quinta-feira, 5 de julho de 2012
Assalto ao Banco Central
O Enigma de Andrômeda
Assisti hoje esse clássico da ficção dirigido pelo mestre Robert Wise. É a tal coisa, um filme como esse hoje dificilmente se sairia bem nas bilheterias já que seu roteiro é totalmente focado dentro de um centro de controle de contaminação com os diálogos centrados numa linguagem que se propõe a ser científica. Eu não sou muito fã do Michael Crichton porque não o considero um escritor de ficção científica de grande qualidade, na realidade ele era no fundo um escritor de contos fantásticos à la anos 50, como bem provam seus maiores sucessos (como Jurassick Park). Era um escritor chegado num exagero.
Assim até fiquei surpreso com o equilíbrio que esse "Enigma de Andrômeda" possui. Não há excessos demais e ele tenta de todas as formas se manter numa linha mais científica (embora todos saibamos que é tudo puro escapismo intelectual pseudocientífica). O filme é bom, prende a atenção e é bem interpretado. Claro que como toda ficção científica de longa data seus efeitos estão totalmente datados hoje em dia, mas nem isso compromete graças à excelente direção de Wise. Ele mantém bem o clima de suspense e consegue deixar o espectador interessado na busca de entender esse novo organismo chamado Andrômeda. Não aconselho o filme a pessoas que não gostam de muito bate papo técnico pois é nisso que o filme centra fogo. Caso contrário, se essa for a sua praia, a diversão certamente será garantida.
O Enigma de Andrômeda (The Andromeda Strain, Estados Unidos, 1971) Direção: Robert Wise / Roteiro: Nelson Gidding baseado no livro de Michael Crichton / Elenco: James Olson, Arthur Hill, David Wayne / Sinopse: Um grupo de cientistas investiga uma série de mortes causadas por um vírus misterioso para a ciência.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O Homem Que Queria Ser Rei
Ao lado de Connery dois outros ótimos atores se destacam. Michael Caine, como seu companheiro de trambiques, está em excelente forma, indo do trágico ao cômico em segundos. Esse papel dele inclusive tem certa semelhança com Zulu, um belo filme sobre o colonialismo inglês em terras distantes. Além da mesma época o figurino é praticamente o mesmo, por isso ao ver Caine vestido com uniforme militar britânico me lembrei imediatamente de seu papel em Zulu. Outro destaque é o sempre competente Christopher Plummer, aqui sob pesada maquiagem de caracterização. Enfim, "O Homem Que Queria Ser Rei" demonstra bem o talento do grande John Huston em conduzir, fotografar e dirigir excelentes filmes. Um talento que faz falta hoje em dia.
O Homem Que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King, Estados Unidos, 1975) Direção: John Huston / Roteiro: John Huston, Gladys Hill / Elenco: Sean Connery, Michael Caine, Christopher Plummer / Sinopse: Aventureiro inglês é confundido com uma divindade por um povo nativo que o coroa Rei.
Pablo Aluísio.
O Último Mestre do Ar
Elenco: Nenhum grande ator ou atriz em cena. Nada de muito relevante nesse quesito. O garotinho Avatar tem boa desenvoltura corporal mas como ator é uma nulidade completa. Não consegue criar empatia com o público e definitivamente atuação não é com ele. Os atores que interpretam os vilões são todos caricatos e canastrões (e parecem todos indianos para minha surpresa!). Direção: Esse é o filme mais diferenciado de M. Night Shyamalan. Na realidade ele deixa de ser autoral (como aconteceu em seus filmes anteriores) para entregar um filme feito sob encomenda ao estúdio. Parece que depois da bomba "Fim dos Tempos" ele deu um tempo em suas idéias infelizes (e bobocas).
