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quinta-feira, 12 de março de 2015

Encontro de Amor

Não deu muito certo essa nova versão modernizada do conto Cinderela. O enredo todos conhecem: homem rico (um príncipe na estorinha original) se apaixona por humilde garota e após superarem vários preconceitos sociais conseguem finalmente viver felizes para sempre. Como estamos em um mundo globalizado e tecnológico não haveria como trazer a estorinha tradicional de volta, assim criou-se um novo contexto atual para no final contar tudo o que já vimos muitas e muitas vezes antes. Aqui acompanhamos a dura rotina de Marisa (Jennifer Lopez), uma mulher de origem latina que sofre todos aqueles preconceitos bem característicos da sociedade americana. Para sobreviver ela aceita um trabalho como camareira em um hotel de alto luxo de Manhattan. Infelizmente aqui temos uma situação bem comum por lá, pois muitos latinos nos EUA sobrevivem realizando exatamente aqueles serviços que os americanos consideram indignos de sua posição social.  Por um mal-entedido ou força do destino, como queiram, Marisa conhece por acaso o bonitão Christopher Marshall (Ralph Fiennes) que fica perdidamente apaixonado por ela, pensando ser a garota uma hospede no mesmo hotel onde ele se encontra.

Assim começa essa comédia romântica que une esse casal bem improvável, a quente e sensual Jennifer Lopez com seu sangue latino caliente e o elegante, frio e sofisticado Ralph Fiennes, ator premiado que se destacou no filme “O Paciente Inglês” e tanto outros. O problema começa justamente aí. “Encontro de Amor” falha onde uma comédia romântica dessas não pode falhar. Ao unir Lopez e Fiennes acabou acontecendo o inevitável: não houve química nenhuma entre eles. São pessoas muito diferentes, com jeitos de ser completamente diversos. Jennifer Lopez tenta alcançar o nível de sofisticação de Ralph Fiennes e falha completamente, até porque esse nunca foi seu estilo. Jennifer Lopez é aquele tipo de artista (cantora, atriz, etc) que vive da imagem de sua sensualidade, que no caso dela beira a vulgaridade. Ela nunca vai se sair bem em papéis de princesa ou garotas boazinhas simplesmente porque ninguém vai acreditar muito nisso. Jennifer não nega sua origem de mulher latina, forte, de personalidade robusta e gestos espalhafatosos, isso sem contar aquele que é apontado até agora como seu maior “talento” artístico – seu bumbum nada discreto! Heroínas de comédias românticas bobinhas não podem ser tão exuberantes fisicamente como ela! O resultado desse contraste de personalidades até que não fez feio nas bilheterias (pouco mais de 100 milhões de dólares) mas tampouco empolga ou consegue ser marcante. Lopez não é uma atriz de mão cheia, pelo contrário. Melhor ela voltar para as suas músicas onde sempre canta as “qualidades” de ser uma mulher latina popozuda nos EUA. Fica mais convincente. O resto é pura bobagem.

Encontro de Amor (Maid in Manhattan,  Estados Unidos, 2002) Direção: Wayne Wang / Roteiro:  Kevin Wade / Elenco: Jennifer Lopez, Ralph Fiennes, Tyler Posey, Marissa Matrone, Natasha Richardson, Chris Eigeman, Stanley Tucci, Seth William Meier, Bob Hoskins./ Sinopse: Homem rico de família tradicional (Ralph Fiennes) se apaixona por camareira latina (Jennifer Lopez) pensando que ela se trata de uma hóspede rica no hotel onde ele se encontra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Transformers - A Era da Extinção

Título no Brasil: Transformers - A Era da Extinção
Título Original: Transformers - Age of Extinction
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Mark Wahlberg, Stanley Tucci, Nicola Peltz, Jack Reynor

Sinopse:
Depois da destruição do filme anterior a humanidade decide colocar um fim no acordo de cooperação com os Autobots. Para se defender de uma nova invasão novos Transformers são construídos na Terra, com tecnologia retirada de restos de Decepticons destruídos. Uma má ideia já que a essência do mal ainda continua a existir naqueles pedaços de metais retorcidos. Enquanto isso, no distante Texas, um inventor frustrado acaba comprando um caminhão velho, caindo aos pedaços. Mal sabe ele que na verdade adquiriu o próprio líder dos Autobots, o invencível Optimus Prime. 

