Elizabeth I (1533 -1603) também conhecida no Brasil como Isabel I, foi uma das rainhas mais controvertidas da história britânica. Governou a nação em um período particularmente turbulento onde se proliferaram as pestes, as guerras e a forme em seus vastos domínios. Vivendo em um mundo dominado por interesses poderosos e líder de uma corte onde planos de conspiração para matá-la estavam na ordem do dia, Elizabeth teve que adotar uma postura dura e implacável contra seus inimigos. Era filha de Henrique VIII, um dos monarcas absolutistas mais sanguinários que se tem notícia. Para se ter uma idéia ele matou a mãe de Elizabeth, Ana Bolena, após ter desconfianças de que ela o estaria traindo. Elizabeth foi poupada embora muitos nobres da época defendessem que também deveria ser morta para erradicar a sujeira e a raça de Ana Bolena dentro da linhagem real. Em um raro caso de bom senso Henrique poupou sua jovem filha de ser decapitada como a mãe. Como se pode perceber foi nesse meio violento e hostil que Elizabeth cresceu. A monarquia inglesa era notória pelas mortes de nobres patrocinadas por outros nobres, geralmente familiares na luta pelo poder. Isso prova que dentre todos os sistemas existentes a monarquia é seguramente um dos piores.
Já Elizabeth, o filme, é um show aos olhos. Produção rica, de bom gosto, com figurinos deslumbrantes é aquele tipo de filme que marca e fica na mente do espectador pela beleza técnica de cenários, roupas e perfeita reconstituição de época. Cate Blanchett é um destaque em sua interpretação. Fisicamente parecida com a verdadeira Rainha ela dá um show de postura, elegância e sofisticação. Elizabeth I, que ficou conhecida na história como a "Rainha Virgem", era dura com os inimigos mas nunca se descuidava dos protocolos reais, o que incluía ter uma educação das mais finas e um código de comportamento que não poderia ser quebrado. Desfilando com réplicas perfeitas das melhores roupas reais da época - algumas que hoje em dia soam bem estranhas - a atriz de fato nos leva a acreditar que estamos vendo a própria Elizabeth em cada cena. O elenco de apoio também é excepcional com destaque para o sempre marcante Geoffrey Rush. Já Joseph Fiennes encarna com perfeição seu papel, um tipo que oscila entre a canalhice completa e o heroísmo inesperado. Em seu lançamento Elizabeth foi aclamado pela crítica e concorreu ao Oscar de Melhor filme perdendo infelizmente para outra produção de época, “Shakespeare Apaixonado”. Uma injustiça sem a menor sombra de dúvidas. Outra injustiça foi ter perdido os Oscars de Melhor Figurino e Direção de Arte - dois prêmios que eram dados como certos para o filme. No final levou apenas a estatueta de melhor Maquiagem mostrando mais uma vez como a Academia pode ser injusta em sua premiação. Isso não atrapalhou que o filme tivesse uma continuação chamada “Elizabeth e a Era de Ouro” ao qual falaremos aqui no blog em uma outra oportunidade. De qualquer modo fica a dica: Elizabeth, uma produção atual com o estilo das grandes produções do passado. Um belo retrato de uma das figuras históricas mais marcantes da Inglaterra.
Elizabeth (Elizabeth, Estados Unidos, 1998) Direção: Shekhar Kapur / Roteiro: Michael Hirst / Elenco: Cate Blanchett, Geoffrey Rush, Joseph Fiennes, Christopher Eccleston, Richard Attenborough / Sinopse: Cinebiografia da rainha inglesa Elizabeth I. Monarca em um época particularmente conturbada da história inglesa se destacou pelo pulso forte e firme na condução dos assuntos de Estado.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
X-Men Origens: Wolverine
Após o sucesso da trilogia original que adaptava as aventuras dos heróis Marvel X-Men para o cinema era natural que o estúdio investisse mais uma vez em um novo longa. Como a estória da trilogia já estava devidamente concluída e bem fechada em si criou-se a idéia de trazer o mais carismático personagem do universo X-Men para um filme solo, focando tudo apenas em sua figura. Claro que estamos falando de Wolverine, que também no mundo dos quadrinhos ganhou um título próprio apenas com suas aventuras. Inicialmente os fãs adoraram a idéia, até porque o ator Hugh Jackman que havia interpretado tão bem o personagem na trilogia inicial seria mantido nessa nova produção. O roteiro contaria a estória do surgimento de Wolverine, desde os seus primórdios, detalhando sua origem. Tudo corria muito bem no projeto Wolverine. Os primeiros sinais de que algo sairia errado surgiram com o anúncio do nome do diretor Gavin Hood que nunca havia dirigido um filme de super-herói antes. Cineasta especializado em dramas como “Infância Roubada” sua escolha se revelaria um erro pois ele definitivamente não soube dar o timing certo ao filme que se tornou pesado, cansativo e o pior, bem chato em algumas partes.
O fato é que Wolverine, como não poderia deixar de ser, fez sucesso de bilheteria mas não agradou a praticamente ninguém. O roteiro mostrou-se pouco eficaz com excesso de idas e vindas em sua estória, que se revela confusa em certos aspectos e pouco atraente. O excesso de tramas paralelas sendo contadas ao mesmo tempo acaba cansando o espectador. O resultado assim se mostrou muito disperso. O pior é que para uma produção de 150 milhões de dólares Wolverine decepciona na questão técnica. O filme não enche os olhos em nenhum momento e em certas passagens mais lembra um filme B de baixo orçamento, tipicamente daqueles que vão parar diretamente no mercado de venda direta ao consumidor. Nenhuma cena de efeitos digitais é particularmente bem feita ou marcante. Victor Creed (Michael-James Olsen) também é um personagem bem chato para falar a verdade e não diz a que veio. A recepção foi tão fria e negativa que levou o estúdio a colocar a idéia de uma seqüência no armário. A franquia de Wolverine, planejada desde o início, também foi arquivada, pelo menos por enquanto. Assim o que sobra no final das contas é um filme que deixa a desejar em vários aspectos se tornando no máximo uma película de mediana para ruim. Certamente não agradará aos fãs de quadrinhos que ainda não assistiram ao longa e para os cinéfilos em geral não traz qualquer atrativo que justifique sua existência.
Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, Estados Unidos, 2008) Direção: Gavin Hood / Roteiro: David Benioff, Skip Woods baseados no personagem criado por Stan Lee / Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston, Will i Am, Lynn Collins, Kevin Durand, Dominic Monaghan, Taylor Kitsch, Daniel Henney, Ryan Reynolds, Tim Pocock / Sinopse: Prequel que mostra as origens do personagem Wolverine do universo X-Men. Fruto de um projeto secreto do governo americano ele ganha ossos de adamantium o que lhe torna um ser praticamente indestrutível.
Pablo Aluísio.
