terça-feira, 17 de setembro de 2013

Viagem Insólita

Infelizmente a série "Vegas" com Dennis Quaid foi cancelada ainda na primeira temporada. Isso me fez lembrar dos bons anos do ator no cinema, principalmente nas décadas de 80 e 90 quando estrelou filmes pra lá de interessantes. Quer um exemplo? Ora, basta lembrar desse sci-fi 80´s chamado "Viagem Insólita". Como não poderia deixar de ser a idéia partiu do mago Steven Spielberg (no auge de sua criatividade artística). Relembrando os clássicos de sua infância o diretor pensou em aproveitar o argumento de "Viagem Fantástica" para captar aquela inocência das ficções do cinema durante as décadas de 50 e 60. O espírito era justamente esse. Atuando como produtor executivo Spielberg acabou designando para a direção o seu pupilo Joe Dante de "Gremlins". Usando do melhor em termos de efeitos especiais da época o filme mostrava um grande projeto de minituarização. O conceito era tão radical que até mesmo uma nave e seu tripulante eram minituarizados para estudo e exploração do corpo de seres vivos. É justamente nesse programa mais do que ousado que entra o tenente Tuck Pendleton (Dennis Quaid).

Os problemas acabam acontecendo quando ocorre um ataque ao laboratório onde as pesquisas estão sendo realizadas. No meio do caos a nave miniatuarizada com Tuck é inserida no corpo de um homem hipocondríaco, inseguro e muito atrapalhado. Assim Tuck fica literalmente dentro do organismo de Jack Putter (interpretado pelo comediante Martin Short). O filme mescla duas linhas narrativas básicas. Numa delas acompanhamos o tenente Tuck em sua expedição de conhecimento do corpo humano. As cenas são extremamente bem realizadas e isso numa época em que efeitos digitais ainda eram experimentais. Na outra linha vamos acompanhando o complicado Jack tentando entender o que se passa com ele! Divertido, bem realizado e hoje em dia com claro sabor nostálgico do cinema dos anos 80, "Innerspace" se torna um ótimo programa em um fim de noite sem nada para assistir na TV. Se ainda não assistiu não perca!

Viagem Insólita (Innerspace, Estados Unidos,1987) Direção: Joe Dante / Roteiro:  Chip Proser, Jeffrey Boam / Elenco: Dennis Quaid, Martin Short, Meg Ryan / Sinopse: Um projeto de minituarização se torna alvo de um ataque terrorista, fazendo com que no meio da confusão uma nave e seu tripulante sejam inseridos dentro do organismo de um sujeito muito atrapalhado.

Pablo Aluísio.

Surpresa de Shangai

Essa foi mais uma tentativa de transformar Madonna em uma atriz de cinema. Com produção do ex-beatle George Harrison "Shangai Surprise" acabou não agradando muito nem aos fãs de Madonna e nem muito menos à crítica que se limitou a elogiar sua boa direção de arte. Na estória Madonna interpreta a missionária Gloria Tatlock . Ela vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio perdido desde que um traficante foi morto pela polícia. Para isso ela usa os serviços do aventureiro Glendon Wasey (interpretado pelo marido da cantora na época, Sean Penn). No meio da busca pela droga que a personagem de Madonna tenciona usar como medicamento para soldados feridos na guerra, ambos acabam se apaixonando perdidamente. O filme deixa claro desde suas primeiras imagens de que pretendia ser uma aventura ao velho estilo, da Hollywood clássica, como aquelas grandes produções estreladas pelo mito Humphrey Bogart mas a verdade pura e simples é que faltou classe para os protagonistas. O roteiro também não é bom, não indo para lugar nenhum, girando em círculos, sem objetivos.