Produção: Luxuosa e de bom gosto para falar a verdade. Não poderia ser diferente de um filme que tem pretensão de se tornar um blockbuster. Além de M. Night Shyamalan o filme tem também na produção Kathleen Kennedy (que produziu muitos filmes de Spielberg em seu auge). Talvez por isso o filme tenha custado uma fortuna (150 milhões de dólares que não foram recuperados na bilheteria). Nada a reclamar também em relação aos efeitos especiais (embora esperasse que fossem explorados mais). Argumento e roteiro: Só para quem gosta desse tipo de animação. A idéia central me lembrou "O Senhor dos Anéis", mas com sabor oriental. Assim como em SDA há diferentes nações, batalhas homéricas entre eles e um personagem que parece ser a salvação para todo esse caos. O roteiro não inventa e por isso faz o arroz com feijão para explicar esse universo aos que nunca viram a animação (como no meu caso). Nesse aspecto ele até cumpre bem esse papel.
O Último Mestre do Ar (The Last Airbender, Estados Unidos, 2010) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Noah Ringer, Nicola Peltz, Jackson Rathbone / A estória segue os passos de Aang, um jovem sucessor de uma longa linha de Avatars, seres que são predestinados a grandes feitos em suas vidas.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Corações Perdidos
Doug Riley (James Gandolfini) e Lois (Melissa Leo) formam um casal atormentado pela morte da filha. Ao acaso Doug acaba conhecendo a jovem Mallory (Kristen Stewart), que vive como prostituta nas ruas e em bares fazendo strip tease. Identificando na garota a própria imagem de sua filha morta, Doug resolve lhe ajudar de alguma forma. "Corações Perdidos" é um bom drama moderno. Há pelos menos dois grandes intérpretes em cena, Gandolfini e Melissa Leo. Eles trazem uma carga emocional muito forte ao roteiro que naturalmente já tem fortes tintas, lidando com temas complicados e pesados, como a morte e a redenção na vida das pessoas. Infelizmente se nota ao assistir ao filme o desnível de atuação entre o ótimo James Gandolfini e a fraca Kristen Stewart. Um roteiro tão complexo como esse, que trata sobre tantas emoções fortes não encontrou em Stewart uma atriz à altura. Ela falha em vários momentos, deixando geralmente o talentoso Gandolfini em situação complicada nas cenas mais dramáticas, tendo que carregar o filme nas costas em várias ocasiões. Kristen Stewart ainda é muito imatura como atriz. Ela ainda precisaria de alguns anos para enfrentar de forma adequada um roteiro desses. Mesmo que seu personagem ajude (uma adolescente que se prostitui nos bares de strippers de New Orleans) ela nunca consegue ser convincente no filme.
Outro fato que chama atenção é a aceitação difícil do argumento da produção. Mesmo sentindo enormemente a perda de sua filha, quem em sã consciência iria "adotar" uma garota como aquela? Além da barra pesada, de se prostituir e se drogar, a personagem da Kristen é agressiva, boca suja e não transparece nenhuma simpatia! Eu sinceramente acredito que na vida real ninguém iria se envolver em algo assim tão perigoso mesmo como forma de superar o trauma da morte de sua filha adolescente. De qualquer forma, apesar de todos esses problemas "Corações Perdidos" ainda vale a sessão. Se não chega a empolgar pelo menos também não aborrece.
Corações Perdidos (Welcome to the Riley's, Estados Unidos, 2010) Direção: Jake Scott / Roteiro: Ken Hixon / Elenco: Kristen Stewart, Melissa Leo, James Gandolfini, Lance E. Nichols, David Jensen, Kathy Lamkin, Eisa Davis, Russell Steinberg / Sinopse: Doug Riley (James Gandolfini) e Lois (Melissa Leo) formam um casal atormentado pela morte da filha. Ao acaso Doug acaba conhecendo a jovem Mallory (Kristen Stewart), que vive como prostituta nas ruas e em bares fazendo strip tease. Identificando na garota a própria imagem de sua filha morta, Doug resolve lhe ajudar de alguma forma.
Pablo Aluísio.