O fato é que Wolverine, como não poderia deixar de ser, fez sucesso de bilheteria mas não agradou a praticamente ninguém. O roteiro mostrou-se pouco eficaz com excesso de idas e vindas em sua estória, que se revela confusa em certos aspectos e pouco atraente. O excesso de tramas paralelas sendo contadas ao mesmo tempo acaba cansando o espectador. O resultado assim se mostrou muito disperso. O pior é que para uma produção de 150 milhões de dólares Wolverine decepciona na questão técnica. O filme não enche os olhos em nenhum momento e em certas passagens mais lembra um filme B de baixo orçamento, tipicamente daqueles que vão parar diretamente no mercado de venda direta ao consumidor. Nenhuma cena de efeitos digitais é particularmente bem feita ou marcante. Victor Creed (Michael-James Olsen) também é um personagem bem chato para falar a verdade e não diz a que veio. A recepção foi tão fria e negativa que levou o estúdio a colocar a idéia de uma seqüência no armário. A franquia de Wolverine, planejada desde o início, também foi arquivada, pelo menos por enquanto. Assim o que sobra no final das contas é um filme que deixa a desejar em vários aspectos se tornando no máximo uma película de mediana para ruim. Certamente não agradará aos fãs de quadrinhos que ainda não assistiram ao longa e para os cinéfilos em geral não traz qualquer atrativo que justifique sua existência.
Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, Estados Unidos, 2008) Direção: Gavin Hood / Roteiro: David Benioff, Skip Woods baseados no personagem criado por Stan Lee / Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Huston, Will i Am, Lynn Collins, Kevin Durand, Dominic Monaghan, Taylor Kitsch, Daniel Henney, Ryan Reynolds, Tim Pocock / Sinopse: Prequel que mostra as origens do personagem Wolverine do universo X-Men. Fruto de um projeto secreto do governo americano ele ganha ossos de adamantium o que lhe torna um ser praticamente indestrutível.
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de janeiro de 2013
Wall-E
Não há motivos para duvidar que hoje vivemos a era de ouro da animação no cinema. A Pixar é o grande nome nessa retomada. Algumas de suas animações são verdadeiras obras primas. E não estou aqui categorizando, afirmando que são apenas obras primas de animação mas sim de cinema em geral. Algumas dessas obras estão à altura de qualquer filme convencional que se possa comparar. Dentre todas as animações a que considero a melhor, sem medo de errar, é justamente esse Wall-E. Poucas vezes assisti a tanto lirismo e poesia em forma de arte como aqui. É impossível ficar insensível ao que se passa na tela. O pequeno robô que fica para trás em um planeta atolado em lixo industrial é um dos grandes personagens da história da Pixar. Apesar de ser um mecanismo criado pelo homem ele tem muitos sentimentos humanos como amor, compaixão e solidariedade. Uma inteligência artificial fundada nos bons sentimentos. Wall-E é tão inovador em sua estrutura que em sua parte inicial sequer existem diálogos! É de arrepiar realmente! Logo tomamos consciência de que será impossível não se emocionar com a ternura das cenas. Perdido em um mundo que parece não ter salvação o pequeno robozinho consegue criar vínculos emocionais genuínos com o que existe ao seu redor, formado basicamente por objetos inanimados e pequenos insetos. O personagem logo mostra uma personalidade muito rica, cativando o espectador de forma absoluta. Simplesmente emocionante.
Tamanha qualidade foi reconhecida pelos principais prêmios de cinema mundo afora. Venceu o Oscar de Melhor Animação embora para falar a verdade merecesse até mais do que isso, pois deveria ter vencido o Oscar de Melhor filme mesmo. No Globo de Ouro nova premiação, dessa vez na categoria Melhor Filme Animado. No Bafta mais um prêmio. A única injustiça cometida nesse mundo de premiações foi não ter vencido o Oscar de Melhor Roteiro Original. Nesse aspecto acredito que realmente houve um certo preconceito pelo fato de ser uma animação e não um filme convencional, o que penso ser um absurdo sem tamanho. Dá para acreditar que não premiaram algo tão maravilhoso apenas por essa razão? Infelizmente é o que ocorreu. Outro ponto muito importante do argumento que merece destaque é o fato dele mostrar os dois lados da tecnologia. Ao mesmo tempo em que se torna uma ferramenta fantástica para a humanidade pode também se transformar numa camisa de força. Isso é muito bem representado pelos humanos que surgem no filme, todos obesos, todos imprestáveis para o trabalho, para a recuperação de seu próprio planeta que afinal se transformou em um grande depósito de lixo! Um futuro sombrio para todos nós. É o que sempre digo, algumas animações trazem mais conteúdo e mensagem do que muitas bobagens por aí. Wall-E é sem dúvida uma obra prima, um primor, uma maravilha sem precedentes. Se ainda não viu corra atrás!
Wall-E (Wall- E, Estados Unidos, 2008) Direção: Andrew Stanton / Roteiro: Andrew Stanton, Pete Docter, Jim Reardon / Elenco (vozes): Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, Fred Willard, MacInTalk, John Ratzenberger, Kathy Najimy, Sigourney Weaver, Lori Alan / Sinopse: Sete séculos no futuro, o planeta Terra está transformada num enorme depósito de lixo. Nesse mar de detritos e sujeira se encontra um pequeno robozinho programado para recolher os materiais deixados para trás pela humanidade, que agora vive no espaço cercada de todos os confortos que a tecnologia pode proporcionar. Cheio de sentimentos humanos o robozinho em breve embarcará numa grande aventura.
Pablo Aluísio.
Tamanha qualidade foi reconhecida pelos principais prêmios de cinema mundo afora. Venceu o Oscar de Melhor Animação embora para falar a verdade merecesse até mais do que isso, pois deveria ter vencido o Oscar de Melhor filme mesmo. No Globo de Ouro nova premiação, dessa vez na categoria Melhor Filme Animado. No Bafta mais um prêmio. A única injustiça cometida nesse mundo de premiações foi não ter vencido o Oscar de Melhor Roteiro Original. Nesse aspecto acredito que realmente houve um certo preconceito pelo fato de ser uma animação e não um filme convencional, o que penso ser um absurdo sem tamanho. Dá para acreditar que não premiaram algo tão maravilhoso apenas por essa razão? Infelizmente é o que ocorreu. Outro ponto muito importante do argumento que merece destaque é o fato dele mostrar os dois lados da tecnologia. Ao mesmo tempo em que se torna uma ferramenta fantástica para a humanidade pode também se transformar numa camisa de força. Isso é muito bem representado pelos humanos que surgem no filme, todos obesos, todos imprestáveis para o trabalho, para a recuperação de seu próprio planeta que afinal se transformou em um grande depósito de lixo! Um futuro sombrio para todos nós. É o que sempre digo, algumas animações trazem mais conteúdo e mensagem do que muitas bobagens por aí. Wall-E é sem dúvida uma obra prima, um primor, uma maravilha sem precedentes. Se ainda não viu corra atrás!
Wall-E (Wall- E, Estados Unidos, 2008) Direção: Andrew Stanton / Roteiro: Andrew Stanton, Pete Docter, Jim Reardon / Elenco (vozes): Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, Fred Willard, MacInTalk, John Ratzenberger, Kathy Najimy, Sigourney Weaver, Lori Alan / Sinopse: Sete séculos no futuro, o planeta Terra está transformada num enorme depósito de lixo. Nesse mar de detritos e sujeira se encontra um pequeno robozinho programado para recolher os materiais deixados para trás pela humanidade, que agora vive no espaço cercada de todos os confortos que a tecnologia pode proporcionar. Cheio de sentimentos humanos o robozinho em breve embarcará numa grande aventura.
