quarta-feira, 8 de abril de 2015

Amazônia em Chamas

Esse é um telefilme muito bem intencionado, mas também bem bobo em seus resultados finais, que acabou sendo realizado em homenagem à memória do ativista brasileiro Chico Mendes, interpretado pelo sempre competente Raul Julia. Um dos aspectos que mais me chamaram a atenção nesse roteiro foi que seus escritores varreram para debaixo do tapete o lado socialista de Mendes, o transformando em um puro ecologista de bom coração. Como todos sabemos antes de se posicionar como ecologista, Chico Mendes estava mais interessado nas péssimas condições de trabalho dos seringueiros de sua região, além disso ele sempre foi um socialista, de corpo e alma (e nunca escondeu isso de ninguém). Por certo o diretor John Frankenheimer percebeu que isso não seria muito bem visto por ingleses e americanos e então tudo foi, não diria escondido, mas sim amenizado, omitido de propósito. 

Provavelmente o maior defeito desse filme foi não escolher um ator brasileiro para viver Chico. Raul Julia era de fato um excelente ator, mas não consegue passar veracidade, principalmente para nós, brasileiros, que ficamos com aquela sensação ruim de ver um Chico Mendes para gringo ver. Sinceramente não tenho nenhum receio em dizer que ele não me convenceu em nenhum momento. Diante de tudo isso a única forma de gostar mais do filme é o de encara-lo como uma novela, um romance baseado em fatos reais, tudo bem romanceado mesmo. Historicamente a produção é bem equivocada, mas como puro divertimento ainda vale um pouco, se você não for muito crítico em relação ao que está vendo. 

Amazônia em Chamas (The Burning Season, Estados Unidos, 1994) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Andrew Revkin, William Mastrosimone / Elenco: Raul Julia, Edward James Olmos, Sônia Braga / Sinopse: o filme conta a história real do ativista ambiental brasileiro Chico Mendes, assassinado por causa de sua nobre luta em prol da preservação da Amazônia. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Telefilme, Melhor Ator - telefilme (Raul Julia) e Melhor Ator Coadjuvante (Edward James Olmos).

Pablo Aluísio.

O Sombra

Não gostei dessa adaptação dos quadrinhos. Em uma época em que não havia ainda esse boom de personagens de comics sendo adaptados para o cinema surgiu esse "O Sombra" nas telas americanas. Por lá o filme fracassou, o que inviabilizou seu lançamento em nossos cinemas. Assim no Brasil seu lançamento se deu mesmo no mercado de vídeo VHS. Esperando pelo melhor resolvi locar e me decepcionei completamente. O personagem principal, Lamont Cranston (Alec Baldwin), é um sujeito aparentemente normal que encarna esse herói chamado "Sombra" que sai pelas ruas escuras combatendo seus inimigos que planejam construir uma bomba nuclear para jogar em Nova Iorque. Ele tem um jeito estranho de ser, com risadas estridentes e muito exagero - com direito inclusive a levantar de sobrancelhas e caretas, entre outras coisas do tipo.

Parece um canastrão do mundo dos super-heróis. Sei que ele já havia sido adaptado muitas décadas antes, em especial nos anos 1940. Naqueles tempos pode ser que funcionasse, já cinquenta anos depois só fiquei mesmo com vergonha alheia de Baldwin tentando convencer no papel. Dito isso é bom salientar também que em termos de produção o filme não é ruim e não deixa a desejar - tem boa fotografia, ótimos figurinos, bem realizados efeitos especiais e uma direção de arte para lembrar mesmo o mundo dos gibis. Só não conseguiu mesmo me agradar... pode até ser que seja algo puramente pessoal... quem sabe! De qualquer maneira minha decepção foi maior porque Russell Mulcahy sempre foi um cineasta que admirei e respeitei. Nessa fita ele apenas me decepcionou.

