra. Com ela Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) pretende se tornar o senhor absoluto dos anões. No caminho eles precisam superar uma floresta milenar e sinistra, monstros, aranhas gigantes e é claro a fúria dos Orcs, que agora parecem estar sob o comando de um estranho e ainda desconhecido poder maligno, temido inclusive pelo mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen).
A partir daqui irei colocar spoiler, assim se você ainda não viu ao filme aconselho a não seguir o texto em frente. Pois bem, talvez o maior problema de "O Hobbit: A Desolação de Smaug" seja o fato dele ser bem inconclusivo. Tudo bem que no fundo a trilogia se trata na verdade de apenas um filme, separado em três partes, por motivos comerciais, porém deveria ter sido escolhido um critério melhor para fechar cada filme. Entenda o problema aqui. A questão é que Peter Jackson não fez um boa separação dos eventos entre as três produções. Perceba, por exemplo, que nesse roteiro temos a chegada dos anões na montanha, o enfrentamento de Smaug e sua fuga em direção ao pequeno vilarejo do lago, onde pretende se vingar da cobiça daqueles que querem roubar seus tesouros. Quando Smaug sai da montanha, Jackson resolveu terminar o filme! Teria sido bem mais lógico o diretor ter incluído o ataque da criatura no final dessa segunda sequência pois assim teríamos a conclusão dos acontecimentos principais dessa parte do livro. Ao contrário disso Peter Jackson, sabe-se lá a razão, resolveu seguir a fórmula dos velhos seriados de cinema dos anos 1930 e 1940, colocando os protagonistas em um momento final crucial, inconclusivo, de perigo e suspense, para tudo continuar e se concluir na semana seguinte, no próximo episódio. O problema é que cada filme foi lançado com intervalos anuais entre si, assim o espectador que foi assistir a essa parte 2 ficou literalmente no meio do caminho, não vendo nenhum dos eventos mostrados e desenvolvidos no filme sendo concluídos. Não resta dúvida que Peter Jackson é um grande cineasta, mas aqui ele errou, juntamente ao também roteirista, cineasta e amigo Guillermo del Toro, que também assinou o roteiro. Mesmo assim, sendo tão inconclusivo, não precisa se preocupar. É um filme tecnicamente impecável, com ótimas cenas e produção classe A. Afinal de contas Jackson pode ter se equivocada na separação dos eventos mostrados no livro de Tolkien, mas definitivamente não errou na mão ao colocar na tela todo aquele universo de fantasia e imaginação.
O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug, Estados Unidos, 2013) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Organizados pelo Mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), o hobitt Bilbo Baggins (Martin Freeman) e um pequeno grupo de anões vão em direção à montanha de Erebor, para tentar encontrar uma preciosa pedra que trará ao seu possuidor o direito de reinar sobre todos os reinos desse povo na Terra Média. Antes de cumprir sua missão porém eles terão que passar pelo terrível dragão Smaug. Filme indicado aos Oscars de Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Grammy Awards na categoria de Melhor Canção Original, "I See Fire" de Ed Sheeran.
Pablo Aluísio.
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
A conclusão do livro de J.R.R. Tolkien narra apenas a batalha envolvendo Elfos, humanos, Orcs e Anões pela possibilidade de assumir o controle sobre toda a riqueza que está dentro da montanha. Tudo muito sucinto e sem maiores detalhes. Assim Peter Jackson e sua equipe de roteiristas tiveram que rebolar para criar situações e mais situações para preencher o filme como um todo. Por essa razão não espere muito em termos de argumento e roteiro de "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" pois o que basicamente se desenvolve aqui são confrontos e mais confrontos das raças da Terra Média no campo de batalha e nada muito além disso. Há também a morte de alguns personagens importantes, os sentimentos de luto e perda por eles e finalmente o retorno ao lar de Bilbo. Depois de muitos meses longe de lá ele finalmente retorna ao condado, de volta para sua vidinha de hobbit (e que Jackson aproveita para fazer uma pequena ponte com o começo da história de "O Senhor dos Anéis", fechando definitivamente o ciclo da obra de Tolkien). O filme também marca a despedida de Christopher Lee ao mundo do cinema. Após incríveis 278 filmes ele finalmente deu adeus à sétima arte em uma sequência muito boa e bem produzida que fez jus ao seu incrível trabalho por todos esses anos. Um adeus merecido a esse grande nome do cinema de fantasia. Os demais atores cujos personagens participaram da trilogia "O Senhor dos Anéis" passaram por um processo digital de rejuvenescimento com destaque para Orlando Bloom e Cate Blanchett. O efeito serve para demonstrar as incríveis possibilidades que a computação gráfica possibilita aos diretores nos dias de hoje. Então é isso, "O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos" passa longe de apresentar um roteiro brilhante ou algo assim, porém diverte bastante. Os fãs da obra de J.R.R. Tolkien certamente não ficarão decepcionados.
