segunda-feira, 19 de agosto de 2013
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada
Embora passe longe de ser fiel aos livros que lhe deram origem, esse último filme da franquia "As Crônicas de Nárnia" é bem realizado, tem um ritmo muito bom e não deixa o clima de aventura mágica cair no marasmo. Como sou da velha geração achei a trama bem parecida com os antigos filmes do marujo Simbad das mil e uma noites. Outra referência, principalmente para o público mais jovem, é a franquia bilionária "Piratas do Caribe", muito embora, em essência esses filmes tenham um simbolismo bem mais forte e presente, fruto da pena talentosa de seu autor, C.S. Lewis. Aliás é bom prestar atenção na cena final do filme pois lá fica bastante clara as reais intenções do autor dos livros, pois Nárnia nada mais é do que uma grande adaptação simbólica dos valores mais caros ao cristianismo. Muitos não conseguem captar esse detalhe mas os estudiosos da obra de Lewis há muito já decifraram toda a simbologia que o escritor quis passar aos mais jovens. Assim assista, se divirta e o mais importante de tudo: saiba ler nas entrelinhas do que verá na tela.
As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada (The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader, Estados Unidos, 2010) Direção: Michael Apted / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely, baseados na obra de C.S. Lewis / Elenco: Georgie Henley, Skandar Keynes, Ben Barnes / Sinopse: Após entrar em um quadro de aquarelas representando um navio em alto mar os garotos voltam para a terra mágica de Nárnia, onde viverão grandes aventuras.
Pablo Aluísio.
Quando o Amor Acontece
O interessante nesse "Quando o Amor Acontece" não vem tanto do fato de Bullock estar nesse tipo de produção, afinal é nesse estilo mesmo que ela consegue seus melhores resultados comerciais. O fato que chama a atenção é a direção do ator Forest Whitaker. Ele mostra muito talento em conduzir uma estorinha até banal mas com bastante eficiência. Ao custo de 30 milhões de dólares (orçamento de um filme médio em Hollywood) ele conseguiu entregar um produto honesto, sem nenhuma pretensão, que conseguiu reerguer o prestígio de Sandra Bullock perante os estúdios. Foi também um novo caminho para a atriz que aqui assumiu parte da função de produtora, através de sua própria companhia, a Fortis Films. O resultado é agradável, nada excepcional, mas que no final das contas entrega aquilo que o público (feminino em sua maioria) deseja e espera. Está de bom tamanho.
Quando o Amor Acontece (Hope Floats, Estados Unidos,1998) Direção: Forest Whitaker / Roteiro: Steven Rogers / Elenco: Sandra Bullock, Harry Connick Jr., Gena Rowlands / Sinopse: Após descobrir que seu marido a está traindo com sua melhor amiga, Birdee Pruitt (Bullock) decide voltar para a casa de sua mãe em uma pequena cidadezinha do Texas. Lá tentará reencontrar o amor e um novo caminho para sua vida.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de agosto de 2013
O Dia Depois de Amanhã
Roland Emmerich não tem jeito mesmo. Ele faz parte de um grupo de novos diretores (nem tão novos é bom frisar) que planejam, executam e montam seus filmes dentro de computadores de última geração. As cenas com atores reais duram poucas semanas, uma vez que o filme acaba sendo produzido mesmo dentro de avançados softwares de última geração. Se é muito eficaz para os estúdios o mesmo não se pode dizer dos resultados artísticos. Tudo soa muito artificial, sem alma, com muito sensacionalismo em cada momento, em cada tragédia. Roland Emmerich não é tão histérico quanto Michael Bay, por exemplo, mas mantém a característica básica dessa linha de diretores que seguem uma cartilha já bem conhecida: toneladas de efeitos especiais e roteiros mínimos. Boas atuações? Diálogos inspirados? Esqueça. Isso aqui meu caro é cinema fast food para ser consumido em salas de shopping center pos adolescentes barulhentos. Não dá para levar à sério um cinema desse estilo.
O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, Estados Unidos, 2004) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: Roland Emmerich / Elenco: Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum / Sinopse: O Planeta Terra passa por uma nova era de gelo levando ao colapso o mundo tal como conhecemos.
