Na década de 1980 Steven Spielberg não apenas exerceu seu toque de Midas nos filmes que dirigiu mas também em ótimas produções em que ele surgia como produtor executivo. Um exemplo é esse pequeno mas muito simpático filme de Sci-fi chamado “O Milagre Veio do Espaço” (o titulo original, “Baterias não incluídas” também era muito charmoso mas infelizmente a produtora nacional não achou que o nome fosse comercialmente viável em nosso país). Usando das novas inovações em efeitos especiais o filme apresentava uma série de pequeninas naves espaciais que chegavam à terra para ajudar um grupo de moradores pobres de um edifício prestes a ser condenado. Spielberg volta ao tema do “ET amigável” que já havia utilizado em seu maior sucesso de bilheteria para novamente fisgar o público que na época consumia com avidez qualquer produto que levasse a marca Steven Spielberg.
Na época em que “O Milagre Veio no Espaço” foi lançado Spielberg ainda fazia parte do grupo Universal (ele só inauguraria seu próprio estúdio, a Dreamworks, alguns anos depois). O filme teve uma estréia discreta nos cinemas, inclusive no Brasil, mas encontrou seu mercado perfeito nas locadoras de VHS, logo se tornando um campeão em locações. Seu sucesso nem é complicado de se entender pois a produção era leve, divertida, feita mesmo para toda a família. E obviamente o design das pequenas espaçonaves caíram como uma luva no gosto do público infantil (apesar do filme em si não ser uma aventura feita especialmente para essa fatia do público). Além dos charmosos efeitos especiais e do clima de diversão amena, “O Milagre Veio do Espaço” ainda se destacava pelo elenco formado por veteranos das telas, em especial a inesquecível atriz Jessica Tandy. Talento teatral na década de 1950 (chegou a atuar ao lado de Marlon Brando), Tandy encontrou um curioso espaço em filmes de ficção como esse e Cocoon. Sua consagração viria dois anos depois em “Conduzindo Miss Daisy”, o grande vencedor do Oscar. Sua presença enche de dignidade a tela. Assim fica a indicação desse pequeno filme com a marca Spielberg. Certamente você que o assistiu há tantos anos vai se encantar novamente com seu enredo cativante e seu clima de pura nostalgia da década de 80.
O Milagre Veio do Espaço (Batteries Not Included, Estados Unidos, 1987) Direção: Matthew Robbins / Roteiro: Mick Garris, Brad Bird / Elenco: Hume Cronyn, Jessica Tandy, Frank McRae / Sinopse: Um corretor de imóveis ganancioso pretende colocar abaixo um prédio onde moram vários velhinhos. Pedindo por um milagre eles são recompensados pela presença de estranhas naves espaciais vindas do espaço.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Um Homem Fora de Série
Um tratado sobre redenção e recomeço. Assim de maneira simples podemos definir mais esse ótimo momento na filmografia do ator Robert Redford. No enredo ele interpreta Roy Hobbs, um jogador de beisebol que sonha um dia alcançar o topo em sua carreira. Nascido no campo ele logo descobre muito cedo um grande talento para o esporte. Usando um taco especial ao qual manda gravar a palavra “Wonderboy” (garoto maravilha) o jogador começa a escalar o caminho do sucesso no famoso time Chicago Cubs. Tudo corre às mil maravilhas até que ele sofre um atentado que praticamente encerra seus sonhos de um dia ser considerado o melhor jogador dos Estados Unidos. Lutando para sobreviver e dar a volta por cima ele consegue, 16 anos depois, retornar para a liga principal, dessa vez jogando no desacreditado New York Knights. Bem mais velho e dado como acabado para o esporte Roy (Redford) tenta superar seus próprios limites para mostrar a todos e principalmente para ele mesmo que um sonho jamais acaba para quem tem garra e perserverança.
“Um Homem Fora de Série” logo foi aclamado em seu lançamento por causa da mensagem otimista e positiva de seu argumento. Robert Redford interpreta um obstinado esportista que simplesmente não aceita desistir de tudo. Ele luta a cada dia por uma nova chance, por um recomeço. O filme une dois símbolos tipicamente americanos. O primeiro, bem óbvio, é o próprio beisebol, cujo campo se torna uma metáfora para a vida. O segundo é o ator Robert Redford, considerado na época uma representação do que de melhor podia a América construir. Carismático, politicamente correto e bom profissional, Redford era só elogios em sua atuação. De fato ele representava o próprio Wonderboy do roteiro. “Um Homem Fora de Série” é também um típico filme de Barry Levinson. Esse cineasta adora encher seus trabalhos com uma alta carga de nostalgia, geralmente relembrando fatos marcantes do passado, tudo feito em uma linguagem saudosista e reverencial. Isso já havia se tornado óbvio em “Quando os Jovens se Tornam Adultos” e se repete aqui. Levinson tem carinho por seus personagens e por isso sempre os trata com elegância e doce suavidade. Certamente esse trabalho ao lado de Robert Redford é um dos mais expressivos de sua carreira. Assista, mesmo que você não goste muito de beisebol pois o que vale aqui é o lado humano da estória, essa sim fora de série.
Um Homem Fora de Série (The Natural, Estados Unidos, 1984) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Roger Towne, baseado na novela de Bernard Malamud / Elenco: Robert Redford, Robert Duvall, Glenn Close, Kim Basinger / Sinopse: Jogador de beisebol (Robert Redford) busca por redenção e um novo recomeço na carreira após sofrer um atentado. Indicado aos Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante (Glenn Close), fotografia, direção de arte e música. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger).