O Sombra (The Shadow, Estados Unidos, 1994) Direção: Russell Mulcahy / Roteiro: Walter B. Gibson, David Koepp / Elenco: Alec Baldwin, John Lone, Penelope Ann Miller / Sinopse: O filme mostra a adaptação para o cinema de um famoso personagem em quadrinhos do passado. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Figurino, Melhor Música, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Atriz (Penelope Ann Miller).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Alguém Para Dividir os Sonhos

Para muitas pessoas os filmes sobre doenças mentais não são muito interessantes. Alguns até evitam assistir algo nesse sentido. A verdade é que muitos procuram o cinema apenas como diversão escapista e nada mais. Bom, se esse não for o seu caso, se você estiver mesmo interessado em assistir um bom drama sobre esquizofrenia (um mal terrível que acomete milhões ao redor do mundo) eu recomendo esse muito bom "Alguém Para Dividir os Sonhos". A trama gira em torno de Matthew (Matt Dillon), um jovem esquizofrênico que acaba reencontrando o prazer da vida ao encontrar com Jerry (Danny Glover), um pobre homem negro que vive há muitos anos nas ruas. Como Matthew é despejado de seu apartamento e acaba virando um sem-teto, ambos começam a se apoiar mutuamente. 

Já que é um veterano, Jerry vai ensinando a seu jovem pupilo como sobreviver nas ruas, transformando o que seria inicialmente uma amizade numa verdadeira relação entre pai e filho. Um roteiro muito tocante, humano, que investe nos que estão à margem da sociedade, na realidade dos pobres, dos abandonados, dos excluídos e dos doentes mentais. Também revela indiretamente a verdadeira face cruel do selvagem capitalismo americano, mostrando que naquela nação, ao contrário do que muitos pensam, também existe muita pobreza e injustiça social, principalmente para os que não se enquadram dentro de seu sistema social e financeiro. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Ator (Matt Dillon). Também indicado aos prêmios do Toronto International Film Festival e Stockholm Film Festival. 

Alguém Para Dividir os Sonhos (The Saint of Fort Washington, Estados Unidos, 1993) Direção: Tim Hunter / Roteiro: Lyle Kessler / Elenco: Danny Glover, Matt Dillon, Rick Aviles./ Sinopse: Um homem com problemas mentais se torna amigo de um negro. Juntos as complicações da vida cotidiana se tornam mais suportáveis.

Pablo Aluísio.

Com Mérito

Um estudante da aclamada universidade de Harvard acaba entrando em apuros quando encontra pela frente um mendigo que parece disposto a infernizar sua vida. Um misto não muito bem sucedido de drama com comédia que em momento algum me convenceu. Na verdade o filme procura se sustentar nas presenças dos atores Joe Pesci e Brendan Fraser, que interpretam os dois personagens principais. Assim o roteiro tenta fazer graça em cima dessa estranha dupla. O problema é que o tiro saiu pela culatra. O filme tem um enredo tolo e derivativo, que no fundo acaba não indo para nenhum lugar. Para piorar o que por si já não é muito bom, a mistura de comédia com um pouco de drama social foge do que seria esperado.

O resultado é fraco, nada marcante. Joe Pesci é aquele tipo de humorista que precisa de alguém para lhe dar alguns freios, caso contrário a coisa desanda. Ele aqui está particularmente irritante, com aquela sua voz característica, bem fina, que dói nos ouvidos. Fraser, por outro lado, não convence como um estudante de Harvard por causa de sua cara de bobão. Ora, essa universidade é uma das mais concorridas do sistema educacional americano, integrante da Ivy League, quem vai se convencer que um idiota desses conseguiu entrar em seus concorridos quadros? Tem que ser muito bobo para cair nesse conto da carochinha, não é mesmo?

Com Mérito (With Honors, Estados Unidos, 1993) Direção: Alek Keshishian / Roteiro: William Mastrosimone / Elenco: Joe Pesci, Brendan Fraser, Moira Kelly, Patrick Dempsey. / Sinopse: Um estudante de Harvard se aproxima de um morador de rua. Um sujeito que parece ser muito inteligente, mas que também lhe traz muitos problemas. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("I'll Remember" de Madonna).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os Irmãos Grimm

Título no Brasil: Os Irmãos Grimm
Título Original: The Brothers Grimm
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos, Inglaterra, República Tcheca
Estúdio: Dimension Films, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Matt Damon, Heath Ledger, Monica Bellucci
  
Sinopse:
Wilhelm Grimm (Matt Damon) e seu irmão Jacob (Heath Ledger) decidem percorrer vilas e comunidades do interior da Europa em busca de contos de fadas e estorinhas infantis para realizar um verdadeiro levantamento escrito do folclore da região. Na sua jornada de preservação desse patrimônio artístico acabam descobrindo que nem tudo é apenas fantasia e imaginação no mundo em que vivemos. Filme indicado ao Leão de Ouro no Venice Film Festival. 