Pablo Aluísio.
A Guerra dos Dálmatas
Primeiro filme de Walt Disney na década de 1960, “A Guerra dos Dálmatas” investe em uma estória ambientada em Londres. Disney tinha um velho sonho de construir um parque temático na Europa nos moldes da Disneylândia e uma produção assim, com personagens ingleses, caía muito bem em suas pretensões de tornar sua marca mais conhecida e familiar no velho mundo. Seu sonho porém só se tornaria realidade muitos anos após sua morte com a inauguração da Eurodisney em Paris (e não em Londres como ele inicialmente havia pensado). “A Guerra dos Dálmatas” tem muitas semelhanças com outra animação de Disney dos anos 50, “A Dama e o Vagabundo”. O traço é praticamente o mesmo e o enredo girando em torno de aventuras caninas até mesmo se assemelhava com a animação anterior. Deixando de lado as princesas e príncipes de “A Bela Adormecida”, Disney aqui se concentrou na estória de Roger, um compositor solteirão e seu cão de estimação, um dálmata de nome Pongo. Como seu dono só pensa em trabalho e não tem uma vida social, Pongo resolve dar uma forcinha para que ele arranje uma namorada. Ao ser levado para passear em um parque próximo ele faz de tudo para que Roger se aproxime da bela Perdita. Ela também é dona de uma bonita cadela Dálmata e assim os casais se formam. Após o casamento de Roger e Perdita, Pongo e sua nova companheira dão cria a 15 filhotinhos de Dálmatas. O problema é que uma grande amiga de Perdita, a fútil e fumante inveterada Cruella De Vil, tem especial interesse em comprar os filhotinhos. Embora se diga adoradora de animais ela na verdade está querendo colocar as mãos nos cachorrinhos para matá-los e com suas peles confeccionar um lindo casaco de pele com as pintas dos Dálmatas, algo que ela considera o máximo em beleza fashion.
Disney assim criou uma das primeiras animações realmente ecológicas da história do cinema. Indiretamente o enredo atacava a futilidade da alta costura que se utilizava de peles de animais mortos para a criação de todos aqueles casacos de peles luxuosos que naquele momento estavam na moda da alta costura em Paris. Disney pretendia denunciar essa situação com a personagem Cruella, uma perua rica e perversa que em muito se assemelhava a várias divas do mundo da moda. O curioso é que ao criar essa consciência ecológica nas crianças Disney acabou plantando uma semente que deu muitos frutos anos depois com a criação de várias entidades de defesa dos direitos dos animais, na Europa e no restante do mundo. De fato os antes glamourosos casacos de pele perderam ao longo dos anos seu status de alta costura para se transformarem em símbolos de mau gosto e perversidade contra animais em geral. Outro aspecto interessante sobre “A Guerra dos Dálmatas” foi a intensa popularização da raça após o sucesso do filme. De repente todas as crianças da época queriam criar um Dálmata após assistirem a essa animação. O problema é que os Dálmatas da vida real eram bem diferentes daqueles mostrados na estória do desenho. Raça diferenciada e geniosa, que precisa de cuidados especiais, os Dálmatas acabaram virando uma dor de cabeça para os donos menos preparados para lidar com o gênio desses cães. Infelizmente muitos foram abandonados depois de crescerem e hoje não é raro ver animais dessa raça vagando pelas ruas das principais cidades da Europa. Um efeito colateral jamais previsto por Walt Disney quando lançou o filme. Não faz mal, uma vez que sua mensagem ecológica se tornou muito mais perene e relevante. Não deixe de conhecer mais esse famoso clássico com a assinatura do genial Walt Disney.
A Guerra dos Dálmatas (One Hundred and One Dalmatians, Estados Unidos, 1961) Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske / Roteiro: Bill Peet baseado na novela de Dodie Smith / Elenco (vozes): Rod Taylor, Betty Lou Gerson, J. Pat O'Malley, Betty Lou Gerson, Martha Wentworth / Sinopse: A malvada Cruella De Vil deseja confeccionar um lindo casaco de peles com as pintinhas típicas da raça Dálmata. Para isso não medirá esforços para colocar as mãos nos 15 filhotinhos do casal de cães de propriedade dos simpáticos Roger e Perdita.
Pablo Aluísio.
Disney assim criou uma das primeiras animações realmente ecológicas da história do cinema. Indiretamente o enredo atacava a futilidade da alta costura que se utilizava de peles de animais mortos para a criação de todos aqueles casacos de peles luxuosos que naquele momento estavam na moda da alta costura em Paris. Disney pretendia denunciar essa situação com a personagem Cruella, uma perua rica e perversa que em muito se assemelhava a várias divas do mundo da moda. O curioso é que ao criar essa consciência ecológica nas crianças Disney acabou plantando uma semente que deu muitos frutos anos depois com a criação de várias entidades de defesa dos direitos dos animais, na Europa e no restante do mundo. De fato os antes glamourosos casacos de pele perderam ao longo dos anos seu status de alta costura para se transformarem em símbolos de mau gosto e perversidade contra animais em geral. Outro aspecto interessante sobre “A Guerra dos Dálmatas” foi a intensa popularização da raça após o sucesso do filme. De repente todas as crianças da época queriam criar um Dálmata após assistirem a essa animação. O problema é que os Dálmatas da vida real eram bem diferentes daqueles mostrados na estória do desenho. Raça diferenciada e geniosa, que precisa de cuidados especiais, os Dálmatas acabaram virando uma dor de cabeça para os donos menos preparados para lidar com o gênio desses cães. Infelizmente muitos foram abandonados depois de crescerem e hoje não é raro ver animais dessa raça vagando pelas ruas das principais cidades da Europa. Um efeito colateral jamais previsto por Walt Disney quando lançou o filme. Não faz mal, uma vez que sua mensagem ecológica se tornou muito mais perene e relevante. Não deixe de conhecer mais esse famoso clássico com a assinatura do genial Walt Disney.
A Guerra dos Dálmatas (One Hundred and One Dalmatians, Estados Unidos, 1961) Direção: Clyde Geronimi, Hamilton Luske / Roteiro: Bill Peet baseado na novela de Dodie Smith / Elenco (vozes): Rod Taylor, Betty Lou Gerson, J. Pat O'Malley, Betty Lou Gerson, Martha Wentworth / Sinopse: A malvada Cruella De Vil deseja confeccionar um lindo casaco de peles com as pintinhas típicas da raça Dálmata. Para isso não medirá esforços para colocar as mãos nos 15 filhotinhos do casal de cães de propriedade dos simpáticos Roger e Perdita.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Southland
Brasileiro tem essa visão equivocada de que apenas em seu país a segurança pública está fora de controle. Isso é uma visão bem simplista e por demais míope da realidade do mundo em que vivemos. Nos Estados Unidos, principalmente nas grandes cidades, a coisa não está melhor. Com mais de dois milhões de pessoas encarceradas as autoridades americanas também procuram por uma solução. “Southland” é seguramente a melhor série policial atualmente em exibição sobre a rotina do dia a dia dos policiais de Los Angeles, uma das metrópoles mais importantes da grande nação ianque que também sofre com as drogas, os crimes e a desordem geral. O grande mérito de “Southland” é que seus roteiros não jogam panos quentes na realidade das ruas e nem tampouco procura transformar seus personagens em poços de virtude acima do bem e do mal. Pelo contrário, os tiras de “Southland” sofrem muitas vezes com problemas que eles próprios combatem em seu cotidiano. Há patrulheiros viciados em drogas, policiais violentos e beberrões e muitos deles com problemas emocionais, de relacionamento e pessoais interferindo em seu trabalho.