O curioso é que apesar de ter sido lançado no auge da carreira de Madonna o filme simplesmente não fez nenhum sucesso, se limitando a render nas bilheterias apenas 1 milhão de dólares, o que deixava muito a desejar uma vez que o orçamento havia custado quase vinte vezes mais. A produtora de George Harrison, a HandMade Films, quase foi à falência por causa do péssimo resultado comercial. Na época se comentou bastante que houve muitas falhas na divulgação do filme. Ao invés de o lançar em Los Angeles ou Nova Iorque em uma grande premiere para chamar a atenção da imprensa, o que seria o esperado uma vez que se tratava de Madonna, resolveu-se distribuir o filme inicialmente em pequenas cidades do interior dos EUA, o que se revelou uma péssima estratégia de lançamento. Quando chegou nos grandes centros o filme já tinha sido malhado pela crítica e assim ninguém mesmo se interessou a ver o resultado no cinema. No Brasil as coisas foram ainda piores pois o filme só foi lançado em poucas salas dois anos depois, indo parar diretamente no mercado de vídeo onde também não conseguiu se destacar como um sucesso. Pois é, até as grandes estrelas também tropeçam em suas carreiras.

Surpresa de Shangai (Shanghai Surprise, Inglaterra, 1986) Direção: Jim Goddard / Roteiro: John Kohn, Robert Bentley / Elenco: Sean Penn, Madonna, Paul Freeman / Sinopse: Uma missionária (Madonna) vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio que pretende usar em soldados americanos feridos na guerra. Lá resolve contratar os serviços de um aventureiro (Penn), o que acabará despertando a paixão entre ambos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Minha Vida com Liberace

Esse novo filme do ator Michael Douglas é uma grata surpresa. Ao que parece ele tem ousado bem mais na carreira após o diagnostico de um grave problema de saúde que o atingiu recentemente. Mas deixemos isso de lado e vamos ao filme em si. Aqui Douglas encarna um dos mais populares artistas do show business americano: o extravagante e exagerado Liberace (1919 – 1987). Pianista de formação clássica ele decidiu deixar tudo isso de lado para investir numa nova abordagem da música instrumental. Ao invés de gravar discos para a academia, onde seria em última analise ouvido e consumido por poucos, ele resolveu investir seu talento na ala mais popular, gravando álbuns para a classe média, ou como gostava de dizer, levar um pouquinho de música clássica mesclada com ritmos populares para as donas de casa da América. Usando trajes escandalosamente luxuosos, ele logo caiu no gosto dessas senhoras e fez fama e fortuna. Seu sucesso se consolidou em Las Vegas, a terra do brega e do mal gosto.

Amado pelas matronas americanas Liberace escondia um segredo em sua vida pessoal: era gay! Para despistar as fofocas sempre tinha uma “amada” oficial, a quem não teria casado por “circunstâncias tristes” e fora de seu controle. Claro que no fundo tudo não passava de mentiras já que Liberace gostava mesmo era da presença de jovens rapazes, de preferência loiros e atléticos. Foi assim que acabou conhecendo Scott Thorson (Matt Damon), uma das grandes paixões de sua vida. Esse filme enfoca justamente esse relacionamento, mostrando a vida de luxo e luxúria do famoso pianista. Embora esteja um pouco afetado e afeminado demais, é de se reconhecer o belo trabalho que Michael Douglas desenvolve aqui na pele de Liberace. Ele está muito bem, evitando cair em maiores exageros. Suas cenas de homossexualismo ao lado de Matt Damon podem até mesmo ser consideradas ousadas para um filme convencional, mas no final se mostram necessárias. É um filme dos mais interessantes, principalmente para quem gosta de adentrar um pouco mais na intimidade dos ricos e famosos. De quebra temos um final dos mais bem bolados, muito significativo e bem de acordo com as extravagâncias de Liberace.