Comentários:
Penso que alguém deveria internar logo Michael Bay em um centro de tratamento para pessoas com desordem mental. Esse quarto filme da franquia "Transformers" é a prova que ele enlouqueceu de uma vez por todas. Nunca assisti a um filme tão longo e tão vazio ao mesmo tempo. São duas horas e meia de explosões, carros voando para todos os lados, destruição de cidades, brigas de robôs gigantes e um enredo que é pura lorota - e que tem mais furos do que um queijo suíço. Supostamente foram gastos mais de 200 milhões de dólares nessa produção e a sensação que temos ao sair do cinema é que nunca se viu tanto dinheiro jogado fora como aqui. Não há mais roteiro nenhum, apenas um fiapinho de trama onde alguns "atores" (sim, com aspas) como Mark Wahlberg tentam trazer alguma personalidade para seus personagens rasos e vazios. Com 90 minutos de duração sua cabeça já estará doendo depois de seus ouvidos serem bombardeados sem misericórdia e sem interrupções. No meio das toneladas de efeitos digitais tudo o que se vê de humanidade são os pobres humanos correndo pra lá e pra cá. Nada mais do que isso. Assim "Transformers - Age of Extinction" consegue se superar, sendo o pior exemplar de uma franquia que nunca foi conhecida por suas qualidades cinematográficas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Billy Bathgate - O Mundo a Seus Pés

Título no Brasil: Billy Bathgate - O Mundo a Seus Pés
Título Original: Billy Bathgate
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Robert Benton
Roteiro: Tom Stoppard, baseado no livro de E.L. Doctorow
Elenco: Dustin Hoffman, Nicole Kidman, Loren Dean, Bruce Willis, Steve Buscemi, Stanley Tucci

Sinopse:
Billy Bathgate (Loren Dean) é um jovem aspirante à gangster que se torna o braço direito do chefão Dutch Schultz (Dustin Hoffman) durante o auge dos sindicatos do crime nos anos 1920 e 1930. Schultz acaba vendo no jovem ambicioso um reflexo dele próprio quando era apenas um iniciante no mundo da máfia americana. Vendo potencial em Billy ele o inicia em um jogo perigoso onde riqueza e fortuna convivem lado a lado com perigo e morte.

Comentários:
Algumas vezes o cinema parece com o mundo do futebol. No papel você tem uma grande equipe, cheia de craques, mas na prática a coisa não funciona. Essa produção tem ótimo elenco, coadjuvantes realmente de luxo, do primeiro time, mas o resultado é muito fraco, nada marcante, tanto que pouca gente lembra desse filme hoje em dia, uma lástima. "Billy Bathgate" foi um fracasso comercial, a maioria ignorou, inclusive a crítica que nem se importou em malhar o filme (dando razão ao velho ditado que "Não se deve chutar cachorro morto"). Uma pena. Eu até mesmo simpatizo com o filme, até porque gosto desse tipo de película, gangsters e tudo mais. Aliás é muito fácil culpar um tipo de gênero por causa de um fracasso de bilheteria. Quando um faroeste não faz sucesso todos se apressam em dizer frases como "filmes de western não fazem mais sucesso". A mesma coisa disseram aqui. Quando a produção naufragou todos se apressaram em afirmar que "filmes de gangster não fazem mais sucesso". Que bobagem! O filme não fez sucesso porque é realmente fraco. Não adianta culpar todo um estilo. Mesmo assim acho que a produção merece uma segunda chance.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de março de 2014

Jogos Vorazes - Em Chamas

Título no Brasil: Jogos Vorazes - Em Chamas
Título Original: The Hunger Games - Catching Fire
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Simon Beaufoy, Michael Arndt
Elenco: Jennifer Lawrence, Philip Seymour Hoffman, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Stanley Tucci

Sinopse:
Após os acontecimentos dos Jogos Vorazes do filme anterior a jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um ícone dos sentimentos que norteiam os grupos que desejam uma revolução dentro dos distritos. Isso é muito preocupante para o regime que resolve levar a garota em uma turnê de propaganda pelos distritos prestes a se rebelarem. O tiro porém sai pela culatra. Desesperados para se livrarem de Katniss, o presidente Snow (Donald Sutherland) resolve reunir os campeões dos últimos Jogos Vorazes para que lutem entre si naquele que promete ser o maior programa  de sua história.