São vários os personagens em cena mas os episódios de uma maneira em geral são focados no novato Ben Sherman (Ben McKenzie). Recém saído da academia de polícia ele tem como parceiro o oficial John Cooper (Michael Cutlitz), um veterano das ruas casca grossa que sofre por ser dependente químico. Alguns episódios mais centrados nos conflitos da dupla são excelentes. Imagine ter um parceiro quase psicótico que não tem mais paciência com meliantes em geral. Ben até tenta seguir o regulamento mas é complicado quando se depara com uma verdadeira selva lá fora. As ruas vivem em eterna guerra de gangues em luta pelo controle do mercado de drogas. Muitos homicídios e medo imperando em cada beco de Los Angeles. Os dias de “Chips” realmente ficaram para trás. Agora impera o mundo cão nas melhores séries americanas. Que tal andar com esses tiras por aí, no meio do caos urbano? O convite está feito. “Southland” é uma boa pedida para quem gosta de seriados policiais americanos. Está mais do que recomendado.
Southland (Southland, EUA, 2009 - 2012) Criado por Ann Biderman / Direção: Christopher Chulack, Nelson McCormick, J. Michael Muro / Roteiro: Ann Biderman, Heather Zuhlke, Chitra Elizabeth Sampath / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, Regina King, Ben McKenzie, C. Thomas Howell / Sinopse: A série "Southland" acompanha o dia a dia de um grupo de policiais de Los Angeles. Detetives do departamento de homicídio e os patrulheiros de rua convivem de forma cotidiana com o caos e o crime pelas ruas da grande cidade.
Episódios Comentados:
Southland 5.05 - Off Duty
O cotidiano dos tiras de Los Angeles sempre rende ótimos episódios. Essa é outra série que está na minha lista de favoritos. Nesse episódio em particular temos a execução de um assassino em série. Capturado pela policial Lydia Adams, ele pede alguns momentos com ela antes de sua morte. Na outra linha narrativa Sammy Bryant salva uma celebridade de um atentado promovido por um maluco que sai atirando no meio da rua. Capturado pelas revistas de fofocas vira um herói instantâneo, embora a corregedoria esteja em sua pé por causa de problemas com sua ex-esposa. E por falar em ex-esposas, John Cooper reencontra com a sua ex-mulher no hospital após sofrer um ferimento na coluna em serviço (um grandalhão cai por cima dele). Como vimos nos episódios anteriores apesar de seu jeito de durão, John na realidade é um gay no armário. Para fechar o brincalhão e desbocado Dewey Dudek sofre um infarto enquanto persegue um ladrãozinho pé de chinelo. E o Ben Sherman? Sim, ele continua se envolvendo casualmente com as gatinhas que encontra pela frente. Bom episodio, sem dúvida. Estou chegando ao final dessa série e certamente ficarei com saudades - pois infelizmente ela já foi cancelada, para meu desapontamento! / Direção: Regina King / Roteiro: Ann Biderman, Zack Whedon / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, C. Thomas Howell.
Southland 5.09 - Chaos
Que pena que estou chegando ao fim de Southland! Essa série policial já foi cancelada e me falta ainda apenas um episódio para chegar ao final. As temporadas são curtas, no máximo 10 episódios, e por isso é aquele tipo de seriado que logo chega ao seu final. Das séries policiais que acompanho certamente essa é disparada uma das minhas preferidas. Esse episódio "Chaos" é seguramente um dos mais violentos de toda a série. Dois patrulheiros são feitos de reféns, sendo um deles John Cooper (Michael Cudlitz). Seus sequestradores são dois viciados em metanfetamina, completamente alucinados pelas drogas, que podem promover qualquer tipo de violência insana contra eles - e é justamente isso que acontece. Enquanto a polícia de Los Angeles tenta encontrar os tiras eles são expostos a todos os tipos de terror, ameaça e tortura em um trailer abandonado no meio do deserto. Um episódio para testar os limites do espectador. Confesso que fiquei bem impressionado, principalmente pelo final, de uma brutalidade extrema, completamente irracional sob qualquer ponto de vista. Um grande episódio de uma série que deixará saudades - aliás já deixou! / Direção: Regina King / Roteiro: Ann Biderman, Zack Whedon / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, C. Thomas Howell.
Southland 5.10 - Reckoning
Episódio final da série. É o que digo sempre, muitas vezes os roteiristas erram nos momentos finais de grandes seriados. Em "Southland" não foi diferente. O episódio anterior, "Chaos", é um primor, com ótimo enredo e cenas viscerais. Se tivesse sido o episódio final teria sido um grande desfecho. Infelizmente eles resolveram escrever mais um episódio para fechar tudo. Aqui o que temos é a mera tentativa de aparar as arestas do que aconteceu anteriormente. Se no capítulo anterior o policial Hank Lucero (Anthony Ruivivar) foi morto de forma brutal e covarde, aqui eles vão atrás da dupla de drogados responsáveis pelo crime. John Cooper (Michael Cudlitz) está tentando sem sucesso voltar às ruas e os demais policiais acabam encontrando os assassinos, sendo que um deles acaba fugindo para uma refinaria de combustível, o que torna tudo ainda mais perigoso, afinal um tiro pode explodir tudo pelos ares. No geral achei o episódio bem desnecessário, sem clímax e sem pegada. Para piorar o espectador teve que engolir o desfecho nada digno para o personagem John Cooper, que sinceramente falando me soou como uma grande tolice. E os roteiristas ainda tiveram a péssima ideia de escreverem um final em aberto, talvez por não terem certeza se a série seria cancelada ou não. De uma coisa porém tenho certeza, esse foi mais um episódio final a entrar no extenso rol de despedidas melancólicas de boas séries de TV. Espero que repensem melhor sobre isso daqui em diante. / Southland - Reckoning (EUA, 2013) Direção: Christopher Chulack / Roteiro: Ann Biderman, Jonathan Lisco / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, C. Thomas Howell.
Pablo Aluísio.