Rambo III
É ou não é um amontoados de absurdos? O que será que deu na cabeça do Stallone em escrever tantas cenas impossíveis? Para piorar o filme levou uma rasteira da história. Nele acompanhamos a aliança entre Rambo e os rebeldes afegãos, mostrados como heróis da liberdade contra o invasor soviético. O problema é que esses mesmos rebeldes iriam dar origem ao regime brutal dos Talibãs anos depois quando os russos finalmente deixaram o Afeganistão de lado, ou seja, Rambo aqui se alia com um grupo que anos depois seria uma das bases de sustentação de grupos terroristas como a Al-Qaeda (o próprio Bin Laden tinha no Afeganistão uma de suas bases mais sólidas). Acredito que por isso Rambo III seja um dos filmes ideologicamente mais incorretos da história do cinema americano. Talvez por essa razão Stallone nem o cite mais atualmente provavelmente por se sentir constrangido pelo roteiro que escreveu. Enfim, "Rambo III" é aquele tipo de produção que entornou o caldo, transformando o personagem em uma mera caricatura, tudo sob uma verniz ideológica muito infeliz.
Rambo III (Idem, Estados Unidos, 1988) Direção: Peter MacDonald / Roteiro: Sylvester Stallone, Sheldon Lettich baseados no personagem criado por David Morrell / Elenco: Sylvester Stallone, Richard Crenna, Marc De Jonge / Sinopse: John Rambo (Sylvester Stallone) é enviado ao Afeganistão numa missão não oficial para libertar o seu antigo mentor, o Coronel Trautman (Richard Crenna) que agora se encontra prisioneiro das tropas de ocupação soviética naquele país.
Pablo Aluísio.
Chico Xavier, O Filme
Cinebiografia do médium brasileiro Chico Xavier. Alegando poder psicografar cartas de pessoas falecidas, Chico Xavier construiu uma rede de caridade e apoio a pessoas humildes. Bom filme, bem digno. Como cinema em si achei o roteiro até bem escrito. A escolha de ir contando a história do Chico ao mesmo tempo em que trechos do programa "Pinga Fogo" da extinta TV Tupi são exibidos foi uma boa opção. Não cansa o espectador e traz uma agilidade e versatilidade no decorrer do filme. Os atores estão muito bem, em especial Nelson Xavier que faz uma caracterização muito boa. Como o Chico Xavier é um nome muito conhecido do público em geral era até mesmo complicado interpretá-lo a contento, mas o Nelson consegue isso. Nesse aspecto não há o que reclamar. Ator talentoso já tinha feito algo semelhante com outro ícone da cultura brasileira, Lampião.
A única crítica que tenho a fazer do filme é o posicionamento que o diretor toma em relação ao personagem principal. Não há o menor sinal de questionamento sobre a espiritualidade de Chico ou sua capacidade de realmente incorporar almas de pessoas mortas e psicografar suas mensagens. A existência dos espíritos em sua vida é encarada no filme como fato, onde não existem dúvidas. Seria melhor que o filme fosse menos parcial, que deixasse uma margem de dúvida para que o espectador formasse suas próprias conclusões. Essa mesma coisa aconteceu com o outro filme médium, Bezerra de Menezes. Do jeito que ficou parece um filme de adeptos do espiritismo para adeptos do espiritismo. Seria melhor que fosse diferente, até porque a obra de Chico Xavier e sua dedicação a obras de caridade e ajuda aos mais necessitados vale por si só, independente da crença e da fé de cada um. De qualquer forma, apesar disso, é um bom momento do cinema nacional.