Comentários:
Para falar a verdade gostei mais dessa sequência do que do primeiro filme. Passada a necessidade de apresentar um novo universo aos cinéfilos a trama acaba fluindo muito melhor, sem aquela preocupação em explicar tudo nos mínimos detalhes para que os que não leram os livros possam entender do que se trata. Esse "Jogos Vorazes - Em Chamas" tem três aspectos que achei superiores ao primeiro filme. O primeiro deles foi a maior preocupação em mostrar os contextos políticos e sociais que rondam aquela sociedade. Há uma clara tentativa em mostrar isso em detrimento dos jogos propriamente ditos. Para se ter uma idéia em um filme que tem 140 minutos de duração, pelo menos mais da metade foi dedicada apenas ao clima de tensão e rebelião que rondam os distritos. O segundo ponto a se elogiar foi o maior equilíbrio alcançado dentro da produção. No primeiro filme tínhamos um certo exagero nos figurinos e na direção de arte, que soava muito kitsch - já aqui tudo está bem mais contido, demonstrando um melhor bom gosto nesses aspectos puramente técnicos.

Por fim, o mais importante: esse filme conta no elenco com o magistral Philip Seymour Hoffman em um de seus últimos trabalhos no cinema. Ele interpreta o personagem Plutarch Heavensbee. Dentro desse mundo de "Jogos Vorazes" todos concordam que ele é uma das peças mais importantes do quebra-cabeças que move toda a trama da série. No começo isso é bem fácil de entender. Inicialmente ele é um sujeito completamente comprometido com o sucesso dos Jogos transmitidos pela TV mas logo depois descobrimos que nem tudo é o aparenta ser. Com a trágica morte de Seymour não sei como a produtora levará seu personagem daqui em diante. A única coisa que sei é que não será nada fácil arranjar um ator à altura de Philip Seymour Hoffman que era realmente um talento fantástico, único. "Jogos Vorazes - Em Chamas" assim fica bem acima do que era esperado. Um blockbuster bem realizado que cumpre aquilo que promete muito bem: diversão pipoca sem culpas!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Sem Proteção

Mesmo aos 77 anos de idade o ator Robert Redford está em plena forma. Uma prova disso é esse ótimo filme "Sem Proteção" que apesar de ter sido lançado sem maiores repercussões de público e crítica no ano passado demonstra sem muito esforço que Redford ainda está em pleno auge criativo. A direção é do próprio ator que corajosamente faz uma pequena crítica aos liberais de seu tempo. Durante a década de 1960 o movimento contra a guerra do Vietnã explodiu no país. Os manifestantes eram em sua maioria jovens universitários que usaram sua liberdade de pensamento para se posicionarem contra a política externa americana, que enviava jovens como eles para morrerem e desaparecerem nas selvas do sudeste asiático. Alguns membros desses movimentos acabaram adotando uma linha mais radical o que acabou levando vários deles para a clandestinidade, muitos deles inclusive acusados de crimes e procurados pelo FBI. Esse é o caso de Nick Sloan (Robert Redford). Ele fez parte de um grupo extremamente radical nos anos 60. Após a morte de um guarda de banco se tornou foragido pois o FBI o acusou de participação no crime. Sloan porém consegue escapar e fica por longos trinta anos escondido da justiça. Ele adota outra identidade e se faz passar por um advogado de nome Jim Grant.

Seu disfarce porém cai quando uma antiga colega de lutas revolucionárias, Sharon Solarz (Susan Sarandon), é localizada e presa pelo FBI. Viúvo e pai de uma pequena garota, Sloan tenta então fugir de todas as formas de seu passado para encontrar uma pessoa que poderá provar sua inocência. Não vai ser fácil pois um jornalista investigador, Ben Shepard (Shia LaBeouf) também está em seu encalço. O roteiro de "The Company You Keep" é bem acima da média do que se vê atualmente dentro do cinema americano. Redford lida muito bem com seus personagens, todos já velhos e cansados, tendo que lidar com atos impensados cometidos em suas juventudes. A ideia de viver fugindo do FBI por tanto tempo, assumindo disfarces e identidades falsas acaba cobrando um preço muito grande de todos aqueles antigos radicais do movimento. E o curioso é que Redford faz um mea culpa muito elegante e inteligente sobre as posições radicais de sua geração, mostrando que muitas vezes a falta de experiência e a postura radical típicas da juventude podem prejudicar seriamente a vida das pessoas no futuro. Pena que o texto não abra maior espaço para esse debate preferindo a partir de determinado momento mostrar apenas a luta de Sloan (Redford) para escapar das mãos do FBI. Mesmo assim se trata realmente de um excelente thriller que merece ser assistido.