São vários os personagens em cena mas os episódios de uma maneira em geral são focados no novato Ben Sherman (Ben McKenzie). Recém saído da academia de polícia ele tem como parceiro o oficial John Cooper (Michael Cutlitz), um veterano das ruas casca grossa que sofre por ser dependente químico. Alguns episódios mais centrados nos conflitos da dupla são excelentes. Imagine ter um parceiro quase psicótico que não tem mais paciência com meliantes em geral. Ben até tenta seguir o regulamento mas é complicado quando se depara com uma verdadeira selva lá fora. As ruas vivem em eterna guerra de gangues em luta pelo controle do mercado de drogas. Muitos homicídios e medo imperando em cada beco de Los Angeles. Os dias de “Chips” realmente ficaram para trás. Agora impera o mundo cão nas melhores séries americanas. Que tal andar com esses tiras por aí, no meio do caos urbano? O convite está feito. “Southland” é uma boa pedida para quem gosta de seriados policiais americanos. Está mais do que recomendado.
Southland (Southland, EUA, 2009 - 2012) Criado por Ann Biderman / Direção: Christopher Chulack, Nelson McCormick, J. Michael Muro / Roteiro: Ann Biderman, Heather Zuhlke, Chitra Elizabeth Sampath / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, Regina King, Ben McKenzie, C. Thomas Howell / Sinopse: A série "Southland" acompanha o dia a dia de um grupo de policiais de Los Angeles. Detetives do departamento de homicídio e os patrulheiros de rua convivem de forma cotidiana com o caos e o crime pelas ruas da grande cidade.
Episódios Comentados:
Southland 5.05 - Off Duty
O cotidiano dos tiras de Los Angeles sempre rende ótimos episódios. Essa é outra série que está na minha lista de favoritos. Nesse episódio em particular temos a execução de um assassino em série. Capturado pela policial Lydia Adams, ele pede alguns momentos com ela antes de sua morte. Na outra linha narrativa Sammy Bryant salva uma celebridade de um atentado promovido por um maluco que sai atirando no meio da rua. Capturado pelas revistas de fofocas vira um herói instantâneo, embora a corregedoria esteja em sua pé por causa de problemas com sua ex-esposa. E por falar em ex-esposas, John Cooper reencontra com a sua ex-mulher no hospital após sofrer um ferimento na coluna em serviço (um grandalhão cai por cima dele). Como vimos nos episódios anteriores apesar de seu jeito de durão, John na realidade é um gay no armário. Para fechar o brincalhão e desbocado Dewey Dudek sofre um infarto enquanto persegue um ladrãozinho pé de chinelo. E o Ben Sherman? Sim, ele continua se envolvendo casualmente com as gatinhas que encontra pela frente. Bom episodio, sem dúvida. Estou chegando ao final dessa série e certamente ficarei com saudades - pois infelizmente ela já foi cancelada, para meu desapontamento! / Direção: Regina King / Roteiro: Ann Biderman, Zack Whedon / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, C. Thomas Howell.
Southland 5.09 - Chaos
Que pena que estou chegando ao fim de Southland! Essa série policial já foi cancelada e me falta ainda apenas um episódio para chegar ao final. As temporadas são curtas, no máximo 10 episódios, e por isso é aquele tipo de seriado que logo chega ao seu final. Das séries policiais que acompanho certamente essa é disparada uma das minhas preferidas. Esse episódio "Chaos" é seguramente um dos mais violentos de toda a série. Dois patrulheiros são feitos de reféns, sendo um deles John Cooper (Michael Cudlitz). Seus sequestradores são dois viciados em metanfetamina, completamente alucinados pelas drogas, que podem promover qualquer tipo de violência insana contra eles - e é justamente isso que acontece. Enquanto a polícia de Los Angeles tenta encontrar os tiras eles são expostos a todos os tipos de terror, ameaça e tortura em um trailer abandonado no meio do deserto. Um episódio para testar os limites do espectador. Confesso que fiquei bem impressionado, principalmente pelo final, de uma brutalidade extrema, completamente irracional sob qualquer ponto de vista. Um grande episódio de uma série que deixará saudades - aliás já deixou! / Direção: Regina King / Roteiro: Ann Biderman, Zack Whedon / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, C. Thomas Howell.
Southland 5.10 - Reckoning
Episódio final da série. É o que digo sempre, muitas vezes os roteiristas erram nos momentos finais de grandes seriados. Em "Southland" não foi diferente. O episódio anterior, "Chaos", é um primor, com ótimo enredo e cenas viscerais. Se tivesse sido o episódio final teria sido um grande desfecho. Infelizmente eles resolveram escrever mais um episódio para fechar tudo. Aqui o que temos é a mera tentativa de aparar as arestas do que aconteceu anteriormente. Se no capítulo anterior o policial Hank Lucero (Anthony Ruivivar) foi morto de forma brutal e covarde, aqui eles vão atrás da dupla de drogados responsáveis pelo crime. John Cooper (Michael Cudlitz) está tentando sem sucesso voltar às ruas e os demais policiais acabam encontrando os assassinos, sendo que um deles acaba fugindo para uma refinaria de combustível, o que torna tudo ainda mais perigoso, afinal um tiro pode explodir tudo pelos ares. No geral achei o episódio bem desnecessário, sem clímax e sem pegada. Para piorar o espectador teve que engolir o desfecho nada digno para o personagem John Cooper, que sinceramente falando me soou como uma grande tolice. E os roteiristas ainda tiveram a péssima ideia de escreverem um final em aberto, talvez por não terem certeza se a série seria cancelada ou não. De uma coisa porém tenho certeza, esse foi mais um episódio final a entrar no extenso rol de despedidas melancólicas de boas séries de TV. Espero que repensem melhor sobre isso daqui em diante. / Southland - Reckoning (EUA, 2013) Direção: Christopher Chulack / Roteiro: Ann Biderman, Jonathan Lisco / Elenco: Michael Cudlitz, Shawn Hatosy, C. Thomas Howell.
Pablo Aluísio.
Soldado Anônimo
"Soldado Anônimo" se propõe a mostrar o tedioso cotidiano de um soldado comum das forças armadas americanas durante a invasão do Iraque na Operação Tempestade do Deserto. Dessa safra de produções realizadas após essa operação em larga escala das tropas de libertação do Kuwait esse é um dos filmes mais interessantes. O roteiro é bem escrito e o filme se concentra no "antes" da invasão propriamente dita. Assim ficamos sabendo o que os soldados americanos faziam no deserto antes de cruzar a fronteira do país de Saddam Hussein. Bom, basicamente eles não faziam nada, mas isso acaba sendo o grande mérito do filme. Ele me lembrou vagamente "Nascido para Matar" pela estrutura do roteiro mas obviamente fica bem abaixo da obra prima do mestre Kubrick. Uma das coisas que chamam a atenção em tudo o que vemos na tela é a pouca idade dos combatentes e sua completa falta de maturidade sobre o conflito em que estavam prestes a se envolver. De uma maneira em geral o bate papo entre os soldados revelam personalidades ainda em formação, quase adolescentes bobos, falando sobre mulheres, esportes e demais assuntos típicos da idade. Eles na realidade mal sabiam os motivos políticos que os levaram àquele conflito. Em essência se comportam como se fossem estudantes de high school conversando sobre trivialidades da escola. A diferença é que fazem parte do poderio bélico da nação mais poderosa do mundo. Despreparados intelectualmente e psicologicamente para o que lhes esperam, só lhes restam seguir as ordens de seus superiores de maneira quase cega.