Pablo Aluísio.
“Um Homem Fora de Série” logo foi aclamado em seu lançamento por causa da mensagem otimista e positiva de seu argumento. Robert Redford interpreta um obstinado esportista que simplesmente não aceita desistir de tudo. Ele luta a cada dia por uma nova chance, por um recomeço. O filme une dois símbolos tipicamente americanos. O primeiro, bem óbvio, é o próprio beisebol, cujo campo se torna uma metáfora para a vida. O segundo é o ator Robert Redford, considerado na época uma representação do que de melhor podia a América construir. Carismático, politicamente correto e bom profissional, Redford era só elogios em sua atuação. De fato ele representava o próprio Wonderboy do roteiro. “Um Homem Fora de Série” é também um típico filme de Barry Levinson. Esse cineasta adora encher seus trabalhos com uma alta carga de nostalgia, geralmente relembrando fatos marcantes do passado, tudo feito em uma linguagem saudosista e reverencial. Isso já havia se tornado óbvio em “Quando os Jovens se Tornam Adultos” e se repete aqui. Levinson tem carinho por seus personagens e por isso sempre os trata com elegância e doce suavidade. Certamente esse trabalho ao lado de Robert Redford é um dos mais expressivos de sua carreira. Assista, mesmo que você não goste muito de beisebol pois o que vale aqui é o lado humano da estória, essa sim fora de série.
Um Homem Fora de Série (The Natural, Estados Unidos, 1984) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Roger Towne, baseado na novela de Bernard Malamud / Elenco: Robert Redford, Robert Duvall, Glenn Close, Kim Basinger / Sinopse: Jogador de beisebol (Robert Redford) busca por redenção e um novo recomeço na carreira após sofrer um atentado. Indicado aos Oscars de Melhor Atriz Coadjuvante (Glenn Close), fotografia, direção de arte e música. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Basinger).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Invasão à Casa Branca
Um grupo de terroristas da Coréia do Norte consegue romper o rígido sistema de segurança da Casa Branca e domina o local, fazendo todos reféns. O objetivo é chegar até o próprio presidente dos Estados Unidos. Achou fantasioso demais? Pois é, os produtores aproveitaram o assunto do momento com as rotineiras ameaças nucleares do regime brutal dos norte-coreanos para faturar uma boa bilheteria. É óbvio que a primeira reação ao ler essa sinopse é achar tudo muito absurdo e fora da realidade. Bom, depois de 11 de setembro eu ainda tenho certas reservas sobre esse ponto de vista. Ao invés de condenar completamente o filme por causa de seu obtuso argumento o melhor a fazer mesmo é aproveitar a ação desenfreada e o clima de blockbuster pipoca elevado à nona potência. Claro que todos os personagens são caricatos e estereotipados, óbvio que o patriotismo sem freios surge a cada cena, mas mesmo assim se o espectador relevar tudo isso pode até mesmo vir a se divertir. É o típico filme de shopping center – vazio, barulhento e nada memorável. Cinema fast food.
Causa admiração a direção ser do competente Antoine Fuqua. O diretor negro que já dirigiu ótimos filmes policiais como “Dia de Treinamento” e até mesmo o mais recente “Atraídos pelo Crime” surpreende ao surgir com uma produção tipicamente de ação, com roteiro mínimo e atuações em segundo plano. O elenco até que é bom, com as presenças dignas de Morgan Freeman e Aaron Eckhart, esse último como o presidente americano. O problema é que eles realmente não têm muito o que fazer uma vez que no fundo o filme é apenas uma sucessão de cenas exageradas de ação que bebe de muitas fontes, inclusive “Duro de Matar” (uma referencia óbvia) e “Na Linha do Fogo” (tal como o personagem de Clint Eastwood aqui temos também um ex-agente de segurança com um passado manchado a esquecer). Já Gerard Butler deixa de lado as comédias românticas que vinha se envolvendo para interpretar um agente durão, com ares do personagem de Bruce Willis em Die Hard. Enfim, não é algo que você vá assistir pensando em arte ou algo assim. Está mais para um passatempo ligeiro que você encara enquanto sua esposa está fazendo compras no mesmo shopping onde o filme está sendo exibido. Descartável e nada marcante.
Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen, Estados Unidos, 2013) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Creighton Rothenberger, Katrin Benedikt / Elenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman / Sinopse: Um grupo de terroristas da Coréia do Norte consegue romper o rígido sistema de segurança da Casa Branca e domina o local, fazendo todos reféns. Eles querem colocar as mãos no próprio presidente dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Causa admiração a direção ser do competente Antoine Fuqua. O diretor negro que já dirigiu ótimos filmes policiais como “Dia de Treinamento” e até mesmo o mais recente “Atraídos pelo Crime” surpreende ao surgir com uma produção tipicamente de ação, com roteiro mínimo e atuações em segundo plano. O elenco até que é bom, com as presenças dignas de Morgan Freeman e Aaron Eckhart, esse último como o presidente americano. O problema é que eles realmente não têm muito o que fazer uma vez que no fundo o filme é apenas uma sucessão de cenas exageradas de ação que bebe de muitas fontes, inclusive “Duro de Matar” (uma referencia óbvia) e “Na Linha do Fogo” (tal como o personagem de Clint Eastwood aqui temos também um ex-agente de segurança com um passado manchado a esquecer). Já Gerard Butler deixa de lado as comédias românticas que vinha se envolvendo para interpretar um agente durão, com ares do personagem de Bruce Willis em Die Hard. Enfim, não é algo que você vá assistir pensando em arte ou algo assim. Está mais para um passatempo ligeiro que você encara enquanto sua esposa está fazendo compras no mesmo shopping onde o filme está sendo exibido. Descartável e nada marcante.
Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen, Estados Unidos, 2013) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Creighton Rothenberger, Katrin Benedikt / Elenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman / Sinopse: Um grupo de terroristas da Coréia do Norte consegue romper o rígido sistema de segurança da Casa Branca e domina o local, fazendo todos reféns. Eles querem colocar as mãos no próprio presidente dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Um Mundo Perfeito
Nas décadas de 80 e 90 Clint Eastwood finalmente teve o devido reconhecimento como cineasta. Antes ele era visto apenas como um ator de sucesso que exibia certo talento e eficiência na direção de seus filmes. Essa visão mudou definitivamente com o aclamado “Os Imperdoáveis” que mostrou toda a maturidade de Eastwood como realizador autoral. Após voltar rapidamente para os filmes mais comerciais em “Na Linha de Fogo” Clint resolveu voltar sua atenção para dois roteiros que realmente mexeram com ele. O primeiro seria a adaptação de “As Pontes de Madison” que marcou bastante sua filmografia. Antes disso porém decidiu filmar “A Perfect World“ onde Clint procuraria voltar a um tipo de cinema mais nostálgico, como aquelas antigas películas policiais do começo da década de 1960. Inspirado em algumas produções estreladas por Kirk Douglas e Steve McQueen, Eastwood tentou revitalizar um tipo de filme que já não era mais produzido, bem à moda antiga. Uma melancolia atravessaria todo o enredo, algo muito característico daqueles anos.
Na trama um fugitivo da prisão estadual, Butch Haynes (Kevin Costner), é implacavelmente perseguido pelo xerife durão Red Garnett (Clint Eastwood). Desesperado para escapar ele acaba cometendo um ato impensado ao entrar em uma casa levando como refém um pequeno garoto de apenas sete anos, Phillip (T.J. Lowther). O que deveria ser uma situação limite, de terror extremo, acaba surpreendendo a todos quando nasce uma improvável amizade entre o garotinho e o bandido em fuga. Inicialmente Clint Eastwood só iria dirigir o filme. Ele esperava colocar seu amigo Tommy Lee Jones no papel de xerife mas acabou voltando atrás após ser convencido por Kevin Costner de que o personagem era ideal para ele, Clint, o protótipo do policial linha dura do cinema (impossível esquecer, por exemplo, seu famoso Dirty Harry). O resultado sem dúvida é excepcionalmente bom. A despeito da trama ser simples, com desdobramentos até previsíveis, a parceria Costner / Eastwood se revela perfeita. Kevin Costner, não habituado a interpretar vilões, traz toda uma carga emocional ao seu personagem, algo que faz toda a diferença do mundo. Já Eastwood simplesmente arrasa como um cowboy fora de época que ainda pretende resolver tudo com uma arma fumegante. Não assistiu ainda? Pois então fica a dica de “Um Mundo Perfeito”, um grande momento nas carreiras de Costner e Eastwood.
Um Mundo Perfeito (A Perfect World, Estados Unidos, 1993) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: John Lee Hancock / Elenco: Kevin Costner, Clint Eastwood, Laura Dern / Sinopse: Fugitivo (Kevin Costner) é perseguido por um policial durão (Clint Eastwood) e no caminho acaba fazendo de refém um pequeno garoto de apenas sete anos de idade.
Pablo Aluísio.
Na trama um fugitivo da prisão estadual, Butch Haynes (Kevin Costner), é implacavelmente perseguido pelo xerife durão Red Garnett (Clint Eastwood). Desesperado para escapar ele acaba cometendo um ato impensado ao entrar em uma casa levando como refém um pequeno garoto de apenas sete anos, Phillip (T.J. Lowther). O que deveria ser uma situação limite, de terror extremo, acaba surpreendendo a todos quando nasce uma improvável amizade entre o garotinho e o bandido em fuga. Inicialmente Clint Eastwood só iria dirigir o filme. Ele esperava colocar seu amigo Tommy Lee Jones no papel de xerife mas acabou voltando atrás após ser convencido por Kevin Costner de que o personagem era ideal para ele, Clint, o protótipo do policial linha dura do cinema (impossível esquecer, por exemplo, seu famoso Dirty Harry). O resultado sem dúvida é excepcionalmente bom. A despeito da trama ser simples, com desdobramentos até previsíveis, a parceria Costner / Eastwood se revela perfeita. Kevin Costner, não habituado a interpretar vilões, traz toda uma carga emocional ao seu personagem, algo que faz toda a diferença do mundo. Já Eastwood simplesmente arrasa como um cowboy fora de época que ainda pretende resolver tudo com uma arma fumegante. Não assistiu ainda? Pois então fica a dica de “Um Mundo Perfeito”, um grande momento nas carreiras de Costner e Eastwood.