Minha Vida com Liberace (Behind the Candelabra, Estados Unidos, 2013) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Richard LaGravenese, baseado no livro de Scott Thorson / Elenco: Michael Douglas, Matt Damon, Scott Bakula, Eric Zuckerman / Sinopse: Liberace (Michael Douglas) é um famoso pianista e showman de Las Vegas. Amado pelas donas de casa da América ele esconde um segredo em sua vida particular: é gay e apaixonado por um jovem rapaz do interior, Scott (Matt Damon). O filme narra o conturbado relacionamento amoroso de ambos.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de setembro de 2013

R.I.P.D. - Agentes do Além

Nick (Ryan Reynolds) é um tira corrupto. Ao lado de outro policial, Hayes  (Kevin Bacon), ele resolve dividir o produto de um furto mas depois começa a se arrepender do que fez. Durante uma batida policial Hayes resolve então aproveitar a confusão para matar Nick, antes que ele, com peso na consciência, coloque tudo a perder. Morto, Nick se vê no mundo espiritual. Lá é designada por uma "burocrata celestial" para uma força policial do além conhecida como R.I.P.D. ("Rest in Peace Departament", ou em tradução livre, "Descanse em Paz Departamento"). A função dos agentes que fazem parte dessa agência é capturar fugitivos mortos que tentam fugir do inferno. Para trabalhar ao seu lado é designado o veterano tira Roy (Jeff Bridges). Ele havia sido xerife no velho oeste quando estava vivo e está há muitos anos trabalhando na R.I.P.D. Juntos terão que colocar as mãos em um artefato milenar que tem o poder de abrir definitivamente as portas do inferno, o que libertaria os maiores e mais desprezíveis criminosos da história da humanidade. E assim começa esse esquisito, para não dizer o mínimo, filme que tenta unir filmes policiais com temáticas de além-túmulo. Mas não precisa se preocupar pois a produção adota um tom de pura comédia ao estilo "MIB - Homens de Preto" só que ao invés de caçar ETs esses agentes do além partem em busca de mortos que tentam fugir do castigo eterno.

Uma das primeiras coisas que chamam a atenção aqui é o elenco acima da média que conta com grandes nomes de Hollywood. Jeff Bridges, por exemplo, repete de certa forma o personagem que ele fez em "Bravura Indômita", só que obviamente tudo aqui levado na pura galhofa. Só me admira mesmo que um ator de seu nível tenha participado de um filme assim, que certamente nada vai acrescentar em sua carreira. Afinal de contas a produção nada mais é do que um filme dirigido ao público adolescente que lota cinemas de shopping com muita pipoca e coca-cola. Outra surpresa é ver o bom Kevin Bacon fazendo o tira corrupto que mata o parceiro logo nas primeiras cenas. Impossível não lembrar seu papel na série "The Following", que aliás é extremamente superior a qualquer coisa que vemos aqui. Mas afinal o que esses dois bons atores estão fazendo em algo desse tipo? Sinceramente não tenho a menor ideia! Por fim o ator Ryan Reynolds tenta se recuperar do grande fracasso de "Lanterna Verde". Vai conseguir? Só o tempo dirá. De qualquer forma parece que ele se recusa a crescer como ator pois fica entrando em projetos como esse, bem bobinhos e descartáveis. Em suma, RIPD tem elementos de muitos filmes que você já viu na vida, desde "Ghost", "MIB" até "Os Caça-Fantasmas". A diferença básica era que essas produções eram muito, muito superiores.

R.I.P.D. - Agentes do Além (R.I.P.D, Estados Unidos, 2013) Direção: Robert Schwentke / Roteiro: Phil Hay, Matt Manfredi / Elenco: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon, Mary-Louise Parker / Sinopse: Policial assassinado é incorporado a uma agência do além cujo objetivo é capturar fugitivos do inferno.

Pablo Aluísio.