Sem Proteção (The Company You Keep, Estados Unidos, 2012) Direção: Robert Redford / Roteiro: Lem Dobbs baseado no livro escrito por Neil Gordon / Sinopse: Robert Redford, Susan Sarandon, Shia LaBeouf, Nick Nolte, Julie Christie, Stanley Tucci / Sinopse: Trinta anos depois de escapar do FBI um antigo membro de uma ala radical de luta contra a guerra do Vietnã é finalmente encontrado. Tentando fugir de todas as formas ele parte em busca de uma antiga colega do movimento que poderá provar finalmente sua inocência em um crime de assassinato ao qual é acusado.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Jack O Caçador de Gigantes

Depois do sucesso de Alice de Tim Burton a coisa toda ficou sem controle. Cada conto infantil, por mais singelo que fosse, acabou sendo adaptado para os cinemas com orçamentos generosos. Algumas adaptações até renderam bilheterias interessantes mas a grande maioria naufragou. Por isso causa surpresa a chegada de mais essa adaptação de um conto infantil. “Jack, o Caçador de Gigantes” que tem realmente um orçamento fabuloso. O estúdio investiu 175 milhões de dólares em um filme com muita computação gráfica mas sem alma. O enredo é inspirado no conto infantil que no Brasil é conhecido como “João e o Pé de Feijão”. Na estorinha acompanhamos Jack (Nicholas Hoult), um simples camponês que acaba sem querer abrindo o caminho que separa a terra do mundo dos gigantes mitológicos. Esses seres já tinham descido ao mundo em tempos remotos através de um mágico pé de feijão. O problema é que sementes mágicas caem nas mãos de Jack e ele acaba dando origem a uma nova invasão para terror de todo o reino.

Na boa, Hollywood deveria esquecer essa coisa de adaptar contos infantis. Não deu certo com Branca de Neve (os últimos filmes feitos em cima da personagem foram horríveis) e certamente não deu certo aqui. O filme não passa de uma overdose de efeitos digitais. De fato, temos que reconhecer, os tais gigantes são extremamente bem realizados, idem os cenários e a direção de arte do filme, mas do que adianta isso se não há uma estória para contar? “João e o Pé de Feijão” rende no máximo uma boa animação (como bem demonstrou Disney no passado ao colocar o ratinho Mickey dentro dessa estória) mas não um filme com atores de carne e osso. Em determinado momento o tédio e o marasmo se tornam insuportáveis. O tom é obviamente bem infantil e por isso não adianta se animar muito pensando tratar-se de uma espécie de “O Senhor dos Anéis” em versão guri. Se você é fã de efeitos de CGI pode até ser que o filme sirva para alguma coisa, já se estiver em busca de um bom entretenimento a coisa pode complicar. Enfim, esqueça.

Jack, o Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer, Estados Unidos, 2012) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Christopher McQuarrie, Darren Lemke, Dan Studney / Elenco: Nicholas Hoult, Stanley Tucci, Bill Nighy, John Kassir, Ewan McGregor, Ian McShane / Sinopse: Jack, um pobre camponês acaba abrindo um portal mágico entre sua terra e o mundo dos gigantes. Baseado no conto infantil “João e o Pé de Feijão”.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Um Olhar do Paraíso

