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sábado, 23 de junho de 2018

Terra dos Faraós

Título no Brasil: Terra dos Faraós
Título Original: Land of the Pharaohs
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Howard Hawks
Roteiro: William Faulkner, Harry Kurnitz
Elenco: Jack Hawkins, Joan Collins, Dewey Martin, James Robertson Justice
 
Sinopse:
Queóps (Jack Hawkins), o poderoso faraó do Egito Antigo, decide após mais uma campanha militar vitoriosa, construir uma pirâmide para que todos os seus tesouros conquistados e seu corpo após a morte fiquem a salvo de ladrões de tumbas. Para isso manda o arquiteto Vashtar (James Robertson Justice) elaborar o projeto da maior construção da humanidade até então, um colosso com mais de três milhões de blocos de imensas pedras, uma obra que levaria 20 anos para sua finalização, a grande pirâmice de Gizé que tornaria o nome de Queóps imortal.

Comentários:
Pouco se sabe historicamente sobre o faraó Khufu (mais conhecido pela civilização ocidental por seu nome grego, Queóps). Ele reinou na quarta dinastia do Egito, há mais de seis mil anos! Seu nome ainda hoje é lembrado por causa da maior pirâmide jamais construída, em Gizé, uma das poucas maravilhas do mundo antigo que conseguiu sobreviver ao teste do tempo. Como todo faraó, Queóps era adorado como um Deus e sua vontade era lei, até mesmo atos de megalomania impensados para os dias atuais. Assim após juntar tesouros inigualáveis roubados de povos conquistados ele pensou numa forma de levar toda aquela riqueza consigo, mesmo depois de sua morte. A construção da pirâmide iria garantir a imortalidade de sua alma e manteria seus bens materiais seguros de ladrões de tumbas. A religião do Egito Antigo tinha imensa preocupação com a vida após a morte, por essa razão os faraós eram enterrados junto aos seus tesouros. Em sua crença eles iriam desfrutar de todas as riquezas também no mundo espiritual. Noventa por cento do que você verá nesse filme é mera ficção. Como as fontes históricas sobre Queóps são poucas e esparsas, o jeito foi escrever uma história para ele meramente ficcional. A sorte para o espectador é que esse roteiro foi escrito pelo autor William Faulkner, um mestre em boas estórias e bons enredos. Ele escreveu uma obra sóbria, sem os exageros típicos de Hollywood em filmes épicos desse período. Amparado por uma milionária produção, muito bem realizada, com milhares de figurinos, o filme se torna uma diversão acima da média por causa de seu talento nato. O cineasta Howard Hawks conseguiu assim realizar um dos mais ambiciosos projetos de sua carreira e curiosamente um dos mais equilibrados também. Um belo filme que tenta reconstruir um dos mais importantes períodos da história da humanidade, sem exageros e que no final de tudo acaba se saindo muito bem em seus objetivos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Ben-Hur

Com a morte do chefão Louis B. Mayer em 1957, a toda poderosa MGM (Metro Goldwyn Mayer) encontrava-se com graves problemas financeiros. Depois de uma sucessão de reuniões na tentativa de salvar o famoso estúdio da falência, os executivos, quase em uníssono, decidiram que só havia um caminho para a salvação: a realização de um drama, épico, religioso e grandioso que entrasse para sempre para a história do cinema e de quebra alavancasse financeiramente o famoso estúdio. O nome deste épico: Ben-Hur. Ou seja, a refilmagem do clássico que a própria MGM havia produzido em 1925. Início de 1958. Depois de escolhido o filme, restava ao produtor Sam Zimbalist a escolha da equipe técnica. Para a direção, o alemão William Wyler foi o escolhido, pois, além de já pertencer à MGM, Wyler era amigo pessoal de Zimbalist e dirigiria seu primeiro épico na carreira. Para o papel principal de Judah Ben-Hur, a primeira escolha de Zimbalist recaiu sobre Burt Lancaster, mas o famoso astro recusou o papel por ser ateu e não concordar em divulgar textos sagrados dos quais ele não acreditava. Marlon Brando também o recusou.

Coube então ao diretor WilliamWyler escolher pessoalmente aquele que encarnaria o famoso príncipe judeu; a escolha foi direta no nome de Charlton Heston. Wyler que havia acabado de dirigir Heston no Western, "Da Terra Nascem os Homens", disse ter ficado impressionado, dois anos antes, com a performance do astro no histórico papel de Moisés em Os Dez Mandamentos. Para viver o tribuno romano, Messala, Rock Hudson foi convidado, mas também recusou. O papel então foi parar nas mãos do ator irlandês e de pouca expressão: Stephen Boyd. Para compor toda a trilha sonora, a MGM resolveu utilizar seu próprio compositor que estava sob contrato desde 1948: o húngaro, "oscarizado", Miklos Rozsa, o mesmo que oito anos antes havia composto a trilha sonora para "Quo Vadis". Pouco antes de começar as filmagens e para ganhar inspiração especial, Rozsa ficou em Roma durante trinta dias meditando em meio às ruínas históricas e dentro do Coliseu. O resultado foi arrebatador: Rozsa construiu uma trilha sonora exuberante que vai de acordes celestiais e angelicais, até os retumbantes compassos marciais das Legiões Romanas.

