Realmente é uma produção de encher os olhos sob a sempre preciosa direção de John Huston. O roteiro e o argumento levam a várias reflexões. A primeira e mais óbvia é o limite da ganância humana. No filme dois trambiqueiros e ladrões resolvem ir a uma região esquecida e selvagem para literalmente fazer fortuna em cima da ignorância daquele povo. Para tanto não medem esforços ao enganar, roubar e fraudar. O ápice surge justamente quando Connery (em ótima interpretação) é confundido com um Deus, que seria filho do lendário Alexandre, o Grande, que conquistou a mesma região séculos antes. O mais curioso é que o larápio é pego justamente quando tenta ser ético e trabalhar em prol do povo local. Maior ironia do que essa desconheço na história do cinema.
Ao lado de Connery dois outros ótimos atores se destacam. Michael Caine, como seu companheiro de trambiques, está em excelente forma, indo do trágico ao cômico em segundos. Esse papel dele inclusive tem certa semelhança com Zulu, um belo filme sobre o colonialismo inglês em terras distantes. Além da mesma época o figurino é praticamente o mesmo, por isso ao ver Caine vestido com uniforme militar britânico me lembrei imediatamente de seu papel em Zulu. Outro destaque é o sempre competente Christopher Plummer, aqui sob pesada maquiagem de caracterização. Enfim, "O Homem Que Queria Ser Rei" demonstra bem o talento do grande John Huston em conduzir, fotografar e dirigir excelentes filmes. Um talento que faz falta hoje em dia.
O Homem Que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King, Estados Unidos, 1975) Direção: John Huston / Roteiro: John Huston, Gladys Hill / Elenco: Sean Connery, Michael Caine, Christopher Plummer / Sinopse: Aventureiro inglês é confundido com uma divindade por um povo nativo que o coroa Rei.
Pablo Aluísio.
O Homem que queria ser Rei
ResponderExcluirPablo Aluísio.