Achei um bom filme, não é uma maravilha mas é bom entretenimento. Como estamos em um tipo de moda do espiritismo no cinema o filme certamente irá agradar a quem segue essa doutrina religiosa. O roteiro nunca se assume como tal mas os dogmas do Kardecismo estão praticamente todos lá. É uma produção que se revela apenas boa mas não excepcional. O problema é que muitos foram com expectativas altas, por se tratar de Peter Jackson. A direção dele não é excelente mas é correta. Visualmente o filme é bem feito e tem ótimas soluções visuais nas cenas ambientadas no "lado de lá" (o mundo espiritual é retratado com requinte e bom gosto). Não parece mas no fundo estamos na presença de um filme sobre um Serial Killer com mensagem espiritualista! Além disso o argumento inova ao ser contado sob o ponto de vista das vitimas. Isso não deixa de ser uma boa inovação já que estamos acostumados a assistir filmes de assassinos em série em que quase sempre as vitimas são ignoradas ou então transformadas em mero objeto dos assassinos nos roteiros. Aqui ela tem voz. Narrado em primeira pessoa a garotinha assassinada vai localizando o espectador na trama. O argumento também está correto do ponto de vista técnico, já que serial killers geralmente são como retratados no filme: para a sociedade se mostram de forma cordial, acima de quaisquer suspeitas e levam uma fachada de vida pacata. São ótimos camaleões sociais. Por baixo dessa fachada são assassinos cruéis e brutais. Esses são os pontos positivos.

A parte negativa surge em determinadas atuações. O elenco é irregular. Ao lado da ótima atuação de Stanley Tucci temos que aguentar Mark Wahlberg, péssimo como sempre. A garota Saoirse Ronan é talentosa e tem futuro. Já tinha gostado dela em "Desejo e Reparação" e agora seu talento se confirma. Dona de um olhar muito marcante ela se sobressai e consegue carregar uma produção desse porte sem se intimidar. Para minha total surpresa temos uma surpreendente fraca atuação de Rachel Weisz (e olha que considero ela uma boa atriz). Aqui surge sem inspiração e envolvimento. Quem acaba salvando o filme é realmente Susan Sarandon. Com boa postura e trabalho elegante ela mostra porque é considerada uma das grandes profissionais do cinema americano. Talvez o filme soasse melhor se não tivesse uma duração tão longa. Ela me pareceu excessiva. Além disso os efeitos digitais muitas vezes perdem o foco do enredo apenas para deixar impressionado o público. Um pouco mais de inibição nesse ponto cairia bem. Apesar de todas essas observações não deixarei de recomendar essa obra. O título original, que pode ser traduzido como “ossos queridos”, se refere aos restos mortais da jovem garota que seguem desaparecidos. Assim, em conclusão digo que é aquele tipo de filme que você deve procurar assistir pelo menos uma vez na vida.

Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones, Estados Unidos, 2009) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson / Elenco: Saoirse Ronan, Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci. / Sinopse: Susie Salmon (Saoirse Ronan) é uma jovem garota de apenas 14 anos que é assassinada de forma brutal por um vizinho, um serial killer que se faz passar por um pacato e simples cidadão em seu bairro. Narrado em primeira pessoa a garota acaba narrando tudo o que lhe aconteceu e os efeitos de sua morte na existência de todos que viveram e a amaram em vida. Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Stanley Tucci).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Jogos Vorazes

"Jogos Vorazes" é a nova franquia de Hollywood destinada ao público adolescente. Depois do fim de "Harry Potter" os estúdios procuravam por algo com a mesma força e sucesso. Acabaram encontrando o que buscavam numa série de livros de autoria de Suzanne Collins. O público alvo obviamente é o adolescente, atualmente a grande força nas bilheterias de cinema. A trama não me soa como novidade, para falar a verdade a premissa e o argumento são semelhantes demais com um antigo texto de Stephen King chamado "The Running Man" que inclusive já virou filme com Arnold Schwarzenegger na década de 80 (O Sobrevivente). Tanto lá como cá o que vemos é um grupo de pessoas tentando sobreviver a jogos mortais impostos por um Estado autoritário e forte, que utiliza a matança como forma de entretenimento das massas controladas. Tudo sob a forma de programas de TV de grande audiência. 