Um Mundo Perfeito (A Perfect World, Estados Unidos, 1993) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: John Lee Hancock / Elenco: Kevin Costner, Clint Eastwood, Laura Dern / Sinopse: Fugitivo (Kevin Costner) é perseguido por um policial durão (Clint Eastwood) e no caminho acaba fazendo de refém um pequeno garoto de apenas sete anos de idade.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Amor à Primeira Mordida
Após os comunistas tomarem o poder em seu país o Conde Drácula (George Hamilton) vê seu castelo ser desapropriado pelo governo para a construção de um ginásio esportivo. Sem ter para onde ir ele decide viajar para Nova Iorque nos Estados Unidos onde espera conhecer uma modelo que havia visto numa capa de revista de moda. O secular vampiro a achou extremamente parecida com seu antigo amor, morta há séculos. Na metrópole Drácula acaba descobrindo que está completamente fora de moda, com seus figurinos medievais e boas maneiras. Os nova iorquinos em geral são mal educados, despojados, falam palavrões e não estão nem aí para os modos requintados do Conde. Para piorar ele começa a ser perseguido por um neto do famoso caçador de vampiros Van Helsing, que por uma grande coincidência é o noivo da modelo que Drácula espera seduzir. Ele é um psiquiatra judeu, um tipo muito comum na cidade, e tentará de todas as formas matar o vampiro, muito embora ninguém acredite muito no que diz!
Como se pode notar “Amor à Primeira Mordida” é uma sátira das mais divertidas com o famoso personagem Drácula criado pelo escritor Bram Stoker. O roteiro brinca o tempo todo com a mitologia do vampiro secular, mesclando elementos da trama do livro original com muitas piadas sobre a figura de Drácula andando pelas ruas de Nova Iorque. O filme é estrelado por George Hamilton, que naquele momento vivia uma fase particularmente produtiva de sua carreira, principalmente na TV. O ator, bem conhecido por sua refinada canastrice, esbanja carisma na pele do vampiro mais conhecido da literatura. O mais engraçado de tudo é saber que Hamilton ficou conhecido justamente por ser um sujeito bronzeadíssimo (uma de suas marcas registradas) e aqui repete o visual mesmo interpretando um ser da noite que nunca vê o sol! Mais divertido do que isso impossível. Outros bons atores em cena são Richard Benjamin como o neto psiquiatra de Van Helsing e Arte Johnson como o engraçado assistente pessoal de Drácula, Renfield. Enfim, fica a dica dessa comédia que consegue misturar Drácula, música de discoteca da década de 70, muita cafonice e uma Nova Iorque sufocante, tudo com muito humor. É uma bela diversão descompromissada.
Amor à Primeira Mordida (Love at First Bite, Estados Unidos, 1979) Direção: Stan Dragoti / Roteiro: Robert Kaufman, Robert Kaufman, baseados no personagem criado por Bram Stoker / Elenco: George Hamilton, Susan Saint James, Richard Benjamin, Arte Johnson / Sinopse: Após ter seu castelo desapropriado pelo regime comunista de seu país, o famoso Conde Drácula (George Hamilton) decide ir até Nova Iorque para conhecer uma famosa modelo que se parece demais com sua antiga amada, morta há séculos!
Pablo Aluísio
Como se pode notar “Amor à Primeira Mordida” é uma sátira das mais divertidas com o famoso personagem Drácula criado pelo escritor Bram Stoker. O roteiro brinca o tempo todo com a mitologia do vampiro secular, mesclando elementos da trama do livro original com muitas piadas sobre a figura de Drácula andando pelas ruas de Nova Iorque. O filme é estrelado por George Hamilton, que naquele momento vivia uma fase particularmente produtiva de sua carreira, principalmente na TV. O ator, bem conhecido por sua refinada canastrice, esbanja carisma na pele do vampiro mais conhecido da literatura. O mais engraçado de tudo é saber que Hamilton ficou conhecido justamente por ser um sujeito bronzeadíssimo (uma de suas marcas registradas) e aqui repete o visual mesmo interpretando um ser da noite que nunca vê o sol! Mais divertido do que isso impossível. Outros bons atores em cena são Richard Benjamin como o neto psiquiatra de Van Helsing e Arte Johnson como o engraçado assistente pessoal de Drácula, Renfield. Enfim, fica a dica dessa comédia que consegue misturar Drácula, música de discoteca da década de 70, muita cafonice e uma Nova Iorque sufocante, tudo com muito humor. É uma bela diversão descompromissada.
Amor à Primeira Mordida (Love at First Bite, Estados Unidos, 1979) Direção: Stan Dragoti / Roteiro: Robert Kaufman, Robert Kaufman, baseados no personagem criado por Bram Stoker / Elenco: George Hamilton, Susan Saint James, Richard Benjamin, Arte Johnson / Sinopse: Após ter seu castelo desapropriado pelo regime comunista de seu país, o famoso Conde Drácula (George Hamilton) decide ir até Nova Iorque para conhecer uma famosa modelo que se parece demais com sua antiga amada, morta há séculos!
Pablo Aluísio
O Lavador de Almas
Todos os dias pela manhã Albert Pierrepoint (Timothy Spall) acorda, toma o seu café, lê o jornal diário, se despede de sua querida esposa e vai ao trabalho. Com chapéu, sobretudo e uma pequena pasta ele parece ser igual a todos os demais trabalhadores ingleses que vão ao seus trabalhos todos os dias cumprir mais uma jornada. A verdade porém é que as aparências enganam. Pierrepoint não é um trabalhador normal. Na verdade ele exerce uma função que seria inaceitável para a maioria dos empregados comuns. Ele na realidade é um carrasco do sistema prisional britânico e se orgulha disso. Para suas mãos vão parar todos os dias os piores criminosos, assassinos, estupradores, latrocidas, a escória da sociedade. Condenados à pena de morte eles são enviados para a ala onde Pierrepoint trabalha todas as manhãs. Seu sistema de execução é limpo e rápido. Em poucos segundos ele consegue enviar o condenado ao cadafalso de enforcamento em um procedimento rígido que não admite falhas. Nada pessoal, apenas um serviço a se cumprir.
