Esse é um projeto cinematográfico de Peter Jackson. Ele comprou os direitos autorais do livro original, escreveu o roteiro e produziu tudo em seu estúdio particular na Nova Zelândia. Tinha tudo para dirigir o filme também, porém optou por entregar a direção para Christian Rivers, que havia trabalhado ao seu lado como diretor de arte da saga "O Senhor dos Anéis". No total o filme custou mais de 100 milhões de dólares, mas até agora tem patinado nas bilheterias. No mercado americano o resultado comercial tem sido bem pífio. Talvez Jackson tenha previsto que o filme teria problemas e por isso resolveu não assinar a direção.
As referências também são bem óbvias. Nos vinte primeiros minutos lembramos claramente de "Mad Max". Afinal o enredo se passa em um mundo pós-apocalíptico. As grandes cidades já não são mais como eram antes. Ao invés de serem fixas no solo agora são móveis, se transformando em grandes máquinas de combate. Isso mesmo, parece estranho, mas Londres, por exemplo, virou uma esdrúxula maquinaria sobre rodas, destruindo e absorvendo tudo o que encontra pela frente. É obviamente uma visão distópica do mundo, com todos os exageros que você pode prever antes de entrar no cinema.
Em um filme como esse também não poderia faltar toneladas de efeitos digitais. E eles estão em cada ponto das cenas. Praticamente tudo o que você verá foi feito por computação gráfica. As máquinas, os cenários e o próprio mundo ao redor onde o filme se passa. De certo modo me lembrei imediatamente dos antigos filmes de Terry Gilliam. É aquela coisa que de tão rebuscada acaba tendo uma imagem de algo sujo, deteriorado. Acabou combinando bem com a proposta do enredo. Porém nem tudo é sujeira, fedendo a diesel saindo pelos canos envenenados das geringonças mecânicas. Há também espaço para a beleza visual, principalmente das naves que mais parecem asas deltas vindas do mundo de Avatar. No geral gostei do filme. Pode não ser especialmente criativo e nem está longe de fugir de clichês, mas entretém bem ao seu público alvo. Só resta saber se esse universo terá continuidade no cinema. Pelas fracas bilheterias acho que isso não vai acontecer.
Máquinas Mortais (Mortal Engines, Estados Unidos, Nova Zelândia, 2018) Direção: Christian Rivers / Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens, baseados na obra de Philip Reeve / Elenco: Hugo Weaving, Hera Hilmar, Robert Sheehan, Stephen Lang / Sinopse: Após uma grande guerra que matou quase toda a humanidade, os sobreviventes se organizaram em grandes máquinas de guerra. Atravessando o mundo destruído eles procuram por recursos naturais e combustível para seguirem em frente com sua dominação. Enquanto isso uma jovem de passado misterioso tenta vingar a morte de sua mãe que envolveu uma pessoa importante de Londres.
Pablo Aluísio.
Máquinas Mortais
ResponderExcluirNota: 7.4
Pablo Aluísio.
Pablo:
ResponderExcluirEsse tema já havia se esgotado antes do último Mad Max.
Sim, com certeza. Mad Max é o começo e o fim desses filmes pós-apocalípticos. Impossível um filme nesse estilo sem que seja influenciado pelo Mad Max.
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