Baseado no livro "Ben-Hur - A Tale Of The Christ" - escrito em 1880 pelo General (ateu) Lew Wallace, o longa foi rodado nos gigantescos Estúdios Cinecittà em Roma, no período de nove meses. A história tem início em 26 do Anno Domini ou Ano do Senhor e conta a saga de Judah Ben-Hur (Charlton Heston) um rico comerciante judeu, chefe da Casa de Hur, que vive uma vida abastada dentro de uma relativa paz, junto de sua mãe e de sua irmã, na região de Jerusalém ocupada há mais de um século pelo Império Romano. O destino de Ben-Hur e sua pequena família começa a mudar quando chega à cidade o novo tribuno romano de nome Messala (Stephen Boyd). Ben-Hur e Messala são velhos amigos de infância e após muitos anos de separação os dois se reencontram. O início do encontro é amigável e cheio de saudosismo. Tanto Ben-Hur quanto Messala se divertem lembrando dos velhos tempos de infância. Mas com o tempo a conversa animada toma outro rumo e as enormes diferenças entre um tribuno romano e um judeu começam a aparecer, colocando cada um em seu devido lugar. Ben-Hur, fiel a seu povo, recusa-se veementemente a entregar para Messala os judeus que conspiram contra as Legiões Romanas. O tribuno, sentindo-se traído e ofendido, declara guerra ao velho amigo e grita a plenos pulmões que agora estão de lados opostos. Algum tempo depois, Jerusalém recebe um novo governador, Gratus. O novo governador é rebido na entrada da cidade por Messala e seus soldados romanos. Com a garantia de Messala, Gratus cavalga lentamente escoltado pela tropa romana de Messala rumo ao palácio. Ao mesmo tempo, Ben-Hur e sua irmã Tirzah (Cathy O’Donnell) se posicionam na cobertura de casa para apreciar melhor a entrada do novo mandatário romano.

No entanto, por uma extrema infelicidade, Tirzah apoia-se numa telha solta, fazendo com que a mesma despenque e caia em cima do governador. Messala fica possesso e junto com sua guarda romana invade a casa de Ben-Hur para punir os culpados. Ben-Hur assume toda a culpa, mas afirma que foi apenas um acidente e que não houve a intenção de um atentado contra o governador, mas Messala não quer saber e manda prender Ben-Hur, sua irmã Tirzah e sua mãe Miriam. Finalmente o dia da vingança de Messala havia chegado; mesmo sabendo que Ben-Hur e sua família são inocentes e que o governador está bem. Depois de prender Ben-Hur e sua família, o tribuno romano condena o judeu ao trabalho perpétuo como remador nas galés romanas, além de condenar Miriam e Tirzah às masmorras dos leprosos. Enquanto caminha pelo deserto com outros escravos rumo às Galés, Ben-Hur cai no chão implorando por água, que é negada pelo centurião. Neste momento, Jesus, no primeiro momento de epifania do clássico, aparece diante de Ben-Hur, dá-lhe bastante água, além de lavar o seu rosto. O judeu, quase não acreditando no pequeno milagre, agradece ao mestre e jura nunca mais esquecer aquele gesto. Depois de dois anos sofrendo nas galés romanas, o vento do destino finalmente passa a soprar a favor de Ben-Hur e, por obra de um verdadeiro milagre, o príncipe judeu consegue escapar da escravidão romana nas galés e retornar à sua terra natal para uma vingança espetacular contra o tribuno déspota, Messala.
 
Ben-Hur foi consagrado por público e crítica logo em seu lançamento. Vencedor de onze prêmios da Academia entre eles melhor filme, Direção (William Wyler), Ator (Charlton Heston), Ator Coadjuvante (Hugh Griffith), Fotografia, Efeitos Especiais e Trilha Sonora. Curiosamente não levou o prêmio de melhor roteiro adaptado (a única indicação que não se confirmou em prêmio). Já no Globo de Ouro levou mais três premiações de melhor filme, direção e ator (só que dessa vez o premiado foi Stephen Boyd). O filme é certamente um espetáculo aos olhos, mostrando o melhor do cinema na época, merecendo todos os prêmios recebidos. Algumas de suas seqüências até hoje se mostram marcantes e impecáveis como a corrida de bigas e os conflitos envolvendo as tropas romanas. Como o filme entrou definitivamente na história da arte cinematográfica acabou gerando várias outras versões, que foram realizadas anos após seu arrebatador sucesso. Em 2003 virou animação com participação de Charlton Heston, cuja voz do filme original foi reaproveitada em seu personagem. Em 2010 virou série de TV e agora em 2013 surge na Broadway em peça musical de sucesso. Pelo visto a saga segue em frente, dominando outras mídias e linguagens. Sem dúvida uma prova definitiva da imortalidade dessa estória muito cativante e marcante que até hoje impressiona por sua beleza e grandiosidade. Ben-Hur é definitivamente um marco único na história do cinema mundial. Simplesmente essencial. 

Ben-Hur (Ben-Hur, Estados Unidos, 1959) Direção: William Wyler / Roteiro: Karl Tunberg baseado no romance escrito por Lew Wallace / Elenco: Charlton Heston, Jack Hawkins, Stephen Boyd, Haya Harareet / Sinopse: O filme narra a vida de Judah Ben-Hur (Charlton Heston), judeu que vive os horrores da dominação do Império Romano.

Telmo Vilela Jr e Pablo Aluísio.