O filme “O Lavador de Almas” conta a história real daquele que foi considerado o maior executor de penas de morte da história da Inglaterra. A experiência que acumulou durante décadas o fez criar um sistema impecável onde a meta era enforcar o criminoso de forma eficaz, rápida e humana. Pelas mãos desse carrasco mais de seiscentos sentenciados foram enforcados. Ele se tornou tão bom naquilo que fazia que começou a disputar com outros carrascos da Inglaterra o recorde de menor tempo gasto em cada enforcamento. Sua melhor marca de sete segundos e meio ainda hoje não foi batida. Albert Pierrepoint ficou mundialmente conhecido quando foi escolhido pelo General Montgomery para executar os principais criminosos de guerra nazistas. O roteiro de “O Lavador de Almas” é muito bom pois mostra um homem pacato, tímido, simples em seus modos, que conseguiu cumprir aquilo que lhe era determinado pelo governo inglês da melhor forma possível. Um curioso retrato de uma pessoa que a despeito do serviço que fazia conseguiu também fazer parte da história da Inglaterra.
O Lavador de Almas (The Last Hangman, Estados Unidos, Inglaterra, 2005) Direção: Adrian Shergold / Roteiro: Bob Mills, Jeff Pope / Elenco: Timothy Spall, Juliet Stevenson, Eddie Marsan / Sinopse: História real de Albert Pierrepoint (Timothy Spall), famoso executor de enforcamentos do sistema prisional inglês que se tornou famoso ao levar para o cadafalso alguns dos maiores criminosos nazistas de guerra.
Pablo Aluísio.
O filme “O Lavador de Almas” conta a história real daquele que foi considerado o maior executor de penas de morte da história da Inglaterra. A experiência que acumulou durante décadas o fez criar um sistema impecável onde a meta era enforcar o criminoso de forma eficaz, rápida e humana. Pelas mãos desse carrasco mais de seiscentos sentenciados foram enforcados. Ele se tornou tão bom naquilo que fazia que começou a disputar com outros carrascos da Inglaterra o recorde de menor tempo gasto em cada enforcamento. Sua melhor marca de sete segundos e meio ainda hoje não foi batida. Albert Pierrepoint ficou mundialmente conhecido quando foi escolhido pelo General Montgomery para executar os principais criminosos de guerra nazistas. O roteiro de “O Lavador de Almas” é muito bom pois mostra um homem pacato, tímido, simples em seus modos, que conseguiu cumprir aquilo que lhe era determinado pelo governo inglês da melhor forma possível. Um curioso retrato de uma pessoa que a despeito do serviço que fazia conseguiu também fazer parte da história da Inglaterra.
O Lavador de Almas (The Last Hangman, Estados Unidos, Inglaterra, 2005) Direção: Adrian Shergold / Roteiro: Bob Mills, Jeff Pope / Elenco: Timothy Spall, Juliet Stevenson, Eddie Marsan / Sinopse: História real de Albert Pierrepoint (Timothy Spall), famoso executor de enforcamentos do sistema prisional inglês que se tornou famoso ao levar para o cadafalso alguns dos maiores criminosos nazistas de guerra.
Pablo Aluísio.
A Testemunha
Depois que interpretou dois personagens completamente marcantes na história do cinema (Han Solo de “Star Wars” e Indiana Jones) o ator Harrison Ford procurou se diversificar na carreira, tentando criar uma identidade própria para fugir do perigo de ficar marcado para sempre por esses papeis. Assim após rodar “O Retorno de Jedi” e “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, ele entrou nesse projeto bem mais modesto, simples, que contava exclusivamente com a força de seu roteiro, o filme “A Testemunha”. Dirigido por Peter Weir (de “Galipoli” e “O Ano em que Vivemos em Perigo”, ambos com Mel Gibson) o enredo explorava uma das mais curiosas comunidades existentes no interior dos Estados Unidos, os Amish. Vivendo como se estivessem na idade média, com ampla rejeição da tecnologia e do modo de vida da modernidade, os integrantes desse grupo procuravam ter o mínimo contato com o mundo exterior (decadente e cheio de vícios em sua forma de pensar). Em sua forma de entender o contato com o resto da sociedade os deixariam impuros e indignos de suas crenças.
As coisas começam a mudar quando o garoto amish Samuel testemunha um crime numa estação de trem da Filadélfia. Um policial seria o envolvido. Transformado em testemunha em um crime de grande repercussão o garoto (Lukas Haas) e sua mãe, a viúva Rachel (Kelly McGillis de “Top Gun”), teriam agora que ter proteção policial e essa acaba sendo feita pelo tira John Book (Harrison Ford) que de repente se vê imerso dentro da cultura Amish. O argumento se torna bem interessante a partir daí porque começa a mostrar o outro lado dessa comunidade, mostrando aspectos positivos de sua forma de viver. O antes cínico policial começa a enxergar uma nova realidade, entendendo finalmente os aspectos bons de se levar uma vida baseada na tradição e na simplicidade. Assim que foi lançado “A Testemunha” caiu nas graças da critica especializada. O filme colecionou elogios e indicações a prêmios (inclusive o Oscar em suas principais categorias). Harrison Ford ficou duplamente gratificado pois vivia uma fase excepcional na carreira onde conseguia mesclar sucesso comercial com aclamação da crítica – algo bem raro dentro da indústria de cinema dos EUA. Em suma, “A Testemunha” resistiu muito bem ao tempo e até hoje consegue unir um bom roteiro com uma direção precisa e econômica na medida certa. Vale a pena ser redescoberto.