De certa forma tanto "The Running Man" como "Jogos Vorazes" são releituras modernas dos esportes romanos da Antiguidade. É uma moderna visão dos Gladiadores, lutadores que entravam na arena para entreter a massa em combates mortais. É a velha política do "Panis et Circenses" (Pão e Circo). Agora o que se louva em relação a "Jogos Vorazes" é que em essência temos aqui um produto honesto, nada pretensioso e que se vende pelo que realmente é: uma aventura adolescente, com vários clichês caros ao universo juvenil: as lutas de vida e morte, a paixão levada às últimas consequências (até Romeu e Julieta está inserida na trama) e por fim a linguagem de videogame, rápida, visceral, que obviamente faz a cabeça dos garotos e garotas pós púberes. Em termos de nicho "Jogos Vorazes" vem para ocupar o vácuo deixado por "Crepúsculo". É a velha máxima "Rei Morto, Rei Posto". A boa notícia é que esse filme é bem melhor do que a saga dos vampiros e ao contrário de "Twilight" há uma grande atriz em cena, Jennifer Lawrence. Bonita, com excelente presença em cena, ela tem sido a aposta de Hollywood como a mais provável futura estrela do cinema americano. Eu não tenho nenhuma dúvida que isso vá acontecer, até porque "Jogos Vorazes" foi um enorme sucesso de bilheteria. Só espero que ela não se envolva em projetos ruins e escolhas erradas daqui pra frente. Em conclusão podemos dizer que "Jogos Vorazes" diverte, entretém e cumpre seus objetivos. Um bom filme que inaugura uma nova franquia blockbuster Made in Hollywood. Que venha as próximas continuações então. 

Jogos Vorazes (The Hunger Games, Estados Unidos, 2012) Direção: Gary Ross / Roteiro: Gary Ross, Suzanne Collins, Billy Ray baseado no livro de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Woody Harrelson / Sinopse: Após uma rebelião de vários distritos o governo central de um Estado autoritário e forte impõe que anualmente dois jovens (um garoto e uma garota) de cada distrito sejam levados como tributo a participar dos "Jogos Vorazes", competição televisiva onde os participantes lutam entre si até a morte. Apenas um poderá sobreviver.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Julie & Julia

Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). "Julie & Julia" como se percebe pela sinopse é um filme leve, divertido, bem escrito, redondinho e que tem um charme e um clima de nostalgia à prova de falhas. O único problema é que ao assisti-lo o espectador certamente vai terminar com um apetite daqueles, com água na boca, já que saborosos pratos vão passeando pela tela ao longo de toda sua duração. Achei muito bem bolado o argumento do filme que conta ao mesmo tempo duas histórias reais, de duas "Julias" diferentes, que tem em comum um livro clássico de receitas culinárias.

A primeira personagem é a Julia Child, brilhantemente interpretada pela Mery Streep, uma americana esposa de diplomata que se atreve a entrar no restrito mundo da alta gastronomia francesa. Além de aprender ela ainda tenta levar todos aqueles pratos sofisticadas para os EUA, escrevendo um livro de receitas que deveria ser lido e usado por donas de casa simples de seu país. Seu objetivo era levar os segredos dos grandes pratos franceses para o cotidiano suburbano norte-americano. No começo até achei a caracterização da Meryl Streep um pouquinho caricatural mas depois olhando no Youtube a verdadeira Julia Child (ela também tinha um popular programa de TV) pude perceber como estava fiel o trabalho desenvolvido pela Meryl (que sinceramente é um atriz que dispensa maiores comentários).

A outra Julia, a blogueira Julie Powell cuja sua história se passa em 2002 no filme, também é outro ponto forte. Não sou particularmente fã da Amy Adams mas aqui ela está muito bem, nada exagerada, bem na medida certa, sem ofuscar a Meryl mas também sem perigo de estragar o filme com uma interpretação fraca. O resto do elenco de apoio também é todo bom, de Stanley Tucci (que já gosto há muito tempo) até Jane Lynch (a treinadora de Glee, aqui sob pesada maquiagem).

Ponto positivo também para a diretora Nora Ephron que vinha de um tremendo fracasso, "A Feiticeira", mas que felizmente aqui demonstra sinais de estar voltando ao caminho certo. Tomara que reencontre mesmo pois ela costuma fazer bons filmes, como esse. Foi bastante acertada a decisão de entregar a direção para uma mulher já que esse tipo de produção exige um tipo de sensibilidade que dificilmente seria encontrado em um cineasta do sexo masculino. Em conclusão "Julie & Julia" é uma boa pedida para quem deseja encontrar um entretenimento leve mas bem realizado que traz como bônus mais uma bela interpretação da grande Meryl Streep.

Julie & Julia (Idem, EUA, 2009) Direção de Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron baseado no livro de Julie Powell / Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Stanley Tucci, Chris Messina / Sinopse: Julie Powell (Amy Adams) cria um blog onde conta suas experiências culinárias ao tentar reproduzir todas as receitas contidas no livro de uma famosa escritora de gastronomia, Julia Child (Meryl Streep). Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Meryl Streep). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meryl Streep). Também indicado ao prêmio de Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.