Pablo Aluísio.
sábado, 17 de agosto de 2013
Crônicas de uma Loja de Penhores
Esse "Crônicas de uma Loja de Penhores" me surpreendeu de forma bem positiva. O roteiro, usando e abusando do chamado humor negro, mostra um grupo de personagens em momentos chaves de suas vidas. A melhor das três estorias é a do cover de Elvis, interpretado por Brendan Fraser. Ele se sai muito bem interpretando uma verdadeira caricatura do cantor real. Sem tirar sua roupa de palco em nenhum momento ele percebe que as coisas andam muito mal quando não consegue nem trocar um ingresso de sua apresentação por um cafezinho numa pequena lanchonete de beira de estrada. Sua garota também o deixa no meio da estrada, cansada de tantos shows em lugares vagabundos. O fato de todos o confundirem com um mágico ou uma imitação do Liberace torna tudo ainda mais divertido e engraçado. O conto sobre o anel roubado conta com dois bons atores, Matt Dillon (interpretando Richard, o marido em busca de sua esposa desaparecida) e Elijah Wood (como um pervertido que trata as mulheres como objetos em seu grande rancho). Até Paul Walker, conhecido ator de filmes de ação, se sai bem ao fazer um dos viciados chapados que tentam cometer um roubo pra lá de desastrado. Enfim, recomendo sem receios esse filme. É divertido, irônico e mantém a atenção do começo ao fim. Vale realmente a pena.
Crônicas de uma Loja de Penhores (Pawn Shop Chronicles, Estados Unidos, 2013) Direção: Wayne Kramer / Roteiro: Adam Minarovich / Elenco: Paul Walker, Brendan Fraser, Elijah Wood, Matt Dilon, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Uma pequena loja de penhores no sul dos EUA se torna o elo de ligação de três contos passados na região.
Pablo Aluísio.
A Letra Escarlate
Um dos méritos de "A Letra Escarlate" é que ele desmistifica uma série de bobagens históricas que foram repetidas durante séculos, se tornando quase verdades absolutas. Sempre se disse, por exemplo, que as primeiras colônias inglesas no novo mundo eram símbolos de harmonia e liberdade. Afinal esses colonos tinham ido ao novo mundo para fugir do absolutismo de seu país, além da sempre severa perseguição religiosa. A verdade porém é que mesmo nesses novos povoados não havia de fato tanta liberdade como se suponha. Pelo contrário. A rigidez moral dos puritanos muitas vezes desembocava em repressão e violência, física ou moral, para quem ousasse ultrapassar certas fronteiras ou limites. Olhando sob um ponto de vista atual existia de fato muito preconceito e discriminação nessa suposta moral puritana que imperava entre os membros mais proeminentes das elites locais. O filme resgata isso de forma muito elucidativa. O diretor foi o talentoso Roland Joffé (de "A Missão" e "Os Gritos do Silêncio"). A produção também é acima da média com uma ótima reconstituição histórica aliada a uma história que diz muito sobre a posição da mulher naqueles anos.
A Letra Escarlate (The Scarlet Letter, Estados Unidos, 1995) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Douglas Day Stewart, baseado na novela de Nathaniel Hawthorne / Elenco: Demi Moore, Gary Oldman, Robert Duvall / Sinopse; Jovem mulher fica estigmatizada durante o período colonial americano ao engravidar de um pastor puritano numa colônia isolada no novo mundo.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith
"Star Wars - A Vingança dos Sith" também marca a despedida de George Lucas de sua maior criação. Recentemente ele vendeu todos os direitos autorais da saga para os estúdios Disney, dando adeus ao universo de Star Wars. Ao que parece Lucas guardou grande ressentimento das inúmeras críticas que sofreu no lançamento desses novos filmes. Assim resolveu pendurar o sabre de luz. No começo dessa nova franquia ele ainda havia deixado uma certa dúvida se iria filmar algum dia os noves episódios prometidos que havia escrito ainda na década de 1970. Depois que levou bordoadas de todos os lados (inclusive dos mais fanáticos fãs da série) ele anunciou juntamente com o lançamento dessa produção que não iria mais seguir em frente. O próprio Lucas disse que não tinha mais idade e nem saúde para enfrentar mais uma maratona de trabalho como a que esse tipo de filme exigia. No fundo foi uma sábia decisão passar a bola adiante. Agora Star Wars segue em novo projeto, planejado para chegar nas telas em dois anos. Novos roteiristas, novo diretor, novos produtores e até mesmo um novo estúdio. Particularmente estou bem ansioso para saber o que virá daqui em diante, torcendo para que os Jedis voltem a ocupar a posição que sempre tiveram na história do cinema. Que a força esteja com todos os envolvidos na nova trilogia que vem por aí.