A Testemunha (Witness, Estados Unidos, 1985) Direção: Peter Weir / Roteiro: William Kelley, Pamela Wallace / Elenco: Harrison Ford, Kelly McGillis, Lukas Haas / Sinopse: Policial (Harrison Ford) tem que proteger garoto Amish que testemunhou um crime praticado numa estação de trem da Filadélfia envolvendo policiais corruptos.
Pablo Aluísio.
As coisas começam a mudar quando o garoto amish Samuel testemunha um crime numa estação de trem da Filadélfia. Um policial seria o envolvido. Transformado em testemunha em um crime de grande repercussão o garoto (Lukas Haas) e sua mãe, a viúva Rachel (Kelly McGillis de “Top Gun”), teriam agora que ter proteção policial e essa acaba sendo feita pelo tira John Book (Harrison Ford) que de repente se vê imerso dentro da cultura Amish. O argumento se torna bem interessante a partir daí porque começa a mostrar o outro lado dessa comunidade, mostrando aspectos positivos de sua forma de viver. O antes cínico policial começa a enxergar uma nova realidade, entendendo finalmente os aspectos bons de se levar uma vida baseada na tradição e na simplicidade. Assim que foi lançado “A Testemunha” caiu nas graças da critica especializada. O filme colecionou elogios e indicações a prêmios (inclusive o Oscar em suas principais categorias). Harrison Ford ficou duplamente gratificado pois vivia uma fase excepcional na carreira onde conseguia mesclar sucesso comercial com aclamação da crítica – algo bem raro dentro da indústria de cinema dos EUA. Em suma, “A Testemunha” resistiu muito bem ao tempo e até hoje consegue unir um bom roteiro com uma direção precisa e econômica na medida certa. Vale a pena ser redescoberto.
A Testemunha (Witness, Estados Unidos, 1985) Direção: Peter Weir / Roteiro: William Kelley, Pamela Wallace / Elenco: Harrison Ford, Kelly McGillis, Lukas Haas / Sinopse: Policial (Harrison Ford) tem que proteger garoto Amish que testemunhou um crime praticado numa estação de trem da Filadélfia envolvendo policiais corruptos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Being Erica
Com um certo atraso finalmente cheguei hoje ao episódio final da série “Being Erica”. Trata-se de uma produção do canal canadense CBC que cativa bastante o espectador por causa de seus roteiros bem bolados e clima de realismo fantástico. Há muito tempo que desisti de acompanhar TV aberta no Brasil por causa de sua péssima qualidade, no máximo acompanho apenas os noticiários. Sempre gostei bem mais de filmes e séries e foi assim que acabei conhecendo “Being Erica” que é bem pouco conhecido entre os brasileiros. Também penso que não faria mesmo a cabeça do espectador nacional porque seu tema é bem diferente, fora dos padrões. No enredo Erica Strange (interpretada pela carismática e simpática Erin Karpluk) é uma garota de seus trinta e poucos anos que percebe que nada do que havia planejado em sua vida se concretizou. Ela não conseguiu despontar em sua carreira profissional, não entrou em um relacionamento sério em sua vida pessoal e nem tem um projeto de vida.
É justamente no meio desse caos em que vive que ela acaba indo parar no consultório do Dr. Tom (Michael Riley), que acaba se revelando um terapeuta fora do comum, pois tem a capacidade de levar sua paciente para o passado e o futuro onde ela finalmente terá uma chance de consertar os erros cometidos. Todos os episódios partem dessa premissa. Em minha concepção é o tipo de estória que daria margem a no máximo duas boas temporadas mas o sucesso de audiência a levou a ter quatro temporadas. No final os sinais de desgaste e cansaço já eram evidentes. Isso aliás é mais comum do que se pensa, pois geralmente boas idéias acabam sendo comprometidas pelo próprio sucesso das séries que se alongam no tempo mais do que o necessário (vide True Blood que ultimamente se tornou insuportável). Mesmo assim não me arrependo. O último episódio se chama Dra. Erica quando ela própria finalmente se torna uma terapeuta. Foi bem fraco para falar a verdade mas como vinha acompanhando desde sempre não perderia a conclusão de tudo o que aconteceu ao longo de tantos episódios. No geral ficarei com saudades da querida Erica. É a vida...
Being Erica (Idem, Canadá, 2009 – 2011) Direção: Chris Grismer, Philip Earnshaw, Holly Dale, Jeff Woolnough / Criado por Jana Sinyor / Elenco: Erin Karpluk, Reagan Pasternak, Michael Riley / Sinopse: Erica Strange é uma garota comum mas com muitos problemas profissionais e pessoais. Sua vida sofre uma mudança radical quando começa um tratamento com o Dr. Tom que tem o poder de manipular o tempo e o espaço.
Pablo Aluísio.