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (The Hobbit: The Battle of the Five Armies, Estados Unidos, 2014) ) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Guillermo del Toro, Philippa Boyens e Fran Walsh, baseados na obra "The Hobbit" de J.R.R. Tolkien / Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Cate Blanchett / Sinopse: Depois da morte do dragão Smaug, os anões finalmente tomam posse da montanha de Erebor. O novo Rei Thorin "Escudo de Carvalho" (Richard Armitage) porém começa a ser corroído pela avareza e ganância, algo que atinge a praticamente todos que alcançam tamanho poder e riqueza. Ele ignora as promessas que havia feito e se recusa a ajudar os humanos do vilarejo que foi destruído pelo dragão. Seus problemas porém só começaram. A montanha passa a ser alvo de Elfos e Orcs, que lutarão pelo controle dessa riqueza inimaginável. Uma guerra de proporções épicas está para começar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
A Boneca do Mal
Título Original: Finders Keepers
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: HFD Productions
Direção: Alexander Yellen
Roteiro: Jeffrey Schenck, Peter Sullivan
Elenco: Jaime Pressly, Patrick Muldoon, Kylie Rogers, Tobin Bell
Sinopse:
Alyson Simon (Jaime Pressly) é uma jornalista que após o divórcio resolve reconstruir sua vida ao lado de sua pequena filha Claire (Kylie Rogers). Para isso ela resolve mudar de cidade, comprando uma casa bem longe do ex-marido. Ela até pensa ter tido muita sorte pois acaba conseguindo comprar uma residência muito boa por um preço bem inferior ao do mercado. A razão é o passado sombrio daquela casa. O imóvel foi no passado palco de um massacre. O filho mais jovem da família que morava lá anteriormente matou todos os parentes após apresentar um surto de loucura. Quando Claire descobre uma velha boneca no piso de seu quarto, ela também começa a apresentar um estranho comportamento para desespero de sua mãe.
Comentários:
Depois do sucesso de "Annabelle" era de se esperar mesmo que filmes genéricos sobre bonecas possuídas fossem mesmo produzidos. Esse é um deles. É uma produção B, sem maiores recursos ou efeitos especiais, que procura seguir os passos daquele filme. Tudo é derivativo, mas particularmente ruim mesmo é seu roteiro, cheio de clichês e lugares comuns. A única coisa que acaba chamando a atenção é o elenco. Jaime Pressly é uma atriz veterana do mundo da TV, já tendo participado de inúmeras séries como "Jack & Jill", "My Name Is Earl" e "Jennifer Falls". Além de considerá-la atraente sempre a achei também talentosa, principalmente para comédias. Fazia tempo que a tinha visto em filmes ou séries e até me surpreendi com seu visual mais maduro! Com cabelos curtinhos, já perto dos 40 anos de idade, ela ainda é uma bela e atraente mulher. Essa combinação de olhos azuis com cabelos loiros quase nunca dá errado. Outro destaque chamará atenção do público mais antenado com filmes de terror. Tobin Bell, o ator que interpretou o assassino Jigsaw na franquia "Jogos Mortais", dá vida a um pacato psicólogo infantil que começa a tratar da filha de Alyson. Sua morte em cena é banal e se torna involuntariamente divertida e engraçada. Um dos mais famosos psicopatas da história do cinema acaba morrendo com uma tesoura enfiada nas costas... quem diria! Aliás o filme tem vários momentos em que ao invés de termos medo, acabamos segurando o riso. Em suma, nada realmente muito marcante, tudo se resumindo em um terrorzinho esquecível apenas. "A Boneca do Mal" é realmente bem fraquinho, não tem jeito.