Star Wars: Episódio III - A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith, Estados Unidos, 2005) Direção: George Lucas / Roteiro: George Lucas / Elenco: Ewan McGregor, Natalie Portman, Hayden Christensen, Ian McDiarmid, Samuel L. Jackson, Jimmy Smits, Frank Oz, Anthony Daniels, Christopher Lee / Sinopse: Uma luta de poder se instala dentro da República. De um lado um chanceler com poderes ilimitados, do outro a ordem Jedi e no meio um jogo político entre democracia e ditadura, república ou império.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Deixa Estar
Título no Brasil: Deixa Estar
Título Original: Let It Be
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: Apple Corps
Direção: Michael Lindsay-Hogg
Roteiro: Michael Lindsay-Hogg, The Beatles
Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr
Sinopse:
Documentário musical que mostra o grupo britânico The Beatles durante as gravações do álbum "Let It Be". A ideia era registrar o processo de criação do mais famoso grupo de rock da história dentro dos estúdios em Londres. No final o grupo se apresenta ao vivo pela última vez em sua carreira.
Comentários:
Paul McCartney teve a ideia central desse documentário. Tudo soava muito simples. Intitulado "Get Back" o plano inicial de Paul era filmar os Beatles gravando um álbum dentro dos estúdios e depois a volta triunfal do grupo aos grandes shows ao vivo pelo mundo. O problema é que os Beatles estavam implodindo quando começaram as filmagens. Paul, George e John não conseguiam mais se entender. Brigas, discussões, desconforto, tudo acabou sendo captado de forma involuntária pelos responsáveis do filme. Depois de um começo tenso John e George decidiram que não estavam mais dispostos a realizar a tal turnê mundial que Paul queria. Isso criou um grande atrito pois seria justamente esse o clímax do documentário. Sem saída John sugeriu que todos fossem para o telhado da Apple em Londres e lá fizessem uma apresentação final com quatro ou cinco músicas para fechar o filme. Foi o que fizeram. A polícia londrina apareceu para encerrar o concerto e "Let it Be" (o novo nome dado ao documentário) afundou de uma vez. O que era para ser o registro da volta triunfal dos Beatles se transformou em um triste retrato do grupo se separando. Não deixa de ser histórico e importante para o mundo do rock mas o clima de melancolia incomoda. Mesmo assim seja você beatlemaníaco ou não o fato é que "Deixa Estar" é de fato um item indispensável em qualquer coleção. Simplesmente essencial para os amantes do rock em geral.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
O Poder de Alguns
Duas da tarde em um bairro barra pesada de uma grande cidade qualquer dos Estados Unidos. Várias estórias paralelas vão se desenvolvendo ao mesmo tempo, nesse mesmo horário. Na primeira um garoto resolve tomar uma decisão extrema para conseguir o dinheiro necessário para a compra de um remédio para seu irmão mais jovem, um pequeno bebê. Na segunda uma jovem que trabalha com sua pequena lambreta resolve levar uma perigosa encomenda para entregar a uma mulher desconhecida no meio da rua. Na terceira uma dupla de tiras tenta colocar as mãos em um sujeito que parece ser um terrorista infiltrado na América. Por fim, dois negros fortemente armados saem na caça de uma testemunha vital que em breve estará reconhecendo em um tribunal o principal líder de sua gangue. Passeando por todos os eventos surgem dois moradores de rua, um ex-jornalista e um anão, que acabam servindo de elo para todos os acontecimentos. Na TV o noticiário não consegue parar de mostrar o recente roubo no Vaticano do famoso Santo Sudário, o suposto pano que cobriu o corpo de Jesus após ele ser morto pelos romanos na cruz.