"Soldado Anônimo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Sam Mendes de poucos, mas excepcionais filmes, como "Beleza Americana", "Estrada Para a Perdição" e a mais recente aventura do agente inglês James Bond, " 007 - Operação Skyfall". O roteiro foi inspirado no livro de Anthony Swofford, um marine que fez parte das forças de ocupação dos Estados Unidos durante a operação "Tempestade do Deserto". Isso é bem interessante pois o fato do relato ter sido escrito por alguém que esteve lá no front traz uma dose extra de veracidade ao material em si. O elenco também é muito bom. Atores jovens que entraram completamente nas peles de seus personagens. O destaque obviamente vai para Jake Gyllenhaal. Ele surge completamente à vontade como um soldado raso prestes a invadir o território inimigo. Sua narração em off traz uma dose extra de ironia, sarcasmo e melancolia, tudo junto em um mesmo caldeirão. Jamie Foxx como o sargento Sykes também é outro destaque. Ele mantém a tradição de se mostrar esses sub-oficiais durões durante o treinamento de seus subordinados. Entre as cenas mais marcantes destaco a transloucada festa e a cena final quando os soldados marcham no deserto com os poços de petróleo em chamas ao longe. Uma imagem tão surreal como bela. Enfim que tal acompanhar uma tropa de jovens "jarheads", garotos comuns recentemente saídos do colegial mas jogados num evento histórico que marcou bastante o século XX? Nada como um bom filme como esse para conhecermos os protagonistas anônimos desse marco histórico.
Soldado Anônimo (Jarhead, Estados Unidos, 2005) Direção: Sam Mendes / Roteiro: William Broyles Jr baseados no livro de Anthony Swofford / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Lucas Black, Peter Sarsgaard, Ming Lo / Sinopse: Anthony Swofford (Jake Gyllenhaal) é um soldado comum que faz parte das tropas americanas que estão prestes a invadir o Iraque durante a operação Tempestade do Deserto. O filme mostra seu cotidiano ao lado dos amigos de farda. Em meio a tensão dos preparativos da invasão os jovens soldados agem como pessoas típicas de suas idades.
Pablo Aluísio.
"Soldado Anônimo" foi dirigido pelo talentoso cineasta Sam Mendes de poucos, mas excepcionais filmes, como "Beleza Americana", "Estrada Para a Perdição" e a mais recente aventura do agente inglês James Bond, " 007 - Operação Skyfall". O roteiro foi inspirado no livro de Anthony Swofford, um marine que fez parte das forças de ocupação dos Estados Unidos durante a operação "Tempestade do Deserto". Isso é bem interessante pois o fato do relato ter sido escrito por alguém que esteve lá no front traz uma dose extra de veracidade ao material em si. O elenco também é muito bom. Atores jovens que entraram completamente nas peles de seus personagens. O destaque obviamente vai para Jake Gyllenhaal. Ele surge completamente à vontade como um soldado raso prestes a invadir o território inimigo. Sua narração em off traz uma dose extra de ironia, sarcasmo e melancolia, tudo junto em um mesmo caldeirão. Jamie Foxx como o sargento Sykes também é outro destaque. Ele mantém a tradição de se mostrar esses sub-oficiais durões durante o treinamento de seus subordinados. Entre as cenas mais marcantes destaco a transloucada festa e a cena final quando os soldados marcham no deserto com os poços de petróleo em chamas ao longe. Uma imagem tão surreal como bela. Enfim que tal acompanhar uma tropa de jovens "jarheads", garotos comuns recentemente saídos do colegial mas jogados num evento histórico que marcou bastante o século XX? Nada como um bom filme como esse para conhecermos os protagonistas anônimos desse marco histórico.
Soldado Anônimo (Jarhead, Estados Unidos, 2005) Direção: Sam Mendes / Roteiro: William Broyles Jr baseados no livro de Anthony Swofford / Elenco: Jake Gyllenhaal, Jamie Foxx, Lucas Black, Peter Sarsgaard, Ming Lo / Sinopse: Anthony Swofford (Jake Gyllenhaal) é um soldado comum que faz parte das tropas americanas que estão prestes a invadir o Iraque durante a operação Tempestade do Deserto. O filme mostra seu cotidiano ao lado dos amigos de farda. Em meio a tensão dos preparativos da invasão os jovens soldados agem como pessoas típicas de suas idades.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
O Homem Que Fazia Chover
Poucos gostos são tão amargos quanto o da injustiça. Só quem foi injustiçado em sua vida sabe o que sente e o quanto dói passar por isso. O pior é quando a injustiça vem do sistema judiciário que foi criado justamente para evitar isso. "O Homem Que Fazia Chover" é o último grande filme da carreira de Francis Ford Coppola. Hoje em dia o grande mestre está mais empenhado em fazer fortuna com sua vinícola do que em produzir grandes obras primas. Esporadicamente ele lança um ou outro pequeno filme no mercado, muitas vezes indo direto para o mercado de vídeo mas na época em que dirigiu "O Homem Que Fazia Chover" ainda estava em plena forma, num pico de criatividade artística admirável. A trama mostra o primeiro caso da vida de Rudy Baylor (Matt Damon), jovem advogado recém saído da faculdade. Ele é contratado por um casal para defender os interesses de seu pequeno filho que sofre de Leucemia e precisa de dinheiro para se submeter a uma cirurgia de transplante de medula óssea. O problema é que a seguradora que administra o plano de saúde do garoto simplesmente não aceita pagar por esse procedimento. Rudy então terá que lutar como um titã para ganhar a ação e salvar a vida do garoto que está com os dias contados caso não realize a cirurgia. A trama é baseada no livro de John Grisham, autor consagrado de best sellers cujos livros já renderam excelentes filmes. Advogado de profissão ele conhece como poucos as trilhas sinuosas do sistema judiciário americano.
A essência do filme é mostrar a luta de um idealista advogado contra o poder econômico da empresa de seguros que fará de tudo para não pagar as despesas do garotinho doente. É cruel mas é a mais pura verdade - inclusive no Brasil onde esse tipo de situação tem se tornado comum nos tribunais. Eu realmente fico pasmo com a falta de humanidade de certos setores e empresas que se recusam, muitas vezes sem base legal nenhuma, a arcar com procedimentos caros e custosos. O pior é saber que dentro dos atalhos da lei e do poder judiciário existe a possibilidade de algo assim sair impune, sem salvação para os que estão doentes em estado de necessidade. Até que ponto vai a desumanidade dos executivos dessas empresas? Será que conseguem mesmo dormir à noite? Não possuem a menor consciência que seus atos são errados e colocam em risco a vida de muitas pessoas doentes? Eu nunca canso de me surpreender com a falta de caráter desse tipo de gente. Francis Ford Coppola, como sempre, dá show de direção. O filme tem um clima de sordidez fria que gela o sangue. Quem já teve a oportunidade de participar de alguma ação judicial vai se identificar. É um ambiente muitas vezes sórdido onde empresas poderosas defendem seus interesses escusos com pleno apoio dos magistrados - muitos deles corrompidos. E o cidadão onde fica nisso? Fica oprimido, sem chances de ver a justiça sendo feita. Roteiro, atuações e argumentos provam que quando quer Francis Ford Coppola é realmente um gênio na arte de dirigir. Uma produção que faz refletir e pensar sobre os descaminhos que um cidadão pode enfrentar ao tentar alcançar a justiça pelos meios oficiais.