Pablo Aluísio.
Alma Perdida
Título Original: The Unborn
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Relativity Media
Direção: David S. Goyer
Roteiro: David S. Goyer
Elenco: Odette Annable, Gary Oldman, Cam Gigandet
Sinopse:
Casey Beldon (Odette Annable) é uma jovem estudante, completamente normal como outras de sua idade, que começa a sofrer de pesadelos e alucinações. Ela passa a ter visões de um garotinho que ao que tudo indica é apenas um espírito errante. Com o tempo a situação vai piorando e ela busca ajuda com o rabino Rabbi Sendak (Gary Oldman). Também parte em busca de maiores informações sobre o passado de sua família e encontra toda a explicação sobre a origem daquele mal com uma senhora que vive em um asilo, Sofi Kozma (Jane Alexander). Filme premiado pelo BET Awards.
Comentários:
Em nenhum momento chega a ser um grande filme de terror, porém apresenta alguns aspectos interessantes em seu roteiro. Quando Casey começa a ter visões de um garoto ela vai até Sofi Kozma, uma idosa que vive em um asilo, que acaba explicando quem é o que seria aquela alma perdida que estaria lhe atormentando. Tudo teria começado na II Guerra Mundial quando ela e seu jovem irmão foram enviados ao campo de concentração de Auschwitz. Como eram gêmeos logo caíram nas mãos dos médicos da SS (embora seu nome não seja citado, é óbvio que se trataria de Josef Mengele e sua equipe de psicopatas). Como se sabe Mengele promoveu experiências terríveis com gêmeos e assim Sofi e seu jovem irmão foram submetidos a todos os tipos de barbaridades. O garoto morre, mas ela sobrevive. Naquele ambiente de destruição absoluta um portal é aberto e um Dybbuk teria entrado em nosso universo (No folclore judeu, um dybbuk ou dibbuk seria um espírito humano que, devido aos seus pecados pregressos, vagueia incansavelmente até que encontre refúgio no corpo de uma pessoa viva). Assim ao longo dos anos esse espírito teria perseguido os membros da família de Casey. Pena que o roteiro não tenha se preocupado em explorar mais esse tema, se contentando em apenas reforçar o sensacionalismo barato, principalmente na cena final quando temos um exorcismo diferente, baseado no Judaísmo. Os efeitos especiais são apenas esporádicos e não muito relevantes. Apenas há uma boa cena que os explora adequadamente, quando o Rabino interpretado por Oldman encontra uma estranha criatura (um cão com o rosto invertido) no altar de sua sinagoga. Fora isso o suspense se mantém em nível apenas mediano, sendo os sustos realmente escassos e bem raros. A pancadaria final, no ritual do exorcismo, é a pá de cal em um filme que preferiu as estripulias e pirotecnias de uma Hollywood comercial demais a um trabalho mais desenvolvido em cima do tema central (que inegavelmente é bem curioso).
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Caçadores de Emoção
Swayze interpretava Bodhi, o típico surfista da Califórnia. Um sujeito boa praça e amigo de todos. Reeves era o tira do FBI infiltrado naquela quadrilha de roubo a bancos. Curioso é que os criminosos usavam máscaras de presidentes americanos durante os assaltos. Imagine de repente se deparar com Richard Nixon ou Ronald Reagan com uma arma apontada para você, exigindo que o cofre fosse aberto. Infelizmente esse também acabou sendo um dos poucos filmes da relativamente curta e precoce carreira de Swayze que viria a falecer muito cedo, vítima de um câncer devastador. Já Reeves segue em frente até hoje, com uma filmografia irregular, onde convivem excelentes produções e verdadeiros abacaxis. De tempos em tempos "Point Break" ganha reprises na TV aberta, porém conforme os anos vão passando elas vão também se tornando mais raras. De uma maneira ou outra vale o registro pelo menos.
Caçadores de Emoção (Point Break, Estados Unidos, 1991) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Kathryn Bigelow / Roteiro: Rick King, W. Peter Iliff / Elenco: Patrick Swayze, Keanu Reeves, Gary Busey / Sinopse: Um grupo de surfistas começam a colocar em prática uma série de bem elaborados roubos de bancos. O FBI então decide infiltrar um agente dentro da quadrilha.
Pablo Aluísio.