Comentários:
Terry Gilliam não é um diretor comum. Geralmente ele transforma seus filmes em verdadeiros delírios cinematográficos. Gosto de dizer que ele é um cineasta barroco, com tudo o que há de significado nesse tipo de qualificação. Sempre trabalhando com talentosos diretores de arte, ele acabou realizando um filmografia que é puro deleite visual e sensorial. Não é diferente nesse "The Brothers Grimm". O projeto nasceu bem convencional, com a proposta de contar a história real desses dois estudiosos e escritores que foram atrás de centenárias estórias infantis e as colocaram em edições de grande resgate histórico. Por essa razão os irmãos Grimm entraram na história. Indo de vila em vila eles foram compilando as historinhas infantis que lhes eram contadas. Pense em um famoso conto infantil e provavelmente os Grimm terão participado de algum forma ou em sua criação ou então em sua preservação, pois trazendo a tradição oral para o papel eles acabaram imortalizando esse rico acervo da cultura mundial. Embora rica do ponto de vista cultural, Gilliam preferiu acrescentar magia e fantasia na vida dos irmãos. Nada que fosse historicamente muito preciso. O resultado é criativo, não se pode negar, mas também irregular. Eu tive a oportunidade de ver esse filme no cinema, mas infelizmente nem mesmo na tela grande houve melhoras. O resultado é de fato apenas bem mediano. O que ajuda muito é seu bom elenco principal. Com a morte do ator Heath Ledger o filme acabou ganhando ainda mais ares cult, embora bom mesmo seja a beleza de Monica Bellucci, praticamente uma deusa em suas cenas.

Pablo Aluísio.

Highlander 3 - O Feiticeiro

A franquia Highlander começou muito bem, mas em pouco tempo afundou completamente. Esse terceiro filme, por exemplo, é uma lástima completa. Não gostei na época que assisti pela primeira vez e continuo não gostando de praticamente nada nos dias de hoje. A produção é mal feita, mal realizada e o roteiro é completamente confuso e sem foco algum. Christopher Lambert retornou ao personagem Connor MacLeod para enfrentar Mario Van Peebles, que interpreta Kane, misto de imortal e bruxo, feiticeiro que nas horas vagas pratica o mal em sua essência. Poderia ser bacana, mas o resultado é fraco demais.

Os efeitos especiais são constrangedores e ficamos realmente com pena do diretor Andrew Morahan. Ele deveria ter sido mais inteligente. Se não havia dinheiro suficiente para encher a fita de efeitos, então que procurasse contar um enredo em que eles não fossem necessários. Entre ter efeitos especiais ruins e mal feitos e não tê-los, é óbvio que é bem melhor seguir a segunda opção. O filme é mal produzido em minha opinião porque foi realizado por produtores independentes, fora dos Estados Unidos. Sem distribuição, sem capricho e cuidado, o filme foi um tremendo fracasso comercial - merecidamente, é bom salientar.
 
Highlander 3 - O Feiticeiro (Highlander III: The Sorcerer, Inglaterra, Canadá, França, 1994) Direção: Andrew Morahan / Roteiro: Gregory Widen, Brad Mirman / Elenco: Christopher Lambert, Mario Van Peebles, Deborah Kara Unger / Sinopse: Terceiro filme da franquia Highlander, dessa vez com o personagem enfrentando um vilão com poderes sobrenaturais.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de abril de 2015

A Força em Alerta

Um navio de guerra da marinha americana é dominado por um grupo terrorista. Tudo estaria perdido se não fosse o próprio cozinheiro da embarcação, Casey Ryback (Steven Seagal), que na verdade é um bem treinado combatente do grupo de elite S.E.A.L, especializado em situações assim, de extremo perigo. Esse "Under Siege" é o maior sucesso da carreira do ator Steven Seagal no cinema e também é de longe o mais bem produzido de todos eles. Para se ter uma ideia temos nada mais, nada menos, do que Tommy Lee Jones interpretando William Stranix. Quem diria que Jones, hoje tão consagrado, seria coadjuvante de Seagal? Coisas que só aconteciam mesmo nos anos 90. 