O Homem Que Fazia Chover (The Rainmaker, Estados Unidos, 1997) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola baseado no livro de John Grisham / Elenco: Matt Damon, Danny DeVito, Claire Danes, Jon Voight, Mary Kay Place, Dean Stockwell, Teresa Wright, Virginia Madsen, Mickey Rourke / Sinopse: Advogado recém formado luta contra uma poderosa seguradora que se recusa a pagar o que deve para que a família de um jovem doente realize um tratamento médico do qual sua vida depende. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante pela atuação de Jon Voight.
Pablo Aluísio.
A essência do filme é mostrar a luta de um idealista advogado contra o poder econômico da empresa de seguros que fará de tudo para não pagar as despesas do garotinho doente. É cruel mas é a mais pura verdade - inclusive no Brasil onde esse tipo de situação tem se tornado comum nos tribunais. Eu realmente fico pasmo com a falta de humanidade de certos setores e empresas que se recusam, muitas vezes sem base legal nenhuma, a arcar com procedimentos caros e custosos. O pior é saber que dentro dos atalhos da lei e do poder judiciário existe a possibilidade de algo assim sair impune, sem salvação para os que estão doentes em estado de necessidade. Até que ponto vai a desumanidade dos executivos dessas empresas? Será que conseguem mesmo dormir à noite? Não possuem a menor consciência que seus atos são errados e colocam em risco a vida de muitas pessoas doentes? Eu nunca canso de me surpreender com a falta de caráter desse tipo de gente. Francis Ford Coppola, como sempre, dá show de direção. O filme tem um clima de sordidez fria que gela o sangue. Quem já teve a oportunidade de participar de alguma ação judicial vai se identificar. É um ambiente muitas vezes sórdido onde empresas poderosas defendem seus interesses escusos com pleno apoio dos magistrados - muitos deles corrompidos. E o cidadão onde fica nisso? Fica oprimido, sem chances de ver a justiça sendo feita. Roteiro, atuações e argumentos provam que quando quer Francis Ford Coppola é realmente um gênio na arte de dirigir. Uma produção que faz refletir e pensar sobre os descaminhos que um cidadão pode enfrentar ao tentar alcançar a justiça pelos meios oficiais.
O Homem Que Fazia Chover (The Rainmaker, Estados Unidos, 1997) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Francis Ford Coppola baseado no livro de John Grisham / Elenco: Matt Damon, Danny DeVito, Claire Danes, Jon Voight, Mary Kay Place, Dean Stockwell, Teresa Wright, Virginia Madsen, Mickey Rourke / Sinopse: Advogado recém formado luta contra uma poderosa seguradora que se recusa a pagar o que deve para que a família de um jovem doente realize um tratamento médico do qual sua vida depende. Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante pela atuação de Jon Voight.
Pablo Aluísio.
A Hora do Lobisomem
Stephen King criou algumas das melhores estórias de terror da literatura americana. Aqui um de seus livros mais populares ganha uma bela versão para o cinema. Inicialmente o filme foi lançado comercialmente no Brasil com o nome de “A Hora do Lobisomem”, numa clara tentativa de pegar carona no grande sucesso “A Hora do Espanto”. Como se passa em quase todos os escritos de King aqui ele resolveu revitalizar o antigo monstro clássico, o Lobisomem. Fruto de uma maldição o homem afetado por essa sinistra síndrome (também conhecida por Licantropia) vira um ser monstruoso, meio homem, meio lobo. A origem da lenda é incerta mas está presente em praticamente todas as culturas o que leva a crer que teve uma origem comum em algum momento da história da humanidade. King não foge da tradição em nenhum momento. A única forma de abater a besta é usando prata – ou para ser mais eficiente, balas de prata. Esse aliás foi o título utilizado algumas vezes quando o filme foi reprisado em nossa TV aberta (“A Hora do Lobisomem” foi bastante exibido pelo canal SBT). Em minha opinião essa produção segue sendo uma das melhores envolvendo o monstro folclórico. Não chega ao nível de um “Lobisomem Americano em Londres” mas se destaca pela ótima trama que joga o tempo todo com a verdadeira identidade do ser amaldiçoado. Afinal quem seria o monstro? Tenho certeza que quando ele foi revelado muita gente foi pega de surpresa pois o caso é nitidamente daqueles em que o personagem está acima de qualquer suspeita!
O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.
A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.
Pablo Aluísio.
O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.
A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Amor Sem Fim
É possível esquecer o primeiro amor? Essa é a pergunta central de “Amor Sem Fim”, clássico romântico da década de 80. No filme acompanhamos o namoro de dois jovens adolescentes, Jade (Brooke Shields, linda e na flor da idade) e David (Martin Hewitt). No começo os pais de Jade levam o namoro com uma postura liberal, sem receios. Os problemas começam a surgir quando David e Jade começam a ter uma vida não apenas sentimental mas sexual também. Como os pais de Jade posam de compreensivos e liberais não tarda para que a jovem – de apenas 15 anos – comece a trazer o namorado para dormir em seu quarto. Eles iniciam um tórrido relacionamento sexual o que começa a incomodar a todos. O paizão antes posando de moderno não aguenta e em um acesso de fúria expulsa David de sua casa e o proíbe de ver sua filha. O irmão de Jade, Keith (interpretado por um muito jovem James Spader) também perde a compostura e parte para as vias de fato com seu ex-amigo (ele havia trazido David para dentro da casa da família, algo que se arrependeu amargamente após ele começar a namorar sua jovem irmã). Inconformado com a expulsão David acaba cometendo um ato impensado, colocando fogo na casa da namorada. A partir daí sua vida desce ladeira, ele é condenado e impedido de voltar a ver o amor de sua vida. Mas mesmo após tantos anos não parece disposto a abrir mão dessa paixão adolescente.
Como se pode perceber as tintas são fortes no quesito drama. A intenção realmente era essa – mostrar um amor verdadeiro mas cheio de obstáculos para se concretizar tal como um Romeu e Julieta contemporâneo. Não é à toa que o diretor do filme é Franco Zeffirelli. Acostumado com tramas de amores impossíveis o cineasta demonstra muita familiaridade com o tema. A produção é de bom gosto e respeita o espectador. Mesmo tendo uma das atrizes mais bonitas da época em seu elenco o filme não apela ou parte para vulgaridades. O elenco está todo coeso, apenas o ator que interpreta David, o namorado de Jade, deixa um pouco a desejar. Como curiosidade o futuro astro Tom Cruise faz uma pequena ponta, em um parque aconselhando seu amigo David a dar um susto na namorada, começando um incêndio por pura brincadeira (incêndio esse que foge do controle e destrói a casa da amada). Em essência é uma releitura dos velhos mitos românticos, da paixão impossível e do amor que vence a tudo e a todos. Bem realizado “Amor Sem Fim” sobreviveu muito bem ao tempo. Sua trilha sonora cheia de sucessos da época ainda é bastante evocativa. Um bom romance para corações apaixonados que não aceitam barreiras entre si.