Kick-Ass 2

E a franquia "Kick-Ass" segue em frente. Como se sabe os filmes mostram um grupo de jovens comuns que resolvem se vestir de super-heróis de quadrinhos para combater o crime e o mal nas grandes cidades. Depois dos acontecimentos do primeiro filme reencontramos Mindy Macready (Chloë Grace Moretz), na verdade Hit-Girl, que tenta levar os sonhos de seu pai em frente. O problema é que o mundo é outro e ela tenta de alguma forma se adaptar à vida de uma garota normal de 15 anos que está no high school. Enquanto isso Kick-Ass (Aaron Taylor-Johnson) continua a luta contra os vilões. Como foi de certa forma abandonado por Hit-Girl, ele decide ir em busca de um novo grupo de heróis mascarados que pensem como ele. Acaba encontrando. São novos personagens que terão que enfrentar o inacreditável The Motherfucker (Christopher Mintz-Plasse) que está atrás de Kick-Ass por causa da morte de seu pai no primeiro filme. O que poucos sabem é que ele na verdade é o nerd almofadinha Chris D'Amico. "Kick-Ass" foi um filme que me agradou bastante, era assumidamente nerd, tinha boas sacadas e um roteiro bem escrito com muitas referências ao mundo da cultura pop.

Infelizmente essa segunda parte deixa a desejar. Além da ausência de Nick Cage (que está fora do filme por motivos óbvios), o enredo se mostra bem convencional, quadradinho mesmo. Não há mais aquele timing alucinado do primeiro filme. Claro que em certos aspectos "Kick-Ass 2" chega a ser bem mais violento que o anterior mas isso não garante nenhuma inovação maior dentro da série. Na verdade o roteiro se contenta em cair naquela velha fórmula que conhecemos bem, a do vilão que está em busca de vingança pela morte de um ente querido (aqui no caso The Motherfucker deseja matar Kick-Ass e seus amigos por causa da morte de seu pai, como já foi dito). Ora, um roteiro dessas certamente não vai empolgar ninguém. O único aspecto positivo é a chance de rever todos esses personagens novamente, em especial a garotinha Hit-Girl que é uma graça. Aliás a atriz Chloë Grace Moretz cresceu, virou uma mocinha e está mais carismática do que nunca, fazendo com que o filme não seja tão cansativo e decepcionante como possa parecer. No mais, nada de muito relevante no que diz respeito ao resto da produção. Certamente dá para assistir numa boa mas para quem criou algum tipo de expectativa a decepção será certa.

Kick-Ass 2 (Kick-Ass 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Jeff Wadlow / Roteiro: Jeff Wadlow, Mark Millar / Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chloë Grace Moretz, / Sinopse: Um novo vilão surge para vingar a morte de seu pai. Os alvos de sua ira são Kick-Ass e Hit-Girl que terão que enfrentar um dos grandes desafios nas suas carreiras de super-heróis.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de setembro de 2013

O Ataque

Mais uma vez o cinema americano explora a paranoia dos ataques terroristas. O alvo agora é a própria Casa Branca. Um grupo consegue entrar na sede do executivo dos EUA se fazendo passar por técnicos de manutenção. Uma vez lá dentro começam uma operação completamente insana, tomando todo o local com uma espantosa rapidez e facilidade. Sem saber de nada um ex-militar condecorado, Cale (Channing Tatum), faz um tour turístico com sua filha pelas salas e corredores da Casa Branca, o que o faz ficar no meio da crise. Por um lance de sorte do destino ele acaba salvando o próprio presidente de seus algozes e a partir daí tentará de todas as formas se manter vivo, ao mesmo tempo em que protege a mais alta autoridade da América. "O Ataque" é assinado pelo cineasta Roland Emmerich. E o que isso significa exatamente? Bom, Emmerich é um diretor de cinema na linha de outros realizadores como Michael Bay. Seu cinema é explosivo (literalmente), espalhafatoso, exagerado e é claro, completamente inverossímil. A típica produção pipoca para ser exibida em salas comercias de shopping center pelo mundo afora.