O roteiro, como era de se esperar, passa longe de ser o forte dessa produção. O que vale mesmo são as inúmeras cenas de ação - algumas realmente muito boas - e o carisma sempre presente de Tommy Lee Jones, embora ele não seja a simpatia em pessoa, muito pelo contrário. O diretor Andrew Davis já vinha de outros filmes ao lado de Seagal, entre eles "Nico - Acima da Lei" (a estréia do ator em um grande estúdio). Além disso também já havia trabalhado ao lado de Tommy Lee Jones no movimentado "Entrega Mortal" com Gene Hackman. Como tinha intimidade com ambos os atores foi questão de tempo para o estúdio lhe escalar para dirigir mais esse action movie. No geral o filme se resume ao que se espera dele mesmo, sem nenhuma maior surpresa, o que pode ser uma grande notícia para fãs de Seagal e uma péssima ideia para quem detesta seus filmes. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais e Melhor Som. Também indicado ao MTV Movie Awards na categoria de Melhor Filme de Ação. 

A Força em Alerta (Under Siege, Estados Unidos, 1992) Direção: Andrew Davis / Roteiro: J.F. Lawton / Elenco: Steven Seagal, Gary Busey, Tommy Lee Jones. / Sinopse: Um ex-membro da equipe de elite da Marinha americana que virou cozinheiro passa a ser a única pessoa que pode parar um grupo de terroristas quando eles tomam o controle de um navio de guerra dos EUA.

Pablo Aluísio.

O Caso Roswell

O Caso Roswell
Esse telefilme foi lançado em vídeo no Brasil nos anos 1990 e se revelou uma bela surpresa. O tema, todos já sabem, explora a queda de uma aeronave desconhecida no deserto do Novo México durante a década de 1940. Ao chegar no local o oficial Jesse Marcel (Kyle MacLachlan) acabou concluindo que aquela não era um nave do governo americano, mas sim proveniente de outro planeta, de vida alienígena. Assim que soube do fato ele começou a dar entrevistas para jornais e isso acabou causando uma grande comoção popular, o que obviamente despertou a máquina de acobertamento do governo americano que prontamente entrou em ação, fazendo inclusive com que o próprio Marcel fosse ridicularizado pelos órgãos de imprensa da época. 

Na realidade esse estranho acontecimento ocorrido em Roswell acabou criando toda a mitologia dos discos voadores, que depois iriam explodir na cultura pop, surgindo em filmes, séries, quadrinhos e livros. Um dos maiores méritos dessa produção é que ela adotou um tom muito equilibrado, procurando expor todos os fatos sem sensacionalismos desnecessários ou apelando para soluções banais e infantis. O roteiro não se posiciona claramente sobre o ocorrido, procurando apenas expor o que de fato aconteceu, sem tirar maiores conclusões. Provavelmente seja o filme que melhor captou essa situação, pois foi quase que inteiramente inspirado em um dos melhores livros escritos sobre o tema (de autoria dos doutores Kevin D. Randle e Donald R. Schmitt). Boa reconstituição de época, aliada a uma postura adequada, fazem de "O Caso Roswell" um programa obrigatório para quem se interessa em ufologia e sua história. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Minissérie ou filme produzido para a TV. 

O Caso Roswell (Roswell, Estados Unidos, 1994) Direção: Jeremy Kagan / Roteiro: Kevin D. Randle, Donald R. Schmitt / Elenco: Kyle MacLachlan, Martin Sheen, Dwight Yoakam. / Sinopse: O filme explora aquele caos bem conhecido de Roswell, onde supostamente teria ocorrido um acidente com um disco voador vindo de outro planeta. Verdade ou pura ficção?

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de abril de 2015

Sarah Jones

Sarah Jones
É uma das deusas da telinha. A atriz nascida em Winter Springs, Florida, já estrelou diversas séries de TV. Ela começou a carreira aos 21 anos participando de um episódio da série "Medical Investigation". Depois vieram participações em "Cold Case", "Judging Amy", Ugly Betty", "Big Love" e "The Riches". Sempre trabalhando na TV ela ainda intercalou todas essas participações com vários telefilmes como por exemplo "Love Finds a Home", "Still Green" (no qual foi premiada no Spirit Awards) e "H.M.S.: White Coat", sendo que infelizmente muitos deles permanecem ainda inéditos no Brasil. Também atuou muito bem no terror "Mr. Jones". A virada na carreira começou com sua participação na popular série "Sons of Anarchy" onde interpretou a jovem personagem Polly Zobelle. Nessa série Sarah Jones também acabou encontrando a paixão ao se relacionar com o ator Theo Rossi, que interpretava o motoqueiro Juan Carlos 'Juice' Ortiz. O casal teve um longo relacionamento, mas hoje em dia não se sabe se ainda continuam juntos (coisas de Hollywood, ou melhor dizendo, de Los Angeles). Depois disso Sarah continuou a ser requisitada aparecendo em "House" e "Justified".