Chico Xavier, O Filme (Chico Xavier, Brasil, 2010) Direção: Daniel Filho / Roteiro: Marcos Bernstein / Elenco: Nelson Xavier, Ângelo Antônio, Matheus Costa / Sinopse: Cinebiografia do médium brasileiro Chico Xavier. Alegando poder psicografar cartas de pessoas falecidas, Chico Xavier construiu uma rede de caridade e apoio a pessoas humildes.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Perfume - A História de um Assassino
Baseado no Best-Seller homônimo do escritor alemão Patrick Süskind, com o título original - Das Parfum, die Geschichte eines Mörders - o longa - "O Perfume, A História de Um Assassino" - nos apresenta a impressionante história de Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw), um rapaz que nasceu em Paris no século XVIII, literalmente na rua e na podridão de um fétido mercado de peixes. Depois de perder sua mãe, Grenouille é criado num orfanato onde descobre que é destituído de cheiro próprio. Aos poucos o tresloucado vai descobrindo que possui um poder singular e raro: um poderoso e inigualável olfato. Depois de sofrer em vários lugares na condição de um trabalhador semi-escravo, Grenouille passa a trabalhar com o perfumista Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman) que o ensina todos os truques da produção de perfumes, mas principalmente o segredo de eternizar as suas fragâncias. As idéias bizarras e criminosas começam a povoar a mente do rapaz. Depois de desvencilhar-se de Baldini, Grenouille passa a materializar o sonho de guardar o cheiro de cada ninfeta, em plena beleza física. Mas para isso precisa eliminá-las sucessivamente, retirando de seus corpos as substâncias necessárias para fazer as suas tão sonhadas fragâncias.
O filme é uma viagem lisérgica pelo mundo dos diferentes olores que invadem o olfato de Grenouille, dando sentido a sua vida. Dos cinco sentidos humanos, para ele só existe o olfato, que representa a janela de sua própria alma que se abre para o mundo. São os impulsos idiossincrásicos de um louco misantropo em direção aos corpos cheirosos, virgens e lívidos das meninas ruivas. Seus olhos injetados traduzem para seu olfato diferentes aromas em forma de desejo. É a definição mais fiel dos sentimentos mais profanos - e também mais sagrados. Toda a sensualidade feminina é percebida pelo olfato magnífico do frio assassino. Sua aparência é suja, grotesca e fétida. Para ele a vida só tem um sentido: encapsular o cheiro de cada ninfa em vidros de perfumes, guardando-os para sempre. "O Perfume"... faz uma espécie de investigação escatológica e bizarra - e porque não poética - dos limites da loucura, das amarguras e dos desejos inconfessáveis do ser humano. O filme é deliciosamente perverso, perfumado, sujo e sensual. Além disso, a magistral direção do alemão Tom Tykwer, deixa clara que lá no fundo o ar blasé e lacônico do assassino é muito mais assustador que seus próprios crimes. A feérica e voluptuosa cena final nos faz lembrar um quadro vivo e surrealista do mestre Salvador Dali. Um ótimo filme que tem como ponto alto, a fotografia, a direção de arte e os figurinos. Nota 9
Perfume - A história de um Assassino (Das Parfum - Die Geschichte eines Mörders / Perfume: The Story of a Murderer, Alemanha / França / Espanha, 2006) Direção: Tom Tykwer / Roteiro: Andrew Birkin, Bernd Eichinger, Tom Tykwer baseados no livro "Das Parfum" de Patrick Süskind / Elenco: Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman / Sinopse: Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) possui o olfato bem mais apurado do que as demais pessoas. Por essa razão acaba encontrando uma profissão bem de acordo com seu talento natural - a de criador de perfumes finos e raros. Sua obsessão por aromas porém o levará a um caminho perigoso e mortal.
Telmo Vilela Jr.
O Ritual
Acabei de chegar do cinema onde fui assistir esse "O Ritual". Minhas expectativas eram bem otimistas e devo confessar que elas foram plenamente satisfeitas. Aqui está um caso raro de filme que trata sobre o tema exorcismo de forma adulta, sem exageros ou palhaçadas (como o recente "O Último Exorcismo"). O roteiro escrito a partir do livro de Matt Baglio é sutil, muito inteligente e trata a batalha entre fé e ceticismo de uma forma muito bem elaborada. Fiquei o filme inteiro concentrado e interessado, o que não é muito habitual em filmes recentes de terror. O que torna tudo especial aqui é justamente o fato dos dois envolvidos no ritual de exorcismo (o padre Lucas - interpretado com raro brilhantismo por Anthony Hopkins - e seu aprendiz Michael Kovak) terem tidos ambos crises de fé. Se fossem religiosos plenamente convencidos de sua fé o filme perderia grande parte de seu interesse.