Tecnicamente tudo é muito bem realizado. Os membros da equipe do filme recriaram a Casa Branca em mínimos detalhes. O problema é que tirando isso de lado o que sobra é realmente um argumento muito absurdo, embalado por clichês por todos os lados. O presidente dos Estados Unidos, por exemplo, é interpretado pelo ator Jamie Foxx. Sua caracterização é a mais ufanista que você possa imaginar. O presidente é um homem de profunda bondade, cheio de valores e completamente íntegro! Como todos conhecemos a classe política (tanto aqui de nosso país como do restante do mundo) fica complicado acreditar nesse tipo de personalidade. Já Channing Tatum que faz o homem que impede que o presidente seja morto pelos terroristas é praticamente um Rambo da era moderna. Channing se esforça para virar um novo herói de ação mas tudo o que consegue mesmo é fazer o espectador ficar com saudades dos filmes de ação dos anos 80. Aliás ao ver um terrorista bombado, marrento, dando tiros no meio do salão oval será impossível não lembrar dos filmes de ação daquela década. Em suma, "O Ataque" é um filmão comercial, cheio de clichês, muito bem realizado do ponto de vista técnico mas que não traz absolutamente nada de novo. Para falar a verdade ele está mesmo é desatualizado, em pelo menos uns trinta anos.

O Ataque (White House Down, Estados Unidos, 2013) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: James Vanderbilt / Elenco:  Channing Tatum, Jamie Foxx, Maggie Gyllenhaal / Sinopse: Grupo terrorista invade a Casa Branca e tenta de todas as formas colocar as mãos no Presidente que é salvo por um ex-soldado americano que está no local com a filha fazendo uma visita turística.

Pablo Aluísio.

Aviões

Estreou muito bem nos Estados Unidos essa nova animação da Disney, "Aviões". Nem é preciso ir muito longe para entender de onde veio a ideia central dessa produção. É basicamente o mesmo argumento usado em "Carros", a animação da Pixar. Na verdade há alguns anos a Pixar foi incorporada pela Disney o que foi de certa forma algo ruim para o mundo da animação pois ambos os estúdios estavam em uma sadia concorrência pelo milionário mercado da animação onde quem ganhava mesmo no final das contas era o espectador. Agora que uma faz parte da outra essa saudável briga entre eles deixou de existir. A Disney como se sabe segue um padrão de qualidade e moralidade ao qual não abre mão e isso não acontecia com a Pixar que, no ponto de vista de roteiros, era sempre muito mais ousada, usando piadas com inúmeras referências ao mundo pop em geral e temática mais adulta.

Mas deixando isso de lado o que temos aqui em "Aviões" é certamente mais um produto de extremo perfeccionismo que do ponto de vista técnico é realmente impecável. O argumento é bem mais infantilizado, temos que reconhecer, o que faz "Aviões" ser mais indicado para crianças menores de 10 anos. Não se vê nenhum traço mais ousado por parte do texto, ficando tudo, como já tinha dito antes, dentro dos padrões familiares dos estúdios Disney. O comediante Dane Cook dubla a voz do personagem principal o que não deixa de ser uma surpresa e tanto já que Cook ficou conhecido justamente por seu humor mais pesado, bem vulgar em certos momentos. Basta lembrar de alguns de seus filmes no cinema como por exemplo "Funcionário do Mês", "Maldita Sorte" e "Amigos, Amigos, Mulheres à Parte" para entender melhor do que se trata. No mais é isso, "Aviões" é irmão gêmeo de "Carros", a ponto inclusive da própria Disney usar como slogan a frase: " From above the world of Cars". Se você gostou de "Carros" certamente gostará desse aqui também. Boa viagem!

Aviões (Planes, Estados Unidos, 2013) Direção: Klay Hall / Roteiro: Jeffrey M. Howard, John Lasseter / Elenco (vozes): Carlos Alazraqui, Dane Cook, Stacy Keach / Sinopse: Assim como aconteceu em "Carros" aqui temos aviões animados em incríveis aventuras pelos céus do mundo.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Todo Mundo em Pânico 5

Tem alguma coisa errada em um filme como esse em que a melhor cena é a primeira e depois nada de mais engraçado acontece no resto de sua duração. A sequência em questão é exatamente aquela em que o ator Charlie Sheen e a atriz Lindsay Lohan satirizam aspectos de suas próprias vidas privadas. Sheen surge como um viciado em sexo, com uma parede lotada de DVDs pornôs e câmeras por todos os lados (obviamente para gravar suas cenas íntimas com as garotas que leva para a cama). Já Lohan brinca com o fato dela viver sendo presa, com uso de aparatos de segurança em seu braço e tornozelos. Infelizmente passada essa rápida cena tudo o que sobra é um festival de piadas sem graça, sátiras sem talento e gags pouco inspiradas. Como sempre acontece nessa franquia, filmes de terror de sucesso viram os alvos de chacota das sequências. Aqui sobra para vários filmes recentes como "Mama", "Evil Dead" (a refilmagem), "O Planeta dos Macacos" (o remake) e é claro "Atividade Paranormal".