"O Poder de Alguns" tem um roteiro fragmentado, típico dos filmes do saudoso Robert Altman. Várias estórias, independentes entre si, vão se desenvolvendo para no final convergirem para uma mesma situação. É divertido e intrigante acompanhar como tudo vai terminar. O roteiro é bem inteligente e muito bem estruturado. Há vários personagens, tramas acontecendo, mas no final tudo se resume a uma só conexão que liga todos eles. No elenco se destacam a presença de Christopher Walken, como o sem-teto Doke e Christian Slater como Clyde, um policial disfarçado de motorista de Táxi que acaba se envolvendo em uma conspiração completamente surreal. É aquele tipo de produção pequena, sem maiores pretensões, que satisfaz plenamente o espectador. Além disso tem uma linha narrativa esperta e inteligente, que mistura religião e ciência, o que no final das contas acaba mantendo o espectador interessado o tempo todo.
O Poder de Alguns (The Power of Few, Estados Unidos, 2013) Direção: Leone Marucci / Roteiro: Leone Marucci / Elenco: Christopher Walken, Q'orianka Kilcher, Juvenile, Christian Slater, Nicky Whelan / Sinopse: Várias estórias paralelas e independentes convergem para uma só trama, envolvendo religião, ciência e clones!
Pablo Aluísio.
Henrique V
Henry V (ou Henrique V, seguindo a tradição antiga da língua portuguesa em traduzir os nomes dos reis e nobres da Idade Média) foi um monarca real, que governou a Inglaterra de 1413 a 1422. Seu grande feito histórico foi derrotar os franceses (eternos inimigos dos ingleses) em 1415 na batalha de Azincourt. Forjando assim o começo de uma nova era e uma nova dinastia para trono britânico. Considerado um herói em seu país, Shakespeare resolveu escrever uma obra bem dúbia sobre esse monarca, ora o louvando, ora expondo de forma bem sutil seus defeitos pessoais. Essa dubiedade é o grande atrativo da obra original até os dias de hoje. Já Kenneth Branagh procurou pela grandiosidade, dando destaque para toda a pompa daquele período histórico. O resultado final não nega suas origens. Afinal as palavras extremamente bem escritas por Shakespeare não poderiam ser ignoradas no filme. Assim houve quem reclamasse da irregularidade ao longo da película, onde intercalam-se grandes cenas de batalha com pausas para longos monólogos declamados pelos atores. Esse tipo de crítica não prospera, pois é justamente isso que torna o filme realmente grandioso. Assim se você estiver em busca de um pouco de enriquecimento cultural, principalmente em relação a William Shakespeare e sua obra, então Henrique V se torna de fato uma ótima pedida.
Henrique V (Henry V, Inglaterra, 1989) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Kenneth Branagh baseado na obra de William Shakespeare / Elenco: Kenneth Branagh, Simon Shepherd, Derek Jacobi / Sinopse: Henrique V (Kenneth Branagh), monarca absolutista inglês, enfrenta as terríveis forças francesas em uma batalha decisiva durante a Idade Média.
Pablo Aluísio.
All That Jazz
O filme narra a vida caótica e ocupada de Joe Gideon (Roy Scheider), um grande diretor da Broadway. Muito requisitado ele tenta contrabalancear sua vida profissional entre a Broadway, onde pretende criar o musical definitivo da história e os bastidores do cinema, onde também trabalha em vários projetos, tudo de forma paralela e um pouco atribulada. Ao seu redor, na vida pessoal, circulam sua ex-esposa, sua namorada atual e sua filha, todas com problemas pessoais que direta ou indiretamente afetam a sua vida. Para piorar ainda mais Gideon tem sérios problemas com drogas, o que torna sua existência ainda mais alucinada! Mas não se preocupe muito com isso, afinal "All That Jazz" não é propriamente um drama mas sim um musical ao velho estilo, com muitas danças, números musicais e coreografias mais do que inspiradas. Um filme obrigatória para quem admira o gênero.
All That Jazz - O Show Deve Continuar (All That Jazz, Estados Unidos,1979) Direção: Bob Fosse / Roteiro: Robert Alan Aurthur, Bob Fosse / Elenco: Roy Scheider, Jessica Lange, Leland Palmer / Sinopse: No meio de vários números musicais o filme narra a vida estressada e caótica de um grande diretor da Broadway. Vencedor dos Oscars de Melhor Trilha Musical, Montagem, Figurino e Direção de Arte.
Pablo Aluísio.