Muito se disse que o filme não tem cenas fortes de exorcismo. Isso é verdade apenas em parte. Achei a cena final muito bem escrita (e interpretada) e sinceramente me causou muito mais impacto do que aqueles montes de efeitos especiais gratuitos que estamos acostumados a ver. Tudo é tratado em um plano bem mais imaginativo (e eficiente). Isso porque grande parte do duelo é travado em um nível muito mais intelectual e teológico (embora cenas de alto impacto físico também estejam presentes). A direção de Mikael Håfström é discreta, mas firme. Seu trabalho me animou tanto que pretendo ver em breve seu filme anterior (Conspiração Xangai). Enfim, "O Ritual" é sem dúvida um filme muito bom, acima da média.
O Ritual (The Rite, Estados Unidos, 2011) Direção: Mikael Håfström / Roteiro: Michael Petroni baseado no livro de Matt Baglio / Elenco: Anthony Hopkins, Alice Braga, Ciarán Hinds, Rutger Hauer, Chris Marquette, Toby Jones, Franco Nero, Torrey DeVitto / Sinopse: Um seminarista chamado Michael Kovak (Colin O’Donoghue) tem sérias dúvidas sobre sua própria fé até encontrar-se com o Padre Lucas (Anthony Hopkins), um dos sacerdotes autorizados pelo Vaticano para a prática do exorcismo.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Gandhi
Pode todo um império poderoso se curvar apenas ao peso de um ideal? A história de Gandhi prova que sim. De um lado temos o imenso, poderoso e dominador Império Britânico. Na época se dizia que o sol nunca se punha sob os domínios da Grã Bretanha, tamanha a sua extensão nos quatro cantos do mundo. Do outro lado havia esse indiano muito simples, de roupas despojadas, óculos desajeitados, uma pessoa que procurava viver como o mais humilde dos homens. Nesse choque de ideologias os fundamentos do pequeno homem acabaram vencendo os alicerces do majestoso Império de Vossa Majestade. Tudo baseado apenas em suas idéias de liberdade e autonomia. O mais grandioso na figura de Gandhi é que ele não liderou uma revolução armada mas sim um movimento de não violência, fundado apenas na ideologia da não violência, da convivência pacífica e no poder da argumentação lógica e sensata. Não é para menos que hoje em dia o mundo o conhece como Mahatma (grande alma). Ele conseguiu romper as amarras do colonialismo inglês para com seu país apenas pela força de sua mensagem. Uma revolução diferente, não feita de armas de fogo mas sim de pensamento e sensatez.
Em 1982 o corajoso produtor e diretor Richard Attenborough resolveu levar a história de Gandhi para os cinemas. Uma decisão ousada uma vez que a história do líder indiano é muito intimista, teórica. Não haveria cenas de batalhas para encher as telas como nos antigos épicos, nada disso, o roteiro teria que se concentrar apenas na mensagem e na ideologia de Mahatma. Não há momentos extremamente dramáticos e nem grandes guerras ou algo parecido. Diante disso muitos achavam que essa era realmente uma história que não poderia ser levada às telas com êxito. Ledo engano. Gandhi não deixou de ser um filme fenomenal por essas razões, pelo contrário. Em ótima caracterização o ator Ben Kingsley literalmente encarnou o personagem em um dos melhores castings da história do cinema. A transposição da biografia de Gandhi foi tão bem sucedida no final das contas que conseguiu vencer todos os grandes prêmios em seu ano, inclusive vencendo o Oscar nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor edição. Um grande filme para um grande homem. God Save The Queen.
Gandhi (Gandhi, Estados Unidos, Inglaterra, 1982) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: John Briley, Alyque Padamsee / Elenco: Ben Kingsley, Candice Bergen, Edward Fox, John Gielgud, Trevor Howard, John Mills, Martin Sheen / Sinopse: Cinebiografia do líder indiano Mahatma Gandhi.
Pablo Aluísio.