O interessante é que o roteiro contou com a presença de um dos membros do famoso trio ZAZ, David Zucker, mas isso no final das contas não faz muita diferença. Como eu já escrevi recentemente em uma resenha do filme "Top Secret" foram justamente esses três talentosos humoristas que praticamente criaram  sozinhos esse gênero, o do besteirol, dentro do cinema americano no começo da década de 80. De lá para cá o estilo foi saturando, saturando, ao ponto de chegar a produções como essa que desperdiçam boas idéias porque subestima a inteligência do público, procurando apelar para a pura e simples baixaria e vulgaridade ao invés de apostar em um humor mais sutil, mais inteligente como acontecia nos primeiros filmes do trio, como por exemplo, "Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu". De resto o que temos é mais do mesmo, com poucas pinceladas realmente divertidas. Sobrou até para "Cisne Negro" que aliás conta com as piadas mais sem graça de todo o filme. Em suma, melhor esquecer esse tipo de filme, a não ser que você esteja com seus amigos de 14 anos matando aula numa tarde de semana tediosa e não tenha nada, mas nada mesmo, pra fazer.

Todo Mundo em Pânico 5 (Scary MoVie 5, Estados Unidos, 2013) Direção: Malcolm D. Lee / Roteiro: David Zucker, Pat Proft / Elenco: Simon Rex, Ashley Tisdale, Charlie Sheen, Lindsay Lohan / Sinopse: Quinto filme da série "Todo Mundo em Pânico", aqui satirizando os recentes sucessos de terror "Mama", "Evil Dead", "Planeta dos Macacos", "Cisne Negro", "Atividade Paranormal" e "A Origem".

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

As Loucuras de Charlie

Charles Swan III (Charlie Sheen) é um designer gráfico que ganha a vida fazendo capas de discos para grupos de rock e comediantes. Sua vida vira de pernas para o ar quando a grande paixão de sua vida, Ivana (Katheryn Winnick), decide colocar um fim no romance, uma vez que está cansada do estilo de vida mulherengo do namorado. Após ela deixar a casa em que viviam juntos o pobre Charlie começa a ficar sem rumo em sua vida, andando a esmo até que sofre um acidente e vai parar no hospital. Como se trata de um cara muito imaginativo ele começa a criar fantasias em relação ao seu complicado romance com Ivana. Sua intenção é fazer a garota voltar para ele mas enquanto isso não acontece Charlie vai cultivando uma tremenda dor de cotovelo. Pois é, Charlie Sheen está de volta aos filmes depois de vários anos se dedicando ao mundo das séries de TV, onde fez muito sucesso. Curioso é ter escolhido justamente essa modesta produção para retornar.

O roteiro é bem simples e o filme em si soa sem pretensão nenhuma. Charlie Sheen contracena com um bom elenco, com destaque para a presença muito bem humorada de Bill Murray como seu contador, mas a despeito disso o resultado é realmente bem irregular. O melhor vem quando Charlie dá asas para sua imaginação o que cria uma série de quadros bem surreais. Alguns são bem divertidos, outros não. Um dos melhores é ver o ator cantando em português o grande sucesso de Tom Jobim, "Águas de Março". Já outros, como na sequência em que ele e Bill Murray são atacados por um grupo de índias nativas gostosonas não soa lá grande coisa. O filme é curtinho, pouco mais de 65 minutos (quase um média metragem) e no final não chega a chatear, até porque o carisma de Charlie Sheen segura bem as pontas nos momentos mais fracos. Se você gosta do Sheen em suas séries de TV recomendo a produção para conferir algo bem diferente em sua carreira.