Como se pode perceber, com tantas séries no currículo, Sarah Jones já podia se considerar uma veterana. Sua chance de sair de papéis coadjuvantes veio na série "Alcatraz" de 2012. O programa foi esperado com grande expectativa por ter sido idealizado pelo diretor J. J. Abrams, o mesmo de "Lost". Nela a linda Sarah Jones interpretava a detetive Rebecca Madsen que ia atrás de prisioneiros que pareciam fugir de uma Alcatraz da década de 1960, embora toda a trama se passasse nos tempos atuais. O roteiro, meio confuso, não conseguia explicar direito essa diferença temporal, o que provavelmente levou o público americano a rejeitar a ideia. Embora tenha sido premiada com o ASCAP Film and Television Music Awards na categoria de Melhor Série de TV, as coisas não andaram muito bem em termos de audiência. O público não comprou a proposta e após apenas 13 episódios a série foi sumariamente cancelada por falta de audiência. Uma pena pois "Alcatraz" tinha potencial, só não houve tempo de desenvolver melhor seus roteiros. Talvez a falha tenha sido introduzir esse estranho elemento Sci-fi. Se fosse uma série policial convencional, passada nos anos 60, provavelmente teria dado certo.

Depois disso a loirinha de olhos azuis teve uma nova chance com "Vegas" em 2013. Nessa série passada toda na década de 1960 ela interpretava uma linda contadora chamada Mia Rizzo. Filha de um mafioso ela ia trabalhar em um hotel-cassino da cidade, se apaixonando por um dos xerifes de Vegas, justamente os mesmos tiras que queriam colocar as mãos nos membros da máfia que controlavam o jogo na conhecida cidade do pecado. O papel de Sarah Jones nessa série não teve tanto destaque como em "Alcatraz" já que seu personagem era inegavelmente coadjuvante. Mesmo assim os fãs da loira foram presenteados com ela em um momento particularmente maravilhoso de sua beleza, usando um lindo figurino de época. Pena que "Vegas" também não durou muito, sendo cancelada também na sua primeira temporada. Agora a beldade procura por novos caminhos na carreira. Aos 32 anos ela estará na nova série "Texas Rising" que deve chegar nas telas no fim de 2015. Desejamos toda a sorte do mundo para a linda Sarah Jones.

Pablo Aluísio.

Tomates Verdes Fritos

Uma dona de casa infeliz com sua vida e uma viúva solitária acabam se conhecendo, revivendo antigas memórias de uma amizade entre duas mulheres no sul racista dos Estados Unidos na primeira metade do século XX. Acima de tudo um belo filme, um drama sensível que se apóia basicamente no talento maravilhoso de um elenco essencialmente feminino. Em cima de um enredo que aparentemente é simples, toda a história americana é revisitada, mostrando as lutas e batalhas de mulheres corajosas que ousaram desafiar os dogmas do sistema, em uma sociedade atrasada e retrógrada. O grande trunfo de "Fried Green Tomatoes" vem basicamente de seu roteiro, muito emocionante e evocativo, tudo isso sem deixar também pequenas pitadas de humor pelo caminho. 

Também adorei em particular a excelente reconstituição de época e o trabalho de atuação da saudosa e magnífica Jessica Tandy (1909 - 1994), uma das grandes damas da história do teatro de Nova Iorque, uma talentosa profissional que chegou inclusive a dividir o palco com o mito Marlon Brando na adaptação da peça de Tennessee Williams "Uma Rua Chamada Pecado" na década de 1950. Curiosamente sua carreira no cinema só alcançou reconhecimento mesmo bem tarde em sua vida, quando ela hipnotizou o grande público no filme "Conduzindo Miss Daisy", o grande vencedor do Oscar em seu ano. Aqui ela novamente mostra uma sensibilidade à flor da pele e suas cenas são a prova do grande legado que ela deixou na arte de interpretar. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Tandy) e Melhor Roteiro Adaptado. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Kathy Bates) e Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Tandy) /  

Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, Estados Unidos, 1991) Direção: Jon Avnet / Roteiro: Fannie Flagg / Elenco: Kathy Bates, Jessica Tandy, Mary Stuart Masterson / Sinopse: O filme conta a história de amizade de mulheres que recordam de seu passado, em um tempo onde o racismo era a ordem do dia no Sul dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.