É justamente no meio desse caos em que vive que ela acaba indo parar no consultório do Dr. Tom (Michael Riley), que acaba se revelando um terapeuta fora do comum, pois tem a capacidade de levar sua paciente para o passado e o futuro onde ela finalmente terá uma chance de consertar os erros cometidos. Todos os episódios partem dessa premissa. Em minha concepção é o tipo de estória que daria margem a no máximo duas boas temporadas mas o sucesso de audiência a levou a ter quatro temporadas. No final os sinais de desgaste e cansaço já eram evidentes. Isso aliás é mais comum do que se pensa, pois geralmente boas idéias acabam sendo comprometidas pelo próprio sucesso das séries que se alongam no tempo mais do que o necessário (vide True Blood que ultimamente se tornou insuportável). Mesmo assim não me arrependo. O último episódio se chama Dra. Erica quando ela própria finalmente se torna uma terapeuta. Foi bem fraco para falar a verdade mas como vinha acompanhando desde sempre não perderia a conclusão de tudo o que aconteceu ao longo de tantos episódios. No geral ficarei com saudades da querida Erica. É a vida...
Being Erica (Idem, Canadá, 2009 – 2011) Direção: Chris Grismer, Philip Earnshaw, Holly Dale, Jeff Woolnough / Criado por Jana Sinyor / Elenco: Erin Karpluk, Reagan Pasternak, Michael Riley / Sinopse: Erica Strange é uma garota comum mas com muitos problemas profissionais e pessoais. Sua vida sofre uma mudança radical quando começa um tratamento com o Dr. Tom que tem o poder de manipular o tempo e o espaço.
Pablo Aluísio.
Tempo de Despertar
Baseado em fatos reais, “Tempo de Despertar” foi inspirado no livro autobiográfico escrito pelo médico Oliver Sacks. No final da década de 1960 ele tentou uma terapia alternativa com pacientes que sofriam de Encefalia Letárgica, uma doença neurológica que impedia os doentes de interagir com o meio ambiente e as pessoas ao redor. De inicio o neurologista (no filme com o nome fictício de Malcolm Sayer e interpretado por Robin Williams) conseguiu excelentes resultados, inclusive trazendo de volta ao mundo consciente um de seus pacientes (Leonard Lowe, interpretado por Robert De Niro). A euforia inicial porém logo começou a ser substituída pela apreensão pelos diversos efeitos colaterais desconhecidos até aquele momento. “Tempo de Despertar” é um filme muito interessante pois lida com a tentativa da ciência médica em recuperar pacientes praticamente desacreditados em sua cura. Através do método de tentativa e erro o médico tentou reabilitar essas pessoas sendo Leonard (De Niro) a verdadeira cobaia de seus experimentos.
Esse foi um dos primeiros papéis dramáticos da carreira de Robin Williams. Ao lado do grande Robert De Niro ele consegue uma de suas melhores atuações (chegou inclusive a ser indicado ao Globo de Ouro por seu sensível trabalho). O próprio Williams decidiu fazer um amplo laboratório em torno de seu personagem visitando e convivendo com pacientes da instituição em que o verdadeiro Sacks atuou (localizado em Nova Iorque). Robert De Niro também está extremamente convincente embora tenha recebido algumas críticas na época por um suposto exagero dramático. Não concordo com essa visão, De Niro, em minha opinião, mostra novamente porque sempre foi considerado um dos grandes mestres da atuação no cinema americano. Tanto isso soa como verdade que Robert De Niro ganhou várias indicações em prêmios importantes por sua interpretação (foi indicado ao Oscar e venceu o prêmio dos críticos de Nova Iorque (NYFCC Award) na categoria melhor ator. Enfim, eis aqui um filme que deve ser indicado não apenas aos estudantes de medicina (com ênfase na área de neurologia) mas também aos amantes de boas atuações. “Tempo de Despertar” é sensível, comovente e muito humano. Está mais do que recomendado.
Tempo de Despertar (Awakenings, Estados Unidos, 1990) Direção: Penny Marshall / Roteiro: Steven Zaillian baseado na obra de Oliver Sacks / Elenco: Robert De Niro, Robin Williams, Julie Kavner / Sinopse: Médico neurologista, Dr. Malcolm Sayer (Robin Williams), começa um inovador tratamento com pacientes que sofrem de Encefalia Letárgica. Seus experimentos acabam trazendo de volta o doente Leonard Lowe (Robert De Niro), porém sua recuperação também traz efeitos colaterais desconhecidos para a ciência médica.
Pablo Aluísio.
Esse foi um dos primeiros papéis dramáticos da carreira de Robin Williams. Ao lado do grande Robert De Niro ele consegue uma de suas melhores atuações (chegou inclusive a ser indicado ao Globo de Ouro por seu sensível trabalho). O próprio Williams decidiu fazer um amplo laboratório em torno de seu personagem visitando e convivendo com pacientes da instituição em que o verdadeiro Sacks atuou (localizado em Nova Iorque). Robert De Niro também está extremamente convincente embora tenha recebido algumas críticas na época por um suposto exagero dramático. Não concordo com essa visão, De Niro, em minha opinião, mostra novamente porque sempre foi considerado um dos grandes mestres da atuação no cinema americano. Tanto isso soa como verdade que Robert De Niro ganhou várias indicações em prêmios importantes por sua interpretação (foi indicado ao Oscar e venceu o prêmio dos críticos de Nova Iorque (NYFCC Award) na categoria melhor ator. Enfim, eis aqui um filme que deve ser indicado não apenas aos estudantes de medicina (com ênfase na área de neurologia) mas também aos amantes de boas atuações. “Tempo de Despertar” é sensível, comovente e muito humano. Está mais do que recomendado.