As Loucuras de Charlie (A Glimpse Inside the Mind of Charles Swan III, Estados Unidos, 2013) Direção: Roman Coppola / Roteiro: Roman Coppola / Elenco: Charlie Sheen, Jason Schwartzman, Bill Murray, Rosanna Arquette  / Sinopse: Designer de capas de discos se vê perdido na vida após ser abandonado pela garota que ele julga ser o grande amor de sua vida.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Perdidos no Espaço

Ano 2058. A Terra está esgotada, o meio ambiente está saturado. Em busca de uma saída uma missão ousada é planejada. O envio de uma família em direção ao único planeta conhecido habitável do universo. As nações da Terra vivem uma relativa era de paz mas forças rebeldes fazem de tudo para sabotar seus planos. Assim o Dr. Zachary Smith (Gary Oldman), o médico da missão Júpiter 2, é enviado para destruir os planos da nave em sua viagem espacial mas tudo acaba dando errado e ele próprio fica preso dentro da espaçonave após sua decolagem. O problema é que ele, poucos momentos antes, havia programado o robô da expedição para destruir todos os equipamentos e seus tripulantes. Desesperado tenta evitar o pior mas os estragos são significativos e a nave fica literalmente perdida no espaço com todos a bordo e completamente à deriva. Começa assim "Perdidos no Espaço", remake da famosa série de TV dos anos 60 que encantou várias gerações, até mesmo aqui no Brasil onde o seriado foi exibido com grande sucesso de audiência. Claro que apenas o ponto de partida foi aproveitado. Na verdade esse novo "Perdidos no Espaço" foi uma produção milionária, com orçamento de primeira linha e efeitos digitais de última geração, algo bem distante do que víamos na série original com seus cenários franciscanos e alienígenas pintados de verde e suas anteninhas artificiais. 

Quem acompanhava a série dos anos 60 certamente se lembra do Dr. Smith interpretado pelo talentoso ator Jonathan Harris. Ele fazia de Smith um personagem bastante cômico, sempre atrapalhado, implicando com o robô da missão o chamando constantemente de "Lata de Sardinha". Na nova versão Smith já não é um alívio cômico embora aqui e acolá apareçam certos maneirismos que Oldman utiliza até como forma de homenagear o trabalho inesquecível de Jonathan Harris. Mesmo assim ele é antes de mais nada um vilão, um personagem vil, que acaba caindo em sua própria armadilha. No restante todos os demais integrantes da família  Robinson se encontram no filme, inclusive o cativante Will Robinson (Jack Johnson), o garoto prodígio que acaba criando inúmeras inovações tecnológicas ao longo do tempo. Infelizmente essa nova versão de "Perdidos no Espaço" não fez o sucesso esperado. E qual foi a razão disso ter acontecido? Para muitos o roteiro inteligente e cientifico demais afastou o público americano das salas. Realmente há uma certa dose de verdade nesse ponto de vista. Embora o filme comece usando todas as premissas da série que lhe deu origem logo o enredo dá uma guinada e tanto, misturando viagem no tempo, astrofísica e tudo mais a que tem direito. Isso parece ter sido muito para a cabeça do americano médio que assim acabou rejeitando de forma injusta a produção. Mas deixe isso de lado e não deixe de conhecer (caso você ainda não tenha visto) pois o novo "Perdidos no Espaço" é muito bom, porque afinal consegue manter o clima de nostalgia aliada a uma nova visão bem mais moderna, com ótima trilha sonora.

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 1998) Direção: Stephen Hopkins  / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Gary Oldman, William Hurt, Matt LeBlanc, Mimi Rogers, Heather Graham, Lacey Chabert, Jack Johnson / Sinopse: Família fica perdida no espaço após uma viagem espacial que é sabotada por um penetra dentro da nave, o Dr. Smith. Remake da famosa série de TV da década de 60.

Pablo Aluísio.