Amor Sem Fim (Endless Love, Estados Unidos, 1981) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Judith Rascoe baseado na novela de Scott Spencer / Elenco: Brooke Shields, Martin Hewitt, Shirley Knight, Don Murray, James Spader, Tom Cruise / Sinopse: Jovem casal de namorados tem que lutar por vários anos por seu amor que sempre parece encontrar barreiras para se concretizar.
Pablo Aluísio.
Como se pode perceber as tintas são fortes no quesito drama. A intenção realmente era essa – mostrar um amor verdadeiro mas cheio de obstáculos para se concretizar tal como um Romeu e Julieta contemporâneo. Não é à toa que o diretor do filme é Franco Zeffirelli. Acostumado com tramas de amores impossíveis o cineasta demonstra muita familiaridade com o tema. A produção é de bom gosto e respeita o espectador. Mesmo tendo uma das atrizes mais bonitas da época em seu elenco o filme não apela ou parte para vulgaridades. O elenco está todo coeso, apenas o ator que interpreta David, o namorado de Jade, deixa um pouco a desejar. Como curiosidade o futuro astro Tom Cruise faz uma pequena ponta, em um parque aconselhando seu amigo David a dar um susto na namorada, começando um incêndio por pura brincadeira (incêndio esse que foge do controle e destrói a casa da amada). Em essência é uma releitura dos velhos mitos românticos, da paixão impossível e do amor que vence a tudo e a todos. Bem realizado “Amor Sem Fim” sobreviveu muito bem ao tempo. Sua trilha sonora cheia de sucessos da época ainda é bastante evocativa. Um bom romance para corações apaixonados que não aceitam barreiras entre si.
Amor Sem Fim (Endless Love, Estados Unidos, 1981) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Judith Rascoe baseado na novela de Scott Spencer / Elenco: Brooke Shields, Martin Hewitt, Shirley Knight, Don Murray, James Spader, Tom Cruise / Sinopse: Jovem casal de namorados tem que lutar por vários anos por seu amor que sempre parece encontrar barreiras para se concretizar.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Johnny & June
Johnny Cash (1932 - 2003) foi um artista diferente. Ele surgiu na mesma
geração de grandes cantores descobertos por Sam Phillips na pequenina
Sun Records em Memphis. Dessa gravadora despontou toda uma geração
inovadora e revolucionária na música americana, grandes nomes como Elvis
Presley, Jerry Lee Lewis e Carl Perkins, tiveram sua primeira grande
oportunidade lá. O que diferenciava Cash de todos esses outros
intérpretes era o teor de suas músicas e o acentuado lirismo country que
as embalava. Cash tinha um universo muito pessoal, suas canções
geralmente retratavam a vida dos que estavam à margem da sociedade, como
os presidiários, os pobres e os sofridos. Essa sua preferência pelo
lado mais outsider da sociedade americana legou a ele um público muito
fiel e devoto. A carreira de Cash também foi muito produtiva pois ele
sempre estava gravando discos, fazendo shows, programas de TV e até
cinema, era um verdadeiro workaholic em sua profissão. Transpor uma vida
tão rica assim para um único filme não seria nada fácil. Por isso os
produtores de “Johnny & June” optaram, de forma muito acertada, em
focar o roteiro e o filme em cima do conturbado relacionamento de Johnny
Cash com June Carter, também uma cantora que fazia parte de uma extensa
linha familiar de artistas Country and Western.
O resultado do que se vê na tela é muito bom, beirando o excepcional. Joaquin Phoenix no papel principal conseguiu passar muito da personalidade de Cash. Ele tinha essa sensação de nunca se enquadrar, de nunca se sentir plenamente aceito. Phoenix inegavelmente deu muito brilho ao seu papel de Johnny Cash. Até mesmo pequenos detalhes, como maneirismos do cantor e a forma como ele segurava e tocava seu violão, o ator levou para seu trabalho no filme Já Reese Witherspoon também está muito satisfatória no papel de June Carter, muito embora ainda ache que seu Oscar de Melhor Atriz foi um pouco excessivo. Certamente ela está bem mas não a ponto de receber uma premiação tão importante. Provavelmente tenha sido premiada mais pela relevância de seu nome dentro da indústria do que pela atuação em si. Embora seja uma obra tecnicamente muito bem realizada o filme só desliza um pouco quando mostra Cash enfrentando problemas com drogas. Nesse ponto o filme perde muito de seu charme, se tornando um tanto quanto maniqueísta e forçado. Fora isso nada a reclamar. A trilha está recheada das imortais canções do homem de preto e conta ainda com cenas de shows muito bem realizadas. Após seu lançamento "Johnny & June" foi premiado com o Globo de Ouro de Melhor Filme na categoria Comédia / Musical. Um prêmio, esse sim, bem merecido.
Johnny & June (Walk the Line, Estados Unidos, 2005) Direção: James Mangold / Roteiro: Gill Dennis, James Mangold / Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Shelby Lynne, Dan Beene, Larry Bagby, Lucas Till, Ridge Canipe, Hailey Anne Nelson./ Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Johnny Cash (Joaquim Phoenix) mostrando seu conturbado relacionamento amoroso com June Carter (Reese Witherspoon).
Pablo Aluísio.
O resultado do que se vê na tela é muito bom, beirando o excepcional. Joaquin Phoenix no papel principal conseguiu passar muito da personalidade de Cash. Ele tinha essa sensação de nunca se enquadrar, de nunca se sentir plenamente aceito. Phoenix inegavelmente deu muito brilho ao seu papel de Johnny Cash. Até mesmo pequenos detalhes, como maneirismos do cantor e a forma como ele segurava e tocava seu violão, o ator levou para seu trabalho no filme Já Reese Witherspoon também está muito satisfatória no papel de June Carter, muito embora ainda ache que seu Oscar de Melhor Atriz foi um pouco excessivo. Certamente ela está bem mas não a ponto de receber uma premiação tão importante. Provavelmente tenha sido premiada mais pela relevância de seu nome dentro da indústria do que pela atuação em si. Embora seja uma obra tecnicamente muito bem realizada o filme só desliza um pouco quando mostra Cash enfrentando problemas com drogas. Nesse ponto o filme perde muito de seu charme, se tornando um tanto quanto maniqueísta e forçado. Fora isso nada a reclamar. A trilha está recheada das imortais canções do homem de preto e conta ainda com cenas de shows muito bem realizadas. Após seu lançamento "Johnny & June" foi premiado com o Globo de Ouro de Melhor Filme na categoria Comédia / Musical. Um prêmio, esse sim, bem merecido.
Johnny & June (Walk the Line, Estados Unidos, 2005) Direção: James Mangold / Roteiro: Gill Dennis, James Mangold / Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Shelby Lynne, Dan Beene, Larry Bagby, Lucas Till, Ridge Canipe, Hailey Anne Nelson./ Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Johnny Cash (Joaquim Phoenix) mostrando seu conturbado relacionamento amoroso com June Carter (Reese Witherspoon).
Pablo Aluísio.
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