Tempo de Despertar (Awakenings, Estados Unidos, 1990) Direção: Penny Marshall / Roteiro: Steven Zaillian baseado na obra de Oliver Sacks / Elenco: Robert De Niro, Robin Williams, Julie Kavner / Sinopse: Médico neurologista, Dr. Malcolm Sayer (Robin Williams), começa um inovador tratamento com pacientes que sofrem de Encefalia Letárgica. Seus experimentos acabam trazendo de volta o doente Leonard Lowe (Robert De Niro), porém sua recuperação também traz efeitos colaterais desconhecidos para a ciência médica.
Pablo Aluísio.
domingo, 31 de março de 2013
As Minas do Rei Salomão
Jesse Huston (Sharon Stone) é uma estudante de arqueologia que resolve contratar o aventureiro Allan Quatermain (Richard Chamberlain) para localizar o paradeiro de seu pai que desapareceu misteriosamente após revelar que havia conseguido finalmente o mapa que levaria para as famosas minas do Rei Salomão. Vivendo mil e uma aventuras o casal adentra nas regiões mais remotas da África selvagem para tentar achar o famoso tesouro do mitológico rei bíblico. “As Minas do Rei Salomão” é uma aventura oitentista que procura seguir os passos da franquia de sucesso “Indiana Jones”. Produzido pelo estúdio Cannon Group o filme tenta em vão capturar o charme das produções de Steven Spielberg e George Lucas. O personagem Allan Quatermain vem da literatura, é obviamente mais antigo do que Indiana Jones, mas pouco ou quase nada se encontra do Quatermain original dos livros aqui. Na realidade ele deixa de ter uma personalidade própria para se tornar um mero Indiana Jones genérico.
Sharon Stone tem sua primeira grande chance de aparecer em um filme no cinema. Antes disso ela só tinha experiência com séries e telefilmes. Seu papel não é grande coisa (nenhum papel do filme é minimamente profundo para dizer a verdade), mas vale como curiosidade. Richard Chamberlain que vinha do sucesso de TV Shogun também tenta virar um astro de filmes de aventura mas não deu muito certo. O grande problema de “As Minas do Rei Salomão” é que seu roteiro não desenvolve nenhum personagem, se limitando a colocar todos em uma sucessão de cenas de ação em trens em movimento, aviões caindo, fugindo de tribos canibais, etc. Tudo bem vazio e derivativo. Os efeitos obviamente envelheceram muito (numa era pré-digital tudo era feito com maquetes e marionetes, inclusive com uma nada verídica aranha gigante em cena). Como fez um relativo sucesso acabou ganhando uma continuação um ano depois, “Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido”, com a mesma dupla central. Depois de alguns anos Allan Quatermain voltaria às telas sendo interpretado dessa vez por Sean Connery em “A Liga Extraordinária” mas essa é uma outra história...
As Minas do Rei Salomão (King Solomon's Mines, Estados Unidos, 1985) Direção: J. Lee Thompson / Roteiro: Gene Quintano baseado na novela de H. Rider Haggard / Elenco: Richard Chamberlain, Sharon Stone, Herbert Lom / Sinopse: Jesse Huston (Sharon Stone) é uma estudante de arqueologia que resolve contratar o aventureiro Allan Quatermain (Richard Chamberlain) para localizar o paradeiro de seu pai que desapareceu misteriosamente após revelar que havia conseguido finalmente o mapa que levaria para as famosas minas do Rei Salomão.
Pablo Aluísio.
Sharon Stone tem sua primeira grande chance de aparecer em um filme no cinema. Antes disso ela só tinha experiência com séries e telefilmes. Seu papel não é grande coisa (nenhum papel do filme é minimamente profundo para dizer a verdade), mas vale como curiosidade. Richard Chamberlain que vinha do sucesso de TV Shogun também tenta virar um astro de filmes de aventura mas não deu muito certo. O grande problema de “As Minas do Rei Salomão” é que seu roteiro não desenvolve nenhum personagem, se limitando a colocar todos em uma sucessão de cenas de ação em trens em movimento, aviões caindo, fugindo de tribos canibais, etc. Tudo bem vazio e derivativo. Os efeitos obviamente envelheceram muito (numa era pré-digital tudo era feito com maquetes e marionetes, inclusive com uma nada verídica aranha gigante em cena). Como fez um relativo sucesso acabou ganhando uma continuação um ano depois, “Allan Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido”, com a mesma dupla central. Depois de alguns anos Allan Quatermain voltaria às telas sendo interpretado dessa vez por Sean Connery em “A Liga Extraordinária” mas essa é uma outra história...
As Minas do Rei Salomão (King Solomon's Mines, Estados Unidos, 1985) Direção: J. Lee Thompson / Roteiro: Gene Quintano baseado na novela de H. Rider Haggard / Elenco: Richard Chamberlain, Sharon Stone, Herbert Lom / Sinopse: Jesse Huston (Sharon Stone) é uma estudante de arqueologia que resolve contratar o aventureiro Allan Quatermain (Richard Chamberlain) para localizar o paradeiro de seu pai que desapareceu misteriosamente após revelar que havia conseguido finalmente o mapa que levaria para as famosas minas do Rei Salomão.
Pablo Aluísio.
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